COM MAIOR PODER DE COMPRA, BRASILEIROS ESTÃO SE ALIMENTANDO MELHOR Em 19/052010 Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, aqueles que nos assistem. Muitas vezes, envolvidos pela dinâmica dos trabalhos desta Casa e com as preocupações que temos com questões referentes ao rápido desenvolvimento econômico que o Brasil vem experimentando nesta última década, acabamos deixando passar alguns temas que deveriam ser citados na Tribuna diariamente, tamanha sua importância na vida dos brasileiros. E um destes assuntos fundamentais é a qualidade do alimento que chega às mesas dos cidadãos. Temos falado muito aqui sobre crescimento econômico, avanços sociais, aumento dos índices de emprego e tantos outros indicadores. Mas me chamou a atenção um dado que pode parecer simples, só que está ligado diretamente à qualidade de vida das pessoas. Segundo uma pesquisa do Ibope encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a população brasileira está comprando alimentos de maior qualidade, especialmente as camadas mais pobres. De acordo com o estudo chamado Perfil do Consumo de Alimentos no Brasil, divulgado ontem, alimentos que antes eram considerados sofisticados e que estavam ao alcance do poder de compra somente das classes mais ricas, hoje estão presentes também na mesa das classes mais baixas. Se durante muito tempo os milhões de trabalhadores mais humildes deste país guiaram suas compras simplesmente pelo preço mais barato que era apresentado nas gôndolas, hoje as coisas estão mudando. A qualidade tornouse um critério fundamental na hora de encher o carrinho de compras e levar os alimentos para a mesa da família. Tanto que a pesquisa do Ibope apontou que para 29% dos brasileiros a qualidade é alvo primário de avaliação na hora da compra, enquanto que 28% dos cidadãos utilizam o preço como fator decisivo. O resultado deste estudo encomendado pela Fiesp confirma aquilo que todos nós temos visto e que os cidadãos estão sentindo no dia-a-dia: o poder de compra dos brasileiros está cada vez maior e, consequentemente, a capacidade de optar por produtos que melhorem sua qualidade de vida também. Lembro quando lutávamos para que o salário mínimo no Brasil fosse de US$ 100. Hoje, felizmente, este valor já beira os US$ 300, marca que certamente será ultrapassada em 2011. Portanto, senhor presidente, quero deixar registrada aqui minha satisfação em mostrar que todo o esforço feito pelo governo federal nestes últimos anos para levar desenvolver a economia não serve apenas para que tenhamos números bonitos para mostrar a economistas e analistas de todo o mundo. Este comprometimento do governo serve para que os cidadãos, os trabalhadores deste país, possam viver com cada vez mais qualidade de vida. E isto envolve tudo que diz respeito ao seu cotidiano, desde um salário mais digno, passando por melhores oportunidades de estudo e chegando à parte mais básica e importante, que é a fartura e a qualidade do alimento que chega aos lares. Saber que o povo deste país hoje tem condições de chegar em um supermercado e optar por levar para casa um alimento de qualidade superior e que satisfaça as necessidades de sua família é muito gratificante. Mostra que o Brasil está deixando para trás décadas de atraso e promovendo cada vez mais justiça social. Muito obrigado, senhor presidente. Fernando Marroni Deputado federal – PT/RS ANEXO Pesquisa revela que população pobre está comprando alimentos de mais qualidade Flávia Albuquerque (Repórter da Agência Brasil) São Paulo - As tendências de alimentação para as classes rica, média e pobre indicam que as pessoas de menor poder aquisitivo, que só compravam o básico, passaram a procurar por alimentos mais elaborados, melhores e saborosos. A constatação é da pesquisa Perfil do Consumo de Alimentos no Brasil, encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao Ibope e apresentada hoje (18) no seminário Brasil Food Trends 2020. “Você tem o mercado direcionado ao rico, e sempre haverá alimentos mais sofisticados ainda. Por outro lado, há alimentos hoje que eram reconhecidos como sofisticados, mas que são acessíveis também para as categorias mais baixas”, afirmou o coordenador técnico do Brasil Food Trends 2020, Raul Amaral Rego. Entre as pessoas das classes A, B e C, 59% disseram que na hora de decidir pela compra é importante ter uma marca de sua confiança, 47% admitiram que analisam se o produto é gostoso e 32% afirmaram que avaliam se o produto é mais nutritivo. Os que avaliam se o alimento é de qualidade são 29% e os que dão importância para o preço baixo são 28%. A pesquisa indicou ainda que a marca exerce maior influência na compra do arroz (44%), feijão (36%), café (32%), leite(24%), dos iogurtes (19%), das bolachas e dos biscoitos (14%) e dos alimentos congelados e semiprontos (13%). Os produtos que mais despertam o desejo do consumidor quando lançados no mercado são os iogurtes (32%), as bolachas e os biscoitos (28%), o suco pronto para beber (27%), os chocolates e os bombons (25%), os queijos (24%) e os alimentos congelados e semiprontos (21%). O gerente do Departamento de Agronegócio (Deagro) da Fiesp, Antonio Carlos Costa, disse que é difícil prever o futuro com relação às tendências alimentares da sociedade brasileira. “Nós não fizemos uma segmentação entre as classes rica, média e pobre. Quando falamos dessas tendências na pesquisa, algumas dessas peculiaridades ficam claras. Mas é interessante notar que o consumidor brasileiro está preocupado com os atributos como a segurança dos alimentos, qualidade, ética. Então é realmente um desejo da sociedade como um todo”. Para a coordenadora do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo, Sandra Chemim, quando o alimento é visto apenas pela praticidade, leva a um risco e mostra que a população brasileira está engordando cada vez mais. “A população busca produtos práticos, porém nem sempre ideais e nutritivos”. Segundo ela, aqueles que têm pouco tempo para se alimentar devem buscar uma alimentação mais diversificada possível. “O ideal é seguir a cultura alimentar: arroz, feijão, carne, verdura, legumes e frutas. Com isso atendemos todas as necessidades”. Sandra destacou como ponto positivo da pesquisa o fato de que as pessoas, independentemente da classe social, vão buscar os produtos pela qualidade e pela saudabilidade. “Começamos a perceber que a população brasileira se preocupa muito com a saúde. Ou está começando a se preocupar. A população vai buscar algum produto que traga algum elemento que vai deixá-la mais saudável”, disse. FONTE: Agência Brasil (18/05/2010, 19h20)