MESTRADO EDUCAÇÃO O BRINCAR NO HOSPITAL: BRINCADEIRAS E JOGOS DE CRIANÇAS COM CÂNCER EM SITUAÇÃO DE HOSPITALIZAÇÃO PAULA PEREIRA ALVES Na infância se explora as funções do tato na relação com os objetos, as experiências sensório-motoras no reconhecimento do espaço e a função do lúdico no desenvolvimento global da criança. Neste processo de aprendizagem, a brincadeira pode ser compreendida, segundo teóricos do jogo, como uma encenação do desejo da criança de ser adulto e independente, socializando-se com outras crianças. Faz parte de um contexto de realizações, por meio da brincadeira a criança se dá o direito de realizar seus desejos temporariamente irrealizáveis. Em situação de hospitalização na infância, muitas mudanças ocorrem na rotina da criança e da família, o que significa lembrar que a criança hospitalizada deva enfrentar constrangimentos variados, em virtude da rotina desgastante e da privação das atividades infantis. O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer infanto-juvenil é considerado raro quando comparado aos adultos, correspondendo entre 2% e 3% de todos os tumores malignos. Devido ao quadro clínico da doença, crianças com câncer podem passar muito tempo hospitalizadas durante o tratamento da doença. Dessa forma, levando em consideração as especificidades de um hospital e a continuidade do desenvolvimento físico, cognitivo, emocional de uma criança apesar da situação de hospitalização, torna -se viável observar como a brincadeira se mostra nessa situação específica e sua utilização pelos professores das classes hospitalares. Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral identificar as brincadeiras e os jogos de crianças com câncer em situação de internação no Hospital do Câncer de Cuiabá/MT e o uso da brincadeira pelos professores nas classes hospitalares. Mais especificadamente: a ) conhecer as brincadeiras de crianças com câncer em situações de internação; b) investigar como as brincadeiras são realizadas devido às limitações físicas das crianças causadas pela doença; c) investigar o uso de brincadeiras pelos professores da Classe Hospitalar da instituição durante as aulas; d) conhecer quais valores são atribuídos pelo professor quanto ao uso da brincadeira durante aula na classe hospitalar. A pesquisa se inscreve no modelo de investigação de abordagem qualitativa, com estudo de caso etnográfico. O público-alvo será: a) 10 crianças, com idade entre 6 e 10 anos, de ambos os sexos, portadoras de câncer, que estejam internadas no Hospital do Câncer de Cuiabá/MT e que frequentem as aulas da classe hospitalar da instituição; e b) professores da classe hospitalar da mesma instituição. A metodologia utilizada dar-se-á por via da observação participante, entrevista e análise de documentos referentes ao atendimento de crianças em instituições hospitalares. Os dados deverão ser organizados, separados e as entrevistas transcritas. Por fim, será realizada uma análise sobre o conteúdo das entrevistas realizadas e das anotações feitas por meio das observações, sendo o conteúdo agrupado em temas relacionado ao objetivo da pesquisa, compondo o principal objeto de análise. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO VI MOSTRA DA PÓS-GRADUAÇÃO/2014