Ao investigarmos a cultura indígena nos dias atuais em seus

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A IMPORTÂNCIA DO JOGO NO PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM.1
Elizângela Alves Ferreira2
Resumo
Este artigo tem a finalidade de apresentar a importância da utilização do jogo no
processo de ensino-aprendizagem. Com jogos e brincadeiras se torna mais atraente o
método de abordagem da matemática, pois auxiliam no desenvolvimento de competências e
habilidades, diferentes processos de raciocínio e de interação entre os alunos. O jogo
estimula a parte sensorial do ser humano, tornando-o um ser com mais autonomia e
criatividade.
Palavras-chave: jogo, matemática, ensino-aprendizagem, desenvolvimento.
Introdução
Ao constatarmos as dificuldades existentes relacionadas ao conteúdo da matemática
e acreditando na importância da utilização dos jogos nesta disciplina como método de
ensino-aprendizagem, consideramos relevante o estudo do tema, uma vez que o mesmo traz
resultados satisfatórios para o desenvolvimento do educando.
O jogo sempre esteve presente na vida do homem, desde o tempo primitivo, até os
dias atuais, proporcionando o prazer de despertar a criatividade e promover a interação
entre os jogadores. Ao investigarmos, através de pesquisa bibliográfica, a importância do
jogo no processo ensino-aprendizagem, articulando que o jogo exerce um papel
fundamental na aprendizagem da criança, propõe a interação entre os alunos e também a
troca de informações, acreditamos que o uso do jogo na aula de matemática, permite alterar
o modelo tradicional de ensino, que muitas vezes está ligado a resolução de problemas
padronizados pelos livros didáticos.
1
Artigo apresentado à disciplina de Metodologia Científica II, ministrado pela Profª Ms. Lisanil Conceição
Patrocínio Pereira como requisito parcial de avaliação.
2
Acadêmica do 2º semestre de Pedagogia – Universidade Estadual de Mato Grosso.
1
Apresentaremos um breve relato sobre a história da matemática e falaremos sobre a
contribuição da utilização do jogo no processo ensino-aprendizagem, em especial nas aulas
de matemática, valorizando a importância de uma educação matemática voltada para a
realidade das crianças.
1. A História da Matemática.
A matemática é a ciência dos números e dos cálculos. Desde a antiguidade, o
homem utiliza a matemática para facilitar a vida e organizar a sociedade. A matemática foi
usada pelos egípcios nas construções de pirâmides, diques, canais de irrigação e estudos de
astronomia. Os gregos antigos também desenvolveram vários conceitos matemáticos.
Atualmente, esta ciência está presente em várias áreas da sociedade como, por exemplo,
arquitetura, informática, medicina, física, química, etc. Podemos dizer que em tudo que
olhamos existe a matemática.3
O surgimento da matemática se deu com a necessidade do homem saber quantos
objetos ele tinha, podendo ser ovelhas, gados e até seus alimentos, o homem procurou
formas para fazer suas contagens, a primeira que conseguiu foi através de pedras, onde cada
pedra correspondia a um item, mas sem ter a noção do numeral “um” e então ao fazer a
assimilação entre as suas coisas, tinha uma noção de quantidade. Com o passar do tempo os
egípcios foram adaptando as suas contagens, utilizavam nós em cordas, riscos nas paredes e
veio à necessidade de aperfeiçoar suas marcações e então aproximadamente 3600ac,
surgiram os primeiros símbolos.
Os egípcios usavam símbolos para representar esses números:
1
3
4
10
100
1000 10 000
100 000
1 000 0004
Disponível em http://www.suapesquisa.com/matematica/ - data de acesso 21/05/2008.
Capturado do site usuarios.upf.br/~pasqualotti/hiperdoc/natural.htm - 48k - em 21/05/2008.
2
De todas as civilizações da Antigüidade, a dos romanos foi sem dúvida a mais
importante para a evolução da matemática, e baseado nas letras do alfabeto, surgiram os
primeiros números romanos.
O sistema de numeração romano baseava em sete números-chave:
I V X LC D M
1
5
10
50
100
500
1000
Por volta do ano 4.000 a.C., algumas comunidades primitivas aprenderam a usar
ferramentas e armas de bronze. As aldeias se transformaram em cidades e passaram a
desenvolver atividades comerciais, com isso ficava cada vez mais difícil efetuar cálculos
rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos em um osso, para a construção de pirâmides e
templos. Foi partindo dessa necessidade imediata que os primitivos passaram a representar
a quantidade de objetos utilizados para a contagem através de desenhos e desenvolveram os
símbolos.
2. O surgimento dos jogos
Desde os mais remotos tempos, quando a espécie humana surgiu no planeta, nasceu
junto a ela uma necessidade vital para seu crescimento intelectual: jogar. Manuscritos
milenares falam de jogos praticados em todas as regiões do planeta. Dificilmente se poderá
delinear exatamente qual foi o primeiro jogo surgido no mundo. Adeptos da teoria
Darwiniana afirmam que foi um jogo chamado de Jogo da Evolução, praticado pelos
Neanderthal. O homem-de-neandertal é uma espécie extinta, fóssil, do gênero Homo que
habitou a Europa e partes do oeste da Ásia, de há cerca de 300.000a há aproximadamente
29.000 anos, tendo coexistido com os Homo sapiens. Consta que era um jogo bem simples
e rude, jogado com um grande osso. Marcava-se pontos destroçando a cabeça dos
adversários e com isso conseguindo o domínio de territórios.5
Existem vários tipos de jogos, mais o três jogos que vem se destacando na
aprendizagem da criança são: jogos de construção, jogos de símbolos e jogos de regras.
5
Disponível em http://www.jogos.antigos.nom.br/artigos.asp - data de acesso 21/05/2008.
3
Jogo de construção: possibilita a criança manifestar sua imaginação através do brinquedo
que também tem papel importante dentro dos jogos de aprendizagem. São atividades que
consiste na manipulação de objetos com a intenção de criar algo. Segundo Kishimoto
(2006, p 40) “Os jogos de construção são considerados de grande importância por
enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades da
criança.”
O criador dos jogos de construção foi Fröebel, ele deu ênfase nas brincadeiras de
construção, pois assim a criança vai construindo, transformando e destruindo a criança
desenvolve a parte afetiva e intelectual. Fröebel (Apud Kishomoto, 2006, p 40) afirma que
“...Não se trata de manipular livremente tijolinhos de construção, mas de construir casas,
móveis ou cenários para as brincadeiras simbólicas...”.
O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário. Na sua imaginação a
criança pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa
corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do
mundo real.
Na brincadeira simbólica, o imaginário se expressa na criança quando fala com um
cabo de vassoura “como se” fosse um cavalo e quando fica zangada com o seu cãozinho
imaginário porque faz sujeira no tapete da mamãe. “No sonho, na fantasia, na brincadeira
de faz-de-conta desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados”, afirma
Kishomoto (2006, p. 70).
A importância do jogo de regras é que quando a criança aprende a lidar com a
delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode
fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação.
O xadrez tem regras explícitas diferentes do jogo de damas,
loto ou trilha. São as regras que distinguem por exemplo,
jogar buraco ou tranco, usando o mesmo objeto, o baralho.
Tais estruturas seqüências de regras permitem diferenciar
cada jogo, permitindo superposição com a situação lúdica,
ou seja, quando alguém joga está executando as regras do
4
jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade
lúdica. (KISHIMOTO, 2006, p. 17).
3. O lúdico na aula de matemática
A palavra lúdico vem do latim ludus, segundo Almeida (2000) quer dizer “jogo ou
brincadeira.” Entretanto, jogo, do latim jocu, que significa gracejo, somente toma o lugar de
ludus mais tardiamente. Atualmente, nos contextos educacionais, a atividade lúdica têm
sido tratada como referente ao jogo. Através dos jogos, as crianças assimilam com mais
facilidade os números, sem pronunciá-los de forma decorativa, ajudando assim no seu
desenvolvimento.
Os jogos proporcionarão também a interação entre as crianças, pois ao jogarem,
desenvolve habilidades de resolver problemas, capacidade de refletir e analisar jogadas,
espírito construtivo e imaginativo.
[...] O trabalho com jogos na aula de matemática, quando
bem planejado e orientado, auxilia o desenvolvimento de
habilidades como observação, análise, levantamento de
hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de
decisão, argumentação e organização, que estão
estreitamente relacionadas ao chamado raciocínio lógico.
(SMOLE, 2007, p. 11).
Com os jogos a criança desenvolve a sua personalidade, pois ela começa a tomar
decisões, desenvolve iniciativa, procura soluções, cria estratégias, compreende o erro com
uma nova jogada e assim busca melhorar o seu desempenho, como afirma Smole (2007, p
12) “O jogo reduz a conseqüência dos erros, e dos fracassos do jogador, permitindo que ele
desenvolva iniciativa autoconfiança e autonomia”.
As brincadeiras e os jogos precisam ser considerados relevantes no processo de
ensino-aprendizagem. Antigamente os jogos eram vistos somente como um passatempo,
como atividade de descanso.
Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre
presente na humanidade desde seu início, também não
tinham a conotação que tem hoje, eram vistos como fúteis e
5
tinham como objetivo a distração e o recreio. (SANTOS,
1997, p 19).
Os jogos podem ser uma forma de colocar a sistematização de conceitos
matemáticos para os alunos, mas não só de forma teórica, mas de uma forma lúdica.
Podemos incluir Monteiro Lobato, com a Matemática da Emília até o Walt Disney com sua
Matemágica e assim facilitar a aprendizagem e o interesse pela matemática.
[...] a importância do jogo está nas possibilidades de
aproximar a criança do conhecimento científico, levando-a
vivenciar “virtualmente” situações de solução de
problemas. (KISHIMOTO, 2006, p. 85).
É preciso que em sala de aula os jogos tenham tanto a dimensão lúdica, quanto
educativa, pois o jogo não pode ser visto somente como uma distração, mas o principal
objetivo do uso do jogo na aula de matemática é a apreensão de conhecimentos.
O mesmo jogo pode ser aplicado para diferentes grupos de alunos, pois um jogo
possui vários objetivos. E esse objetivo deve visar a necessidade de ensino de cada grupo,
de acordo com Smole (2007, p. 23) “Isso ocorre porque um jogo que em um ano tem como
foco introduzir ou aprofundar um conceito, em outro pode servir como uma retomada de
algo que foi visto, porém ainda não aprendido.”
4. Aprendendo a construir uma lata de calcular
Para isto, você vai precisar de:

uma lata de balas, cola, tesoura

duas tiras numeradas, em papel quadriculado
(24cm X 1 cm)
6
Cole as duas tiras ao redor da lata, de modo que cada tira fique em uma parte diferente.
Verifique que os "zeros" foram substituídos por setas.
Observe que a tira superior (seta para baixo) deve ficar na tampa e a tira inferior (seta para
cima) na lata propriamente dita.
a) Para calcular, por exemplo, (+7) + (+2), proceda assim:
1º) Girando a tampa, coloque a seta (lembre que ela corresponde ao zero) "em cima" do 7
da tira inferior.
2º) Em seguida, observe o número da tira inferior correspondente ao número 2 da tira
superior. Descobriu? Eis o resultado: é 9.
b) Veja, em outro exemplo, como calcular (-3) + (+7):
1º) Girando a tampa, coloque a seta ( ) "em cima" do (-3) da tira inferior.
2º) A resposta procurada é; o número da tira inferior correspondente ao número 7 da tira
superior.6
Acreditamos que o lúdico na matemática pode ser trabalhado com outros materiais,
além dos livros didáticos ou jogos industrializados, como no exemplo acima, podemos
fazer uma “lata de calcular” com materiais reciclados, e será obtido o mesmo resultado sem
alterar no desenvolvimento da atividade.
A atividade é orientadora no sentido de criar possibilidades
de intervenção que permita elevar o conhecimento do
aluno. Dessa maneira, todo e qualquer material utilizado
para o ensino é ferramenta para ampliar a ação pedagógica.
(KISHIMOTO, 2006, p. 84).
5. Considerações finais
Exemplo disponível em http://www.matematicahoje.com.br/telas/mat_hoje/livro/sexta.asp?aux=D – data de
acesso 23/05/2008.
6
7
A importância dos jogos no ensino da matemática vem sendo debatida a algum
tempo, sendo bastante questionado o fato da criança realmente aprender matemática
brincando. Por isso, ao optar por trabalhar a matemática por meio dos jogos, o professor
deve levar em conta a importância da definição dos conteúdos e das habilidades presentes
nas brincadeiras e o planejamento de sua ação com o objetivo do jogo não se tornar mero
lazer.
As atividades lúdicas (jogos, brincadeiras, brinquedos...) devem ser vivenciadas
pelos educadores e é um apoio indispensável no ensino-aprendizagem, bem como uma
possibilidade para que afetividade, cooperação, autonomia, imaginação e criatividade
favorecendo o crescimento dos alunos.
Kishimoto (2006, p. 36), nos diz que:
Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção
de representações mentais (cognição), a manipulação de
objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico)
e as trocas nas interações (social), o jogo contempla várias
formas de representação da criança ou suas múltiplas
inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o
desenvolvimento infantil.
Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento, a
criatividade e a capacidade de resolver problemas, mas devemos procurar alternativas para
aumentar a motivação para a aprendizagem, dessa forma é desejável buscar conciliar a
alegria da brincadeira com a aprendizagem escolar.
Referências Bibliográficas
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 9. ed. São
Paulo: Cortez, 2006.
SMOLE, Kátia Stocco. Jogos de Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
8
SANTOS, Santa Marli Pires. O lúdico na formação do educador. Petrópolis, RJ: Vozes,
1997.
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