SAÚDE [email protected] São Luís, Sábado/Domingo, 10 e 11 de setembro de 2016 Fisioterapia para aliviar dores de chikungunya Fotos/Divulgação PAULA BOUERI Editora do DOM A s principais reclamações de quem contraiu chikungunya nos últimos meses são dores e inflamações nas articulações. Efeitos colaterais comuns da doença transmitida por mosquito do gênero Aedes se manifestam como dores intensas nas articulações dos membros superiores e inferiores extremamente incapacitantes, com presença de edema e sensação de dormência nas extremidades. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da febre costumam persistir por sete a 10 dias, mas a dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante para algumas pessoas com diagnóstico de artrite. Levando isso em consideração, o MS publicou 10 orientações para os médicos que atendem pacientes com chikungunya, entre as quais está a recomendação de fisioterapia. Segundo a fisioterapeuta Luanna Mendonça, a fisioterapia deve ser feita por pacientes que tenham passado da fase aguda, aproximadamente dois meses após o início da doença. “O paciente pode manifestar um quadro de artrite diagnosticado pelo médico após exames clínicos, entre outros. A doença deixa o paciente com limitações, dores articulares e edema, principalmente nas extremidades do corpo, como mãos e pés. A fisioterapia é indicada para que ele retorne às atividades cotidianas, como o simples ato de caminhar”, explica. Benefícios A fisioterapia em pacientes acometidos por chikungunya ajuda a minimizar as dores crônicas, utilizando recursos analgésicos, que se iniciam com exercícios passivos, realizados pelo fisioterapeuta, com mobiliza- FISIOTERAPIA ajuda a aliviar dores e na retomada dos movimentos articulares ção articular para diminuição do edema e melhora do arco de movimentos das articulações comprometidas. “Em seguida, o paciente será orientado na realização dos exercícios ativos, obedecendo a comandos dados pelo profissional, como, por exemplo: alongamento muscular e estimulação do movimento total das articulações. O objetivo é proporcionar o alívio das dores e independência nos movimentos articulares sem limitação de suas atividades funcionais”, explica. A duração do tratamento vai variar de acordo com o quadro clínico do paciente. A doença deixa o paciente com limitações, dores articulares e edema, principalmente nas extremidades do corpo, como mãos e pés. A fisioterapia é indicada para que ele retorne às atividades cotidianas, como o simples ato de caminhar” Luanna Mendonça, fisioterapeuta A CHICUNGUNYA É uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Quais os principais sinais e sintomas? Febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Podem ocorrer, também, dores de cabeça e nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Como se identifica um caso suspeito? O Ministério da Saúde definiu que devem ser consideradas como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua. Dor nas articulações também não ocorre nos casos de dengue? Sim, mas a intensidade é menor. Em se tratando de Chikungunya, é importante reforçar que a dor articular, presente em 70% a 100% dos casos, é intensa e afeta principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e pulsos). Existem grupos de maior risco? O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais probabilidade de desenvolver formas graves da doença. Quem se infecta com o vírus fica imune? Sim. Quem apresentar a infecção fica imune o resto da vida. Cresce a adoção de dieta sem glúten por quem não tem doença celíaca Segundo pesquisadores, pessoas estão cortando produto do cardápio por puro modismo, sem cuidados SÃO PAULO Mais pessoas nos Estados Unidos estão adotando dietas sem glúten, mesmo que a proporção de americanos com doença celíaca - caracterizada pela intolerância a glúten - tenha permanecido estável de 2009 a 2014, segundo um novo estudo publicado recentemente na revista "JAMA International Medicine". Apesar do fato de que dietas livres de glúten não têm nenhum benefício comprovado para a saúde da população em geral, algumas pessoas acreditam que se beneficiam ao eliminar o glúten da alimentação, diz o principal autor do estudo, Hyunseok Kim, da Escola de Medicina da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. "As pessoas podem acreditar que uma dieta sem glúten é mais saudável, e essa dieta está na moda", disse Hyunseok Kim. Número de adeptos da dieta cresce a cada ano Até os supermercados se adequaram Para checar se a prevalência da doença celíaca e o uso de dietas sem glúten aumentou nos últimos anos, Kim e sua equipe usaram informações coletadas entre 2009 e 2014 de 22.278 adultos e crianças dos Estados Unidos que tinham ao menos 6 anos quando foram testados para doença celíaca ou entrevistados sobre um diagnóstico anterior. Estudo Cerca de 0,7% das pessoas foram diagnosticadas com a doença, e cerca de 1,08% estavam em uma dieta livre de glúten sem ter sido diagnosticados com a doença celíaca. A proporção de pessoas nos Estados Unidos com doença celíaca permaneceu estável durante o estudo, segundo a pesquisa. A popularidade desse tipo de alimentação, no entanto, cresceu. Cerca de 0,5% das pessoas adotavam uma dieta sem glúten entre 2009 e 2010, e isso aumentou para 1,69% entre 2013 e 2014. "Agora há sessões de alimentos sem glúten nos supermercados", disse Kim. "Os preços também caíram nos últimos anos", completou. O estudo, no entanto, tem algumas limitações. Algumas pessoas, por exemplo, podem ter reações ao consumo de glúten mesmo tendo resultados de testes negativos para a doença celíaca. Em um comentário publicado com o estudo, a médica Daphne Miller, da Universidade da Califórnia em São Francisco, escreveu que uma razão pelas quais pessoas sem doença celíaca pensam que uma dieta sem glúten é benéfica é porque reduz a quantidade de alimentos processados consumidos. ALIMENTOS à base de trigo e cevada são alguns dos que contêm glúten O QUE É O glúten é uma proteína encontrada nos cereais como trigo, centeio e cevada. A ingestão de alimentos com esses cereais faz mal para quem tem intolerância ao glúten, como os doentes celíacos, pois eles não conseguem digerir bem essa proteína e, por isso, quando consomem alimentos com glúten ficam com sintomas como diarreia, dor e inchaço abdominal. Os alimentos que contêm glúten são todos aqueles que podem ser feitos com trigo, cevada ou centeio, como bolachas, bolos, biscoitos, pães, torradas, cervejas e qualquer massa que leve farinha de trigo, como a massa de pizza e o macarrão, por exemplo. Em geral, a alimentação tem muitos alimentos com trigo, o que faz com que o glúten seja consumido em grandes quantidades, e por isso alguns indivíduos referem melhoras na saúde, especialmente na regulação do intestino, quando reduzem o consumo desse nutriente. Além disso, bebidas como cerveja e whisky também contêm glúten, pois são feitas a partir do malte da cevada. Fonte: tuasaude.com