Erros mais comuns na atenção primária no atendimento de um paciente com ansiedade em níveis significativos A ansiedade pode envolver quatro situações distintas: Os sintomas físicos ansiosos comumente associados à suspeita de enfermidade somática são classificados em três categorias: Abordagens clínicas úteis para pacientes ansiosos 1. Considerar rapidamente a ansiedade como problema psiquiátrico e encaminhar o paciente para um profissional de saúde mental prematuramente, ou apressar-se em prescrever um benzodiazepínico. O tratamento de rotina da ansiedade com benzodiazepínicos não é mais apropriado que o tratamento rotineiro da febre com penicilina. A ansiedade é habitualmente tratada como o diagnóstico, ao invés de um sinal para se buscar a fonte da ansiedade ou para se tentar compreender seu significado. Se a ansiedade for um sintoma de uma doença clínica somática ou parte de uma reação de ajustamento do paciente a ela, o profissional de saúde deve conversar mais especificamente com o paciente sobre seus sentimentos. a) ansiedade como uma resposta normal de alerta à ameaça percebida de enfermidade médica e intervenções de tratamento; tensão motora: tremores, espasmos, tensão ou dores musculares, inquietação, fadiga fácil; ouvir, de forma calma, responsiva, não direta; sem pressa para resolver o problema; 2. O profissional de saúde da atenção primária pode pressupor que sabe por que o paciente “está” ansioso. Um exemplo clássico é assumir que o paciente que será submetido a um tratamento com quimioterapia está mais preocupado com os efeitos colaterais potencialmente graves do que, por exemplo, com a perda dos cabelos (imediatamente mais grave para esse paciente em particular). b) ansiedade como uma manifestação sintomática de enfermidade clínica somática, de ordem endócrina, cardíaca, pulmonar ou neurológica; hiperatividade autonômica: falta de ar ou sufocação, palpitações ou taquicardia, sudorese ou mãos úmidas, boca seca, tonturas ou vertigens, náuseas, diarreia, calorões ou arrepios, polaciúria, dificuldade de deglutir; explorar o significado do adoecer para o paciente; 3. O profissional de saúde da atenção primária pode apressar-se em acalmar o paciente, dizendo-lhe que “não há nada a temer”. Tal afirmativa pode, de fato, aumentar a ansiedade do paciente, que pode sentir que o profissional de saúde não está levando suas preocupações a sério. Em vez disso, tal profissional de saúde deve garantir o suporte contínuo e a monitorização cuidadosa da causa de sua ansiedade. c) ansiedade como um sintoma de intoxicação ou síndrome de abstinência; hipervigilância/ hiperalerta: dificuldade de concentração, “branco na cabeça”, irritabilidade, sobressalto, nervosismo, dificuldades em adormecer e manter o sono. direcionar as razões conscientes para a ansiedade por orientação direta, enquanto continua a ouvir outras preocupações; d) ansiedade como sintoma de um transtorno psiquiátrico qualquer, além dos transtornos ansiosos e depressivos, nos quais geralmente está presente. compreender que pode ser difícil para o paciente identificar a causa imediata da ansiedade, mas que a vontade do profissional de avaliar se a ansiedade está fora de proporção com a situação e considerar consulta psiquiátrica; oferecer suporte, por meio de conversas continuadas, seguimento pela rede natural de apoio psicossocial, tentando abordar preocupações no momento que são identificadas, e considerar abordagens farmacológicas quando indicadas.