avaliação dos medicamentos encontrados nas farmácias caseiras

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AVALIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS ENCONTRADOS NAS FARMÁCIAS
CASEIRAS EM GUARAPUAVA-PR.
Patricia Wisniewski, Flávia Kelly Tobaldini, Fernanda Bovo (Orientador),
e-mail: [email protected].
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da Saúde/
Campus Cedeteg/ Departamento de Farmácia/ Guarapuava-Pr
Palavras-chave: medicamentos, farmácia caseira, atenção farmacêutica.
Resumo:
A Atenção Farmacêutica é a atividade farmacêutica que busca a promoção
da qualidade, da efetividade e o uso racional de medicamentos. Os objetivos
deste trabalho foram avaliar a qualidade dos medicamentos encontrados nas
farmácias caseiras, através de visitas aos domicílios e entrevistas com os
proprietários. Os resultados mostram um alto índice de automedicação na
população entrevistada, e um incorreto armazenamento dos medicamentos.
Introdução
A Atenção Farmacêutica é a atividade farmacêutica inserida no contexto da
Assistência Farmacêutica, que envolve a busca da promoção da qualidade,
do acesso, da efetividade e do uso racional de medicamentos, voltada ao
cuidado do paciente e tem por objetivo, entre outros, identificar, avaliar e
solucionar os problemas relacionados com os medicamentos (PRM). A
Atenção Farmacêutica não envolve apenas a mera dispensação com
alguma orientação sobre o medicamento, mas abrange muitas outras
atividades (SILVA JUNIOR, 2006). Os elementos que constituem a prática
da Atenção Farmacêutica segundo Ivama et al. (2002) envolvem: educação
em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos);
orientação farmacêutica; dispensação; entrevista farmacêutica; seguimento/
acompanhamento farmacoterapêutico; registro sistemático das atividades,
mensuração e avaliação dos resultados.
Ter acesso à assistência médica e a medicamentos não implica
necessariamente em melhores condições de saúde ou qualidade de vida,
pois os maus hábitos prescritivos, as falhas na dispensação, a
automedicação inadequada podem levar a tratamentos ineficazes e pouco
seguros. No entanto, é evidente que a possibilidade de receber o tratamento
adequado, conforme e quando necessário, reduz a incidência de agravos à
saúde, bem como a mortalidade para muitas doenças (ARRAIS et al., 2007).
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Atualmente, não são raras vezes, a imprensa divulga erros na
medicação ocorridas em diversas situações hospitalares, ambulatoriais e
domiciliares, servindo de alerta para que a sociedade se conscientize de que
esses erros podem ocorrer e devem ser discutidos (COIMBRA JAH, 2004).
Este trabalho teve como objetivos avaliar os medicamentos
encontrados nas farmácias caseiras, entendida neste contexto como “o
conjunto de medicamentos e outros remédios que as pessoas mantêm em
suas residências”. Aplicar uma vertente da assistência farmacêutica,
analisando os locais de armazenamento dos medicamentos encontrados,
bem como avaliar as corretas condições de uso dos mesmos pela
população.
Materiais e Métodos
Foram escolhidos, de modo aleatório, cinco domicílios da cidade de
Guarapuava, os mesmos foram caracterizados com informações sobre o
número de pessoas, idade e escolaridade de cada morador.
Foi feito um levantamento de todos os medicamentos encontrados e
seus devidos locais de armazenamento de cada domicílio, através de
entrevistas com os proprietários dos domicílios através de questionário
padrão semi-estruturado, contendo questionamentos sobre cada
medicamento.
Resultados e Discussão
A média de moradores por domicílio encontrada foi de dois
habitantes, a idade desses moradores variou entre de 19 a 82 anos, sendo
que a maioria possui entre 23 e 40 anos.
Em relação aos locais de armazenamento, os medicamentos
encontravam-se em grande parte no quarto e na cozinha, com acesso a
crianças/insetos, umidade, calor e luminosidade, muitos deles não possuíam
caixa e bula.
Estes dados mostram a falta de instruções dos moradores para a
correta armazenagem. Isso retrata a atenção farmacêutica inadequada por
parte dos farmacêuticos que dispensaram tais medicamentos, uma vez que
faz parte desta prática o aconselhamento a respeito da correta
armazenagem de medicamentos.
Esses indivíduos deveriam ter sido avisados sobre os corretos
armazenamentos. Os medicamentos deveriam estar em embalagem original,
com bula, fora do alcance de criança e em locais separados de cosméticos,
alimentos, produtos de limpeza e inseticidas.
Além disso, em locais com pouca/nenhuma luminosidade, já que a
presença de luminosidade e calor podem catalisar reações químicas onde
os princípios ativos reagem entre si, com os excipientes e veículos,
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mudando a propriedade farmacológico-terapêutica do medicamento. É valido
lembrar ainda, que a umidade favorece a proliferação de microorganismos.
Foi encontrado um total de 78 medicamentos, onde 37% não
possuíam prescrição 5% eram de tarja preta e 54% de tarja vermelha (Figura
3).
Figura 1 – Porcentagem de medicamentos
prescritos e não prescritos.
Figura 2 – Porcentagem de medicamentos de uso continuo e não
contínuo
Figura 3 – Porcentagem das tarjas dos
medicamentos
O dado alarmante, onde do total de medicamentos 37% não tinham
nenhuma prescrição médica, onde é valido lembrar que muitos destes
medicamentos (29%) são tarjados, mostra que a população utiliza
indiscriminadamente medicamentos. É sabido que automedicação é prática
perigosa, uma vez que medicamentos podem apresentar reações adversas,
além disso fármacos são desenvolvidos exclusivamente para
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tratamento/prevenção de patologias, e somente médicos são profissionais
capazes de identificar essas patologias bem como prever o tratamento
adequado.
Conclusões
A partir dos resultados podemos observar que há um uso
indiscriminado de medicamentos pela população, que pratica a
automedicação aleatoriamente.
Mostra ainda, que um melhor trabalho de assistência farmacêutica,
especialmente para orientação da correta armazenagem de medicamentos
faz-se necessário, uma vez que a maioria dos medicamentos 86%, não
estavam armazenados corretamente.
Referências
Arrais, P. S. D; Barreto, M. L; Coelho, H. L. L. Aspectos dos processos
de prescrição e dispensação de medicamentos na percepção do
paciente: estudo de base populacional em Fortaleza, Ceará, Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(4):927-937, abr, 2007.
Coimbra Jah. (Conhecimento dos conceitos de erros de medicação,
entre auxiliar de enfermagem, como fator de segurança do paciente
na terapêutica medicamentosa) Tese de Doutorado, Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, 2004.
Ivama, A.M. et al. Atenção farmacêutica no Brasil: trilhando caminhos:
relatório 2001-2002. Brasília: Organização Pan-americana de Saúde,
46 p., 2002.
Silva Junior, D.B. (Assistência Farmacêutica em um município de São
Paulo: diagnóstico e perspectivas.) Tese de Mestrado, Faculdade de
Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, 2006.
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