Título: Selênio x insuficiência renal crônica: avaliação do estado nutricional referente ao selênio em pacientes em tratamento de hemodiálise e indivíduos saudáveis residentes em Fortaleza - Ceará. Autor: Christielle Félix Barroso Orientadora: Profª. Drª. Carla Soraya Costa Maia. Programa: Mestrado Acadêmico em Nutrição e Saúde Instituição: Universidade Estadual do Ceará RESUMO A função fisiológica mais importante do selênio (Se) é sua participação nos processos do sistema de defesa antioxidante. Esse mecanismo se dá pela ação das diferentes Glutationas Peroxidases (GPx), as quais possuem em seu sítio ativo quatro moléculas de selênio nos respectivos subtipos dependentes do mineral. A deficiência do sistema antioxidante é um importante achado no paciente renal crônico. São relatadas reduzidas concentrações do mineral antioxidante selênio e menor atividade da enzima Glutationa Peroxidase (GPx) em vários estudos com pacientes em hemodiálise. Com isto, este estudo se propõe a avaliar o estado nutricional relativo ao selênio em um pacientes com IRC submetidos à hemodiálise em Fortaleza - Ce. A população é constituída de grupo em tratamento de hemodiálise e grupo controle (saudáveis). Foram coletadas informações socioeconômicas e clínicas; realizadas medidas antropométricas de peso, estatura em ambos os grupos, e dobra cutânea tricipital e circunferência do braço nos pacientes. Para avaliação antropométrica foram utilizados os parâmetros de índice de massa corporal (IMC) e adequação da circunferência muscular do braço (CMB). As dosagens de selênio plasmático e eritrocitário foram realizadas através do método analítico de Espectrometria de Emissão Ótica com plasma indutivamente acoplado. A atividade da enzima GPx foi determinada no eritrócito segundo método cinético descrito por PAGLIA e VALENTINE (1979). Foram calculadas as medidas estatísticas e epidemiológicas de média, desvio padrão, coeficiente de variação e coeficiente de correlação de Pearson (r). A análise de variância e teste de Tukey com nível de confiança para selênio plasmático, eritrocitário e atividade de GPx entre pacientes tratados e controle e durante o tratamento (p<0,05). Os dados foram processados no software XLSTAT 2013. Foi verificado que a maioria dos pacientes do grupo Hemodiálise está acima do ponto de corte de IMC, assim como na classificação de eutrofia para adequação da CMB. As concentrações plasmáticas de selênio encontradas foram de 57,32μg no grupo Hemodiálise e 72,08μg no grupo Controle. Já os níveis eritrocitários de selênio no grupo Hemodiálise encontrado foram de 97,25μg; e 104,33μg no grupo Controle. As médias encontradas de atividade da GPx foram de 42,75μg e 43,83μg no grupo Hemodiálise e Controle, respectivamente. Assim, foi possível verificar que o selênio plasmático e eritrocitário dos pacientes em tratamento de hemodiálise estão em baixas concentrações em relação ao grupo saudável, ambos residentes em um solo rico no nutriente. Mas encontra-se maior em relação a outros estudos com mesma população no Brasil. A atividade eritrocitária de GPx foi similar entre os grupos, sendo a enzima no grupo Hemodiálise correlacionada de forma negativa com a concentração de ferritina. Tal fato parece estar associado ao maior consumo da GPx por exercer sua função antioxidante nesta população susceptível ao quadro de estresse oxidativo. Para melhor elucidação dos achados nesta população, seriam necessários estudos que realizem com maior número de participantes e estudos de suplementação de selênio neste grupo. palavras-chave: insuficiência renal crônica, hemodiálise, estresse oxidativo, selênio, GPx.