Exame Clínico do Idoso Julio Cesar Moriguti Divisão de Clínica Médica Geral e Geriatria Departamento de Clínica Médica FMRP – USP Atitudes Negativas Histórias longas Queixas vagas Tempo longo para despir-se, vestir-se Dificuldades de locomoção Dificuldades para estabelecer diagnóstico Prognóstico menos positivo Atitudes Positivas Pacientes cooperativos, estabelecem boa relação História rica, ligação do nosso passado com nosso futuro Problemas clínicos são desafiadores Sucesso mais compensador APRESENTAÇÃO CLÍNICA ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO DOENÇA Variabilidade do "normal" Amplo espectro do que chamamos "normal" Riscos para eventos mórbidos futuros Genética Estilo de Vida Dieta Exercício Condições econômicas, sociais, familiares Princípios da Avaliação Auto-percepção da saúde Tendência a subestimar problemas Atribuir problemas ao envelhecimento Comparações com o meio Idoso na comunidade Idoso na instituição Atribuição de sintomas às causas externas Princípios da Avaliação Sintomas não relatados Atribuição de sintomas à idade "nada sério“, "não queria perturbar" Insuficiência cardíaca Problemas visuais e auditivos Tuberculose Disfunções urinárias Anemia DPOC Claudicação intermitente Neoplasias Deficiências nutricionais Problemas nos pés Diabete não controlada Problemas orais Demência Depressão Princípios da Avaliação "Pessoas idosas doentes estão doentes porque estão doentes e não porque estão idosas" Rupturas súbitas na função devem ser avaliadas como doenças Maioria das queixas têm base orgânica Comportamento das doenças Doença Perda de função Parar de comer ou beber Quedas Incontinência urinária Fraqueza Confusão aguda Perda de peso Interação doença/função Interação não é direta Longas listas de doenças e boa função Uma única doença, função pobre Tipo de perda de função não é relacionado com o sítio da doença Sistemas vulneráveis tendem a se desinstabilizar pelo impacto de doenças em qualquer lugar do organismo Avaliação do paciente: o ambiente Silencioso: presbiacusia Iluminação adequada Altura de cadeiras e da maca Organização dos móveis Piso Acesso Avaliação do paciente: a história clínica Apresentação, cumprimento Fala clara, próximo e de frente ao paciente Tempo da entrevista pode ser longo, a avaliação dividida em duas ou mais Sempre entrevistar o paciente, não o acompanhante Obter dados de prontuários e relatórios Avaliação do paciente: o exame físico Sinais vitais: Pressão arterial: Temperatura: Hiato auscultatório Sinal de Osler Medida em mais de um membro Medida deitado e em pé Hipotermia Ausência de febre Pulso: Diferentes locais Avaliação do paciente: o exame físico Peso e altura Altura: redução com o envelhecimento Peso Alterações Perda involuntária IMC: faixa adequada, para o idoso: 60 a 64 anos: 23 a 28 kg/m2 2 65 anos ou mais: 24 a 29 kg/m Avaliação do paciente: o exame físico Avaliação do paciente: o exame físico Pele: Turgor tem significado reduzido Observar sinais de pressão e úlceras por pressão Lentigo senil Púrpura senil Lesões actínicas: Hiperceratose Neoplasias Avaliação do paciente: o exame físico Avaliação do paciente: o exame físico Cabeça e pescoço Olhos: arco senil, catarata Screening visual, fundo de olho Palpação das artérias temporais Ausculta das carótidas Exame da cavidade oral Próteses Lesões Dentes Saliva Avaliação do paciente: o exame físico Avaliação do paciente: o exame físico Avaliação do paciente: o exame físico Tórax Expansibilidade diminuida: Ausência de estertores na vigência de processos pneumônicos Presença de estertores em bases pode ser normal Processos pneumônicos podem não ser acompanhados dos sinais clássicos de condensação Avaliação do paciente: o exame físico Tórax Presença de sopro sistólico "crescendodecrescendo", discreto, no foco aórtico: esclerose da valva aórtica Sopros podem estar diminuidos pela redução da fração de ejeção Insuficiência cardíaca por disfunção diastólica Taquicardia, em vigência de processos agudos, menos evidente Débito cardíaco em repouso e reserva cardíaca de jovens (tracejadas) e de idosos (cheias) Avaliação do paciente: o exame físico Abdome: Redução da distância entre o tórax e a pelve Dor abdominal menos proeminente Abdome agudo com apresentação clínica pobre Deformidades podem dificultar a avaliação Avaliação do paciente: o exame físico Avaliação do paciente: o exame físico Sistema neurológico Funções sensitivas Postura Marcha Tremores Reflexos Padrão de normalidade adequado Memória Avaliação do paciente: exame multidimensional Atividades da vida diária Atividades instrumentais da vida diária Escalas de avaliação do humor Escalas de avaliação da cognição Avaliar, e não "processar" o paciente Exame Clínico do Idoso Interpretar uma alteração normal do envelhecimento como patológica, é tão grave quanto deixar de investigar uma alteração patológica assumindo-a como normal do envelhecimento.