UFRJ - CCMN - IM - Departamento de Métodos Estatı́sticos Cálculo Avançado para Estatı́stica - Prova # 01 - Rio, 10/04/2015 - Padrão de Resposta 1. (2,0 pts) Seja f : X → Y . Prove que (a) Se X é infinito e f é injetiva, então Y é infinito. Como X é infinito, sabemos que existe um subconjunto X 0 de X que é infinito enumerável. Seja X 0 = {x1 , x2 , ..., xn , ...} ⊂ X. Como f é injetiva, então para cada xi ∈ X 0 , existe um e somente um yi ∈ Y tal que yi = f (xi ). Portanto, existe um subconjunto infinito enumerável de Y , a saber, Y 0 = {f (x1 ), f (x2 ), ..., f (xn ), ...} ⊂ Y . Logo, Y é infinito. (b) Se Y é infinito e f é sobrejetiva, então X é infinito. Como Y é infinito, sabemos que existe um subconjunto Y 0 de Y que é infinito enumerável. Seja Y 0 = {y1 , y2 , ..., yn , ...} ⊂ Y . Como f é sobrejetiva, então para cada yi ∈ Y 0 , existe pelo menos um x ∈ X tal que f (x) = yi . Defina os conjuntos não-vazios Xi = {x ∈ X|f (x) = yi }, i = 1, 2, 3, ..., ou seja, f (Xi ) = {yi }, i ∈ N. Observe que existe uma coleção infinita enumerável de subconjuntos de X que são dois a dois disjuntos já que f é uma função. Logo ∪∞ i=1 Xi ⊂ X. Portanto, X é infinito. 2. (3,0 pts) Prove ou forneça um contra-exemplo. (a) Sejam A e B subconjuntos de R com A fechado e B aberto. Então A \ B é um conjunto fechado. Verdadeira. De fato, basta observar que R \ (A \ B) = B ∪ (R \ A) que é a união de dois conjuntos abertos e, portanto, é um conjunto aberto, devido à propriedade de que a união de qualquer famı́lia de conjuntos abertos é um conjunto aberto. Logo A \ B é um conjunto fechado. (b) Sejam A e B subconjuntos de R, então A ∩ B = A ∩ B. Falsa. Contra-exemplo: Sejam A = (0, 1) e B = (1, 2). Então, A∩B = ∅ tal que A ∩ B = ∅. No entanto, A = [0, 1] e B = [1, 2] tal que A ∩ B = {1}. (c) Se (Cλ ), λ ∈ L é uma famı́lia de subconjuntos compactos de R, então ∪λ∈L Cλ é um conjunto compacto. Falsa. Contra-exemplo: Seja Cn = [0, n], para n ∈ N. Observe que os conjuntos Cn , para cada n ∈ N são conjuntos compactos, pois são fechados e limitados. No entanto, ∪∞ n=1 Cn = [0, ∞) que não é compacto, pois não é limitado. 3. (1,5 pts) Seja A = n−1 ; n ∈ N . n (a) O conjunto A é aberto? Não, pois toda bola centrada em um de seus elementos, contém pontos que não pertencem ao conjunto A, ou seja, A não possui pontos interiores. (b) O conjunto A é fechado? Não, pois 1 é ponto de acumulação de A (podemos tomar elementos de A tão próximos de 1, quanto quisermos), mas 1 ∈ / A. − (c) Determine o fecho de A, A. A = A ∪ A0 = A ∪ {1}. (d) Determine o interior de A, ◦ A. ◦ A = ∅. (e) Determine o derivado de A, A0 . A0 = {1}. (f) Determine o conjunto de pontos isolados de A, A \ A0 . A \ A0 = A. (g) Qual é a classificação de A quanto a sua cardinalidade? A é infinito enumerável, pois existe uma bijeçaõ de A em N. 4. (1,5 pts) Sejam (xn ) e (y n ), n ∈ N, duas sequências em Rp que convergem para a ∈ Rp e defina ( xn , se n for par 2 a sequência (z n ) da seguinte forma z n = y n+1 , se n for ı́mpar . Mostre que a sequência 2 (z n ) também converge para a. Queremos mostrar que para todo > 0, existe um N0 = N0 () ∈ N tal que se n ≥ N0 , então ||z n − a|| < . Sabemos que (xn ) e (y n ) convergem para a e a sequência (z n ) é dada por (y1 , x1 , y2 , x2 , ..., yn , xn , ...). Logo, dado > 0, existem naturais N1 e N2 tais que se n ≥ N1 , então ||xn − a|| < e se n ≥ N2 , então ||y n − a|| < . Seja N3 = sup{2N1 , 2N2 − 1} ∈ N. Assim, se tomarmos n ≥ N3 , teremos ( ) ||x n − a||, se n for par 2 ||z n − a|| = < , ||y n+1 − a||, se n for ı́mpar 2 pois n ≥ N3 implica que n ≥ N1 2 n+1 ≥ N2 2 . 5. (2,0 pts) Sejam (an ) uma sequência em R que converge para zero e (y n ) uma sequência limitada em Rp . Defina em Rp a sequência dada por (xn ) tal que xn = an y n , ∀ n ∈ N. A sequência (xn ) converge? Se sim, qual é o seu limite? Sim. O limite é 0. De fato, como (y n ) é limitada, existe M > 0, tal que ||y n || ≤ M , ∀ n ∈ N. Como (an ) converge para zero, dado > 0, existe N0 ∈ N tal que se n ≥ N0 , então |xn | < . M Logo, se n ≥ N0 , então ||xn − 0|| = ||an y n || = |an |||y n || < M = , ou seja, (xn ) converge M p para 0 em R .