SEPI - Sistema de Ensino Presencial Integrado

Propaganda
Módulo 11 - Estruturas de Mercado
Nos módulos anteriores pudemos analisar os fatores que determinam a oferta e a
demanda de bens e ser de bens e serviços. Na análise da determinação dos preços
no mercado, constatamos que o preço e a quantidade de equilíbrio nos seria
resultado automático da ação da oferta e da demanda. No entanto, é preciso
destacar que na análise do equilíbrio de mercado partimos da hipótese que existiam
muitos produtores e consumidores, onde nenhum deles teria o poder de influenciar
os preços e quantidades de equilíbrio, e não haveria a interferência nem do governo
nem de oligopólios neste mercado. Implicitamente, supunha-se uma estrutura
específica de mercado, a de concorrência perfeita.
No entanto, é preciso ter em mente que oferta e demanda interagem de modo que
apresentam resultados muito diferentes em cada mercado, pois cada um tem
características específicas, como: o tipo de produto; as condições tecnológicas; o
número de empresas que compõem este mercado, que definem a concorrência;
acesso à informação; se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas
nesse mercado.
As estruturas de mercado seriam, portanto, modelos que captam aspectos de como
os mercados estão organizados, destacando alguns aspectos essenciais da
interação entre oferta e demanda. No entanto, estes mercados estariam organizados
seguindo o princípio da racionalidade, e da busca de otimização de resultados por
parte
dos
produtores.
O critério geralmente utilizado para classificar os diferentes tipos de mercados é
aquele que se refere ao número de agentes econômicos que dele participam. A
concorrência, que nada mais é que a forma de organizar os mercados que permite
determinar os preços e quantidades de equilíbrio, estaria pautada primordialmente
por este critério. A concorrência que se estabelece entre um grande número de
produtores (concorrência perfeita) será diferente daquela em um mercado com um
número limitado de vendedores (oligopólio). Se a concorrência inexiste, o mercado
seria controlado por um só produtor (monopólio).
Assim, as principais estruturas de mercado são concorrência perfeita, monopólio,
concorrência monopolística (ou imperfeita) e oligopólio. Esses quatro modelos de
mercado diferem quanto ao número de firmas na indústria, quanto à produção de um
produto padronizado ou à tentativa de diferenciar seus produtos das demais firmas,
e quanto à facilidade ou dificuldade que outras firmas enfrentam para entrar na
indústria.
Na microeconomia tradicional, para todas estas estruturas de mercado, parte-se do
pressuposto de que o objetivo principal das firmas é a maximização dos lucros, no
curto ou no longo prazo. O lucro total seria dado pela diferença entre as receitas de
vendas da empresa e seus custos totais de produção. Para maximizar o lucro, a
firma deverá escolher o volume de produto no qual a diferença entre a receita total
de venda e o custo total de produção seja a maior possível.
LT = RT – CT,
Onde:
LT:
RT:
recita
CT: custo total de produção.
lucro
total
de
total;
vendas;
A empresa maximizará seu lucro com um nível de produção onde receita marginal
seja igual a custo marginal. Isto significa, em outras palavras, que a receita adicional
para se produzir uma unidade do produto é igual ao custo adicional para se elevar
esta produção em uma unidade. Temos, então:
RMg = CMg ou
Onde:
variação
da
:
Variação
q: variação na quantidade produzida.
do
receita
custo
total;
total:
Se uma empresa aumenta a produção, e a receita adicional (RMg) for maior que o
custo adicional (CMg), o lucro estará aumentando, e a firma ainda não atingiu o
equilíbrio. Neste caso, o produtor desejará elevar a produção, porque cada unidade
adicional fabricada aumenta os seus lucros, já que sua receita marginal é maior que
seu custo marginal. Se, por outro lado, temos um nível de produção onde a receita
marginal for menor que o custo marginal, a cada unidade adicional que o produtor
deixa de produzir seus lucros aumentam, e o empresário terá interesse em reduzir a
produção. Também neste caso a firma não terá alcançado o equilíbrio. O equilíbrio
se dará apenas no nível de produção onde receita marginal iguala custo marginal,
pois neste caso o lucro será máximo.
11.1. A Concorrência Perfeita
A concorrência perfeita ou pura caracteriza-se pela existência de um grande número
de produtores (firmas), de tal maneira que uma empresa isoladamente não
consegue interferir nos níveis de oferta do mercado, e não tem, portanto, poder para
determinar os preços de equilíbrio. Neste mercado, é a interação entre oferta e
demanda
que
determina
preço.
Então, as principais hipóteses do modelo de concorrência perfeita são as que
seguem:
a) Mercado atomizado: existe um número elevado de ofertantes e demandantes,
como “átomos”. Isto significa que cada agente isolado exercerá pouca influência
sobre o mercado como um todo, não tendo condições de afetar a determinação de
preços. Desta forma, se um produtor individual elevar ou diminuir a quantidade
produzida, isto não influirá sobre o preço de mercado do bem que produz.
b) Produto homogêneo (ou padronizado): supõe-se que todas as firmas oferecem
um produto semelhante; não existem diferenças de embalagem, nem de qualidade
entre os produtos neste tipo de mercado. Assim, se o preço cobrado for o mesmo
para todas as firmas, os consumidores serão indiferentes em relação a qual produtor
irão comprar o produto desejado. Nesta estrutura de mercado, os produtores não
fazem nenhum tipo de diferenciação de produto, e não tentam adotar outras formas
de concorrência extra-preço.
c) Tomadores de preço ou price-takers: como as firmas não exercem controle
significativo sobre o preço do produto, o produtor individual em concorrência pura é
um tomador de preço, já que a firma não pode influenciar o preço de mercado,
apenas ajustar-se a ele. Isto ocorre porque em concorrência perfeita, cada firma
produz uma fração tão pequena da produção total, que aumentar ou diminuir sua
produção não acarretará um impacto significativo sobre a oferta total nem sobre o
preço de equilíbrio.
d) Transparência do Mercado: isto significa que todos os que participam do
mercado, tanto consumidores quanto produtores, têm amplo acesso às informações
relevantes e amplo conhecimento das condições gerais em eu opera o mercado,
sem incorrer em custos. Isto significa que todos os agentes econômicos conhecem
preços, qualidade, custos, receitas, lucros, etc.
e) Livre entrada e saída: isto significa que novas firmas podem entrar e sair das
indústrias em concorrência perfeita. Não existem obstáculos significativos (legais,
financeiros, tecnológicos, etc) que proíbam novas firmas de produzirem e venderem
sua produção em qualquer mercado competitivo. O mercado é sem barreiras à
entrada e à saída, tanto de vendedores como de compradores.
f) Mobilidade de bens: existe uma completa mobilidade de produtos entre regiões,
o que implica a inexistência de custos de transporte. Não se considera a localização
espacial de produtores e consumidores. Um consumidor de Fortaleza paga o mesmo
que um consumidor de Sobral pelo mesmo produto.
g) Não existem externalidades: não existem influências de fatores externos nos
custos das firmas e na satisfação dos consumidores, ou seja, nenhuma firma influi
no custo das outras, e nenhum consumidor influi no consumo dos outros.
h) Concorrência perfeita no mercado de insumos: isto significa que todas as
firmas apresentam a mesma estrutura de custos, e os preços dos insumos são
dados.
Como podemos observar, o mercado em concorrência perfeita representa uma
estrutura ideal de mercado, sem barreiras e sem interferências, o que não
corresponde à realidade cotidiana da economia. No entanto, esta estrutura ideal
serve como referência para a construção de modelos que estejam mais próximos da
realidade. Apenas o mercado de produtos agropecuários poderia ser um exemplo
que se aproxima do modelo de concorrência perfeita.
Neste mercado, como vimos, o preço de equilíbrio é determinado pela interação
entre a oferta e a demanda do produto no mercado. A um dado preço, as firmas
decidem qual a quantidade que irão ofertar. Assim, cada firma aceitará o preço como
um dado fixo, sobre o qual não pode influir.
A partir do preço de equilíbrio, cada empresa individual produzirá a quantidade que
indica sua curva de oferta pra dado preço, a qual será condicionada por seus custos
de produção.
GRÁFICO 11.1 – EQUILÍBRIO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
A curva de demanda de uma firma em concorrência perfeita será uma reta. Isto
porque como a firma é tomadora de preços, não tendo condições de alterar
isoladamente o preço ou praticar um preço superior ao estabelecido no mercado, ao
preço estabelecido pelo mercado ela poderá vender o quanto puder, estando
limitada apenas por seu tamanho e por sua estrutura de custos.
Se a empresa quiser vender a um preço mais alto, não conseguirá pois os produtos
são homogêneos e os consumidores irão demandar das outras firmas que vendem o
mesmo produto mais barato (preço de mercado). Por outro lado, a firma não irá
praticar preços abaixo do preço de mercado, porque a este preço ela vende o
quanto quer, não fazendo sentido vender mais barato.
Em concorrência perfeita não existem lucros extraordinários (receitas são maiores
que os custos) a longo prazo, mas apenas os lucros normais, onde a receita total se
iguala ao custo total.
Ora, se neste mercado existe ampla transparência de informações e inexistem
barreiras à entrada, no momento em que se estabelecerem lucros extraordinários,
novas firmas serão atraídas para o mercado. Com o aumento no número de firmas,
haverá uma elevação na oferta, o que fará com que os preços se reduzam,
reduzindo-se, assim, os lucros extras até que se alcance novamente uma situação
de lucro normal. Novas empresas deixam de ser atraídas para este mercado que
alcança novamente o equilíbrio com lucros normais.
11.2. Monopólio
O monopólio se caracteriza pela existência de uma única firma dominando
inteiramente a oferta do produto daquele mercado, para o qual não existem
substitutos próximos. Assim, no monopólio existe apenas um ofertante, que ao
contrário do que ocorre na concorrência perfeita, tem plena capacidade de
determinar o preço. Não há concorrência, e os consumidores são obrigados a aceitar
as condições impostas pelo produtor sob pena de não poder mais consumir o
produto. Assim, podemos elencar as principais características do monopólio:
a) Um único vendedor: apenas uma firma realiza toda a produção ou é ofertante de
um serviço;
b) Ausência de substitutos próximos: não existem bens ou substitutos próximos; do
ponto de vista do comprador, não existem alternativas possíveis;
c) Formador de preço: a firma exerce um controle significativo sobre o preço, porque
controla toda a quantidade ofertada;
d) Existência de barreiras à entrada: um monopolista puro não tem concorrentes,
pois existem barreiras (econômicas, tecnológicas, legais, etc) que impedem que
outras firmas potencialmente competidoras ingressem naquele mercado;
e) Concorrência extra-preço: o monopolista não precisa se distinguir nem fazer
propaganda, já que não existem substitutos próximos para o seu produto.
f) Concorrência entre consumidores: existe um número grande de consumidores que
concorrem no mercado para consumir a quantidade que é ofertada pelo produtor.
Neste mercado, como só existe uma única firma, a demanda do mercado é igual à
demanda da firma, portanto as curvas de demanda do mercado e da firma também
coincidem. A curva de demanda do mercado expressa os anseios de compra dos
consumidores e os níveis de preços. Esta curva de demanda é negativamente
inclinada, já que a quantidade demandada neste mercado se reduz com o aumento
de preços.
A determinação de preços e quantidades de equilíbrio não são definidas pela
interação entre oferta e demanda. Na verdade, o empresário monopolista
desempenha um papel determinante no processo de fixação de preço de mercado,
pois tem a capacidade de decidir seu valor. O monopolista só oferta uma
determinada quantidade de produtos se puder estabelecer um determinado preço.
Embora a firma não esteja sujeita aos preços de mercado, não poderá aumentar
indefinidamente os preços, pois isto implicará uma redução na demanda dos
consumidores.
GRÁFICO 11.2 – O EQUILÍBRIO NO MONOPÓLIO
O monopolista é um agente econômico racional, e como tal deseja otimizar seus
resultados. Ele busca, então, maximizar seus lucros, e irá ajustar seu nível de
produção até o ponto em que a receita marginal é igual ao custo marginal. Isto
significa que enquanto o aumento da receita total for maior que o aumento no custo
total, o monopolista deverá aumentar a sua produção, pois seu lucro estará
aumentando. O ponto de lucro máximo é exatamente onde RMg=CMg. O volume de
produto que a firma levará ao mercado será definido neste ponto. Esta quantidade
deverá ser substituída na curva de demanda para que se estabeleça o preço de
mercado, tal qual o gráfico acima. Pm é o preço de monopólio e Qm é a quantidade
ofertada num mercado monopolista. O onto em que o custo marginal é igual à
receita marginal corresponde àquele de equilíbrio da firma monopolista.
Existem vários fatores que influenciam no surgimento de um monopólio, como: a
existência de controle das fontes de suprimento de matérias-primas para a produção
do produto; a existência de patentes, que conferem ao seu detentor a exclusividade
na produção de certos produtos até que a patente caia em domínio público; o
controle estatal da oferta de determinados serviços que são concedidos a
determinadas empresas concessionárias privadas ou mistas, estabelecendo o
monopólio; exigência de elevado volume de capital e alta capacitação tecnológica
para produzir certos produtos; existência de um monopólio natural.
O monopólio natural ocorre quando as características do mercado exigem a
instalação de grandes plantas industriais, com economias de escala e custos
unitários reduzidos, tornando difícil uma empresa conseguir oferecer o produto a um
preço equivalente à firma monopolista já instalada. No monopólio natural, os custos
médios diminuem à medida em que aumenta a quantidade produzida do bem.
Como a estrutura de mercado monopolista pressupõe uma única firma responsável
pela oferta do produto, o monopólio só se mantém se esta firma conseguir impedir a
entrada
de
outras
firmas
no
mercado.
O preço de equilíbrio do monopólio será maior que o preço do mercado em
concorrência perfeita, e o nível de produção inferior. Sendo assim, a firma
monopolista auferirá lucros mais elevados que em concorrência perfeita, e os
consumidores irão pagar um preço superior, e a oferta será menor.
No monopólio existem lucros extraordinários tanto no curto prazo quanto no longo
prazo, pois existem barreiras à entrada de novas firmas, conservando a posição
privilegiada da firma monopolista.
11.3. Oligopólio
Em um mercado oligopolista, existe um número pequeno de firmas, diante de uma
grande quantidade de consumidores, de tal sorte que os produtores podem exercer
um certo tipo de controle sobre o preço. O oligopólio se caracteriza, portanto, pela
existência de um número reduzido de produtores e vendedores produzindo bens que
são substitutos próximos entre si, e pelo poder das firmas de fixar os preços de
venda nos seus termos.
Num mercado oligopolizado, assim como no monopólio, existem barreiras à entrada
de novas firmas no setor, e estas barreiras podem ser causadas pela existência de
proteção a patentes, controle de matérias-primas chaves, tradição, oligopólio puro ou
natural. Alguns produtos, por razões tecnológicas, só podem ser produzidos por
grandes plantas industriais, e nestes mercados normalmente se instalam um
pequeno número de firmas (automóveis, extração de petróleo).
Esta estrutura de mercado pode ser de duas formas: um mercado com um pequeno
número de empresas no setor, como a indústria automobilística; ou um mercado
onde um pequeno número de firmas domina um setor onde existem muitas
empresas, como a indústria de bebidas, por exemplo.
Há neste mercado uma interdependência mútua entre as empresas, porque as
ações de um produtor afetam sobremaneira os demais. Se uma firma reduz seu
preço, pode ocasionar a redução das vendas das outras firmas. Neste sentido, as
empresas passam a definir suas decisões de produção levando em conta tanto as
estimativas de demanda quanto as ações das firmas rivais dentro deste oligopólio.
As decisões de preço, de produção, de propaganda são tomadas levando-se em
conta
as
reações
de
seus
rivais.
Sendo assim, as empresas oligopolistas tanto podem concorrer entre si, através de
uma guerra de preços ou de promoções, quanto podem formar cartéis, onde os
produtores de um setor irão determinar a política para todas as firmas do cartel. Uma
vez estabelecido um cartel, os preços e repartição do mercado entre as firmas
passam a ser fixados entre empresas que dele fazem parte. Mas é preciso ter em
mente que em geral as firmas oligopolistas discutem suas estruturas de custos.
Quando todas as empresas de um oligopólio possuem a mesma participação no
mercado, elas podem agir como um bloco monopolista, fiando um preço comum e
mantendo a divisão equivalente do mercado. Isto ocorre quando se tem um
funcionamento
perfeito
do
cartel.
Em geral, o oligopólio possui uma firma que domina o mercado, e inúmeras
pequenas firmas concorrem pela fatia restante. A firma dominante tanto pode ter os
custos mais baixos, quanto ser a maior firma do mercado. A entrada é limitada, e a
firma dominante não se preocupa se as firmas menores vão assumir uma parte
significativa do mercado. A firma dominante determina o preço de modo a maximizar
o lucro, respeitando a estrutura de custos das outras firmas, e levando em conta o
efeito de seu preço sobre a oferta de inúmeras firmas menores, diferente do
monopólio, porque controla apenas uma fatia do mercado. As empresas satélites
seguem as regras estabelecidas pelas empresas líderes. Este é o chamado modelo
de liderança de preços.
O oligopólio pode oferecer produtos substitutos perfeitos entre si, tem-se o oligopólio
com produtos homogêneos ou oligopólio puro (indústria de cimento). O oligopólio
diferenciado constitui-se de um grupo de empresas produzindo, ou vendendo
produtos ligeiramente diferentes em sua composição de apresentação ao público
consumidor (indústria automobilística).
Existem dois modelos principais de oligopólio, que se diferenciam quanto aos
objetivos da empresa oligopolista: o modelo clássico de oligopólio e o modelo de
mark-up.
O modelo clássico de oligopólio é aquele preconizado pela teoria marginalista, onde
o objetivo da empresa é a maximização dos lucros através da igualdade entre
receita marginal e custo marginal (RMg = CMg). As empresas neste tipo de
oligopólio são interdependentes, isto significa que a decisão de uma firma influi no
comportamento econômico das demais.
Nos modelos de mark-up, o objetivo da firma é a maximização do mark-up –
diferença entre a receita de vendas e os custos diretos de produção. Se o preço é
determinado pela firma, sem levar em conta a demanda, a política de preços desta
empresa se fundamenta nos seus custos. Então, o preço cobrado pela empresa
neste modelo é calculado da seguinte forma:
p
=
(1
+
m).C
Onde:
p:
preço
do
produto;
C:
custo
unitário
ou
custo
variável
médio;
m: taxa de mark-up (porcentagem sobre os custos diretos) – deve cobrir os custos
fixos, os custos diretos e a margem de rentabilidade desejada pela empresa.
A definição do mark-up depende do grau de monopólio do setor, isto é, da
capacidade das firmas de impedir a entrada de concorrência neste mercado. Além
disso, é preciso ter em mente que as empresas definem seus preços baseados em
seus custos, e portanto não são interdependentes, não sofrendo influência do
comportamento das concorrentes.
11.4. Concorrência Monopolista ou Imperfeita
Tal como a concorrência perfeita, a concorrência monopolista é uma estrutura de
mercado que se caracteriza pela existência de um grande número de empresas. A
principal diferença entre um mercado em concorrência monopolista e concorrência
perfeita é que o primeiro se refere a produtos diferenciados, enquanto o segundo diz
respeito a produtos homogêneos.
Cada firma possui uma pequena porcentagem do mercado total, de tal sorte que
cada firma tem um controle apenas limitado sobre o preço de mercado. O fato de
existir um número relativamente grande de empresas impede a ação de uma firma
ou de um grupo de firmas para restringir a produção e fixar preços. Como existem
muitas firmas neste mercado, não existe interdependência perceptível entre elas.
Cada firma estabelece sua própria política de preços sem levar em conta as
possíveis reações das empresas rivais.
Uma outra característica fundamental da concorrência monopolista é que as
empresas possuem segmentos de mercado e produtos diferenciados, seja pelos
atributos do produto, serviço ao cliente, localização e facilidade de acesso, serviços
pós-venda, etc. Como existe a diferenciação dos produtos, cada firma tem certo
poder sobre os preços, mas este poder é limitado, já que existem produtos
substitutos próximos no mercado. O mercado é competitivo, porém cada produtor
possui um certo poder monopolista sobre o preço de seu produto. A demanda é,
portanto, negativamente inclinada.
11.5. O grau de concentração econômica
Para avaliar o grau de concentração econômica no mercado utiliza-se normalmente
a proporção do valor do faturamento das quatro maiores empresas de cada setor de
atividade sobre o total faturado no setor em questão. Quanto mais próximo de 100%,
maior o grau de concentração do ramo de atividade analisado. Significa que as
quatro maiores firmas do setor abarcam quase a totalidade do faturamento. Por
outro lado, quanto mais próximo de 0%, menor o grau de concorrência do setor.
Download