Press
Kit
Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Obesidade
sem marcas
Cirurgia menos invasiva
nvassiva
nvas
nvasiva
iva
é um direito
Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica
PRESS KIT
ÍNDICE
1 DIREITO A SER RESPEITADO
p. 06
2 POR QUE A OBESIDADE AFETA TANTAS PESSOAS HOJE EM DIA?
p. 07
3 RISCOS DA OBESIDADE - DOENÇAS ASSOCIADAS
p. 12
4 CIRURGIA DA OBESIDADE
p. 13
5 RELAÇÃO CUSTO BENEFÍCIO DA CIRURGIA DA OBESIDADE
p. 17
6 MITOS E VERDADE SOBRE A CIRURGIA DA OBESIDADE
p. 18
7 SOBRE A SBCBM
p. 19
8 FONTES CONSULTADAS
p. 20
9 GLOSSÁRIO
p. 20
10 CONTATOS DA ASSESSORIA DE IMPRENSA
p. 23
1. DIREITO A SER RESPEITADO
CIRURGIA MENOS INVASIVA PARA TRATAMENTO DA
OBESIDADE É UM DIREITO DO PACIENTE
A afirmação é da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, entidade médica que trabalha para
garantir acesso a técnicas mais avançadas para o maior número de pessoas
O Brasil é considerado hoje o segundo maior centro
mundial em cirurgia bariátrica, atrás somente
dos Estados Unidos, com médicos altamente
capacitados, hospitais preparados e uma agenda de
pesquisas clínicas bastante intensa. Contudo, nem
sempre as técnicas mais modernas estão disponíveis
para todos os pacientes. Isso porque as fontes
pagadoras em saúde às vezes não acompanham as
inovações tecnológicas no ritmo necessário. O maior
exemplo disso hoje é a resistência da maioria dos
planos de saúde em cobrir a cirurgia bariátrica por
videolaparoscopia, método menos invasivo, mais
seguro e com maiores benefícios ao paciente.
Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar
o melhor do progresso científico em
benefício do paciente.
Código de Ética Médica, Conselho Federal de Medicina (2010)
Das 60 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2010,
35% foram por videolaparoscopia. O presidente
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM), Dr. Ricardo Cohen garante que
o método, apesar de ter um custo mais elevado,
representa uma economia em médio prazo, pagandose em cerca de seis meses. “As despesas da cirurgia
videolaparoscópica são plenamente justificáveis,
levando-se em conta os gastos relacionados à
obesidade e o impacto disso no orçamento dos
indivíduos e do país”, explica.
Aberta X videolaparoscópica
Minimamente invasiva e aplicável em todas as
técnicas cirúrgicas, a videolaparoscopia representa
uma das maiores evoluções tecnológicas da
medicina. Na cirurgia aberta convencional, o
médico precisa fazer um corte de pelo menos 20
centímetros no abdômen do paciente, enquanto na
videolaparoscopia são feitas de 4 a 5 mini-incisões de
0,5 a 1,2 cm cada uma, por onde passam as cânulas
e a câmera de vídeo. O registro fica gravado e o
paciente pode levar uma cópia do DVD consigo, o
que constitui em um documento da operação. Pesam
a favor da videolaparoscopia redução do tempo de
cirurgia, menos dias de internação, diminuição do
risco de infecção, menor incidência de hérnia no local
da incisão e a possibilidade de o paciente voltar às
atividades normais em menos tempo.
Legislação
O tratamento cirúrgico da obesidade é amplamente
aceito pelos órgãos regulatórios nacionais e
internacionais como um método seguro e eficiente
para a redução do excesso de peso em pacientes com
obesidade mórbida. A SBCBM acredita que a cirurgia
bariátrica por videolaparoscopia deva constar no rol
de procedimentos de cobertura obrigatória pelos
convênios médicos. O rol é um documento emitido
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
que sofre atualizações periódicas para inclusão de
novas tecnologias terapêuticas que passam a ser
direito dos usuários de planos de saúde. Dr. Cohen
alerta que a cirurgia bariátrica faz parte do rol da
ANS, mas não está claro que o procedimento pode
ser por videolaparoscopia. “Optar pela cirurgia menos
invasiva é uma decisão do médico e um direito do
paciente”, afirma.
9
2. POR QUE A OBESIDADE AFETA TANTAS PESSOAS HOJE EM DIA?
a que registra o maior número de pessoas acima do
peso (54,2%), sendo que 17,7 apresentam obesidade.
Definição
Considerada por especialistas como a maior
epidemia do século XXI, a obesidade é caracterizada
pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo e está
associada a inúmeros problemas de saúde. Apesar de
ser influenciada por fatores genéticos, a obesidade
é reflexo direto dos hábitos e circunstâncias da vida
moderna, principalmente a ausência de atividade
física regular e a alimentação de alto valor calórico,
sem qualidade nutricional.
Incidência e prevalência
Metade da população brasileira está acima do peso
A ocorrência da obesidade está relacionada a fatores
genéticos, mas há uma influência significativa do
sedentarismo e de padrões alimentares inadequados
no decorrer da vida. Segundo a Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) do IBGE,
em parceria com o Ministério da Saúde, entre 1989
e 2009, o sobrepeso entre os adultos brasileiros
aumentou de 35,7% para 49%. Já a obesidade adulta
no Brasil cresceu de 9,3% para 14,7%. A região Sul é
Como reflexo dessa epidemia, o número de cirurgias
bariátricas realizadas no país também aumentou,
passando de 16 mil procedimentos em 2003 para 60
mil em 2010, o que representa um aumento de 275%
em sete anos.
O que faz uma pessoa engordar
Acreditar que o excesso de peso é mero desleixo,
gula, falta de cuidado ou empenho faz parte de uma
visão ultrapassada das causas da obesidade. Apesar
de a adoção de hábitos alimentares adequados e de
um estilo de vida saudável ser unanimidade entre os
médicos para evitar o excesso de gordura corporal,
está comprovado que a doença sofre influência
de agentes que independem do modo de vida do
indivíduo, como hereditariedade, fatores ambientais,
biológicos e comportamentais. Além disso, situações
como gravidez, estresse, uso de alguns tipos de
medicamentos e mesmo o envelhecimento também
podem levar à obesidade.
As causas mais comuns da obesidade são:
1. Alimentação em excesso
Sob esse aspecto, podemos afirmar que a obesidade
é uma doença da civilização. O homem primitivo não
era obeso, pois se alimentava de sementes, raízes e
frutas, e não dispunha destes alimentos o ano todo.
Atualmente, temos à nossa disposição alimentos
industrializados, muito palatáveis e altamente
calóricos, considerados os grandes vilões causadores
da obesidade. O fator psicológico também tem uma
influência importante. Desde pequenos aprendemos
que comida é “prêmio”, já que os fatos importantes
da vida são comemorados com comida. Muitas
vezes o individuo que está frustrado, estressado
ou angustiado apela para a comida buscando uma
compensação para o sofrimento.
tempos, mas apenas para uma pequena parcela da
população. Já a atividade física não programada
vem diminuindo na medida em que aumentam os
confortos da vida moderna, como controles-remotos
de TV, elevadores, automóveis, escadas rolantes
etc., tornando o dia a dia do habitante das grandes
cidades cada vez mais sedentário.
3. Tendência (fator genético)
A literatura médica internacional demonstra que
quando os pais têm peso normal, 10% dos filhos são
obesos; quando um dos pais é obeso, 50% dos filhos
são obesos, e, quando ambos os pais são obesos, 80%
dos filhos são obesos. Trabalhos feitos com famílias e
gêmeos idênticos têm demonstrado que a genética
é uma das causas fundamentais de incidência da
obesidade.
2. Falta de atividade física
4. Problemas glandulares
Existem dois tipos de atividade física: programada
e não programada. A atividade física programada
é aquela realizada na academia de ginástica e
proporcionada pela prática de esportes em geral. Esse
tipo de atividade física vem aumentando nos últimos
Alterações na função da glândula tireoide, das
suprarrenais e na região hipotalâmica podem ser
responsáveis pela obesidade. Não são as causas
mais comuns do problema, mas devem ser sempre
investigadas.
Em 30 anos, o sobrepeso no Brasil cresceu 13,3 pontos percentuais
14,70%
Sobrepeso
Obesidade
9,30%
34,30%
26,40%
1989
2009
U em cada sete
Um
brasileiros é obeso
b
Fonte: IBGE, Diretoria Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009.
10
11
Por que é tão difícil perder peso
EVOLUÇÃO DA CIRURGIA BARIÁTRICA NO BRASIL
ANO
CIRURGIAS REALIZADAS
2003
16.000
2004
18.000
2005
22.000
2006
29.500
2007
33.000
2008
38.000
2009
45.000
(25% por videolaparoscopia)
2010
60.000
(35% por videolaparoscopia)
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - SBCBM
Uma das poucas certezas a respeito da doença é que
o indivíduo desenvolve as células do tecido adiposo
ainda na infância. Depois disso, elas só incham e
desincham, conforme se engorda ou emagrece, mas
estão e sempre estarão presentes em seu corpo não há retorno. Isso leva à situação atual em que a
alimentação das crianças vem sendo supervisionada
com preocupação crescente em algumas regiões.
Uma alimentação rica em gorduras na infância
fatalmente levará o indivíduo a desenvolver um
número grande de células adiposas e estar fadado a
lutar contra a balança para sempre.
Em relação aos adultos, ao se perceberem com
excesso de peso, muitos tentam emagrecer sozinhos,
cortando doces, apelando para dietas equivocadas e,
não raro, partindo para a automedicação. O resultado
é sempre insatisfatório, quando não causa o efeito
oposto (engordar), além de colocar a saúde em
risco. Dietas extremamente restritivas podem até dar
resultado em curto prazo, mas a tendência natural é
a pessoa recuperar os quilos perdidos quando voltar
à alimentação normal.
A dificuldade que obesos têm para atingir e manter
um peso normal é decorrência de fatores genéticos,
alterações hormonais e questões comportamentais
e psicológicas. O tratamento clínico com
acompanhamento especializado é sempre a primeira
indicação para uma perda de peso saudável e
duradoura. A cirurgia chega como opção ao paciente
com obesidade moderada a grave, quando houve
falha do tratamento clínico e as doenças associadas
ao excesso de peso começam a ameaçar a saúde.
Impacto econômico da obesidade
Não existem números consolidados sobre o impacto
financeiro da obesidade, mas estudos nacionais e
internacionais apontam a doença como uma das
mais significativas para a economia mundial pelos
custos inerentes a medicações e tratamento das
doenças associadas.
Segundo a SBCBM, cada obeso mórbido representa
um custo de R$ 3.500 a R$ 5.000 por ano, com
consultas, medicações e tratamentos. A depressão
está presente na vida de 89% dessas pessoas, devido
às dificuldades físicas e sociais.
Sabe-se que nos EUA e em outros países, muitas
companhias de seguro cobram mais caro do
paciente obeso, calculando o valor da apólice com
base no índice de massa corpórea. No Reino Unido
as despesas com o tratamento clínico do diabetes –
uma das principais doenças associadas à obesidade
- representam 5% do orçamento do sistema britânico
de saúde pública, cerca de 3,5 bilhões de libras
esterlinas, quase R$ 9,3 bilhões. Isso sem contar com
os custos dos hospitais, previdência e serviços sociais.
No Brasil, onde há 16,5 milhões de portadores de
diabetes tipo 2, a maioria dos pacientes (60%) recebe
remédios pelo SUS. Os 40% restantes gastam, em
média, R$ 116 por mês.
Prevenção
Apesar da relevância dos fatores genéticos no
desenvolvimento da obesidade, essa situação pode
ser evitada, a começar pela educação das crianças
dentro de casa e na escola. Deve-se optar sempre por
refeições e lanches saudáveis e, de preferência, não
comprar alimentos industrializados e ricos em gordura,
evitando as tentações. Guloseimas como doces,
frituras, refrigerantes e até bebidas alcoólicas podem
ser consumidos, mas em ocasiões específicas e sempre
com moderação. Além da alimentação saudável, rica
em carnes magras, vegetais, frutas e massas integrais,
deve-se manter a prática regular de exercícios físicos.
Atividades como esportes coletivos, corrida, dança,
caminhada e ciclismo, por exemplo, além de fazerem
bem ao corpo, são fontes de prazer e socialização.
Exemplos:
Cálculo do IMC
IMC
DIAGNÓSTICO
O índice de massa corpórea (IMC) é calculado pela
divisão do peso (em quilos) pela altura (em metros)
elevada ao quadrado. A cirurgia bariátrica é indicada
para pacientes com IMC acima de 35 com uma
ou mais doenças associadas ou IMC acima de 40,
independentemente da presença de outras doenças.
menos que 18,5
Baixo peso
18,6 a 24,9
Normal
25 a 29,9
Pré-obesidade
(sobrepeso)
60 kg
1,65 m
IMC =
Obesidade leve
35 a 39,9
Obesidade
moderada
40 a 49,9
Obesidade severa
50 ou mais
Superobesidade
Peso
Altura2
12
30 a 34,9
80 kg
2
1,70 m
IMC = 22,06
Normal
120 kg
2
1,70 m2
IMC = 27,68
Sobrepeso
IMC = 41,52
Obesidade
severa
13
Tratamento clínico e cirúrgico
A primeira opção para o se livrar do excesso de
peso é o chamado tratamento clínico, que inclui
dieta, exercícios, medicação e acompanhamento
do endocrinologista e do nutricionista. Também
podem fazer parte da equipe um fisioterapeuta e um
psicólogo. O objetivo é trocar o cenário composto
por sedentarismo e má alimentação por outro que
contemple atividade física e dieta balanceada.
Sabe-se, contudo, que os mecanismos que levam
ao acúmulo de gordura não são fáceis de serem
combatidos, por isso é tão comum ver pessoas que
tentam diversos tratamentos e não conseguem
perder peso suficiente ou voltam a engordar depois
de algum tempo.
- pacientes com IMC acima de 35 (obesidade
moderada) que apresentem pelo menos uma doença
associada;
- pacientes com IMC acima de 40 (obesidade
severa), independentemente da presença de outras
doenças.
Os dois casos entram na classificação de “obesidade
mórbida”, que significa que a saúde do paciente está
correndo riscos devido ao excesso de peso, com a
possibilidade de aparição de doenças graves.
3. RISCOS DA OBESIDADE - DOENÇAS ASSOCIADAS
Diabetes
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), mais de 246 milhões de pessoas, cerca de 6%
da população adulta no mundo, sofrem de diabetes.
No Brasil, estima-se que esse número seja 11 milhões.
O Datasus mostra que o diabetes é a quinta causa de
hospitalização e está entre as 10 maiores causas de
mortalidade no pais.
Nos casos em que a obesidade traz prejuízos à
saúde e o tratamento clínico se mostra ineficaz,
o tratamento cirúrgico deve ser considerado. O
método é conhecido popularmente como “redução
de estômago”, mas vai muito além. Existem várias
técnicas seguras disponíveis hoje no Brasil e cabe ao
médico apresentá-las ao paciente e recomendar a
mais apropriada para cada caso. Os requisitos para a
cirurgia da obesidade vigentes hoje no País são:
A epidemia de diabetes tipo 2 está associada
diretamente à obesidade. Estresse, hábitos
alimentares ruins e vida sedentária são as principais
causas da incidência da doença. Pessoas com
excesso de peso têm risco três vezes superior ao de
pessoas com peso normal de desenvolver diabetes.
O aumento do tecido gorduroso, principalmente no
abdômen, leva à produção exagerada de substâncias
que dificultam a ação da insulina. Assim, mesmo
quem não é obeso, mas possui gordura abdominal
em excesso, corre o risco de desenvolver a doença.
DIFERENÇAS NOS TRATAMENTO DA OBESIDADE MÓRBIDA
Hipertensão
CLÍNICO
CIRÚRGICO
O que inclui
O que inclui
Dieta, exercícios, medicação
Cirurgia,reeducação alimentar
Quem coordena
Quem coordena
Endocrinologista
Cirurgião bariátrico
Quem acompanha
Quem acompanha
Nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo
Endocrinologista, nutricionista,
fisioterapeuta e psicólogo
Indicação
Pacientes com IMC a partir de 25 (sobrepeso) ou mais
Indicação
Pacientes com IMC acima de 35 com doença
associada e pacientes com IMC acima de 40
14
Eficácia
Eficácia
Eficaz em 10% dos casos
Eficaz em 85% dos casos
O excesso de peso corporal está diretamente
relacionado com a hipertensão arterial. Maus
hábitos, como sedentarismo e consumo em
demasia de alimentos açucarados e gordurosos, são
determinantes para a obesidade e levam os níveis da
pressão arterial a valores iguais ou maiores que 14
por 9, aumentando o risco de insuficiência cardíaca,
fibrilação atrial e morte cardiovascular.
Estudos têm demonstrado que, ao reduzir o índice
de massa corpórea, a cirurgia bariátrica tem impacto
significativo na redução da circunferência abdominal,
da pressão arterial, da frequência cardíaca e dos
níveis do colesterol ruim (LDL), além do aumento do
bom colesterol (HDL), o que se traduz na redução do
risco cardíaco.
15
Problemas articulares (dores,
hérnia de disco)
O excesso de peso causado pelo acúmulo de gordura
no corpo sobrecarrega todo o organismo, mas a
coluna vertebral é afetada de modo particular. Na
pessoa obesa, o peso do corpo pressiona as vértebras
e desgasta as articulações, podendo levar à hérnia
de disco. É comum o paciente sofrer com dores na
coluna e nas articulações dos membros inferiores,
como joelhos e tornozelos. Ao reduzir o peso
corporal é possível aliviar a carga sobre a estrutura
óssea, suavizar as dores e minimizar a incidência de
problemas articulares mais sérios.
Outras doenças (problemas
pulmonares, cânceres)
A condição de obesidade severa está associada
também a outros problemas de saúde, como
dificuldades respiratórias e apneia do sono, risco
aumentado de embolia pulmonar por alterações da
coagulação sanguínea e até alguns tipos de câncer
(útero, mama, intestino grosso). Vale ressaltar que
a desnutrição também pode estar presente na
obesidade. Muitas pessoas não fazem refeições
saudáveis, substituindo-as por comidas gordurosas e
frituras que não fornecem ao organismo os nutrientes
necessários.
4. CIRURGIA DA OBESIDADE
Estudos realizados com pacientes
obesos submetidos à cirurgia
bariátrica videolaparoscópica
comprovam a redução das seguintes
comorbidades:
diabetes (98%)
hipertensão arterial (95%)
disfunção respiratória (99%)
O que é
Tipos de cirurgia
A cirurgia bariátrica, também conhecida como
cirurgia da obesidade, cirurgia metabólica ou, mais
popularmente, redução de estômago, reúne técnicas
com respaldo científico destinadas ao tratamento da
obesidade e das doenças associadas ao excesso de
gordura corporal ou agravadas por ele. O conceito
metabólico foi incorporado há cerca de seis anos pela
importância que a cirurgia adquiriu no tratamento
das co-morbidades, como o diabetes e a hipertensão.
São aprovadas no Brasil quatro modalidades
diferentes de cirurgia bariátrica (além do balão
intragástrico, que não é considerado cirúrgico):
bypass gástrico, banda gástrica ajustável, duodenal
switch e gastrectomia vertical.
disfunção cardíaca (95%)
artrose (85%)
dislipidemia (98%)
incontinência urinária (95%)
irregularidade menstrual (99%)
Indicação
A cirurgia da obesidade é indicada para pacientes
que se encaixam em parâmetros determinados de
Índice de Massa Corpórea (IMC):
• acima de 40;
• entre 35 e 40 na presença de doença associada
As técnicas cirúrgicas diferenciam-se pelo mecanismo
de funcionamento. Existem três procedimentos
básicos da cirurgia bariátrica: os restritivos (que
diminuem a quantidade de alimento que o estômago
é capaz de comportar), os disabsortivos (que
reduzem a capacidade de absorção do intestino),
e aqueles que tem pequeno grau de restrição e
desvio curto do intestino com discreta mal-absorção,
chamadas de técnicas mistas.Todos podem ser
feitos por videolaparoscopia, menos invasivo e mais
confortável para o paciente.
Além disso, o paciente deve ter tentado perder
peso pelo tratamento clínico convencional por pelo
menos dois anos, sem sucesso. Essa exigência não
se aplica a casos de pacientes com IMC maior que
50 e para pacientes com IMC entre 35 a 49 com
doenças em evolução progressiva ou risco elevado.
Não há restrições em relação à idade, para pessoas
entre 18 e 65 anos. Em adolescentes e idosos,
considerados casos de exceção, recomenda-se uma
avaliação detalhada feita pelo cirurgião e por uma
equipe multidisciplinar. A família deve acompanhar
o paciente durante todo o período, especialmente na
recuperação.
Diversos estudos no Brasil e no exterior têm
comprovado ainda o benefício da cirurgia bariátrica
para pessoas com IMC entre 30 e 35 na presença
de diabetes. Pacientes nessas condições podem ser
operados em casos especiais, sempre acompanhados
por um endocrinologista.
A cirurgia é contraindicada em condições adversas
como:
• limitação intelectual significativa em pacientes sem
suporte familiar adequado;
• quadro de transtorno psiquiátrico não controlado,
incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas. No entanto,
quadros psiquiátricos graves sob controle não
contraindicam a cirurgia;
• doenças genéticas
16
17
bolsa
gástrica
Bypass gástrico (gastroplastia com desvio
intestinal em “Y de Roux”)
Estudado desde a década de 60, o bypass gástrico
é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil,
correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido
sua segurança e, principalmente, eficácia: perde-se
de 40 a 45% do peso inicial. Nesse procedimento
misto, é feito o grampeamento de parte do
estômago, reduzindo o espaço para o alimento, e um
desvio do intestino inicial, que promove o aumento
de hormônios que dão saciedade e diminuem a
fome. Essa somatória entre menor ingestão de
alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao
emagrecimento, além de controlar o diabetes e
outras doenças como a hipertensão arterial.
estômago
transposto
fígado
alça
alimentar
intestino
desviado
cólon
Gastrectomia vertical
Nesse procedimento o estômago é transformado
em um tubo, com capacidade de 80 a 100 ml. Essa
intervenção provoca boa perda de peso, comparável
à do bypass gástrico e maior que a proporcionada
pela banda gástrica ajustável. É um procedimento
relativamente novo, praticado desde o início dos anos
2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão,
doenças dos lípides (colesterol e triglicérides). Existe
ainda alguma controvérsia se esse é um método tão
eficaz quanto o bypass gástrico ou o duodenal switch
em relação ao controle do diabetes, mas de maneira
geral, é uma operação mais simples tecnicamente que
o bypass e diversos estudos nacionais e internacionais
mostram resultados promissores.
estômago
estômago
removido
alça
comum
Balão intragástrico
Banda gástrica ajustável
silicone
inflável
parede
do abdômem
estômago
botão
Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda
gástrica ajustável representa 5% dos procedimentos
realizados no País. Apesar de não promover mudanças
na produção de hormônios como o bypass, essa
técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso
(20 a 30% do peso inicial), o que também ajuda no
tratamento do diabetes. Instala-se anel de silicone
inflável ajustável ao redor do estômago, que aperta
mais ou menos o órgão tornando possível controlar
o esvaziamento do alimento. O anel é ligado a um
botão que fica embaixo da pele e pode ser alcançado
por uma agulha de injeção. Assim, é possível injetar
água destilada para apertar mais o estômago ou
esvaziá-lo para aliviar a obstrução.
Reconhecido como terapia auxiliar para preparo
pré-operatório, trata-se de um procedimento não
cirúrgico, realizado por endoscopia para o implante
de prótese de silicone, visando diminuir a capacidade
gástrica e provocar saciedade. O balão é preenchido
com 500 ml do líquido azul de metileno, que, em caso
de vazamento ou rompimento, será expelido na cor
azul pela urina. O paciente fica com o balão por um
período médio de seis meses. Vale ressaltar que esse
procedimento não é coberto pelas redes SUS e de
Saúde Suplementar, podendo ser realizado somente
no atendimento particular. É indicado para pacientes
com sobrepeso ou no pré-operatório de pacientes
com superobesidade (IMC acima de 50 kg/m2).
balão
intragástrico
estômago
vesícula biliar
Duodenal switch
É a associação entre gastrectomia vertical e
desvio intestinal, em que 85% do estômago são
retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua
fisiologia de esvaziamento são mantidas. O desvio
intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando
ao emagrecimento. A técnica foi criada em 1978,
corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda
de 40 a 50% do peso inicial.
18
desvio do
intestino
delgado
pâncreas
intestino
grosso
15% de
estômago
desvio do
intestino
delgado
Regulamentação no Brasil
As técnicas relacionadas no item anterior constam no
Consenso Brasileiro Multissocietário em Cirurgia da
Obesidade. Todas são atualmente reconhecidas pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM),
recomendadas mundialmente e seus resultados e
riscos estão disponíveis em consistentes publicações
médicas científicas. Podem ser realizadas por
laparotomia (cirurgia aberta) ou videolaparoscopia
(cirurgia menos invasiva).
Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas
para o controle da obesidade não relacionados no
Consenso Bariátrico não apresentam indicação atual
de utilização ou encontram-se em fase de estudos.
Até o momento, não apresentam documentação
científica consistente que permita sua realização
19
fora de protocolos de pesquisa devidamente
regulamentados pelo Conselho Nacional de Ética em
Pesquisa (CONEP).
O paciente que tenha indicação para cirurgia bariátrica
deve conversar com o médico que já o acompanha
e, ao tomar a decisão, procurar um profissional
habilitado e com experiência comprovada nessa
área, evitando aqueles que pratiquem técnicas não
aprovadas pelo CFM ou que prometam soluções
milagrosas.
Benefícios para a saúde
Os benefícios da cirurgia bariátrica são perda de
peso, remissão das doenças associadas à obesidade,
como diabetes e hipertensão, diminuição do risco de
mortalidade, aumento da longevidade e melhoria
na qualidade de vida. Os riscos são os mesmos
de outras cirurgias abdominais, por isso deve ser
feita em hospital com estrutura adequada e por
médicos associados da SBCBM que pratiquem os
procedimentos regulamentados pelo CFM.
Vale lembrar, porém, que apesar dos inúmeros
benefícios, a cirurgia bariátrica é apenas o primeiro
passo de uma jornada rumo a uma vida saudável.
O paciente precisará passar por uma mudança de
hábitos, abandonando antigos costumes nocivos
e adotando uma forma de vida mais saudável, que
inclui dieta equilibrada e prática de exercícios.
Antes, durante e depois
Além de pelo cirurgião bariátrico, a obesidade deve
ser tratada por profissionais habilitados para avaliar,
orientar e acompanhar o paciente nos âmbitos clínico,
ambulatorial e hospitalar. Esses profissionais dividem
tarefas com o cirurgião bariátrico e contribuem para
o alcance e a manutenção dos bons resultados, assim
como para a resolução das situações adversas.
Pré-operatório
O preparo pré-operatório otimiza a segurança e
os resultados da cirurgia bariátrica. É é pedido ao
paciente que se esforce para perder um pouco de
peso antes da cirurgia, pois alguns quilos a menos
podem oferecer melhores condições à anestesia
geral e à operação. Também é obrigatório, nessa fase,
20
preencher o Consentimento Informado, documento
em que o paciente reconhece estar devidamente
informado sobre os benefícios e riscos da cirurgia.
No pré-operatório, o paciente deve realizar uma série
de exames como endoscopia digestiva, ultrassom
abdominal e hemograma, além de passar em
consulta com os profissionais obrigatórios: cirurgião,
cardiologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista.
A cirurgia
Na operação por laparoscopia são realizadas de cinco
a sete pequenas incisões de 0,5 a 1,2 cm. Insufla-se
a cavidade abdominal com gás carbônico, criando
assim espaço dentro dela para que o cirurgião
possa trabalhar com o auxilio de uma videocâmera,
instrumentos e grampeadores especiais. A cirurgia
leva de 1h a 2 h, em média, e o paciente recebe alta
em 36 horas. Na cirurgia aberta, o tempo estimado
é de 2h a 3h e o paciente fica cerca de seis dias
internado.
que privilegia a má absorção de alimentos. Nas
operações abertas recomenda-se ao paciente uso
da faixa abdominal, atividade física, complemento
vitamínico e substituição de anticoncepcionais por
preservativos. Mais raramente, a cirurgia pode gerar
complicações como infecção, tromboembolismo
(entupimento de vaso sanguíneo), deiscências
(separações) de suturas, fístulas (desprendimento
do grampo), obstrução intestinal, hérnia no local do
corte, abscessos (infecções internas) e pneumonia.
Sintomas gastrointestinais podem aparecer após a
refeição. Os pacientes predispostos devem ter alguns
cuidados como reduzir o consumo de carboidratos,
comer mais vezes ao dia, mas em pequenas
quantidades e evitar a ingestão de líquidos durante
as refeições.
• Acompanhamento nutricional
O paciente deve fazer consultas e exames
laboratoriais periódicos no pós-operatório, conforme
o tipo de cirurgia e as rotinas estabelecidas
pela equipe responsável. O cirurgião e a equipe
multidisciplinar, o paciente ou seus responsáveis, os
familiares e as fontes pagadoras públicas e privadas
devem se assegurar de condições para seguimento
pós-operatório adequado. Comorbidades devem ser
acompanhadas, quando houver necessidade, pelos
respectivos especialistas.
Entendendo que a cirurgia bariátrica é apenas
o primeiro passo rumo à cura da obesidade,
o nutricionista tem papel fundamental no
acompanhamento do paciente nessa jornada. Esse
profissional vai dar toda a orientação necessária
para a dieta líquida pós-operatória, sua evolução
para a pastosa e, finalmente, sua transição definitiva
para a alimentação normal. O paciente deverá
aprender a comer pouco e bem, várias vezes ao dia,
e optar por alimentos pouco calóricos e com alto
teor vitamínico, abandonando hábitos nocivos. A
reeducação alimentar ajudará não só a perder peso,
mas também a mantê-lo por toda a vida. O paciente
não está proibido de consumir doces, refrigerantes
ou outras guloseimas de vez em quando, porém
esses alimentos não devem fazer parte da sua rotina
e a quantidade deve ser controlada.
Algumas reações que podem ocorrer no pósoperatório são desnutrição, fezes de forte odor
e diarreias, quase que exclusivamente naqueles
submetidos ao duodenal switch, que é uma operação
Muitas vezes existem expectativas depositadas no
emagrecimento que não vão ser atingidas com a
perda de peso, pois dizem respeito a frustrações
anteriores ou mesmo a um quadro de imaturidade
diante da vida. Outro fator é a discordância de tempo
entre cirurgia e transformação psíquica: se a cirurgia
demora, em média, de 90 minutos, a transformação
do estilo de vida de uma pessoa leva anos. Não se
pode dizer que a cirurgia bariátrica só funciona para
quem se submete à psicoterapia, mas a presença de
profissionais orientadores e facilitadores do processo
de transformação podem ajudar o paciente a se
descobrir mais saudável e feliz em um novo estilo de
vida.
Alguns pacientes podem necessitar de cirurgias
plásticas após a cirurgia bariátrica para remoção
do excesso de pele. Nesse caso, as plásticas são
consideradas cirurgias reparadoras, não estéticas.
Pós-operatório
Nas operações realizadas por videolaparoscopia, o
período pós-operatório costuma ser tranquilo, com
pequeno desconforto nos locais das incisões. É muito
importante salientar que a dieta líquida deve ser
seguida rigorosamente nos primeiros 10 dias. Após
esse período, haverá nova orientação nutricional
com evolução da dieta. Em decorrência da restrição
gástrica, mínimas quantidades de alimento várias
vezes ao dia são suficientes para gerar saciedade
plena. Em média, o paciente deve consumir entre
250g a 400g por refeição.
de estresse surgem, como ansiedade, ciúmes do
parceiro, rivalidade, desejo de liberdade etc.
• Acompanhamento psicológico
O acompanhamento psicológico tem foco preventivo
e educativo, no modo como cada paciente vive sua
experiência de emagrecimento. Junto com o novo
corpo, as relações familiares e sociais se transformam
porque a relação do indivíduo consigo mesmo
também muda. É difícil imaginar que, ao emagrecer,
algo possa mudar para pior, mas novos fatores
21
5. RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO DA CIRURGIA DA OBESIDADE
6. MITOS E VERDADES SOBRE A CIRURGIA DA OBESIDADE
Preço das cirurgias
Economia para a fonte pagadora
“Em um ano de pós-operatório, o paciente
normalmente engorda.”
Em 2010 foram realizadas no Brasil 60 mil cirurgias
bariátricas, 35% por videolaparoscopia (menos
invasiva). Nos principais centros de referência
em cirurgia bariátrica das capitais brasileiras, o
procedimento pelo método aberto custa entre R$10
mil e R$ 15 mil, enquanto o menos invasivo varia entre
R$15 mil e R$ 25 mil. O uso de equipamentos mais
avançados para realizar a cirurgia videolaparoscópica
reflete, naturalmente, um maior custo no
procedimento, diferença que é compensada pela
redução do tempo do centro cirúrgico, por menos
dias de internação e pela diminuição dos riscos ao
paciente, que poderiam levar a novas idas ao hospital.
Além disso, o paciente pode voltar ao trabalho mais
rapidamente, reduzindo ainda despesas relativas
à previdência e aos dias de afastamento. A taxa de
mortalidade média é de apenas 0,23%, menor que a
de outras cirurgias como vesícula, apêndice, coração
e cérebro, e bem abaixo do índice de 3,5% de mortes
registradas na fila de espera da cirurgia pelo SUS.
Mesmo representando uma despesa inicial mais
elevada para a fonte pagadora, a cirurgia menos
invasiva representa uma econômica em médio prazo,
amortizando-se em cerca de 6 meses. Para se ter
uma ideia, outras cirurgias abdominais como as de
vesícula e apêndice já são, na grande maioria dos
casos, realizadas por videolaparoscopia. Os custos da
cirurgia bariátrica menos invasiva são inteiramente
justificáveis, levando-se em conta sua eficácia e
segurança, especialmente quando comparados
aos os gastos do tratamento da obesidade e suas
doenças associadas.
Custo médio (R$)
Duração da cirurgia
MITO.
Na maioria dos casos, o ganho de peso ocorre
quando o paciente não assume hábitos saudáveis,
como adotar dieta menos calórica e mais nutritiva e
praticar exercícios físicos com regularidade.
ABERTA
R$ 15 mil a 25 mil
R$ 10 mil a 15 mil
40 min a 1h30
2a3h
VERDADE.
“Quem faz a cirurgia bariátrica fica propenso
a alcoolismo, uso de drogas ou comportamento compulsivo para compras.”
MITO.
36 h
120 h (5 dias)
10 dias
30 a 60 dias
Número e tamanho
da incisão (corte)
5 de 0,5
a 1,2 cm cada
1
de no mínimo 20 cm
Não existe nenhuma evidência científica de que, no
pós-operatório, o paciente tenda ao alcoolismo ou
ao uso de drogas. Quanto à compulsão por compras,
o histórico mostra que, ao perder peso, o paciente
resgata a autoestima e passa a ter prazer em adquirir
roupas e outros produtos de uso pessoal. Pode-se
evitar o comportamento compulsivo por meio do
acompanhamento psicológico.
Incidência de hérnia
no corte (incisional)
em 1 ano
3%
30%
“A mulher pode engravidar no pós-operatório.”
Tempo de internação
Retorno à rotina
normal
Custo de re-operação
e internação (R$)
Cirurgias realizadas
em 2010 no Brasil *
Dor pós-operatória
VERDADE.
8.000,00
8.000,00
21 mil (35%)
39 mil (65%)
Leve, por 1 dia
ou inexistente
Moderada a intensa,
por 7 dias
VERDADE.
Somente em algumas situações especiais não é
possível realizar a cirurgia por essa via de acesso,
como em pessoas que foram submetidas a cirurgias
abdominais prévias.
“Perde-se a mais peso nos primeiros seis meses.”
A perda mais significativa de peso ocorre nos
primeiros seis meses. Daí a importância de o paciente
ser disciplinado quanto às recomendações médicas
nessa primeira etapa do pós-operatório.
VIDEOLAPAROSCÓPICA
“Sempre é possível fazer a cirurgia via laparoscopia.”
Após 15 meses de resguardo pós-operatório, a
paciente é liberada para engravidar sem riscos.
Durante esse período, em que é proibido o uso de
remédios anticoncepcionais, é prudente o uso de
preservativos.
“A depressão é uma consequência comum
para quem faz a cirurgia.”
MITO.
Não existe uma tendência. Se o paciente ficar
deprimido, isso pode se dever a outros fatores
que precisam ser investigados por psicólogo ou
psiquiatra.
“Há tendência à anemia no pós-operatório.”
VERDADE.
De fato, o paciente tende à anemia, sobretudo a
mulher em função da menstruação, da perda de
ferro e da pouca presença de carne vermelha na
dieta. O quadro de anemia pode ser revertido com a
reintrodução da dieta sólida, que permite a ingestão
de alimentos ricos em ferro ou, se necessário, com a
utilização de suplementos vitamínicos.
“Depois da operação, é comum a intolerância
a leite.”
MITO.
Não há reações adversas ao consumo de leite e
derivados, que, ao contrário, são recomendados
como fonte de cálcio, sobretudo para as mulheres.
*Por ano, além das cerca de 60 mil cirurgias realizadas na Saúde Suplementar, o SUS registra crescimento de 800% e já realiza em média quatro mil cirurgias.
Fonte: SBCBM.
22
23
“O apoio da família e à família é indispensável.”
VERDADE.
Por meio da máxima informação possível e consulta
psicológica, se preciso, deve-se dar toda a assistência
e orientação à família do paciente. Os novos
hábitos a serem adotados pelo paciente devem ser
compartilhados e estimulados por todos com quem
convive.
“A cirurgia causa problemas renais.”
7. SOBRE A SBCBM
Release Institucional
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA
BARIÁTRICA E METABÓLICA - SBCBM
Entidade que reúne médicos especializados em cirurgia da obesidade é uma das mais representativas de todo o mundo.
MITO.
Não há tendência a problemas renais.
“O paciente sente muitas dores no primeiro
mês do pós-operatório.”
MITO.
Normalmente, as dores se manifestam somente no
primeiro dia, por ser necessário inflar o abdômen com
gás carbônico para possibilitar a melhor manipulação
dos órgãos internos por videolaparoscopia.
“O paciente pode ser operado mesmo que
sofra de gastrite.”
VERDADE.
Não há restrição médica ao paciente que tem gastrite.
“Depois da cirurgia bariátrica, o paciente
deve fazer cirurgia plástica corretiva.”
MITO.
Nem sempre é necessário fazer cirurgia plástica
após o procedimento bariátrico. Cada caso deve ser
avaliado criteriosamente pela equipe multidisciplinar
responsável pelo tratamento.
“Às vezes, durante a laparoscopia, é preciso
converter a cirurgia em procedimento aberto.”
VERDADE.
Algumas situações exigem que o cirurgião converta
a videolaparoscopia em procedimento aberto. Essa
decisão é baseada em segurança e só pode ser
tomada durante o ato operatório.
24
Fundada em 1996, um ano após a criação da
Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade
(IFSO), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM) é a segunda maior sociedade
profissional do mundo dedicada à especialidade em
cirurgia bariátrica. Conta com aproximadamente 900
cirurgiões associados, muitos deles reconhecidos
como líderes internacionais pela excelência no
tratamento da obesidade. Além da brasileira, existem
hoje sociedades congêneres em diversos países,
como Estados Unidos, Espanha, França, Itália, Japão,
Índia, Austrália, México, Suíça e República Tcheca,
todas congregadas pela Federação Internacional para
Cirurgia da Obesidade e da Síndrome Metabólica
(IFSO, na sigla em inglês).
promovidos em longo prazo pela cirurgia bariátrica
e metabólica. A medida visa atender às necessidades
específicas de pacientes obesos e aos papéis e às
responsabilidades exclusivas dos provedores deste
tipo de cirurgia.
Desde 1998, quando realizou o 1º Congresso
Brasileiro de Cirurgia da Obesidade, em São Paulo,
a SBCBM vem promovendo anualmente eventos
científicos e acadêmicos para aprofundar o debate
sobre a obesidade, o diabetes e a cirurgia bariátrica,
com um número cada vez maior de participantes.
A iniciativa também busca promover o intercâmbio
de experimentos e novas tecnologias aplicadas a
esse segmento da medicina. Nesse período, foram
lançadas publicações inéditas no País, disponíveis na
sede da entidade, como Cirurgia da Obesidade, Video
Atlas of Obesity Surgery, Bariátrica e Metabólica, além
das bases do Capítulo Latino-Americano da IFSO.
PERFIL DO PRESIDENTE
Em 2005, a assembleia da sociedade incluiu o
termo “metabólica” em sua designação pela
importância que a cirurgia adquiriu no tratamento
das comorbidades. O pioneirismo serviu de exemplo
para entidades bastante representativas como a IFSO
e ASBS (American Society for Metabolic and Bariatric
Surgery), que também fizeram o mesmo.
Em meados de 2010, a SBCBM lançou um programa
para ampliar o foco da entidade na segurança, nos
cuidados e nos benefícios à saúde do paciente
Uma das maiores preocupações da SBCBM é fornecer
informações seguras e confiáveis ao paciente,
esclarecendo dúvidas sobre a cirurgia bariátrica.
Também é possível consultar a relação dos médicos
brasileiros habilitados a realizar o procedimento. Os
dados estão disponíveis no site da entidade: www.
sbcbm.org.br.
Dr. Ricardo Cohen
Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica desde novembro de
2010.
Doutor em Cirurgia pela Faculdade de
Medicina da USP desde 1996.
Pesquisador do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz (São Paulo).
Apresentações em mais de 100 congressos,
cursos e simpósios, no Brasil e exterior.
Autor de cinco livros sobre cirurgia bariátrica e
metabólica, 25 capítulos em livros nacionais e
estrangeiros, 21 artigos em revistas nacionais
e 30 artigos em periódicos estrangeiros.
25
8. FONTES CONSULTADAS
• Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica - SBCBM
9. GLOSSÁRIO
• Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS
Alimentação saudável
Caloria
• Datasus
Dieta balanceada, composta de proteínas,
carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas e minerais.
Para isso, necessitamos de uma dieta variada, que
tenha todos os tipos de alimentos.
Medida usada para expressar o calor ou o valor
energético do alimento e da atividade física. É definida
como o valor necessário para elevar a temperatura de
1 kg (1 l) de água de 14,5 a 15,5 graus centígrados.
• Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC
• Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia - SBEM
• Ministério da Saúde
Balão intragástrico
Desnutrição
• Organização Mundial da Saúde - OMS
Tratamento temporário para indivíduos com
sobrepeso ou obesidade leve. Também pode ser
utilizado nos obesos mórbidos e superobesos como
forma de melhor prepará-los para o procedimento
definitivo. O paciente é sedado para a colocação do
balão por endoscopia. Normalmente o paciente fica
com o balão por um período de aproximadamente
seis meses.
A desnutrição pode ser o resultado de pouca
alimentação ou alimentação excessiva de baixo valor
nutritivo. Ambas as condições são causadas por
um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a
ingestão de nutrientes essenciais.
• Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e Síndrome Metabólica - ABESO
Banda gástrica
Técnica cirúrgica em que se instala um anel de silicone
inflável ajustável ao redor do estômago. Quando
insuflado, o anel aperta mais ou menos o estômago,
tornando possível controlar o esvaziamento do
alimento.
Bariátrica (cirurgia)
Intervenções realizadas no aparelho digestivo
para tratamento da obesidade com o objetivo de
pr¬omover a redução do peso e a melhora das
doenças associadas.
Duodenal switch
Técnica cirúrgica que associa a gastrectomia vertical
e o desvio intestinal. Parte do estômago é retirada,
porém mantém-se a anatomia básica do órgão e sua
fisiologia de esvaziamento.
Diabetes
Distúrbio na secreção e na ação da insulina, hormônio
produzido pelo pâncreas que permite que a glicose
proveniente dos alimentos seja digerida e absorvida
pelo organismo. Devido a essa deficiência, a glicose
não absorvida pelas células do corpo acaba sendo
eliminada na urina ou se acumula no sangue. No
diabetes tipo 1 (genético), o organismo não consegue
produzir insulina e, no diabetes tipo 2 (adquirido),
geralmente há uma combinação de deficiência da
produção de insulina com resistência ao hormônio.
Bypass gástrico
Técnica cirúrgica em que parte do estômago é
grampeada e isolada do restante, que não é mais
utilizado.
Doença vascular
Doença relativa aos vasos sanguíneos, como
retinopatia, nefropatia, neuropatia e aterosclerose.
Obesidade sem marcas
Cirurgia menos invasiva é um direito
26
27
Exercícios físicos
IMC
Peso ideal
Videolaparoscopia
A prática de exercícios físicos melhora a saúde
e a qualidade de vida, reduz a gordura corporal,
hipertrofia os músculos, fortalece os tendões,
aumenta a flexibilidade das articulações, eleva a
capacidade aeróbica e o grau de oxigenação dos
tecidos.
O índice de massa corporal é reconhecido como
padrão internacional para avaliar o grau de obesidade.
O IMC é calculado dividindo o peso (em kg) pelo
quadrado da altura (em m). A fórmula matemática é
IMC = peso/altura².
Deve levar em conta vários fatores, como sexo,
idade, prática de atividade física e constituição do
organismo. Mas, conforme a Organização Mundial
da Saúde, o peso ideal pode ser calculado por meio
do índice de massa corporal, IMC, que envolve peso e
altura da pessoa.
Método cirúrgico no qual são realizadas algumas
pequenas incisões de 0,5 a 1,2 cm por onde
passam cânulas, que permitem ao cirurgião
acesso à cavidade abdominal sem a necessidade
cortes. A cirurgia é realizada com o auxilio de
uma videocâmara e instrumentos especiais.
Com isso, cai o tempo de internação e reduzemse o tempo de cirurgia, a dor pós-operatória e os
riscos de infecções e complicações.
Light e Diet
Gastrectomia vertical
Operação restritiva em que 85% do estômago são
retirados, porém mantém-se a anatomia básica do
órgão e sua fisiologia de esvaziamento.
Gastroplastia com Y de Roux
Técnica cirúrgica em que é feito o grampeamento
de parte do estômago, reduzindo o espaço para
o alimento, e um desvio no início do intestino, o
que promove o aumento de hormônios que dão
saciedade e diminuem a fome. Essa somatória
entre menor ingestão de alimentos e aumento da
saciedade é o que leva ao emagrecimento.
Gordura
A gordura constitui uma fonte de energia concentrada,
formada por ácidos graxos. As gorduras podem
ser saturadas, monoinsaturadas ou poliinsaturadas.
Alimentos ricos em gorduras saturadas costumam
ser de origem animal. As gorduras vegetais são, em
geral, insaturadas. As saturadas elevam o nível de
colesterol no sangue. O colesterol existe nos alimentos
animais, mas não nos de origem vegetal. É essencial
para o metabolismo, mas não é necessário na dieta,
pois nosso corpo pode produzir todo o colesterol de
que precisa. O alto nível de colesterol no sangue é
associado ao aumento do risco de doenças cardíacas.
Quilo
Os produtos light sofrem redução de, no mínimo,
25% em um de seus ingredientes como gorduras,
açúcares, colesterol etc. Já os produtos diet são
produzidos para atender a determinada classe e
restringem totalmente um dos seus ingredientes
para atender a esse fim – por exemplo, no caso de
pessoas que têm restrições nutricionais severas,
como os diabéticos.
Morbidade
É todo o tipo de complicação provocada por
determinada doença que põe em risco a saúde do
paciente. Na obesidade, por exemplo, o paciente que
está muito acima do peso pode sofrer de complicações
cardíacas, respiratórias, dermatológicas, oncológicas,
entre outras.
28
Síndrome metabólica
Conhecida como síndrome de resistência à insulina
ou síndrome X, é uma combinação de diabetes tipo
2 ou tolerância reduzida à glicose com dislipidemia
(triglicérides altos e HDL colesterol baixo), hipertensão
arterial, obesidade central e/ou tendências prótrombóticas.
Sobrepeso
Excesso de gordura corporal que não chega a ser
obesidade, resultando em um IMC entre 25,1 e 29,9.
Nutrição
É o processo biológico pelo qual o organismo
assimila alimentos ou nutrientes para a realização das
funções vitais, tais como crescimento, movimento,
reprodução etc.
Obesidade
Acúmulo de gordura corporal, levando a um aumento
de peso superior a 25% do peso ideal.
Hipertensão arterial
A famosa “pressão alta” é a elevação da pressão arterial
para números acima dos valores considerados padrão
pela medicina (140/90mHg). Essa elevação anormal
pode causar lesões em diferentes órgãos do corpo
humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos.
Termo pelo qual popularmente é chamada a unidade
de peso quilograma (kg).
Obeso
Pessoa com excesso de gordura corporal, o que leva
a um aumento da frequência de algumas doenças
e, consequentemente, do risco de mortalidade. É
considerado obeso o indivíduo com IMC superior a
30 kg/m2.
Subnutrição
É a deficiência de nutrientes essenciais e pode ser
resultado da ingestão insuficiente de nutrientes,
devido a uma dieta pobre.
Tratamento da obesidade
O tratamento da obesidade é simples na prática,
mas a dificuldade é fazer com que o paciente perca
peso e mantenha-o após o tratamento. Dessa forma,
deve-se encorajar intensamente o indivíduo obeso
a perder peso por meio da reeducação de hábitos
alimentares e de vida.
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10. CONTATOS
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Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica