Privatização da TAP: Impacto na Economia Nacional

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Discurso do Presidente da APAVT, João Passos
Na abertura da Conferência “Privatização da TAP: Impacto na Economia Nacional”
ISEG, 6 de Julho de 2011
Protocolo
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Antes de mais, muito me apraz registar tão elevado número de presenças, o que por si só é
revelador da importância e oportunidade do tema que nos propomos trazer a debate, o impacto
da privatização da TAP na economia nacional.
Impõe-se uma palavra especial de agradecimento ao ISEG, na pessoa do seu presidente, o
Professor Doutor João Duque, por nos acolher nesta sua prestigiada casa, mesmo depois de já nos
ter obsequiado com a confirmação da sua disponibilidade para participar nesta conferência como
orador.
Também à generosidade do Peter Morris, economista-chefe da consultora ASCEND, e
naturalmente ao Camilo Lourenço, jornalista e também docente que dispensa apresentações, cujo
papel ultrapassa a simples moderação. Como já foi referido, estava também prevista a
participação da Professora Doutora Cristina Barbot, da Universidade do Porto, que infelizmente
ficou retida na Austrália por avaria de um avião – que não era da TAP. Não posso deixar, apesar
disso, de lhe deixar aqui os meus agradecimentos, até pelo trabalho que já tinha desenvolvido
para esta conferência.
A todos, muito obrigado.
Minhas Senhoras e Meus Senhores, Caros Amigos,
A APAVT tem uma tradição de atenção e intervenção nas questões relacionadas com a Economia
Nacional e com o Turismo em particular. Disso são evidência, designadamente, os nossos
congressos anuais, que ao longo das suas 36 edições têm sido palco de intervenções e de debates
com grande interesse para o sector do Turismo e para o País.
Nesta senda, A TAP é, do nosso ponto de vista, uma empresa estratégica no plano da Economia
Nacional, por isso também para o Turismo.
A TAP é um parceiro importante dos agentes de viagens, com quem a APAVT tem um longo
historial de acordos e protocolos, que permitiram que a Distribuição se adaptasse às mudanças do
mercado e que a TAP tenha com o sector uma relação privilegiada.
Neste contexto, e tendo em conta, o memorando assinado com a TROIKA que prevê a privatização
da empresa, preferivelmente até final do ano, o programa do Governo que vai, e bem, nessa
direcção e, não menos importante, a necessidade que reconhecemos à TAP de ser capitalizada
para poder consolidar o seu negócio e prosseguir uma política de crescimento, aliás única forma
de assegurar a sua sobrevivência enquanto companhia independente gerida a partir de Portugal e
com o seu HUB em Lisboa, a APAVT sentiu a necessidade de mobilizar os diferentes stakeholders
do processo para uma reflexão séria sobre este tema.
Para a APAVT, é claro que este processo de capitalização/privatização da TAP já tem um atraso
significativo e que vai ser abordado – pela sua premência – numa conjuntura desfavorável no
plano financeiro e económico mundial e nacional e que não é indiferente para a empresa , para o
Turismo Nacional e para o País o resultado do mesmo, nomeadamente a solução que se venha a
encontrar.
Caros associados, Ilustres convidados e amigos,
Portugal é um País periférico em relação aos seus maiores mercados e à zona económica onde
está integrado.
Portugal é um destino turístico de referência, tendo o Turismo peso importante e incontornável na
economia nacional e no emprego.
O transporte aéreo é o sistema circulatório das economias modernas e a sua disponibilidade é
crítica para a economia e em particular para o Turismo.
A periferia e o peso do turismo no PIB acentuam a importância das acessibilidades e do transporte
aéreo em particular na equação.
Importa, pois, assegurar que o País tenha acessibilidades ao exterior e em particular aos
mercados com quem tem relações económicas relevantes.
Do nosso ponto de vista, parece-nos que seria fundamental
- assegurar um núcleo de accionistas nacionais que ancore a estratégia da empresa em Portugal;
- encontrar-se um parceiro de indústria que garanta a continuidade da estratégia da TAP, o seu
HUB em Lisboa, a sua rede no Brasil, a sua rede em África e na Europa e integre as mesmas numa
perspectiva global, estendendo a mesma a outras geografias e acrescentando tráfego às rotas
europeias que mais sofrem no actual contexto competitivo.
- E finalmente que este quadro accionista liberte a gestão dos constrangimentos de ordem política
e financeira que tem condicionado a sua performance.
Estas são, porém, apenas algumas ideias que aqui deixo. Estou certo que com a ajuda dos nossos
oradores e de vós mesmo, na audiência, poderemos chegar ao final com algumas conclusões que
faremos chegar ás mãos dos responsáveis por este dossier da privatização da TAP.
Meus amigos, sem mais demoras e deixando apenas uma última palavra de agradecimento à
Travelport Portugal, aos Hotéis Tivoli e à Adserv pelo apoio prestado a esta conferência, faço votos
de bom trabalho.
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