REFLEXÕES SOBRE AUTONOMIA, COLABORAÇÃO E TRABALHO DOCENTE Lívia Maria ORTEGA Ludmila Belotti Andreu FUNO Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ABSTRACT In this article the main point is to initiate a discussion about different conceptions of autonomy and collaborative behavior concerning to EFL teachers, elucidating, for example, the relation between language awareness, target language knowledge, autonomy development, emancipation, and the importance of a collaborative posture to achieve such stage of development. Palavras-chave: autonomia, colaboração, docência. Introdução O trabalho docente assume uma dinâmica de permanente renovação e estranhamento frente às manifestações do mundo, é um trabalho intelectual por essência, que requer constantes atualizações acerca do desenvolvimento tecnológico e demais avanços científicos, das transformações sócio-políticas, por exemplo. O docente, indiferentemente da disciplina a que se propõe ensinar, deve exercer constante reflexão também sobre seus posicionamentos frente a sociedade, sua prática cotidiana de ensino, sobre aspectos relacionados a aprendizagem como, por exemplo, as defasagens e expectativas de seu corpo discente, as restrições inerentes ao contexto no qual trabalha, entre outros, a fim de que possa rever sua atuação, os preceitos teóricos com os quais simpatiza, desenvolver sua autonomia, e, gradualmente, emancipar-se da dependência de modelos de ensino e métodos normativos. A busca por um método perfeito, capaz de facilitar a dura tarefa docente, há muito vem sendo criticada, haja vista as interessantes idéias de KUMARAVADIVELU (2006) sobre uma pedagogia do pós-método, RICHARDS (2002) e sua proposta de um ensino mais contextualizado e de uma abordagem eclética (o que não dispensa fundamentação), e BROWN (2002) que traz a sugestão de uma abordagem construída através de amadurecimento profissional e baseada em princípios (A Principled Approach). Em decorrência dessa percepção que se institui acerca das limitações do método, e de tantos outros fatores de diversas naturezas (fatores sociais, históricos, culturais, etc.) que corroboram para tal percepção, é que o papel docente assume sua complexidade, e a autonomia docente passa a ser reconhecida e muito valorizada. O professor deixa de ser visto como implementador de procedimentos propostos por escritores de parâmetros educacionais, ou escritores de materiais didáticos, que basearam suas produções nas idéias de teóricos que, em hipótese, teriam o papel de psicografar abordagens de ensino proferidas por alguma alma sabida, advinda do mundo das idéias. O presente artigo tem por finalidade apresentar uma discussão acerca de autonomia, emancipação e trabalho docente, sem a pretensão de esgotar o tema, mas com a intenção de contribuir para a reflexão daqueles que se interessam pelo assunto. Autonomia: “já vem pronto e tabelado é somente requentar, e usar” 1 Para Kumaravadivelu (2006), o conceito de método de ensino de línguas em contexto de L2, vem sendo compreendido como a expressão da concepção de um especialista advinda de suas interpretações de teorias sobre linguagem, ensino e aprendizagem de idiomas. Sendo, então, um conjunto de proposições fundamentadas em conceitos idealizados para contextos idealizados, o que induziria a massificação de professores e de alunos pela desconsideração de seus saberes locais. Segundo esse autor, e nas referidas circunstâncias de separação estanque entre o papel prescritivo-pragmático do teórico (aquele que idealizaria) e o papel prescritivo-pragmático do professor (executador), o método estaria evidenciado em currículos, livros didáticos e na recomendação de procedimentos de sala de aula e seria constantemente confundido com metodologia2. Tais percepções sobre o método permitem que se caracterize o potencial ambíguo desse conceito. Outras características negativas a serem consideradas dizem respeito aos mitos referentes ao método. Segundo o autor, a crença na existência de um método ideal, atemporal, a- histórico, que contenha em si a solução para os diversos contextos de ensino e aprendizagem de idiomas (one size fits all) sob a forma de uma receita passo- a- passo são mitos quase sempre engendrados por modismos que desconsideram os saberes constituídos no passado, pela superficialidade da compreensão acerca da complexidade inerente ao ensino e a aprendizagem de línguas e pela desvalorização dos saberes locais de alunos e de professores. Uma pedagogia do pós-método seria, na visão de Kumaravadivelu, uma proposta tangível para que se evite o apego cego aos métodos anunciados como pedra de gênese para o ensino de línguas (L2) e a superficialidade de alguns métodos ditos ecléticos e para que se favoreça o 1 Trecho da canção Made in Brasil. Fonte: http://www.letras.com.br/secos-emolhados/made-in-brazil. Acesso em: 27 de junho de 2009. 2 O autor sugere uma solução para as ambigüidades ao distinguir método de metodologia. Para ele, método deve se referir a conceitualizações elaboradas por especialistas do ramo de ensino e aprendizagem de línguas e metodologia, por sua vez, deve referir-se ao proceder, a prática do professor em sala de aula. desenvolvimento de abordagens reflexivas baseadas nos saberes locais dos professores. Tal proposta estaria baseada em três parâmetros (o da particularidade3, praticabilidade4, e o da possibilidade5) e teria como coração a autonomia docente, nas palavras do próprio autor: teacher autonomy is so central that it can be seen as defining the heart of post method pedagogy6 (KUMARAVADIVELU, 2006, p. 178). Ao discutir o papel do professor na pedagogia do pós-método, Kumaravadivelu explana sobre quais seriam as características dessa autonomia. Segundo o autor, a mola motriz para o desenvolvimento da autonomia seria o desejo e a determinação dos professores em desenvolver uma abordagem de ensino reflexiva, através da qual o docente fosse capaz de avaliar sua prática pedagógica, propor, iniciar e monitorar mudanças em seu ambiente de ensino. Post method pedagogy (...) recognizes the teachers’ prior knowledge as well as their potential to know not only how to teach but also know how to act autonomously within the academic and administrative constraints imposed by institutions, curricula and textbooks. It also promotes the ability of teachers to know how to develop a reflective approach to their own teaching, how to analyze and evaluate their own teaching acts, how to initiate change in their classroom, and how to monitor the effects of such changes (Wallace, 1991). Such an ability can evolve only if teachers have a desire and a determination to acquire and assert a fair degree of 3 Ênfase é dada para as exigências locais e as experiências de alunos e de professores, com o intuito de valorização. 4 Foco nas ações e nas reflexões dos professores, na maneira como eles transitam entre os saberes teóricos que construíram e as fundamentações as quais se voltam durante sua prática, e na habilidade de auto-monitoramento do professor acerca de sua ação em sala de aula. 5 Encarar os saberes locais e as identidades sócio-culturais dos alunos, suas participações e interações em ambiente escolar, como instrumento de transformação. 6 A autonomia docente é tão central que pode ser vista como definidora do coração da pedagogia do pós-método (tradução minha). autonomy in pedagogic decision (KUMARAVADIVELU, 2006, p. 178)7. making Torna-se interessante notar que autonomia, então, não se restringiria a uma postura auto-diretiva, pois esta postura seria apenas uma das características presente no perfil do professor autônomo e que, nas percepções de Kumaravadivelu, o desejo de estar em estado de contínuo aprimoramento pessoal é primordial para o desenvolvimento desse perfil docente. Apesar das propostas de Kumaravadivelu serem elaboradas para contexto de ensino e de aprendizagem de segunda língua (L2), suas idéias e percepções acerca da autonomia docente parecem transcender os “limites comuns” a esse contexto e merecem ser vistas e analisadas como um posicionamento coerente com o momento histórico-reflexivo pelo qual a Linguística Aplicada está passando, caracterizado pela busca de problematização de seus construtos e valorização das vozes locais (ou vozes do sul) (MOITA LOPES, 2006). Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, também faz considerações interessantes sobre o conceito em questão, principalmente em seu segundo capítulo, no qual fica explícita a idéia de construção ou, nas palavras do próprio autor, de “reinvenção do ser humano” no desenvolvimento da autonomia dos educandos, talvez o mesmo tipo de autonomia que esperamos daqueles aprendizes mais experientes, os professores: No fundo o essencial nas relações entre educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mães, filhos e filhas é a reinvenção do ser humano no 7 A pedagogia do pós-método reconhece o conhecimento prévio dos professores, assim como seu potencial em saber não apenas como ensinar, mas também como agir de maneira autônoma de dentro das limitações acadêmicas e administrativas impostas pelas instituições, pelos currículos e livros didáticos. Ela também promove a habilidade dos professores em saber como desenvolver uma abordagem reflexiva para seu ensino, como analisar e avaliar as ações de sua prática pedagógica, como iniciar a mudança em sua sala de aula, e como monitorar os efeitos dessa mudança. Tal habilidade só pode desenvolver-se se os professores tiverem desejo e determinação em adquirir e firmar um grau justo de autonomia nas tomadas de decisão pedagógicas. (Tradução própria). aprendizado de sua autonomia. Me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente. Posso saber pedagogia, biologia como astronomia, posso cuidar da terra como posso navegar. Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Por isso, tanto posso saber o que ainda não sei como posso saber melhor o que já sei. E saberei tão melhor e mais autenticamente quanto mais eficazmente construa minha autonomia em respeito à dos outros. (FREIRE, 1996, p.94). Há uma forte intertextualidade entre os dizeres de Paulo Freire e de Kumaravadivelu da qual se pode depreender que autonomia, em contexto educacional, concernente a ensino e a aprendizagem, atualmente, não é algo pronto e intrínseco a todo ser, mas algo que precisa ser construído, desenvolvido, aprimorado. Essa idéia de construção da autonomia como um processo paulatino e reflexivo, fica mais explícita na seguinte passagem de Pedagogia da Autonomia: O que é preciso, fundamentalmente mesmo, é que o filho assuma eticamente, responsavelmente, sua decisão, fundante de sua autonomia. Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se construindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo tomadas (...). A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É nesse sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade. (FREIRE, 1996, p.107). No trecho supracitado, nota-se a associação de autonomia com as idéias de amadurecimento, vivência de experiências (ao meu ver democráticas), e tomada de decisões (que não se reduzem necessariamente ao exercício de ações auto-diretivas). Paulo Freire, ao abordar o tema autonomia, cita o termo decisão (Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir), ou seja, o exercício da decisão aprimora a autonomia. É através da experiência e vivência de momentos de tomada de decisão (que envolvem, por sua vez, processos como o de percepção, estranhamento, comparação, avaliação, escolha, erro, problematização, argumentação com o outro, mudança de escolhas e novas tomadas de decisão, por exemplo), que se daria o desenvolvimento da autonomia, como aprendizado, construção de um saber ou competência. A importância desse trecho, extraído de Pedagogia da autonomia, para o presente artigo é também fundamentalmente política e baseada em fatos históricos. Sem a intenção de me apropriar do saber de ninguém, muitos defendem que a autonomia é algo primordial do ser humano, inerente á nossa natureza. Não há um posicionamento incisivamente contrário a estas percepções neste artigo, contudo é necessário que se reflita sobre as informações presentes em obras como O príncipe8, de Nicolau Maquiavel ou em documentos históricos como o AI 59 no Brasil, em que fica claro que tolher a autonomia dos povos como recurso mais eficaz para a massificação e a conseqüente dominação foi algo meticulosamente estudado e planejado ao longo dos séculos. No Brasil, e especialmente no Estado de São Paulo, urge a necessidade de redescobrir o sabor e os pesares da consciência sobre o fazer pedagógico e, conseqüentemente, de construir a autonomia, com o propósito de se buscar a emancipação político-pedagógica e de construir um corpo docente capaz não só de discutir, opinar, acerca de propostas curriculares, mas também de participar da construção de tais propostas trazendo a foro a relevância dos sabres locais. Logo, a autonomia não é o fim a que se almeja chegar, é a emancipação (que se dará mais facilmente pela construção da autonomia) que se almeja no presente momento. 8 O Príncipe, obra de um dos fundadores do pensamento filosófico moderno, Nicolau Maquiavel, é muito famosa por descrever as maneiras mais consagradas de se obter sucesso na conquista e manutenção de domínio dos Principados. 9 O Ato Institucional número 5 (AI 5) foi o quinto decreto emitido pelo regime militar no Brasil, após o golpe de 1964, que possibilitou que se decretasse “recesso”do Congresso Nacional por aproximadamente um ano e proibiu atividades ou manifestações de natureza política em território nacional. Autonomia e igualdade: um passo para a emancipação Segundo a LDB, em seus artigos 14 e 15 a autonomia docente e a gestão democrática estão intrinsecamente relacionadas: Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (...) Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público.10 A autonomia aparece, nesse trecho da LDB, como um direito das comunidades escolares de educação básica, cuja manutenção é um dever a ser assegurado pelas instituições de ensino, que estando ligadas ao Estado Nacional, tem o compromisso de incentivar o desenvolvimento gradual dessa autonomia (Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira...) assegurando o direito à democracia e bem estar social (um conceito um pouco fora de moda, mas válido em uma país em que estatização e privatização geram tanta polêmica). O caminho para a tão almejada emancipação trata-se justamente dessa autonomia participativa, consciente e que envolve necessariamente a valorização dos saberes locais já citados (advindos da participação democrática dos profissionais da educação no planejamento pedagógico da escola e da comunidade escolar na avaliação desse planejamento que pode também se dar em Conselhos Escolares, por exemplo). 10 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. Acesso em:23 de junho de 2009. Valorizar os saberes locais (KUMARAVADIVELU, 2006) ou as vozes do sul (Milton Santos, 2000. apud MOITA LOPES, 2006) implica em um posicionamento político convicto dos ideais democráticos, principalmente daqueles referentes à igualdade da inconclusão humana (FREIRE, 1997), a igualdade das inteligências, do valor das diferentes culturas e identidades, como aparece em Pedagogia da Autonomia: Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo a que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei e conhecer o que ainda não sei. Minha segurança se alicerça no saber confirmado pela própria experiência de que, se minha inconclusão, de que sou consciente, atesta, de uma lado, minha ignorância, me abre, de outro, o caminho para conhecer (FREIRE, 1997, p. 135). Logo, somos iguais em nossa inconclusão e ignorância, mas isso de nada nos deprecia, ao contrário, nos permite abrir o caminho para conhecer. Cada docente é um aprendiz mais experiente em uma determinada área do saber, mas não é a fonte detentora de toda sapiência. A inconclusão docente é natural do constante processo de desenvolvimento dessa personagem e não pode servir de argumento para que ele ou ela, profissionais da educação, tenham sua autonomia e direito de decisão estabelecidos por lei tolhidos, disto estou convicta. Há outro autor relevante para a discussão a que se propõe este artigo, trata-se de Ranciére, cujas idéias sobre autonomia e emancipação além de muito interessantes, dialogam com os pensamentos de Paulo Freire, especialmente no trecho há pouco citado. Há desigualdade nas manifestações da inteligência, segundo a energia maior ou menor que a vontade comunica á inteligência (...), mas não há hierarquia de capacidade intelectual. É a tomada de consciência dessa igualdade de natureza que se chama emancipação e que abre o caminho para toda a aventura no país do saber (RANCIÉRE, 2007, p.49). (...) A desigualdade não é conseqüência de nada, ela é uma paixão primitiva; ou, mais exatamente, ela não tem outra causa, a não ser a igualdade. A paixão pela desigualdade é a vertigem da igualdade, a preguiça diante da enorme tarefa que ela requer, o medo diante de um ser racional que se respeita a si próprio (RANCIÉRE, 2007, p.116). Analisando o posicionamento de Ranciére sobre igualdade de inteligências, notamos que as diferentes vontades dos homens (ou desejos e determinação, segundo Kumaravadivelu) é que dão a ilusão de que haveriam diferentes inteligências, ou povos superiores e inferiores (se quisermos extrapolar nossa leitura). O autor afirma ainda que a desigualdade é uma paixão humana, fruto da preguiça e do medo da igualdade. Tais idéias são polêmicas e não cabe a este artigo opinar se são idéias boas ou ruins, tão pouco cabe excluir os leitores do direito de conhecê-las, pois se assim se fizesse, haveria grande contradição entre aquilo que neste texto se defende e os excertos que se traz como fundamentação de suas idéias. Autonomia e a relação entre o saber e a consciência do aprendiz mais experiente (o professor) Até o presente momento, discutiram-se algumas percepções acerca da autonomia e mais especificamente da autonomia docente, e é por este percurso que pretendo ainda caminhar, transitando entre aspectos gerais desse conceito e especificidades que a ele atribuímos quando tratamos do universo docente. Causa grande estranhamento quando noto em discussões informais que algumas pessoas pensam em autonomia como se fosse uma substância com características iguais a de um líquido qualquer, ou seja, capaz de tomar a forma do recipiente em que ele é depositado. Tais pessoas acreditam que o sujeito que demonstra características autônomas em um dado contexto deverá ser autônomo em qualquer ambiente, tempo ou circunstância. Ora, esses obviamente não reconhecem a complexidade da relação autonomia, conhecimento e consciência, e ignoram os aspectos da autonomia que já foram discutidos neste artigo, reduzindo-a a automatismo. Assim, torna-se necessário suscitar mais essa discussão: negar que autonomia se reduza a respostas automáticas derivadas de estímulos externos, o que requer compreender a relação entre o desenvolvimento da autonomia para diferentes contextos e a (re) construção da consciência e do saber humano frente a um elemento novo. Comecemos a refletir sobre o desenvolvimento de tipos de consciência e a construção de saberes tomando como ponto de partida a constatação de que há especificidades no processo de desenvolvimento da autonomia docente, como, por exemplo, no caso dos professores de idiomas. Para viabilizar o desenvolvimento da autonomia desses professores acredita-se que seja necessário que, anteriormente, tais educadores tenham desenvolvido uma consciência lingüística (language awareness) e as competências lingüístico-comunicativas que estejam compreendidas dentre as demais competências pressupostas para um professor de idiomas. Estariam, então, a consciência lingüística e conhecimento sistematizado ligados ao desenvolvimento de atitudes autônomas de professores em ambiente escolar, mais especificamente na sala de aula. Tais constatações são advindas dos estudos apresentados por Concário (apud CONSOLO & TEIXEIRA DA SILVA. 2007), nos quais se constata que o aprimoramento da consciência lingüística de professores de ILE favoreceu-lhes o desenvolvimento de uma postura mais atenciosa frente a alguns aspectos dos processos de ensino e de aprendizagem de uma segunda língua. Este estado de “alerta”, como define o autor, propiciou aos participantes de sua pesquisa condições favoráveis ao desenvolvimento de uma postura mais reflexiva com relação à própria prática docente e aos eventos relacionados aos processos de ensino e aprendizagem de línguas – e mais autônoma – com relação à tentativa de compreender tais eventos e buscar novas alternativas frente aos desafios do cotidiano de sala de aula. Então, ao menos em hipótese, a construção da autonomia docente de professores de ILE, perpassaria pelo desenvolvimento da consciência lingüística e das competências lingüístico-comunicativas de tais profissionais. Sem a competência lingüístico-comunicativa, não há o desenvolvimento de uma consciência lingüística e sem o crescente desenvolvimento de uma competência lingüístico-comunicativa e o constante desenvolvimento da consciência lingüística não há solo para sustentar a autonomia desses educadores no exercício de sua profissão. A respeito da necessidade de se desenvolver nos professores de idiomas competências lingüístico – comunicativas na língua, aparentemente, não há controvérsias. Assim, espera-se de um “bom” professor que ele possua, pelo menos, conhecimento sobre aquilo que ele se propõe a ensinar, que ele tenha muito claras as concepções de língua, linguagem, ensino e aprendizagem que nortearam e/ou norteiam suas escolhas em sala de aula. O que não quer dizer que tais concepções não se transformem ao longo de sua carreira, nem que tendo essas concepções claras o docente consiga ser infalível em sua missão pedagógica. A novidade nos estudos de Concário é justamente a tentativa de elucidar a relação entre a competência lingüístico-comunicativa (composta de várias outras “micro-competências”) e o desenvolvimento de uma abordagem de ensino que não seja “largamente intuitiva e teoricamente implícita e informal, baseada em crenças que vão se firmando num habitus ou predisposições para ensinar de determinada maneira.” (ALMEIDA FILHO, 1997, p. 5). Ou seja, a intersecção entre saber sistematizado a respeito de um idioma e um fazer pedagógico menos intuitivo seria o desenvolvimento da consciência lingüística. Há um elo entre saber sistematizado, consciência e autonomia. A existência de tal elo nos leva a considerar novamente aquilo a que Paulo Freire nomeou inconclusão, pois se somos seres em constante processo de aprendizagem e renovação, sendo, portanto, inconclusos, nossos saberes e nossa consciência também o são. Dentro desse constante processo de reestruturação de nossos saberes frente o novo, (o desconhecido, o imprevisto), e devido a este processo, é que a autonomia pode ser compreendida como uma competência complexa, cujo desenvolvimento mantém relações significativas com a evolução de nossos saberes, de nossas representações e de nossa consciência. Tal relação não é determinada pelos nossos saberes prévios ou pelas representações que herdamos, mas talvez seja condicionada por esses fenômenos que se configuram como ponto de partida para a construção da autonomia acerca de um determinado contexto. Ou seja, o ponto de partida não determina o percurso a ser transcorrido, tão pouco o destino a ser alcançado. É claro que estamos tratando aqui de um tipo de consciência (ou de uma característica da consciência), uma classe específica de professores e um contexto também específico de trabalho, contudo, não cabe a este artigo ter uma pretensão outra que a de suscitar a discussão. Não há intuito de se fazer das proposições aqui apresentadas objeto de indução, generalizando para todos os contextos algo constatado em situação e contexto específico, a intenção é suscitar uma discussão válida. Colaboração A aprendizagem colaborativa está baseada no construtivismo, que surgiu com a crise do paradigma condutivista (behaviorismo) em meados dos anos 50, quando entra em cena a psicologia cognitiva cuja principal característica é a construção do conhecimento através do processamento da informação. A abordagem construtivista pode ser dividida em duas correntes: o Construtivismo-Interacionista (Jean Piaget) e o SócioInteracionista (Vygotsky). O Sócio-Interacionismo de Vygotsky tinha como principal veia a interação entre os indivíduos, assim a aprendizagem colaborativa baseia-se, principalmente, na sua teoria sociocultural. (FIGUEIREDO, 2006). Para Vygotsky, todo o processo de aprendizagem está diretamente relacionado à interação do indivíduo com o meio externo (não levando em conta apenas os objetos, mas os demais sujeitos). Assim, entende-se por abordagem colaborativa as situações educacionais em que duas ou mais pessoas aprendem ou tentam aprender algo juntas com ênfase na co-construção do conhecimento dentro e a partir dessas interações. Vygotsky identifica dois níveis de desenvolvimento da criança. O primeiro, denominado Nível de Desenvolvimento Real, indica a capacidade que ela tem de realizar tarefas de maneira independente que determina até onde a criança já chegou, ou seja, as etapas já conquistadas por ela. No entanto, a criança poderá ir um pouco mais além, desempenhando tarefas em nível mais avançado com a ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes. O Segundo, denominado Nível de Desenvolvimento Potencial é, portanto, aquele em que o sujeito consegue desempenhar tarefas com o auxílio de outros. É a partir desses dois níveis de desenvolvimento - real e potencial - que Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal: A distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VIGOTSKY, 1998, p. 112) Todavia, não podemos deixar de considerar que existem diferentes zonas de desenvolvimento proximal. Isso acontece devido, em grande parte, às diferenças qualitativas no ambiente social em que os sujeitos vivem. Segundo Palangana, a “diversidade nas condições sociais promove aprendizagens diversas e estas, por sua vez, ativam diferentes processos de desenvolvimento” (PALANGANA, 2001, p. 130 apud Rezende, 2004). Na concepção vygotskyana, a zona de desenvolvimento proximal é um aspecto essencial para o aprendizado já que ele (aprendizado) desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisições independente da criança. (VYGOTSKY, 2000 apud Rezende, 2004) As diferenças e semelhanças entre Colaboração e Cooperação As noções de colaboração da cooperação podem soar parecidas pois ambas implicam na interação entre indivívuos, porém, é importante diferenciá-las. De acordo com Panitz (1996), a colaboração é uma “filosofia de interação e estilo de vida pessoal” enquanto que cooperação é “a estrutura de interação designada para facilitar a realização de um produto final ou objetivo”. Figueiredo (2006, p.19) elabora um quadro (Quadro 1, ver Anexos) das diferenças e semelhenças entre as aprendizagens colaborativa e cooperativa e, ao analisá-lo, podemos notar que, em relação à primeira, a aprendizagem cooperativa é mais estruturada por meio de técnicas e a utilização das mesmas possivelmente levaria ao sucesso na realização de uma tarefa. Assim, os alunos dividem papéis e funções para alcançarem um objetivo, sendo o produto o foco principal. Nessa abordagem, as atividades dos membros do grupo são geralmente estruturadas, ou seja, os seus papéis são definidos a priori, sendo resguardada a possibilidade de renegociação desses papéis. Com relação ao gerenciamento das atividades, a abordagem é centrada no professor e é ele, portanto, quem dá instrução aos alunos sobre como realizar as atividades em grupo. Já na aprendizagem colaborativa, o foco não está no produto, mas no processo, no engajamento dos envolvidos na troca de informações e sugestões para a co-construção do conhecimento. As atividades dos membros do grupo são geralmente não-estruturadas (os seus papéis são definidos à medida que a atividade se desenvolve). Com relação ao gerenciamento das atividades, a abordagem é centrada no aluno; assim, não cabe ao professor simplesmente dar instruções aos alunos sobre como realizar as atividades em grupo. Assim, fica clara a noção da colaboração como algo mais abrangente e menos específico do que a cooperação, que seria mais direcionada e controlada. Trabalhar colaborativamente implica, portanto, estar comprometido no processo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, comprometer-se com o outro mútua e reciprocamente. Busca-se a troca, a reciprocidade, a elevação da auto-estima, a negociação, a autonomia e, sobretudo, a emancipação, o “aprender a deliberar”. Como pontos de semelhança entre os dois tipos de aprendizagem, nota-se que (a) os alunos tornam-se mais ativos no processo de aprendizagem, já que não recebem passivamente informações do professor; (b) o ensino e a aprendizagem tornam-se experiências compartilhadas entre alunos e o professor e (c) a participação em pequenos grupos favorece o desenvolvimento das habilidades intelectuais e sociais. As abordagens colaborativa e cooperativa são benéficas no sentido de proporcionarem a auto-estima nos alunos, de fazer com que eles gostem mais da escola e da matéria estudada, e também de aumentar sua habilidade em trabalhar com os outros. (SLAVIN, 1997; CRANDALL, 1999 apud Figueiredo op. cit.). Trabalhando dessa maneira, os alunos também terão a chance de tornarem-se melhores cidadãos no sentido de que será mais fácil para eles interagirem com outras pessoas, independentemente dos pontos de vista serem iguais ou diferentes. Espera-se que sejam também mais críticos, reflexivos e tolerantes de uma maneira geral. O papel dos alunos na aprendizagem colaborativa Tradicionalmente, os alunos inseridos em uma sala de aula recebem o conhecimento do professor de maneira passiva. Diferentemente dessa perspectiva, a abordagem colaborativa quando adotada em uma sala de aula, transforma os alunos em participantes ativos no processo de aprendizagem. Dessa maneira, eles aprendem com os colegas e têm a oportunidade de ensinar quando se tornam o participante mais competente na interação. A interação desperta nos alunos suas habilidades sociais e afetivas, conseguem perceber o que ainda têm que aprender e têm a oportunidade de trocar idéias com relação às estratégias que serão usadas a fim de favorecer a aprendizagem. Os alunos sentem-se mais confiantes e arriscam mais, perdem o medo de errar, corrigem uns aos outros, expressam-se livremente e, como resultado esperado, o conhecimento passar a ser co-construído. A autonomia está intrinsecamente relacionada com todo esse processo à medida que os alunos tornam-se mais reflexivos e críticos. Kumaravadivelu (2006), na sua teoria do pós-método, já mostrava indicadores para uma abordagem centrada no aluno, dando a eles um “papel significativo na tomada de decisões pedagógicas”, para isso, tratando-os como participantes ativos e autônomos no processo da aprendizagem. A pedagogia do pós-método leva em consideração duas visões sobre a autonomia do aprendiz: uma visão mais estreita e uma mais ampla (Kumaravadivelu 2003a). A primeira aponta para o fato de que o aprendiz consiga desenvolver a capacidade de “aprender a aprender” e a segunda vai um pouco além, em que inclui a capacidade do aprendiz “aprender a deliberar”. Disso resulta, segundo o autor, o aprendiz capaz de pensar de maneira crítica. A teoria de Vygotsky (op. cit.) mostra que é necessário que haja um contexto social capaz de propiciar a aprendizagem colaborativa, mostrando a necessidade dos aprendizes serem encorajados a interagirem entre si, principalmente, e dar suporte uns aos outros. Dessa maneira, não só aprenderão (a língua estrangeira, no caso), mas, ao interagirem, construirão andaimes de forma reflexiva e desenvolverão sua autonomia. Para Moita Lopes (2000), uma das funções essenciais da escola é criar oportunidades para que os alunos gerenciem contextos mentais em sala de aula, no dia-a-dia de suas ações discursivas, a fim de desenvolver uma consciência crítica sobre o discurso e a aprendizagem, atividades sociais nas quais estão envolvidos. Enfim, a experiência que se obtém enquanto se organiza e se avalia um modelo de conhecimento durante o seu desenvolvimento é o mais importante na aprendizagem colaborativa e isso requer uma mudança de atitude por parte dos alunos, que devem adotar uma postura ativa e não apenas esperar passivamente que o conhecimento lhes seja transmitido pelo professor, tornando-se, assim, agentes responsáveis por seu processo de aprendizagem. Ao mesmo tempo, muda também o papel do professor, que passa a ser um mediador desse processo, trabalhando em conjunto com seus alunos. (Souza, 2005) O papel do professor na abordagem colaborativa A idéia de que o professor detém todo o saber e que o conhecimento é transferido aos alunos cai por terra no ensino colaborativo. O professor deixa sua tradicional posição de frente aos alunos para sentar-se com eles e circular pela sala, discutindo com eles o que farão e como farão. A visão do professor não é imposta e, assim, ele também pode perceber as potencialidades dos aprendizes no ato de compartilhar idéias, de dar sugestões e soluções e verificar se a aprendizagem está sendo eficiente. Essa nova visão de professor mediador está claramente vinculada ao discurso de Paulo Freire (1996) de que o conhecimento é inacabado e que “ensinar exige consciência do inacabamento”. Já não é mais possível se falar em conhecimento pronto, acabado, um “pacote fechado” pronto para ser transmitido ao aprendiz. Segundo Freire (op. cit., p. 50), o “inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento”. O processo da mediação, quando a intenção é atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal do aprendiz, implica no oferecimento de andaimes, ou scaffolding, que significa, de acordo com Wood, Bruner e Ross (1976, apud Figueiredo 2006) possibilitar ao aprendiz ou à criança solucionar um problema, realizar uma tarefa ou atingir um objetivo que estaria além de seus esforços, caso não tivesse a ajuda de outra pessoa. Essas estruturas de apoio (scaffolding), segundo Vygotsky, conduzirão o indivíduo da regulação pelo objeto – pelo ambiente, contexto – e da regulação pelo outro – auxílio do mais capaz – para a auto-regulação, ou seja, para a atividade intrapsicológica, desenvolvendo estratégias para realizar as tarefas de modo independente. Bolzan (2002, apud Rezende, 2004) caracteriza o suporte ou estímulo auxiliar como uma possível situação de interação entre indivíduos, sendo um deles mais experimentado num determinado domínio, possibilitando que o novato ou menos experiente se aproprie passo a passo do saber especializado. Dessa maneira, segundo o autor, a concepção de suporte diz respeito a um tipo de atividade que precisa ser solucionada em conjunto. No começo, o indivíduo mais experiente terá o controle da atividade, passando-a paulatinamente ao novato, de maneira que ele possa ajustar seu desempenho com autonomia, resolvendo a atividade sem depender do adulto ou companheiro mais capaz. O papel da mediação do outro é fundamental para o processo de desenvolvimento sociocognitivo, pois é através dela que as funções psicológicas podem se desenvolver. O processo de andaime facilita essa mediação na escola, e ele ocorre não apenas na relação entre aluno e professor, mas também entre alunos que, trabalhando em conjunto, promovem a colaboração efetiva que leva à aprendizagem. O simples fato de os aprendizes trabalharem em grupo cria um ambiente que incentiva a resolução de problemas que não seriam facilmente solucionados se os alunos estivessem trabalhando individualmente. (WELLS,1999, apud Figueiredo, 2006) O papel do professor, enquanto o mais experiente no processo de ensino e aprendizagem realizar-se-ia, portanto, na mediação entre o social e o psicológico do aluno e serviria como o já mencionado suporte ou estímulo auxiliar, proporcionando ao aprendiz o avanço em relação às novas conquistas. Paulo Freire (op. cit.) reforça essa idéia em Pedagogia da Autonomia dizendo que é dever tanto do professor quanto da escola, não só respeitar os saberes prévios dos educandos, sobretudo os das classes populares, mas também discutir com eles a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino de conteúdos. Em outras palavras, a sugestão é de estabelecer um “vínculo íntimo” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos. Além disso, a reflexão crítica sobre a prática dos professores é bastante defendida por Freire (1996, p. 39): (...) na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. Vale ressaltar que, de acordo com Ghedin (2002, p.138 apud Bedran 2008), “refletir criticamente significa colocar-se no contexto de uma ação, na história da situação, participar em uma atividade social e tomar postura ante os problemas”, ou seja, a prática reflexiva não é realizada separadamente de um contexto social no qual ela se desenvolve, por isso, é importante que os professores levem em consideração esse contexto condicionante, estendendo, assim, suas deliberações profissionais e contribuindo para que haja uma mudança mais social e reflexiva. Considerações finais O presente estudo procurou suscitar aspectos importantes dos temas supracitados, contudo não pretende esgotar a complexidade do assunto, contentando-se em evidenciar problematizações pertinente ao desenvolvimento profissional de professores, sejam eles professores de idiomas ou não, que se interessem pelo assunto: autonomia e colaboração. Anexo Tabela 1: Diferenças e semelhanças entre as abordagens colaborativa e cooperativa (FIGUEIREDO, 2006). Aprendizagem colaborativa Aprendizagem cooperativa Diferenças O foco é no processo. O foco é no produto. As atividades dos membros do grupo As atividades dos membros do grupo são geralmente não-estruturadas: os são geralmente estruturadas: os seus seus papéis são definidos à medida papéis são definidos a priori, sendo que a atividade se desenvolve. resguardada a possibilidade de renegociação desses papéis. Com relação ao gerenciamento das Com relação ao gerenciamento das atividades, a abordagem é centrada atividades, a abordagem é centrada no aluno. no professor. O professor não dá instrução aos O professor dá instrução aos alunos alunos sobre como realizar as sobre como realizar as atividades em atividades em grupo. grupo. Semelhanças Os alunos tornam-se mais ativos no processo de aprendizagem, já que não recebem passivamente informações do professor. O ensino e a aprendizagem tornam-se experiências compartilhadas entre alunos e o professor. A participação em pequenos grupos favorece o desenvolvimento das habilidades intelectuais e sociais. Referências BEDRAN, P. F. A (re) construção das crenças dos par interagente e dos professores-mediadores no teletandem. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São José do Rio Preto, 2008. BROWN, H. D. Teaching by Principles – An Interactive Approach to Language Pedagogy. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall Regents, 1994. FIGUEIREDO, F. J. Q. (Org). A aprendizagem colaborativa de línguas. Goiânia: Ed. Da UFG, 2006. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra,1996. KUMARAVADIVELU, B. Understanding language teaching: from method to postmethod. ESL & Applied Linguistics Professional Series, 2006. MOITA LOPES, L. P. (Org) Por uma Linguítica Aplicada Indisciplinar. Capítulo 3: Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos Construtos que têm orientado a pesquisa. São Paulo: Parábola, 2006. MOITA LOPES, L. P. Co-construção do discurso em sala de aula: alinhamento a contextos mentais gerados pela professora. M. B. M. Fortkamp; L. M. B. Tomitch (Orgs.). Aspectos da Lingüística Aplicada: estudos em homenagem ao professor Hilário Inácio Bohn. Florianópolis: Insular, 2000, p. 247-271. NININ, M. O. G. Pesquisa Colaborativa: das práticas de pesquisa à ressignificação das práticas dos pesquisandos ou ressignificando a direção escolar. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006. RANCIERE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. REZENDE, F. A. Características do ambiente virtual construcionista de ensino e aprendizagem e formação de professores universitários. Campinas, SP, 2004. RICHARDS, J. C. ;RENANDIA, W.A. Methodology in Language Teaching: an Anthology by Current Practice. Cambridge: CUP, 2002. SOUZA, R. R. Contribuições das teorias pedagógicas de aprendizagem na transição do presencial para o virtual. In: COSCARELLI, C. V.; RIBEIRO, A. E. (Orgs.). Letramento Digital. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 105123. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.