FLUXO DE CARGA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO BANCOS DE CAPACITORES E REGULADORES DE TENSÃO Jullian Cezar Zan, Marcelo Ferreira De Arruda, Andrei Mantesso Coimbra, Angelo Bernardo Brid, José Cândido De Oliveira Filho RESUMO : O cálculo do Fluxo de Carga (FC) é responsável pela obtenção do estado operacional de um sistema elétrico, isto é, das tensões complexas (módulo e ângulo) de todas as barras. Assim, obtendo-se os valores precisos das tensões complexas consegue-se obter as demais grandezas de interesse no sistema. A determinação deste cálculo é aplicado para resolução em vários problemas dos Sistemas de Distribuição (SDs) de energia. Devido as características do SD, muitos métodos não são eficazes e a busca pela sua eficiência computacional é intensa. A abordagem proposta trata do problema utilizando uma representação computacional denominada Representação Nó-Profundidade (RNP) que garante esta eficiência computacional. Além disso, o método proposto considera a modelagem de equipamentos elétricos utilizados na prática (Bancos de Capacitores e Reguladores de Tensão), muitas vezes não abordados em outras metodologias. PALAVRAS-CHAVE: Sistemas de Distribuição, Fluxo de Carga, Bancos de Capacitores, Reguladores de Tensão. LOAD FLOW IN DISTRIBUTION SYSTEMS CONSIDERING CAPACITORS BANKS AND VOLTAGE REGULATORS ABSTRACT: The estimate of Load Flow (LF) is responsible for obtaining the operating state of electrical system, e.g, the complex voltage (magnitude and angle) of all bus. Thus, obtaining the precise values of the complex voltages can be obtained other quantities of interest in the system. The determination of this estimate is very important and used in various problems of Distribution Systems (DSs). Due the DS characteristics, many methods are not effective and the search for its computational efficiency is intense. The proposed approach addresses the problem using a computational representation called Node-Depth Encoding (NDE) that guarantees this computational efficiency. In addition, the proposed method considers the modeling of electrical equipment used in practice (Banks Capacitors and Voltage Regulators), often not covered in other approaches. KEYWORDS: Distribution Systems, Load Flow, Capacitors Banks, Voltage Regulators. I. INTRODUÇÃO O cálculo do Fluxo de Carga (FC) é responsável pela obtenção do estado operacional de um sistema elétrico, isto é, os valores das tensões complexas de todas as barras do sistema e por consequência obtêm-se os fluxos de carga ativa e reativa em todas as linhas e transformadores da rede. O problema de fluxo de carga pode ser formulado como um conjunto de equações algébricas não lineares e inequações que correspondem respectivamente as leis de Kirchhoff e um conjunto de restrições operacionais do sistema. Na formulação básica há quatro variáveis para cada barra do sistema. Dependendo do tipo da barra, duas variáveis são conhecidas e duas desconhecidas. Estas variáveis são: magnitude da tensão nodal (V), ângulo da tensão nodal (θ), injeção líquida de potência ativa (P), e injeção líquida de potência reativa (Q). Métodos convencionais de fluxo de carga para a solução de sistemas de transmissão, como o método de Newton-Raphson, método desacoplado rápido, e seus derivados, não apresentam bom desempenho em resolver SDs. Isto ocorre porque estes métodos convencionais necessitam de fatoração de matriz e as matrizes associadas aos SDs são mal condicionadas. Estas matrizes mal condicionadas existem devido algumas particularidades dos SDs, como: i) alta relação R/X (resistência/reatância), ii) grande número de cargas distribuídas, e iii) partes do sistema com baixas impedâncias juntamente com outras partes com altas impedâncias. Devido ao aumento da automação dos SDs nas últimas décadas, vários problemas surgiram nesta área necessitando de metodologias robustas e eficientes de fluxo de carga. Assim, métodos específicos de fluxo de carga foram desenvolvidos para explorar a natureza radial dos SDs. Estes métodos apresentaram melhor desempenho que os métodos convencionais (em termos do tempo de processamento, esforço computacional, convergência, etc). Métodos de varredura direta/inversa (Shirmohammadi et al., 1988) são adotados por muitos autores devido a sua robustez e simplicidade de implementação. Estes métodos apresentam a vantagem de tratar a natureza radial dos SDs e a capacidade de obter a solução do fluxo de carga sem resolver qualquer conjunto de equações. Basicamente o método de varredura direta/inversa é composto de dois passos: i) etapa inversa, onde é calculado as correntes nos trechos e ii) etapa direta, que representa o cálculo da tensão nas barras do SD. Estas duas etapas são repetidas até que a convergência seja alcançada. Neste trabalho um fluxo de carga baseado no método de varredura direta/inversa é apresentado usando uma estrutura de dados eficiente chamada Representação Nó-Profundidade (RNP) (Delbem et al., 2004) e considerando aspectos práticos do problema, como: i) a inserção de Bancos de Capacitores (BCs) e ii) Reguladores de Tensão (RTs) bem como o ajuste iterativo do tap para o controle de tensão na barra secundária. A RNP representa e trata, com eficiência e com baixo tempo computacional, os SDs de grande escala. Além disso, as barras do sistema já permanecem ordenadas segundo o Modelo Pai-Filho (Kagan et al., 2005). Assim, pelas características da metodologia proposta é viável sua aplicação em abordagens que exigem várias execuções do fluxo de carga como no caso de reconfiguração de redes via algoritmo evolutivo. A consideração de elementos práticos da rede possibilita que as variáveis de estado fiquem mais próximas de seu valor real. A abordagem proposta será executa em um sistema teste de 4 barras onde o mesmo possui um BC e um RT. Os resultados para este caso teste serão apresentados e analisados. II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Como dito anteriormente, o cálculo do FC é necessário para obter os parâmetros elétricos de uma configuração da rede. A partir destes parâmetros consegue-se determinar todas as grandezas elétricas da rede, como por exemplo: os fluxos de potência ativa e reativa. Vale ressaltar que o cálculo do FC é aplicado em diversos problemas da engenharia, entre eles os de reconfiguração de redes em SDs que necessitam de várias execuções do FC durante a procura por uma solução. O trabalho de (Shirmohammadi et al., 1988) desenvolveu um novo método de fluxo de carga para redes de transmissão e distribuição fracamente malhados. O método utiliza o FC de varredura direta/inversa, o mesmo apresenta excelentes características de convergência, baixo esforço computacional e é muito robusto para aplicação em redes de distribuição radiais. A metodologia pode ser empregada em sistemas trifásicos desbalanceados (3 fases) ou balanceados (uma única fase representando a rede trifásica). O trabalho restringiu-se apenas a sistemas trifásicos balanceados, ou seja, o SD trifásico foi representado por uma única fase. Em (Cheng e Shirmohammadi, 1995) é apresentado uma metodologia para o cálculo de fluxo de carga trifásico em SDs. Este método é uma extensão de (Shirmohammadi et al., 1988), com o diferencial de considerar: o sistema trifásico desbalanceado, capacitores e reguladores de tensão com controle automático dos taps. Apesar das alterações na modelagem original, testes e resultados mostraram que a metodologia proposta é eficiente e robusta para aplicação em SDs de grande porte em tempo real. Em (Santos et al., 2008) também é apresentada uma metodologia de cálculo de fluxo de carga de varredura direta inversa com o diferencial de apresentar uma estrutura de dados que garante uma melhor eficiência computacional. Esta estrutura é denominada Representação Nó-Profundidade (RNP), a utilização da estrutura melhora a eficiência do método de FC principalmente quando é utilizada em SDs de grande porte e quando é necessário executar o fluxo de carga várias vezes. Foram feitos diversos testes computacionais e os resultados demonstraram as vantagens de se utilizar o método de FC de varredura direta inversa utilizando a RNP. Entretanto, esta metodologia ainda não considera aspectos práticos do problema como BCs e RTs. III. METODOLOGIA O FC de varredura direta/inversa possui duas etapas distintas. Primeiramente inicia-se com a etapa inversa (Backward), nessa etapa calculam-se todas as correntes nos trechos do SD, começando nas barras mais afastadas e terminando na subestação, por essa razão o nome de inversa (inversa ao fluxo de potência). Posteriormente, inicia-se a etapa direta (Forward), que representa o cálculo da tensão em todas as barras do SD no sentido da subestação para as barras mais distantes. Nesse cálculo da tensão utilizam-se dos valores das correntes determinadas na etapa anterior e as impedâncias de cada trecho. Assim, este processo continua iterativamente até que um critério de convergência seja devidamente atendido. A seguir será apresentado, de maneira mais detalhada, o equacionamento e o procedimento do FC de varredura direta/inversa pelo método soma das correntes: Primeiramente, assume-se que a tensão complexa em todas as barras seja igual à tensão na barra da subestação. Os passos do processo iterativo são apresentados abaixo: Calculam-se as correntes de carga de cada barra i do sistema, conforme a equação a seguir: (k ) ❑ ( ) Í i = S i( k − 1) ( k− 1) V́ i i=1,2 , … , NB onde: ( k− 1) −Y sh i V́ i (1) NB é o número total de barras do sistema (sem considerar as barras das subestações); Í (ik ) : corrente demandada pela barra i na iteração k; V́ (ik −1) : tensão da barra i na iteração k - 1. Se k = 1 (primeira iteração do algoritmo), assume-se que a tensão complexa em todas as barras seja igual à tensão na barra da subestação; sh Yi : soma de todos os elementos shunt conectados à barra i; S i( k− 1) : potência complexa da barra i na iteração k - 1. Etapa Backward: Começando das barras extremas do alimentador em direção as barras da subestação, calcula-se o fluxo de corrente ( J́ (xk ) ) que circula em cada trecho x que conecta uma barra m (barra à montante) a barra n (barra à jusante): J́ (xk ) =∑ ( correntes dos trechos que saem da barra n ) x=1,2 , … , NT (2) onde: NT é o número de trechos do sistema. Etapa Forward: Começando das barras das subestações e terminando nas barras mais extremas do alimentador, calcula-se a tensão complexa de cada barra i do sistema, conectada a barra m (barra a montante da barra i), através da seguinte equação: V́ (ik ) =V́ (mk ) − Z x . k J́ x onde: x: o trecho de ligação entre a barra i e a barra a sua montante m; Z x : impedância no trecho x; (3) Por fim, verifica-se se a convergência foi alcançada. Para cada barra do sistema analisa-se a diferença da tensão complexa, módulo e ângulo, da iteração atual com a iteração anterior. Se a diferença (erro) for maior que o critério de convergência, k = k+1 e volta-se ao passo 1. Caso contrário, o cálculo do FC chega ao fim e têm-se os valores das tensões complexas em todas as barras e as correntes complexas em todos os trechos do sistema. Bancos de Capacitores no Fluxo de Carga Os BCs são equipamentos elétricos utilizados principalmente para correção do fator de potência de determinada carga ou conjunto de cargas. Além dessa função principal, eles também ajudam na regulação da tensão do sistema e na redução das perdas elétricas. Estas características existem, pois os BCs fornecem potência reativa contribuindo com a demanda de potência reativa dos elementos indutivos (característica predominante na maioria das cargas elétricas), fazendo com que sejam reduzidas: a potência aparente total do Sistema, a corrente complexa fornecida pela subestação e as quedas de tensão nas redes. Os dados de entrada do programa de FC para cada BC são: a barra a qual o BC está conectado e a potência reativa trifásica em kVAr. A modelagem dos BCs adotada se resume a cargas de potência puramente reativa, assim a metodologia trata os BCs como se fossem cargas do sistema, semelhante aos transformadores de distribuição. Regulador de tensão e ajuste de tap no Fluxo de Carga Para implementar o RT no FC, foi necessário incluir algumas particularidades destes equipamentos elétricos: Os RTs possuem capacidade máxima de regulação igual a 10% para elevação ou abaixamento da tensão; Possuem 32 taps igualmente divididos com 16 taps para elevação de tensão e 16 para o abaixamento, assim as posições máximas de tap do equipamento são, respectivamente: +16 e -16. Assim, com essas particularidades a regulação para cada tap (passo) é uma constante e calculada da seguinte forma: R ( Número de posições de tap ) passo= (4) Onde: R é a capacidade máxima de regulação e neste trabalho igual a 0,1 (10%); Inserindo os valores na equação (4), tem-se: ( 0,116 )=0,00625, passo= (5) Ou seja, cada tap possui uma capacidade de 0,625% de regulação. Assim os 16 taps totalizam os 10% de regulação máxima. Os dados de entrada do programa referentes ao RT são: as barras nas quais ele está conectado (denominadas barra primária e barra secundária, respectivamente), a corrente nominal do equipamento e se permitem ou não fluxo contrário. Tendo em vista que o passo é uma constante para todos os RTs do projeto (0,00625), a posição do tap torna-se a principal variável para a implementação do RT no FC. O tap será utilizado para calcular (atualizar) o valor da tensão na barra secundária V2 do RT durante a etapa forward (cálculo das tensões), através da equação: V 2=V 1 ( 1+ passo∗ tap ) , (6) onde: V 1 : tensão na barra primária do RT; V 2 : tensão na barra secundária do RT; O tap também é utilizado para calcular (atualizar) a corrente no ramo do RT durante a etapa backward (soma das correntes), através da equação: I 1 =I 2 ( 1+ passo∗ tap ) , (7) Onde: I1 é a corrente no enrolamento primário do RT; I2 é a corrente no enrolamento secundário do RT; Observe que a determinação das tensões e das correntes é influenciada diretamente pela posição do tap, como apresentado nas equações (6) e (7). Verificando as particularidades dos SDs reais, foi adotado que a posição do tap é uma variável estimada durante as iterações do próprio FC, mais precisamente durante a etapa forward (cálculo das tensões). A metodologia para a estimação do tap é descrita a seguir. Como no início do FC de varredura direta/inversa o procedimento é considerar a tensão base para todas as barras (ou a tensão na barra da SE de cada alimentador), logo não há necessidade de se ter um ajuste na posição do tap e, portanto, inicialmente todos os taps dos RTs estarão na posição “zero” (não há regulação). Com o decorrer do processo iterativo, é natural à alteração dos valores das tensões nas barras (geralmente uma queda nos valores). Assim, seguindo as informações da Copel sobre ajuste de tap, deve-se primeiramente estabelecer uma faixa de tensão de linha para identificar se o tap será ou não ajustado: (8) Limite Inferior=13.491 V (9) Limite Superior=13.763 V Durante a etapa forward, se a tensão na barra secundária do RT ( V 2 ) estiver fora da faixa de tensão, então o tap será ajustado, caso contrário não será. A equação para o ajuste do tap é: tap= ( V 2 esp 1 . −1 passo V1 ) (10) Onde: V 2 esp tensão V2 é a tensão que se deseja na barra secundária, ou seja, se a V 2 esp é 13.491V, V 2 for maior que o limite superior (13.763V), então V 2 esp será for menor que o limite inferior (13.491V), então caso contrário, se 13.763V. Como as posições do tap de um RT variam de forma discreta e não contínua (variáveis discretas), deve-se garantir que o valor resultante de (10) seja um número inteiro. Assim, se a tensão V2, atualizada pela equação (6), for maior que o limite superior, o resultado de (10) é arredondado para um valor inteiro abaixo, caso V2 seja menor que o limite inferior, o resultado é arredondado para um valor inteiro acima. Estas ações foram implantadas com o objetivo de que na próxima iteração (próxima etapa forward) a tensão em V2 do RT esteja dentro da faixa de tensão desejada. Analisando a equação (10) pode-se observar que a mesma não aponta qualquer restrição, porém a posição do tap é limitada pelos valores máximos do equipamento (no nosso caso, +16 e -16), e também pelo carregamento do RT, ou seja, se a corrente que passa pelo RT ultrapassa seu valor nominal, a regulação máxima de tensão diminui o que também implica na redução do valor máximo da posição do tap. Os limites das posições dos taps em função de seu carregamento são apresentados na tabela a seguir: Tabela 1: Limites das posições dos taps em função do carregamento do RT Carregamento do RT - y y ≤ 100 100 ≤ y ≤ 110 110 ≤ y ≤120 120 ≤ y ≤ 135 135 ≤ y ≤ 160 y>160 Máximas posições do tap +16 e -16 +14 e -14 +12 e -12 +10 e -10 +8 e -8 0 Na última condição de limitação do tap, isto é, quando o carregamento do RT for maior que 160%, a posição do tap deve ser 0 (não há regulação de tensão), isto na prática representa a necessidade de se fazer um by-pass do equipamento para que o mesmo não se danifique por extrapolar seu limite de ampacidade. Assim, após o processo do ajuste do tap é feita uma análise que verifica se a posição do tap foi alterada, se a resposta for afirmativa, então deve-se necessariamente fazer mais uma iteração do FC (passos: 1 - atualização das correntes nos nós, 2 - Etapa Backward e 3 - Etapa Forward) para atualizar as correntes e as tensões do alimentador com essa nova posição do tap. Quando não houver mudança de tap o teste de convergência que indicará a necessidade de uma nova iteração. IV. RESULTADOS Com o intuito de validar o FC da metodologia proposta, foi realizado um teste em um SD didático de 4 barras conforme apresentado na Figura 1. Figura 1: SD do exemplo didático de 4 barras. Fonte: Elaborado pelo autor. A Figura 1 apresenta um SD constituído de um único alimentador que possui um RT entre as barras 2 e 3, um banco de capacitores trifásicos na barra 4 de 150 kVAr e uma carga trifásica também conectada na barra 4 que demanda: 2.000 kW de potência ativa e 1.000 kVAr de potência reativa indutiva trifásica. A impedância no trecho 1-2, Z12, é: 1,71 + j3,42Ω e a impedância no trecho 3-4, Z 34, também é de: 1,71 + j3,42Ω . O valor da corrente nominal do RT é de 100 A. Destaca-se que para este exemplo o teste de convergência do programa de FC foi realizado considerando uma tolerância de 10 -3 e a modelagem de carga utilizada é a de potência constante com a tensão. A tensão de linha adotada foi de 13,8 kV, assim, a tolerância para a magnitude da tensão em volts será de 7,97V, ou seja, a tensão de fase da barra da subestação multiplicada pela tolerância 10 -3, logo, se o erro da magnitude da tensão for menor que 7,97V a convergência foi alcançada neste critério. Já para o ângulo da tensão os valores trabalhados foram em radianos, portanto este critério é alcançado quando o erro for menor que a própria tolerância (10-3). Para finalizar o cálculo do FC os dois critérios de convergência devem ser atendidos, ou seja, o módulo e o ângulo da tensão. Para execução do teste o programa computacional da metodologia proposta foi implementado em linguagem C, e foram executados em um computador portátil (laptop) com processador Core i7-4510U, 2,0GHz, 8Gbytes de memória RAM, Sistema Operacional Linux, distribuição Ubuntu 14.04.2. Assim, após a convergência do programa de FC foram encontrados os seguintes resultados para as tensões complexas nas 4 barras, conforme apontado na Tabela 2: Tabela 2: Tensões complexas nas barras após convergência do FC. Barra Magnitude da tensão [V]* 1 7.967,43 2 7.671,65 3 7.815,49 4 7.532,03 * Valores da tensão de fase. Ângulo da tensão [rad] 0,0000 -0,0294 -0,0294 -0,0599 Estes resultados foram atingidos na terceira iteração do programa e o tap do RT foi estimado na posição 3 para que a tensão na barra 4 esteja dentro dos limites permissíveis, como destacado na seção anterior. Vale ressaltar que devido à maneira de representar computacionalmente o SD, utilizando a RNP (Delbem et al., 2014), o cálculo do FC se torna muito rápido. Esta característica é importante para representar SDs reais e utilizar em problemas do SD que executam várias vezes o cálculo do FC, como nos problemas de reconfiguração de redes. Este mesmo fluxo de carga foi também comparado com um SD real de uma concessionária brasileira, considerando todas suas barras, BCs e RTs. Os resultados podem ser encontrados no trabalho apresentado em Zan et al. (2015). V. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho foi proposta uma abordagem para determinar o FC em um SD. Destaca-se que o principal diferencial da metodologia proposta é a utilização de uma eficiente representação computacional, o RNP, e a consideração de BCs e RTs. Foi apresentado um exemplo didático de um SD de 4 barras e seus resultados foram apresentados e analisados Foi apresentado um exemplo didático de um SD de 4 barras e seus resultados foram apresentados e analisados. Foi utilizada a linguagem de programação C para a implementação do FC. Importante ainda frisar que devido a eficiência computacional da abordagem proposta, a mesma pode ser utilizada para cálculos de FC em SDs reais e de grande porte, e ainda, em problemas de SDs que necessitam de vários cálculos do FC para sua solução, como no caso dos problemas que envolvem reconfiguração de redes. VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHENG, C. S.; S SHIRMOHAMMADI, D. (1995), “A three-phase Power Flow Method for Real-Time Distribution System Analysis”, IEEE Transactions on Power Systems, Vol. 10, N° 2. DELBEM, A. C. B.; CARVALHO, A. C. 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(2015). “Restabelecimento de energia em sistemas de distribuição de grande porte considerando bancos de capacitores e reguladores de tensão”. Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente – SBAI 2015.