A Ludicidade e o Ensino de Matemática Muitos alunos apresentam

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A Ludicidade e o Ensino de Matemática
Muitos alunos apresentam dificuldade na aprendizagem de Matemática e como
consequência demonstram uma rejeição pela disciplina. Esse estudo justifica-se, por
acreditar que o lúdico associado à Matemática é uma ferramenta pedagógica que
viabiliza e facilita o processo de ensino e aprendizagem da disciplina.
O processo de ensino e aprendizagem envolvendo o aluno, o professor e o saber
matemático é motivo de investigação em Educação Matemática, pois, a maioria dos
alunos encontra dificuldades para internalizar os conceitos matemáticos, acredita-se que
o aluno aprende significativamente Matemática quando consegue atribuir sentido e
significados às ideias matemáticas e quando é capaz de pensar, estabelecer relações,
justificar, analisar, discutir e criar.
Realizar atividades lúdicas, nas aulas de Matemática, pode contribuir até no
controle da evasão escolar, uma vez que elas estimulam a vontade dos alunos em
freqüentar com assiduidade a sala de aula, por se envolverem nas atividades. Para
Machado (2011), a atividade lúdica na escola tem como objetivo promover o ensino de
Matemática utilizando novas abordagens, propiciando um conhecimento organizado,
atraente e eficaz, favorecendo tanto o aspecto social quanto o afetivo do aluno.
O objetivo dos jogos ou das atividades lúdicas, segundo Santana (2008, p. 2), “não
se resume apenas a facilitar que o aluno memorize o assunto abordado, mas sim a
induzi-lo ao raciocínio, à reflexão, ao pensamento e, consequentemente, à
(re)construção do seu conhecimento”. Portanto, quanto mais diversificado e rico em
materiais o lúdico se apresentar, maiores chances terão os alunos de explorar o mundo
que os cerca e obter as informações necessárias para o seu desenvolvimento cognitivo.
O trabalho de Matemática na Educação Infantil deve, dessa forma, garantir que as
crianças façam mais do que recitar números e decorar os nomes de figuras geométricas.
É preciso que possam, partindo dos conhecimentos prévios de cada uma, avançar em
seus conhecimentos mediante situações significativas de aprendizagem. Várias são as
possibilidades para que isso ocorra: as situações de jogos; as resoluções de problemas;
as atividades lógicas etc. O que vai garantir um aprendizado efetivo é que a criança
possa ser o protagonista desse processo, ou seja, um ser ativo que busca respostas a
questões verdadeiras e instigantes.
Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a
criança pode reproduzir o seu cotidiano. O ato de brincar possibilita o processo de
aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da
criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e
aprendizagem. A brincadeira enriquece a vida da criança, pois contribui para a vida da
criança desenvolvendo o raciocínio, a lógica, a afetividade, a motricidade a socialização
e a moral.
A brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a
internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados que aqueles
vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as dimensões da vida
social. A brincadeira e os jogos por si apresentam uma série de alternativas que
auxiliam na construção do conhecimento, cuja criança aproprie-se deste conhecimento
de uma forma muito agradável e interessante. No jogo, brincando ela mesma consegue
avaliar seu crescimento e sente-se naturalmente desafiada a ir adiante. Os jogos
aparecem de várias formas: os jogos de estratégia, de sorte, rapidez, associação,
raciocínio e etc, e todos eles podem ser aliados no ensino da matemática principalmente
nas séries iniciais. Ao professor, quando bem utilizado, o lúdico auxilia-o em descobrir
o que de fato o aluno sabe, criando subsídios para seu trabalho posterior, desperta o
interesse deste aluno para o conteúdo trabalhado, fazendo-o utilizar a matemática como
estratégia para solucionar problemas, cria condições de socialização entre os alunos,
discute regras e propõem novas soluções, tudo isso sem que a aula seja temida ou
frustrante.
O lúdico dos jogos traz para as aulas, não somente a diversão, mas muitos outros
aspectos são trabalhados como: atenção, socialização,cumprimento de regras e o
aprendizado do próprio jogo. Jogando os alunos são desafiados com a intenção da
vitória e coloca seus conhecimentos à tona, aprimorando-o e modificando-os através de
sua capacidade de reflexão quanto as jogadas feitas. Além disso, os jogos por serem
objetos reais e trazerem metas concretas e objetivos próprios colocam os alunos em
verdadeiras situações de aprendizagem, utilizando a vivência real do que lhe é proposto.
Em outras palavras o jogo é uma realidade própria da criança e a proposta de
trabalhar com eles e a matemática faz com que seus conteúdos saiam, por exemplo, da
rotina de resolverem contas intermináveis e sem contexto em busca do resultado
correto, e utilizem o procedimento de cálculo com o objetivo de vencer um desafio,
neste caso o do jogo.
Portanto, não há dúvida de que as atividades lúdicas bem apropriadas e
desenvolvidas pelas crianças permitem a construção de um sentindo que acompanha
uma perspectiva de vida. Assim vamos propor um novo “jogo”, uma nova idéia, um
novo olhar a ser implementado na escola como método, técnica e recursos pedagógicos
com os objetivos de ensinar e aprender prazerosamente. A educação lúdica, além de
contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente possibilita um
crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito
de uma prática democrática, enquanto investe em uma produção séria do conhecimento.
Sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação
social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.
Conduzir à criança a busca, ao domínio de um conhecimento mais abstrato
misturando habilmente uma parcela de trabalho (esforço) com uma boa dose de
brincadeira transformaria o trabalho, o aprendizado, num jogo bem-sucedido, momento
este em que a criança pode mergulhar plenamente no jogo através das brincadeiras.
Assim, o papel do professor e sua maneira de conduzir as atividades em sala de aula
constituem o núcleo de um ensino voltado para o pensamento. Essa estratégia
desenvolve os processos operativos de pensamento, e, para isso é necessário que os
professores ouçam seus alunos, que os respeitem como pessoas únicas. O principal é
que os alunos tenham oportunidades para pensar, pois, quando pensamos, temos idéias,
experimentamos e, mesmo nos erros, esses processos e operações de pensamento devem
ser valorizados, pois possibilitam aos alunos aprenderem a pensarem sobre os erros.
Brinquedo Educativo
Os brinquedos educativos são recursos que ensinam, desenvolvem e educam de
forma prazerosa. Estes brinquedos materializam-se nos quebra-cabeças, destinado a
ensinar formas e cores, nos brinquedos de tabuleiros que exigem a compreensão do
número e das operações matemáticas nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções
de seqüência, de tamanho e de forma, nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja
concepção exigiu um olhar para o desenvolvimento infantil e a materialização da função
psico-pedagógica: móbiles destinados à percepção visual, sonora e motora: carrinhos
munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação motora, parlendas
para a expressão da linguagem, brincadeiras envolvendo músicas, danças, expressão
motora, gráfica e simbólica.
Jogos Educativos
A brincadeira faz parte da vida, é um meio de aprendizagem espontâneo e
exercita hábitos intelectuais, físicos, sociais e/ou morais. O encantamento, fascínio e
fantasia dos brinquedos e jogos acompanham o desenvolvimento da humanidade. O
jogo é um transmissor e dinamizador de costumes e condutas sociais. Pode ser um
elemento essencial para preparar de maneira mais integral os jovens para a vida.
Mesmo sabendo que os jogos fazem parte da vida, de acordo com Macedo, Petty
e Passos (1997), a escola tem proposto exercícios sem sentido. Ela ensina - símbolos,
linguagem, Matemática - conteúdos com regras vazias e, portanto, sem valor. Alguns
crêem que a função da escola é instrumental, ou seja, os adultos mantêm seus filhos na
escola visando aos futuros cidadãos que estes deverão ser, mas para a criança essa
função da escola é muito abstrata e teórica. Se esse conhecimento necessário para a vida
for tratado como um jogo, provavelmente vai ter mais significado para ela.
Além da função educativa e avaliativa dos jogos, o professor pode trabalhar com
os valores humanos inseridos nestes, suscitando discussões sobre a cidadania
responsável e comprometida com respeito à diversidade cultural (ALMEIDA, 2001).
Podemos destacar outros objetivos dos jogos e Valenzuela (2005) aponta
alguns, e destaco os de maior importância:

Comunicar-se por meios de expressão verbal, corporal, visual, plástica,
musical e matemática, desenvolvendo o raciocínio lógico, verbal e
matemático.

Utilizar, na resolução de problemas simples, os procedimentos oportunos
para obter a informação pertinente e representá-la mediante códigos,
considerando as condições necessárias para sua resolução.

Identificar e organizar questões e problemas a partir da experiência diária,
utilizando recursos disponíveis com a colaboração de outras pessoas.

Atuar com autonomia nas atividades habituais e nas relações de grupo,
desenvolvendo a iniciativa.

Colaborar no planejamento e na realização de atividades em grupo, aceitar
normas e regras democraticamente estabelecidas, articular seus pontos de
vista com o do grupo, respeitando pontos de vista contrários.
Almeida (1997) resume este tema da seguinte maneira:
O jogo “(...) pode significar para a criança uma experiência
fundamental, de entrar na intimidade do conhecimento, de
construir respostas por meio de um trabalho que integre o lúdico, o
simbólico e o operatório. (...) pode significar para a criança que
conhecer é um jogo de investigação” (p.142).
Quando se trata dos processos de ensinar e aprender os conteúdos dos diferentes
componentes curriculares na escola, não existem regras prontas, nem orientações
definitivas. Em todos os casos, e o ensino-aprendizagem de Matemática não é exceção,
é preciso que os professores, principais responsáveis por esse processo, tomem em
consideração o assunto a ser tratado, o nível de ensino, a classe em que será
desenvolvido, entre tantos outros aspectos que influenciam fortemente o sucesso das
práticas educativas escolares.
Entretanto, considerando que cada estudante é responsável pela construção de seu
próprio conhecimento, mas que não prescinde do apoio, do incentivo e do
acompanhamento dos professores, com também da troca de saberes e experiências com
os pares, o jogo é uma alternativa importante para favorecer a aprendizagem, tanto por
causa do lúdico como por estimular processos reflexivos e estabelecimento de relações.
Ora, para aprender Matemática dando significado aos seus conteúdos, estabelecer
relações é essencial. Não basta, entretanto. É preciso adquirir uma desenvoltura no uso
dos diferentes procedimentos que lhes são afetos. Assim sendo, reafirmamos nossa
posição: os jogos são oportunidades singulares para que os estudantes aprendam
conteúdos matemáticos, exercitem e se tornem hábeis na resolução de procedimentos e
se tornem bons resolvedores de problemas, que é o objetivo essencial da aprendizagem
desse componente curricular.
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