Redução do peso aumenta fertilidade feminina Existe uma relação

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Redução do peso aumenta fertilidade feminina
Existe uma relação entre a obesidade e a alteração da produção de insulina, liberada pelo pâncreas,
que pode levar a uma condição de infertilidade, conhecida como Síndrome do Ovário Policístico
(SOP). Esse problema está associado a ciclos menstruais irregulares, anovulação (diminuição ou
parada da ovulação) e níveis elevados de hormônios, diminuindo, dessa forma, as chances de
gestação.
O excesso de gordura corporal influencia, ainda, a produção do hormônio liberador de
gonadotropina (GnRH), essencial para regular a ovulação nas mulheres. Esse hormônio é
responsável pela liberação do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH),
ambos fundamentais para o desenvolvimento de óvulos.
“Mulheres obesas que pensam em ser mãe precisam de um acompanhamento médico prévio, pois,
além da dificuldade para conseguir engravidar, o risco de uma gestação complicada é muito alto.
Quanto maior o grau de obesidade, maior o problema para a mulher e para o feto”, destaca o
cirurgião especialista em obesidade, Dr. Roberto Rizzi.
Um estudo realizado nos Estados Unidos, na Brown University School of Medicine, avaliou 54
mulheres em idade sexualmente ativa com obesidade mórbida antes e depois de serem submetidas à
cirurgia bariátrica, conhecida popularmente como cirurgia de redução de estômago.
As mulheres tiveram um índice de massa corporal (IMC) de 45 antes da cirurgia, que significa que
estavam com cerca de 50 kilos a mais que o peso recomendado. O IMC é uma medida internacional
usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. Ele é determinado pela divisão do peso da
pessoa pela sua altura ao quadrado.
Antes do procedimento cirúrgico, 63% das mulheres apresentaram algum problema de disfunção
sexual. As pacientes que foram submetidas à cirurgia perderam em média 40% do peso em seis
meses e, em uma nova avaliação, apenas 32% das mulheres ainda apresentavam alguma disfunção
sexual. “A cirurgia bariátrica é muito benéfica para mulheres com obesidade extrema, é uma ajuda
rápida na função sexual. Há uma melhora hormonal e na auto estima da mulher, que se sente mais
bonita e atraente”, diz Dr. Rizzi.
Quase todas as mulheres do estudo relataram melhoras em todos os aspectos da função sexual,
incluindo o desejo, excitação e satisfação.
No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão
em estado de obesidade mórbida, ou seja, estão com pelo menos 40 quilos acima do peso corporal
ideal.
A cirurgia de redução do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa
corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou
mulher. O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o
paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras
doenças associadas à obesidade. “A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já
tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais”, diz Dr. Rizzi.
A cirurgia, porém, não garante a redução de peso em definitivo. O paciente precisa fazer uma
adaptação a sua nova realidade e contar com acompanhamento de profissionais da saúde para se
adaptar a sua nova rotina. “O paciente perde muito peso com a cirurgia, porém, para manter o peso
saudável é preciso uma mudança radical no estilo de vida e adotar hábitos saudáveis, como controlar
a alimentação e praticar atividades físicas”, ressalta Dr. Rizzi.
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