Ministério da Saúde FIOCRUZ Fundaç ão Oswaldo Cruz Instituto Fernandes Figueira PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DA MULHER AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO DO VENTRÍCULO DIREITO PELA ECOCARDIOGRAFIA ÍNDICE TEI EM PREMATUROS DE MUITO BAIXO PESO ELIANE LUCAS Rio de Janeiro Setembro, 2006 MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DA MULHER ELIANE LUCAS Dissertação apresentada como requisito parcial à Pós Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do Título de Mestre. Orientadora: Profa. Dra. Rosane Reis de Mello Co-orientadora: Profa. Dra. Carmem Lúcia Ribeiro AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO DO VENTRÍCULO DIREITO PELA ECOCARDIOGRAFIA - ÍNDICE TEI EM PREMATUROS DE MUITO BAIXO PESO ELIANE LUCAS Dissertação apresentada á Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre . Orientadora: Profa. Dra. Rosane Reis de Mello Co-orientadora: Profa. Dra. Carmem Lúcia Ribeiro Aprovada em 04 de setembro de 2006, pela Banca Examinadora: Profa. Dra. Gesmar Volga Haddad Herdy Profa. Dra. Kátia Silveira da Silva Prof. Dr. José Roberto de Moraes Ramos DEDICATÓRIA À minha adorável e alegre filha Luisa, À minha maravilhosa mãe, Ao meu irmão e familiares, Ao meu pai (in memoriam). AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Franco Sbaffi (in memoriam) por tudo que representou na minha formação e pelos sábios ensinamentos jamais esquecidos; À minha orientadora Profa. Dra. Rosane Reis de Mello pela firmeza, capacidade e dedicação na orientação deste estudo, além do grande apoio, amizade e carinho; À minha co-orientadora Profa. Dra. Carmem Lúcia Ribeiro pela contribuição na análise dos dados e revisão final; À todos os professores da PGSCM por mostrarem novas perspectivas; Aos colegas e amigos da turma do mestrado profissional de 2004 pelo convívio enriquecedor; Às minhas amigas-irmãs Dra. Maria de Lurdes Luzes e Dra. Maria da Glória Federici pelo importante apoio, amizade e estímulo recebido; Aos meus amigos Gilberto, Nilce, Eliane e em especial a Myrtes pela amizade e carinho demonstrados; À todos os Médicos Staffs e Médicos Residentes do Serviço de Pediatria, em especial do Setor de Cardiologia Pediátrica e da Unidade Intermediária Neonatal do Hospital Geral de Bonsucesso, que me ajudaram direta ou indiretamente na realização deste trabalho; Às enfermeiras e auxiliares de enfermagem da unidade intermediária neonatal do Hospital Geral de Bonsucesso; Aos funcionários do arquivo do Hospital Geral de Bonsucesso e da biblioteca do Instituto Fernandes Figueira pela valiosa colaboração; Aos nossos pequenos pacientes e seus responsáveis por tornarem possível o nosso estudo. ABREVIATURAS AE Átrio esquerdo AIG Adequado para idade gestacional AO Aorta Cm Centímetro DBP Displasia broncopulmonar DUM Data da última menstruação FC Freqüência cardíaca FiO2 Fração inspirada de oxigênio GIG Grande para idade gestacional HGB Hospital Geral de Bonsucesso HP Hipertensão pulmonar IG Idade gestacional IGC Idade gestacional corrigida IDM Índice de desempenho miocárdico IFF Instituto Fernandes Figueira mmHg Milímetro(s) de mercúrio MHz Megahertz ms Milisegundo MBP Muito baixo peso ao nascer n Número absoluto O2 Oxigênio % Percentagem PP Parede posterior do ventrículo esquerdo PIG Pequeno para idade gestacional PCA Persistência do canal arterial PAP Pressão da artéria pulmonar RN Recém-nascido SIV Septo interventricular TCI Tempo de contração isovolumétrica TEJ Tempo de ejeção ventricular TRI Tempo de relaxamento isovolumétrico VD Ventrículo direito VE Ventrículo esquerdo UI Unidade intermediária US Ultra-sonografia Resumo AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO DO VENTRÍCULO DIREITO PELA ECOCARDIOGRAFIA – ÍNDICE TEI EM PREMATUROS DE MUITO BAIXO PESO A sobrevida de prematuros de muito baixo peso tem aumentado signicativamente devido ao avanço tecnológico, aos novos conhecimentos e as estratégicas terapêuticas, tais como corticoterapia pré-natal, uso de surfactante, e aos avanços da ventilação mecânica. Entretanto esta melhoria da sobrevida tem resultado no aumento da incidência da displasia broncopulmonar, sendo considerada uma das principais causas de doença pulmonar crônica nos lactentes. O comprometimento cardiovascular tem sido relatado principalmente nas formas graves de displasia broncopulmonar. O objetivo deste estudo foi avaliar o índice de desempenho miocárdio do ventrículo direito pela ecocardiografia - índice Tei nos recém-nascidos prematuros de muito baixo peso próximo à alta hospitalar. Realizamos um estudo de corte transversal. Foram incluídos recémnascidos prematuros com peso ao nascer inferior a 1500 g e idade gestacional menor que 37 semanas, admitidos na Unidade Intermediária Neonatal do Hospital Geral de Bonsucesso no período compreendido entre setembro de 2005 e maio de 2006. Os recém-nascidos que preencheram os critérios de inclusão foram submetidos ao ecocardiograma bidimensional e doppler colorido. Foi avaliado o índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito (IDM do VD) através da ecocardiografia na amostra em estudo, próximo a alta hospitalar. Foram comparadas as variáveis neonatais e ecocardiográficas entre os RN com displasia broncopulmonar e sem esta patologia. Foram analisados os exames de 81 recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer. As médias de peso ao nascer e a idade gestacional foram de 1140 + 235 g e 30 + 2,2 semanas respectivamente. A incidência de displasia broncopulmonar (DBP) foi de 32%. As crianças com DBP necessitaram de um maior tempo de ventilação mecânica (30,6 + 20,9 versus 4,1 + 4,7 dias, p < 0,05) e de oxigenioterapia ( 59,1 + 23,4 versus 7,2 + 1,1 dias, p < 0,05) do que as que não desenvolveram a doença. A média do índice de desempenho miocárdico na amostra estudada foi 0,13 + 0,06. As medidas ecocardiográficas do AE, VD, medida “b” e do IDM do VD não mostraram diferença significativa entre os grupos de RN com DBP e sem DBP. Encontrou-se uma diferença estatisticamente significativa entre as medidas da aorta, VE em diástole, diâmetro do septo interventricular, parede posterior e a medida “a” do cálculo do IDM. Os resultados mostram que a média do IDM de VD do estudo encontra-se dentro da faixa de valores descritos na literatura para a população pediátrica. Nesta amostra de recém-nascidos prematuros, o estudo ecocardiográfico mostrou uma boa evolução sem a presença de disfunção global ventricular direita. Porém como a medida ”a” foi estatisticamente diferente entre RN com DBP e sem DBP, estes dados sugerem que no grupo de RN com DBP temos uma função diastólica ventricular direita alterada porém mantendo a função ventricular global normal, visto através da média IDM do VD. Abstract ASSESSMENT OF RIGHT VENTRICULAR MYOCARDIAL PERFORMANCE INDEX BY ECHOCARDIOGRAPHY - TEI INDEX IN VERY LOW BIRTH WEIGHT INFANTS The survival of extremely low birth weight infants has increased significantly due to improvement technological advances, new knowledge and therapeutic strategies such as the use of antenatal corticosteroids, exogenous surfactant and advances in mechanical ventilation. This improvement in survival has therefore resulted in an increased incidence of bronchopulmonary dysplasia that is considered one of the primary causes of chronic lung disease among infants. The cardiac involvement has been described most commonly in severe form of bronchopulmonary dysplasia. The objective of this study was to evaluate the Doppler-derived right ventricular myocardial performance index – Tei index in very low birth weight infants close to hospital discharge. This was a sectional study. The study sample included premature infants with birth weight lower than 1500g and gestational age less than 37 weeks admitted in Neonatal Unit of Bonsucesso General Hospital from september 2005 to may 2006. All the neonates who fulfilled the criteria underwent a complete two-dimensional (2D) and Doppler echocardiographic study. Right ventricular myocardial performance index (RV MPI) was assessed by echocardiography. The neonatal and echocardiographic data were compared between the bronchopulmonary dysplasia (BPD) group and the preterms without this disease. We analized eighty-one echocardiographic exams. The prevalence of BPD was 32%. The BPD group needed more time of mechanical ventilation (30,6 + 20,9 d vs 4,1 + 4,7 d, p < 0,05) and total time on O2 ( 59,1 + 23,4 d vs 7,2 + 1,1 d, p < 0,05) than the preterm group without disease. The mean of right ventricular myocardial performance index was 0,13 + 0,06. The echocardiographic data: left atria, right ventricle, interval “b” and RV MPI were not different between BPD infants and the babies without bronchopulmonary dysplasia. The variables: aorta diameter, left ventricular end-diastolic dimension, septo diameter, posterior wall and interval “a” were significantly different between the two groups (P<0,05). In conclusion, the median value of right ventricular myocardial performance index in the neonates of this study was similar to those described in the literature. In this sample of newborn premature infants, the echocardiographic data showed a good evolution without global right ventricular dysfunction. However how the interval ”a” in our study the difference of the means in this interval was statistically significant between BPD group and preterms without BPD. This observation was compatible that the BPD group showed diastolic right ventricular dysfunction but global right function was normal defined by the right ventricular myocardial performance index . APRESENTAÇÃO O objetivo desta dissertação é contribuir para a adequada avaliação da função ventricular direita através da ecocardiografia com a medida do índice de desempenho miocárdico – índice Tei nos prematuros de muito baixo peso. O capítulo I constituído pela introdução apresenta uma abordagem geral do tema com as justificativas pessoal e social do estudo. O quadro teórico representando o capítulo II, é composto por uma revisão da literatura sobre os assuntos pertinentes ao tema. Inicialmente é descrita a avaliação da função cardíaca pelo ecocardiografia. Em seguida o diagnóstico da hipertensão pulmonar pela ecocardiografia e sua limitações. Após estes dois temas, a nova medida ecocardiográfica é apresentada: o índice de desempenho miocárdico – índice Tei. E finalizando este capítulo é abordada a displasia broncopulmonar. O capítulo III diz respeito aos objetivos, hipótese e aspectos éticos do estudo. O capítulo IV apresenta o artigo, descrevendo a avaliação do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito em 81 prematuros com peso ao nascer inferior a 1500 gramas. O capítulo V refere-se às considerações finais, limitações e recomendações do estudo. O capítulo VI apresenta as referências bibliográficas utilizadas no quadro teórico, artigo, instrumentos metodológicos e considerações finais. O capítulo VII mostra os apêndices e anexos utilizados como instrumentos metodológicos e informações adicionais do artigo. SUMÁRIO Resumo Abstract Apresentação CAPÍTULO I Introdução 2 CAPÍTULO II Quadro Teórico Avaliação da função cardíaca pela ecocardiografia Ecocardiografia na hipertensão pulmonar A nova medida ecocardiográfica: índice de desempenho miocárdico Displasia broncopulmonar Alterações cardiopulmonares da displasia broncopulmonar 7 8 9 17 20 CAPÍTULO III Objetivo Hipótese Aspectos éticos 24 26 28 CAPÍTULO IV Artigo: Avaliação do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito pela ecocardiografia– índice Tei em prematuros de muito baixo peso. Resumo Abstract Introdução Materiais e Métodos Resultados Discussão Referências bibliográficas 31 33 35 37 40 44 49 CAPÍTULO V Considerações finais Limitações do estudo Recomendações 58 59 59 CAPÍTULO VI Referências bibliográficas 61 CAPÍTULO VII Apêndice 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Apêndice 2 - Instrumento de coleta de dados ecocardiográficos Apêndice 3 - Notas metodológicas referentes ao artigo 68 70 71 Apêndice 4 - Notas metodológicas referentes à análise estatística Apêndice 5 - Notas metodológicas referentes ao artigo Apêndice 6 - Notas metodológicas referentes ao artigo 76 77 78 Anexo 1 - Instrumento de coleta dos dados do prontuário: Admissão Anexo 2 - Instrumento de coleta dos dados do prontuário: Sumário de alta Anexo 3 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira Anexo 4 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Geral de Bonsucesso 80 81 84 85 LISTA DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS QUADROS: Quadro 1 - DEFINIÇÃO DE DISPLASIA BRONCOPULMONAR. FIGURAS: Figura 1 - CÁLCULO DO ÍNDICE DESEMPENHO MIOCÁRDICO PELA ECOCARDIOGRAFIA Figura 2 a - IMAGEM ECOCARDIOGRÁFICA DA MEDIDA “a”. Figura 2 b - IMAGEM ECOCARDIOGRÁFICA DA MEDIDA “b”. Figura 3 - GRÁFICO BOX-PLOT DO ÍNDICE DE DESEMPENHO DO VENTRÍCULO DIREITO CONSIDERANDO O VALOR DE REFERÊNCIA DESCRITO NA FAIXA PEDIÁTRICA. Figura 4 - GRÁFICO DE DISPERSÃO DO IDM DO VD DE CADA RN DO ESTUDO. TABELAS: Tabela 1 - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO SEM E COM DBP DE ACORDO COM AS FAIXAS PONDERAIS DO PESO DE NASCIMENTO. Tabela 2 - MEDIDAS ECOCARDIOGRÁFICAS DA AMOSTRA. Tabela 3 - MEDIDAS ECOCARDIOGRÁFICAS DOS RNs SEM E COM DBP NO PERÍODO DE SETEMBRO DE 2005 A MAIO DE 2006. Tabela 4 - DADOS DA AMOSTRA SEGUNDO OS VALORES ENCONTRADOS DO IDM DO VD: GRUPO 1 COM IDM < 0,24 E GRUPO 2 COM IDM > 0,24. 19 52 75 75 77 78 53 54 55 56 INTRODUÇÃO 2 I. INTRODUÇÃO O grande avanço tecnológico, a melhoria dos cuidados oferecidos e a introdução de novos medicamentos, propiciaram o aumento da sobrevida dos recém-nascidos (RN) prematuros principalmente os de muito baixo peso (MBP). A utilização da corticoterapia ante-natal e o surfactante pós-natal permitiram a diminuição significativa da gravidade da doença de membrana hialina porém, a displasia broncopulmonar (DBP) continua sendo uma importante complicação a longo prazo. Estudos mostram que 70-85% dos RN com peso de nascimento inferior a 750 gramas podem evoluir para a DBP. Considerando os RN com peso inferior a 1500 gramas, cerca de 26% desenvolvem a patologia (Cunha, 2003). As crianças portadoras de DBP são mais vulneráveis ao desenvolvimento de complicações respiratórias nos primeiros anos de vida sendo freqüentes os casos de internações hospitalares e aumento na morbimortalidade, constituindo-se um problema de saúde pública. Além disso, são comuns os casos de comprometimento neuro-psicomotor e do crescimento pondero-estatural (Monte et al., 2005; Silva Filho et al.,1998). A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma situação hemodinâmica que resulta em elevação da pressão arterial pulmonar devido a vários processos patológicos (Wiedmann, 1997). Os pacientes portadores de DBP principalmente nas formas moderada e grave podem apresentar diferentes graus de HAP, desde a forma sub-clínica até HAP grave, que a longo prazo pode aumentar a morbidade e mortalidade destes pacientes (Abman, 2002). A 3 DBP grave associada a HAP e disfunção ventricular direita foi associada a uma alta taxa de mortalidade de 39% (Newth, 1985 ). É fundamental o conhecimento dos níveis de pressão da artéria pulmonar (PAP) independente de sua etiologia para o adequado manuseio dos pacientes. No passado a avaliação precisa da pressão da artéria pulmonar só podia ser realizada por meio do cateterismo cardíaco, porém a partir da década de 90 com o advento da técnica Doppler, a ecocardiografia tornou-se um método não-invasivo importante para o diagnóstico, avaliação hemodinâmica, e no seguimento dos pacientes portadores de HAP. O aperfeiçoamento das medidas diretas ou indiretas auxiliam na avaliação da função ventricular direita através da estimação do fluxo e da pressão na artéria pulmonar (PAP). A análise da regurgitação tricúspide é freqüentemente utilizada para estimar a pressão sistólica do ventrículo direito, e estudos confirmaram sua boa correlação com os dados do cateterismo cardíaco (Currie, 1985), sendo este considerado o padrão ouro para a aquisição das medidas das pressões intracardíacas. É recomendável a avaliação cardiológica de rotina com a realização do exame ecocardiográfico em crianças portadoras de DBP, para estimar a presença de HAP auxiliando no manuseio adequado das medicações diuréticas e vasodilatadoras, freqüentemente utilizadas por estas crianças (Abman, 2002). Em algumas situações, porém a avaliação morfofuncional do VD, através do ecocardiografia nos pacientes com HP principalmente no período neonatal é por vezes difícil, seja devido à geometria do VD, às alterações da freqüência cardíaca ou à ausência de regurgitação tricúspide, 4 sendo então necessário à análise simultânea de várias medidas ecocardiográficas para estimar a pressão arterial pulmonar. Em 1995 Chuwa Tei e col. estabeleceram o índice de desempenho miocárdico (IDM) pela ecocardiografia que permite a avaliação global da função ventricular (sistólica e diastólica). A obtenção desta nova medida também chamada índice TEI conseguida através técnica Doppler é de fácil realização, reprodutível, possuindo vantagens em relação aos anteriores pois não se altera com a variação da freqüência cardíaca ou da geometria ventricular, achados que são comuns na faixa etária neonatal e pediátrica. O cálculo do IDM é feito com a soma dos intervalos tempo de contração isovolumétrica e relaxamento isovolumétrico dividido pelo tempo de ejeção ventricular. O Hospital Geral de Bonsucesso têm uma média anual de 3000 partos, sendo referência para gestações de alto risco materno e ou fetal. Possui a unidade de tratamento intensivo (UTI) e a unidade intermediária (UI) neonatais. A UI atende em média 120 prematuros menores de 1500 gramas por ano. Portanto aproximadamente 30 recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) por ano podem desenvolver DBP, com graus diversos de HAP necessitando de avaliação cardiológica para o manuseio adequado. Como autora deste estudo e uma das cardiopediatras responsáveis pela avaliação destes bebês internados na UI e UTI neonatal, optei por este tema. Até o presente não existem estudos mostrando o IDM do VD aplicado ao período neonatal em crianças prematuras. A proposta deste estudo foi de avaliação do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito (IDM) do VD através 5 da ecocardiografia em RNMBP que poderá fornecer subsídios para futuras abordagens diagnósticas, prognósticas e terapêuticas das patologias cardiorespiratórias neonatais. 6 QUADRO TEÓRICO 7 II. QUADRO TEÓRICO II. 1. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO CARDÍACA PELA ECOCARDIOGRAFIA A função cardíaca é determinada por vários fatores integrados como a pré-carga, pós-carga, contratilidade, ritmo e freqüência cardíaca. Muitos índices foram criados para a análise destes fatores e podem ser classificados em índices de pré-ejeção, da fase ejetiva e da fase relacionada ao enchimento ventricular. Estes dados hemodinâmicos podem ser obtidos por diversos métodos como o cateterismo cardíaco, ressonância magnética e técnicas de medicina nuclear, como a cintilografia miocárdica. Entretanto, nenhum deles supera as facilidades da ecocardiografia que nas últimas décadas surgiu como a principal ferramenta clínica não-invasiva fornecendo informações anatômicas e funcionais, como também sendo um método diagnóstico seguro, disponível e de baixo custo. As frações de ejeção e de encurtamento podem ser facilmente calculadas pela ecocardiografia pelos modos M e bidimensional que associadas às medidas obtidas pela técnica de Doppler permitem a avaliação da função sistólica e diastólica ventricular (Oh,1997). Recentemente novos índices ecocardiográficos surgiram como a análise quantitativa da velocidade de movimentação miocárdica obtida pelo Doppler tecidual (Waggoner,2001) e a ecocardiografia sob estresse com baixas doses de dobutamina (Pellikka,1995) aumentando a possibilidade do diagnóstico de disfunções ventriculares subclínicas. Os índices ecocardiográficos têm sido usados não somente para propósitos diagnósticos, avaliação dos efeitos de intervenções terapêuticas e cirúrgicas, mas também para estabelecer prognóstico. Entretanto muitos 8 estudos clínicos já demonstraram que em alguns casos a avaliação dos volumes sistólico e diastólico ventriculares pela ecocardiografia é insuficiente comparada à angiografia (Tei a, 1995), devido à dificuldade de visualização da parede endocárdica e da presença de alterações da geometria ventricular. Sabemos que a análise quantitativa da função ventricular no recém-nascido têm muitas limitações dado a presença de difícil janela ecocardiográfica com aquisição de imagens pouco confiáveis, grande variabilidade da freqüência cardíaca e algumas vezes as alterações da geometria ventricular. A avaliação qualitativa da função ventricular através da estimativa visual pode conduzir a ampla subjetividade e variabilidade dos resultados. II. 2. ECOCARDIOGRAFIA NA HIPERTENSÃO PULMONAR A hipertensão pulmonar (HP) é caracterizada pela elevação da pressão arterial pulmonar e ou da resistência vascular pulmonar, podendo levar à falência cardíaca direita e óbito. Este estado hemodinâmico é secundário às alterações vasculares pulmonares, que podem ser causadas por vários fatores, dentre eles a hiperóxia, dano pulmonar devido ao uso da ventilação mecânica e presença de mediadores de inflamação. Os pacientes portadores de HP podem evoluir para descompensações cardíacas necessitando de avaliações hemodinâmicas e funcionais freqüentes, que seriam inviáveis se realizadas de forma invasiva. Tradicionalmente, a única avaliação das pressões no interior da artéria pulmonar só podia ser feita pelo cateterismo cardíaco. O advento da ecocardiografia bidimensional com Doppler permitiu a avaliação quantitativa dos níveis da pressão arterial pulmonar (PAP), sendo um parâmetro de extrema 9 importância para o adequado manuseio destes pacientes. O exame consiste na realização de várias medidas, dentre elas: tempo de aceleração da curva de fluxo pulmonar (TAC); tempo de ejeção da curva de fluxo pulmonar (TEJ); cálculo da pressão sistólica da AP (PSAP), equivalente a pressão sistólica do VD (PSVD) através da regurgitação tricúspide (Currie,1985). O índice de excentricidade (IE) está presente quando existe uma elevada pressão ventricular direita distorcendo a cavidade do VE sendo observado o deslocamento para a esquerda do septo interventricular tanto na sístole quanto na diástole. II. 3. A NOVA MEDIDA ECOCARDIOGRÁFICA: ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO PELA ECOCARDIOGRAFIA DOPPLER O índice de desempenho miocárdico (IDM), obtido pela ecocardiografia utilizando a técnica Doppler, tem sido descrito na literatura como uma nova medida não invasiva da função ventricular utilizando a análise dos intervalos de tempo sistólico e diastólico na avaliação global dos ventrículos (Tei a,1995). O IDM corresponde à soma do intervalo de tempo da contração isovolumétrica (TCI) e relaxamento isovolumétrico (TRI) dividido pelo tempo de ejeção ventricular (TEJ). Estes intervalos de tempo podem ser facilmente obtidos através do Doppler, utilizando técnicas de exame ecocardiográfico corretamente padronizado (figura 1) (Tei b,1995). Tei et al.(1996) estudaram o IDM do VD em 26 pacientes com hipertensão pulmonar primária e em 37 pacientes normais e observaram uma excelente reprodutibilidade da medida com mínimas diferenças inter e intra- 10 observador sendo o coeficiente de variação entre os 2 grupos ( 3,3% + 3,1 e 4,5% + 4,0 respectivamente). Os intervalos de tempo obtidos pelo Doppler para o cálculo do IDM apresentaram diferença estatisticamente significativa, principalmente a média do IDM de VD do grupo de portadores de HP comparando com os pacientes sem HP (0,89 + 0,25 versus 0,28 + 0,04, p< 0,001). O estudo realizado por Dujardin et al., em 1998, demonstrou que quanto maior a disfunção miocárdica maior é o valor do IDM, com importante correlação prognóstica. Em pacientes com cardiomiopatia dilatada com fração de ejeção menor que 30% o índice médio do IDM do VE foi de 1,06 + 0,24, enquanto que em pacientes sem disfunção miocárdica o índice médio foi de 0,39 + 0,05. Pelo fato de ser o resultado de uma razão entre intervalos de tempo, este novo índice não sofre influência da alteração da geometria ventricular e da freqüência cardíaca. Possui uma boa correlação com outros métodos invasivos e não invasivos de função ventricular já demonstrado inicialmente em adultos por Tei et al. (1997). Os autores correlacionaram o IDM do VE com os índices de função miocárdica obtidos através do cateterismo cardíaco de 34 pacientes portadores de doença isquêmica crônica e cardiomiopatia dilatada. O valor do IDM de VE teve boa correlação com o registro simultâneo hemodinâmico do pico sistólico ventricular o +dP/dP e pico diastólico –dP/dP (r =0,821, p <0,0001 e r =0,833, p <0,0001 respectivamente). Os estudos de Yeo (1998) em um grupo de 53 portadores de hipertensão pulmonar primária (45 + 14 anos) apresentaram valores médios do IDM do VD 11 0,84 + 0,2, portanto maiores do que os valores normais publicados. Citaram que esta nova medida pode ser de grande auxílio no seguimento destes pacientes com hipertensão arterial pulmonar primária, acrescentando informações para orientação terapêutica mais agressiva, principalmente nos casos graves. Kang (1998) avaliou do IDM do VE de 60 pacientes com hipertensão arterial essencial (57,3 + 10,2 anos) e 60 pacientes do grupo controle sem HAS (54,1 + 15,1 anos). A diferença encontrada entre os 2 grupos foi estatisticamente significativa (0,8 + 0,3 versus 0,6 + 0,1). Os autores ressaltaram que mesmo na presença de função sistólica normal nos casos de HAS essencial, os resultados do IDM do VE mais elevados nestes pacientes serviam como indicador precoce de disfunção ventricular esquerda. Tei et al. (1996), em estudo envolvendo 45 pacientes portadores de amiloidose, encontraram o tempo de contração e relaxamento isovolumétrico prolongados, tempo de ejeção encurtado do VE, resultando em aumento significativo do IDM do VE nestes pacientes em relação ao grupo normal (0,81 + 0,21 versus 0,39 + 0,04). Moller et al. (1999) estudaram o efeito da sobrecarga de volume sobre o IDM do VE em voluntários saudáveis e em pacientes com infarto do miocárdio prévio (IAM), comparando as medidas basais com aquelas realizadas durante a manobra de Valsalva e com a administração de nitroglicerina. Foi demonstrado que a magnitude das variações dos resultados foram mínimas, isto é, de até 10% do grupo com infarto do miocárdio prévio e com diferença estatisticamente significativa no grupo dos pacientes saudáveis. Isto demonstra que o IDM do VE não sofre modificações mesmo na presença de variações de volume 12 ventricular em pacientes com IAM prévio diferindo das outras medidas ecocardiográficas clássicas. Uma revisão da literatura sobre o IDM, desenvolvida por Salgado et al. em 2004, salientou a importância clínica e prognóstica desta nova medida, em especial nos pacientes com amiloidose, hipertensão arterial pulmonar primária e IAM. Ressaltaram que apesar da sua grande utilidade (reprodutibilidade e alta sensibilidade) a sua aplicabilidade enfrenta alguma resistência, visto que este índice é ainda pouco conhecido para a maioria dos clínicos e cardiologistas. Spencer (2004) analisou 141 pacientes de 16 a 78 anos sem doença cardiovascular e demonstrou que o IDM do VE sofre variações dos resultados com a idade, principalmente nas 2 últimas décadas estudadas (60 e 80 anos de idade) devido às variações individuais dos componentes do cálculo do IDM. A avaliação quantitativa da função ventricular dos pacientes com cardiopatias congênitas é às vezes, um grande desafio diante devido a presença das significativas alterações da geometria cardíaca. O trabalho de Eidem et al. em 2000 correlacionou IDM do VD em pacientes de pré e pósoperatório de cardiopatias congênitas com pacientes normais. Foram selecionadas as patologias como a comunicação interatrial ampla, representando o aumento da pré-carga ventricular; estenose pulmonar representando a sobrecarga da pós-carga e finalmente a transposição corrigida dos grandes vasos com insuficiência da válvula átrio-ventricular grave referindo ao aumento combinado da pré e pós-carga. Não foram encontradas diferenças do IDM do VD nos grupos estudados a despeito das sobrecargas de volume e 13 pressão. Os valores do IDM do VD encontrados no grupo pediátrico e adulto normais foram de 0,32 + 0,03 e 0,28+ 0,04 respectivamente. Para determinação da função sistólica ventricular tem-se utilizado as medidas ecocardiográficas de fração de ejeção e fração de encurtamento. Entretanto nas situações onde existe anormal mobilidade do septo interventricular ou distorções da geometria ventricular, estas medidas não são precisas. Estes métodos também chamados de geométricos são limitados principalmente para a análise de cardiopatias de anatomia complexa, como a doença de Ebstein. O trabalho de Eidem (1998) conseguiu estudar a função ventricular nesta patologia através do IDM demonstrando a diferença entre as 152 crianças normais e 45 crianças no pré-operatório de anomalia de Ebstein. A média da idade das crianças normais ( 9,3 + 2,6 anos) foi menor que o grupo de portadores da anomalia de Ebstein (18,0 + 14,8 anos, p< 0,001). Os valores de IDM do VD e do VE nas crianças normais foram de 0,32 + 0,03 e 0,35 + 0,03, respectivamente e no grupo dos portadores da cardiopatia foram de 0,49 + 0,12 e 0,42 +0,09, p< 0,001. Este foi o primeiro estudo a determinar os valores do IDM em crianças e seus valores em diferentes faixas etárias. A avaliação global do ventrículo direito anteriormente se utilizava a ventriculografia direita, como padrão ouro, e posteriormente a ressonância magnética. Entretanto estas técnicas invasivas e pouco acessíveis, não são apropriadas em crianças muito pequenas pois requerem anestesia geral. São poucos os trabalhos publicados sobre o IDM no período neonatal. Tsutsumi et al. (1999) determinaram o IDM de ambos os ventrículos em estudo um longitudinal e prospectivo englobando 50 fetos normais, 35 com crescimento 14 intra-uterino retardado (CIUR), 30 fetos de mães diabéticas e 20 recémnascidos normais. Os autores demonstraram uma gradual diminuição dos valores IDM com o avançar da gestação, refletindo assim sua estreita relação com a maturação e desenvolvimento miocárdio. O valor médio do IDM do ventrículo esquerdo foi 0,62 + 0,07,na idade gestacional entre 18 e 26 semanas,diminuindo para 0,43 + 0,03 medido após 34 semanas. Verificaram que o IDM nos fetos com crescimento intra-uterino retardado ( VE 0,64 + 0,08; VD 0,58 + 0,10) e fetos de gestantes diabéticas (VE 0,64 + 0,06; VD 0,54 + 0,07) tinham os valores superiores ao grupo controle (VE 0,43 + 0,03; VD 0,49 + 0,05) no final da gestação. Ichihashi et al. (2005) estudaram o IDM do VE em 20 prematuros com asfixia leve1 e no grupo controle de 20 prematuros sem asfixia. O trabalho demonstrou que os resultados do IDM do VE na 1a semana de vida do grupo com asfixia leve foram maiores que o grupo controle (0,40 + 0,10 versus 0,29 + 0,04, p =0,0005 ) e que este índice normalizou na 3a semana de vida. Malakan-Rad et al. em 2002 estudaram 51 neonatos a termo saudáveis, cujos valores do IDM do VD entre 48 e 72 horas de vida, foram de 0,23 + 0,14. A análise estatística não demonstrou diferença significativa do IDM em relação ao peso, idade e sexo. Outro estudo do IDM na fase intra-uterina foi de Eidem et al. (2000) onde analisaram 125 fetos sem cardiopatias com IG média de 28 semanas e encontraram valores para o IDM do VE de 0,35 + 0,03. 1 Asfixia leve é definida quando o escore de Apgar de 5o min após o nascimento está entre 5 -7. 15 Em trabalho nacional, Barberato et al. (2006) estudaram 43 fetos normais divididos em 3 faixas de IG (grupo I: 20 a 25 sem, grupo II: 26 a 33 sem e grupo III: 34 a 37 sem) e observaram que houve um aumento gradativo da medida do IDM do VE (0,39 + 0,02 versus, 0,44 + 0,02 versus 0,48 + 0,02, p <0,01) e uma progressiva diminuição da medida TEJ (189 + 3 versus 185 + 2 versus 172 + 4 ms p< 0,05) conforme a gestação se aproximava do termo. A primeira explicação aventada seria o aumento da resistência arterial periférica (póscarga) devido ao processo de envelhecimento e calcificação dos vasos placentários com o avançar da gestação e a segunda seria o enrijecimento progressivo do miocárdio fetal, levando à diminuição do volume diastólico do VE traduzido por um TEJ menor. O trabalho realizado por Ishii et al. (2000) estudou 150 crianças normais e 43 portadoras de cardiopatia congênita (35 portadoras de comunicação interatrial e 8 PO de Senning2). Nestes casos, a aorta está conectada ao VD, que é o ventrículo sistêmico. A idade variou de 30 dias a 18 anos. O resultado do índice IDM do VD nas crianças normais foi de 0,24 + 0,04 e não se alterou com a idade. Existiu uma diferença significativa entre o PO de Senning (0,58 + 0,09) e crianças saudáveis (p< 0,01). Takeuchi et al. (2005) estudou 33 pacientes de PO tardio de transposição dos grandes vasos da base (TGVB) de switch atrial2 ( idade média de 21 + 4 anos) O IDM do VD no grupo de PO foi significativamente maior que o grupo 2 Cirurgia de Senning é a cirurgia realizada em portadores de transposição dos grandes vasos da base, onde se realiza a “switch atrial”, isto é, o fluxo venoso sistêmico é direcionado para a válvula mitral e o fluxo venoso pulmonar para a válvula tricúspide, sendo mantido a discordância ventrículo-arterial. 16 controle sem a cirurgia (0,65 + 0,10 versus 0,29 + 0,01, p< 0,05). Estes valores foram um pouco mais elevado que o estudo de Ishii que estudou estes pacientes de PO TGVB porém, em faixa etária menor (12 + 2 anos). Em estudo nacional, Morhy et al. (2005) avaliaram o IDM do VD em 44 pacientes de PO tardio de cirurgia de Senning, com a média de idade 16,7 anos. Demonstraram que os valores médios para este grupo o IDM do VD foi de 0,50 e que no ponto de corte de 0,47 do IDM, apresentou sensibilidade de 75% e especificidade de 62,5%, comparando a análise da função do VD feita pela ressonância magnética. Houve uma excelente correlação entre as medidas do IDM feitas por 2 observadores. A ecocardiografia de estresse obtido com a administração de dobutamina está sendo utilizada para avaliação da reserva cardíaca funcional em adultos e em pacientes pediátricos, portadores de cardiopatias congênitas, na avaliação dos resultados de PO ou cardiotoxidade pós-antraciclina. Haraka et al. (2002) avaliaram o IDM do VE através da ecocardiografia de estresse em crianças na faixa etária entre 1 a 13 anos (média 4,9 + anos) demonstrando ser um sensível indicador de disfunção ventricular esquerda. Foi estudado o IDM de ambos os ventrículos (Sugiura, 2003) em trabalho experimental utilizando porcos recém-nascidos apresentando hipertensão pulmonar induzida pela hipóxia. Verificaram uma boa correlação entre a pressão média da AP e o IDM do VD do grupo hipóxico os quais apresentaram valores maiores do índice que o grupo com saturação de O2 normal. Os autores demonstraram uma diferença significativa do IDM do VD dos grupos sem e com hipóxia (0,38 versus 0,56; p < 0,05). 17 II. 4. DISPLASIA BRONCOPULMONAR A definição e classificação desta doença tem sofrido algumas modificações ao longo do tempo. Em 1967, Northway et al. descreveu pela 1ª vez a displasia broncopulmonar (DBP) como uma forma grave de doença pulmonar crônica em recém-nascidos pré-termos, associada à ventilação mecânica e achados radiológicos pulmonares anormais. Bancalari et al. em 1979, a associaram à necessidade de oxigenioterapia aos 28 dias de vida, acompanhado de alterações radiológicas pulmonares. Em 1988, Shennan et al. verificaram o prognóstico das crianças com DBP, utilizando dois conceitos, a dependência de oxigênio (O2) aos 28 dias de vida e às 36 semanas de idade gestacional corrigida e verificaram pior prognóstico, nas crianças com dependência de O2 às 36 semanas. Mais recentemente, em 2000, foi organizado um consenso sobre DBP, pelo National Institute of Child Health and Human Development (NICHD) e National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), objetivando a padronização da terminologia, critérios de gravidade, orientação para a prevenção e tratamento (Jobe et al., 2001). (Quadro 1). A avaliação da gravidade da DBP irá ditar uma adequada abordagem terapêutica e poderá estimar o prognóstico. A DBP anteriormente descrita por Northway em 1967, se relacionava à ventilação mecânica e à toxicidade do oxigênio. Atualmente sabe-se que a DBP é de etiologia multifatorial estando associada à infecção e inflamação perinatal, imaturidade, barotrauma, volutrauma, persistência do canal arterial e falha no desenvolvimento alvéolo-capilar (Bancalari et al., 2003). A prematuridade é um dos fatores importantes na gênese da DBP, pois a sua prevalência e gravidade 18 são inversamente proporcionais à idade gestacional ao nascimento. Estudo de Ozdemir et al., em 1997 mostra que enzimas antioxidantes, produzidas no último trimestre da gravidez, têm menor atividade nos RNMBP. Outros elementos como antiproteases têm níveis menores também, diminuindo assim a atividade antiinflamatória nestes pacientes. Estudos experimentais demonstraram que a exposição ao oxigênio dos pulmões de cobaias recémnascidas promove o aumento dos macrófagos alveolares, que por sua vez atraem polimorfonucleares neutrófilos que estimulam a produção de elastase, aumentando os danos ao parênquima pulmonar (Papoff, 2000). As infecções pré e pós-natal contribuem para DBP devido ao maior afluxo de células inflamatórias ao pulmão e liberação de fatores mediadores da inflamação (Farrel, 1997). A persistência do canal arterial (PCA) ou situações clínicas que possam agravar o edema pulmonar, como taxas hídricas elevadas, são fatores agravantes do edema intersticial e diminuição da complacência pulmonar. Este pode ser um elemento que predispõe ao uso de ventilação mecânica por maior tempo, com pressões e fração inspirada de oxigênio (FiO2) mais elevadas, aumentando o risco da DBP (Bancalari et al., 2003). A incidência da DBP varia entre os diferentes trabalhos publicados, pois dependem das práticas ventilatórias neonatais empregadas entre os diversos centros e da definição utilizada. A incidência da DBP é inversamente proporcional ao peso de nascimento e à idade gestacional, sendo superior a 30% nos RNS menores que 1000 gramas (Nievas, 2002). Trabalho de Byrne et al. (2002) mostraram a incidência de 27,2% de DBP no período de 1997 a 2000, utilizando como definição a dependência de O2 no 28º dia de vida. Korkhonen et al. (1999) na 19 Finlândia encontraram uma incidência de 30,7% de DBP. Estudo recente no nosso meio, mostrou a incidência de 26,6%, quando o critério era necessidade de O2 no 28º dia de vida (Cunha et al., 2003). Quadro 1. Definição de Displasia Broncopulmonar: Critérios Diagnósticos: ____________________________________________________________ Idade Gestacional < 32 semanas > 32 semanas _______________________________________________________________ Momento da avaliação 36 sem de IGC ou alta > 28 d ou < 56 d de RN submetido a para casa ,o que ocorrer ou alta ,o que tratamento com O2 >21% primeiro ocorrer primeiro por pelo menos 28 dias _______________________________________________________________ DBP leve Respirando ar ambiente Respirando ar ambiente DBP moderada Em uso de FiO2<30% Em uso de FiO2< 30% Em uso de FiO2> 30% Em uso de FiO2 >30% e/ou pressão positiva(CPAP nasal e/ou pressão positiva ou VPP) (CPAP nasal ou VPP) _______________________________________________________________ DBP grave Adaptado de Jobe et al. Am J Respir Crit Care Med, 2001; 163:1723-9. ICG - idade gestacional corrigida CPAP- pressão positiva contínua nas vias aéreas FiO2- fração inspirada de oxigênio VPP- ventilação com pressão positiva 20 II. 5. ALTERAÇÕES CARDIOPULMONARES NA DBP. A circulação pulmonar neonatal possui maior número de fibras musculares do que na fase adulta (Haworh,1983) e esta característica leva a uma maior reatividade com resposta de vasoconstricção intensa mesmo a pequenos estímulos. Estímulos como a hipóxia alveolar, hipercapnia e acidemia, podem levar à vasoconstricção pulmonar e alguns destes fatores são encontrados na DBP. A resistência vascular pulmonar varia com o volume pulmonar no nível alveolar ou vascular. Em situações de pouca expansibilidade pulmonar, onde são encontradas arteríolas e veias pulmonares de calibre diminuído, a resistência vascular pulmonar estará elevada. Nos casos de pulmões hiperexpandidos, ocorre a distensibilidade do leito capilar pulmonar e o aumento da resistência pulmonar. Nos pulmões com áreas de atelectasia e hiperinsuflação, presentes nos casos de DBP, ocorre tanto a distensão do leito capilar pulmonar como colabamento dos vasos pulmonares, gerando assim aumento da resistência vascular pulmonar. Vários são os estímulos que contribuem direta ou indiretamente para a injúria vascular pulmonar. A oxigenioterapia necessária para a sobrevida destes RNMBP, muitas vezes utilizada em altas concentrações e durante um período de tempo prolongado, é um elemento importante na gênese da injúria vascular. Em 1983, Robert et al., demonstraram que a exposição à elevada concentração de oxigênio, nos primeiros 6 dias de vida em ratos, levava ao aparecimento de lesões pulmonares parenquimatosas similares a DBP. Outro estudo experimental (Jones,1984) realizado em ratos adultos, demonstrou que a administração de oxigênio a 90% durante 7 dias, causava uma extensão da 21 musculatura lisa para as arteríolas normalmente não muscularizadas e perda da arteríola pré-capilar. Esta última amostra apresentava funcionalmente aumento da pressão arterial pulmonar e hipertrofia ventricular direita. Estes estudos demonstraram o papel da hiperoxia nas lesões vasculares pulmonares e a redução do crescimento da microcirculação. A ventilação mecânica é outro fator de extrema importância para o desenvolvimento da alteração vascular pulmonar na DBP, já mencionado por Northway`s em 1967. O pulmão é mais suscetível às lesões causadas pela ventilação mecânica devido à instabilidade alveolar e à hiperdistensão regional ou das vias aéreas. O primeiro fator pode ocasionar atelectasias, que são áreas pulmonares não recrutadas . A hiperdistensão alveolar causada pela ventilação mecânica utilizando grandes volumes correntes é também chamado de volutrauma. Este fator gera um estiramento dos alvéolos, vias aéreas, membrana basal e também do endotélio capilar pulmonar. Há então quebra da barreira alvéolo capilar com extravasamento de fluidos, proteínas e sangue, gerando edema pulmonar, elevando a resistência pulmonar (Farrel et al., 1997). A hipertensão pulmonar contribui significativamente na morbidade e mortalidade de muitas doenças crônicas da infância, incluindo a DBP, fibrose cística, anemia falciforme e doenças intersticiais pulmonares. O curso clínico da HP é variável nas várias doenças cardíacas e pulmonares. A HP encontrada na fibrose cística ocorre mais tardiamente com o curso progressivo e irreversível diferente dos pacientes com DBP que na forma grave manifesta-se ainda no período neonatal. Quando existe um extenso comprometimento pulmonar pode haver sobrecarga cardíaca direita e evoluir para cor pulmonale. 22 Cor pulmonale significa o envolvimento do coração direito (hipertrofia, dilatação e ou falência), como resultado de doenças que afetam a estrutura do pulmão, exceto aquelas secundárias do coração esquerdo. Dentre as outras alterações cardiovasculares da DBP podemos citar a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e hipertrofia do VD ou biventricular. A HAS pode ser conseqüência dos altos níveis de catecolaminas circulantes, fenômenos tromboembólicos e uso prolongado de corticoterapia. A hipertrofia biventricular pode ser um fenômeno transitório relacionada a HAS ou ao uso de corticóides (Abman,2002). A avaliação ecocardiográfica nos pacientes portadores de DBP têm como objetivos principais: descartar a associação com cardiopatias congênitas, pesquisar hipertrofias ventriculares e estimar a pressão arterial pulmonar. As cardiopatias congênitas acompanhadas de DBP podem apresentar pior evolução clínica, inclusive dificultando o seu diagnóstico. 23 OBJETIVOS 24 III. OBJETIVOS III. 1. GERAL Avaliar o índice de desempenho miocárdico do VD pela ecocardiografia, o índice Tei, nos RN prematuros de muito baixo peso (RNMBP), próximo à alta hospitalar. III. 2. ESPECÍFICO Comparar os resultados do IDM do VD em RNMBP com e sem DBP. Descrever os resultados morfométricos das cavidades cardíacas em RNMBP. 25 HIPÓTESE 26 III. HIPÓTESE Os valores médios do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito (IDM do VD) são maiores em recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) com displasia broncopulmonar (DBP) do que os RNMBP sem DBP. 27 ASPECTOS ÉTICOS 28 III. CEP Este projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Hospital Geral de Bonsucesso com o Parecer n. 23/05 e do Instituto Fernandes Figueira através do Parecer n.045/065. Foi solicitado o consentimento informado de pelo menos um responsável legal, para a participação no trabalho e para a realização dos exames (Apêndice 4 e 5). 29 ARTIGO 30 IV. ARTIGO AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO DO VENTRÍCULO DIREITO PELA ECOCARDIOGRAFIA – ÍNDICE TEI EM PREMATUROS DE MUITO BAIXO PESO 31 RESUMO OBJETIVO: Avaliar o índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito pela ecocardiografia - índice Tei em recém-nascidos prematuros de muito baixo peso ao nascer (RNMBP), próximo à alta hospitalar bem como comparar os valores do grupo com e sem displasia broncopulmonar. Os autores descreveram os resultados morfométricos das cavidades cardíacas da amostra. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal sendo incluídos recém-nascidos prematuros com peso ao nascer inferior a 1500 g e idade gestacional menor que 37 semanas admitidos em uma unidade intermediária neonatal pública no período compreendido entre setembro de 2005 e maio de 2006. Os recém-nascidos que preencheram os critérios de inclusão foram submetidos ao ecocardiograma bidimensional e Doppler a cores. Foi avaliado o índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito, através da ecocardiografia, na amostra em estudo, próximo a alta hospitalar. Foram comparadas as variáveis neonatais e ecocardiográficas entre os RN com displasia broncopulmonar e sem esta patologia. RESULTADOS: Foram analisados os exames de 81 recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer. As médias de peso ao nascer e a idade gestacional foram de 1140 + 235 g e 30 + 2,2 semanas, respectivamente. A incidência de displasia broncopulmonar (DBP) foi de 32%. As crianças com DBP necessitaram de um 32 maior tempo de ventilação mecânica (30,6 dias + 20,9 dias versus 4,1 dias + 4,7 p < 0,05) e de oxigenioterapia ( 59,1 dias + 23,4 dias versus 7,2 dias + 1,1, p < 0,05) do que as que não desenvolveram a doença. A média do índice de desempenho miocárdio do ventrículo direito na amostra foi de 0,13 + 0,06. Os parâmetros ecocardiográficos das medidas do átrio esquerdo (AE), ventrículo direito (VD), medida “b” e do índice de desempenho miocárdico do VD não mostraram diferença significativa entre os grupos de RN com DBP e sem DBP. Encontrou-se uma diferença estatisticamente significativa entre as medidas da aorta (AO), ventrículo esquerdo (VE) em diástole, diâmetro do septo interventricular, parede posterior e a medida “a” do cálculo do IDM. CONCLUSÃO: Os resultados do trabalho sugerem que a média do IDM de VD na amostra estudada encontra-se dentro da faixa de valores descritos na literatura para a população pediátrica. Esta amostra de recém-nascidos prematuros demonstrou uma evolução clínica satisfatória e o estudo ecocardiográfico não evidenciou disfunção ventricular direita. Porém a medida ”a” do cálculo do índice de desempenho miocárdico foi estatisticamente diferente entre RN com DBP e sem DBP. Estes dados sugerem que no grupo de RN com DBP temos uma função diastólica ventricular direita alterada porém mantendo a função ventricular global normal, visto através da média IDM do VD. PALAVRAS CHAVES: Displasia broncopulmonar, recém-nascido com muito baixo peso ao nascer, índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito, índice Tei, Doppler. 33 ABSTRACT PURPOSE: To evaluate the Doppler-derived right ventricular myocardial performance index–Tei index in very low birth weight infants close to hospital discharge as well as to compare the results between bronchopulmonary dysplasia group and no bronchopulmonary dysplasia group. The authors determined the cardiac dimentions of this sample. METHODS: This was a prospective sectional study. The study sample included premature infants with birth weight lower than 1500g and gestational age less than 37 weeks admitted in a public neonatal unit from september 2005 to may 2006. All the neonates who fulfilled the criteria underwent a complete twobidimensional and color-Doppler echocardiographic. Right ventricular myocardial performance index (RV MPI) was assessed by echocardiography. The neonatal and echocardiographic data were compared between the bronchopulmonary dysplasia (BPD) group and the preterms without this disease. RESULTS: Eighty-one exams were analized in the study. Mean birth weight and gestational age were 1140 + 235 g and 30 + 2,2 weeks respectively. The prevalence of BPD was 32%. The BPD group needed more time of mechanical ventilation (30,6 + 20,9 vs 4,1 + 4,7 d, p < 0,05) and total time on O2 ( 59,1 + 23,4 vs 7,2 + 1,1 d, p < 0,05) than the preterm group without BPD. The means myocardial performance was 0,13 + 0,06. The echocardiographic data: left atria, 34 right ventricle, interval “b” and RV MPI were not different between DBP infants and the babies without bronchopulmonary dysplasia. The variables: aorta diameter, left ventricular end-diastolic dimension septo diameter, posterior wall and interval “a” were significantly different between the two groups (P<0,05). CONCLUSIONS: The mean value for myocardial performance index in the neonates studied here was similar to those described in the literature. In this sample of newborn premature infants, the echocardiographic data showed a good clinical evolution without right ventricular disfunction. However the interval ”a” of this study the difference of the mean this interval was statistically significant between BPD group and preterms without BPD. This observation was compatible that the BPD group showed diastolic right ventricular dysfunction but global right function was normal defined by the RV MPI. KEY WORDS: Bronchopulmonary dysplasia, very low birth weight infant, right ventricular myocardial performance index, Tei index, Doppler. 35 INTRODUÇÃO A prematuridade e as malformações cardiovasculares são as 2 causas mais comuns de óbito neonatal1. Dentre as principais patologias que acometem o recém-nascido de muito baixo peso (RNMBP) se encontra em destaque a displasia broncopulmonar (DBP) devido a sua alta morbidade e mortalidade, principalmente nos primeiros 2 anos de vida2. O trabalho de Fanaroff et al.3 em 1995 mostrou a ocorrência de DBP em 51% e 35% dos RNMBP com peso compreendidos entre 501 a 750 e 751 a 1000 gramas, respectivamente. A corticoterapia empregada no período neonatal em crianças com DBP foi associada a efeitos adversos no neurodesenvolvimento desses bebês4. O diagnóstico de DBP e seu tratamento adequado devem ser bastante enfatizados na neonatologia, pois nos casos graves com complicações cardiovasculares como a disfunção ventricular direita associada à hipertensão pulmonar (HP) pode elevar para 39% a taxa de mortalidade destes pacientes5. A persistência de hipertensão pulmonar arterial após os primeiros meses de vida pode aumentar a morbidade e mortalidade nos portadores de DBP. Devido a este alto risco, é recomendável a avaliação cardiológica e realização do ecocardiograma de rotina, para estimar a presença de HP e sua evolução auxiliando o adequado manuseio das medicações freqüentemente utilizadas por estas crianças6. Nos últimos 20 anos, a ecocardiografia Doppler tem sido não só um importante instrumento para o diagnóstico anatômico das cardiopatias congênitas e adquiridas, mas também o método tem permitido a pesquisa da função ventricular sistólica e diastólica através do modo M, bidimensional e 36 Doppler. Entretanto a análise morfofuncional do ventrículo direito pela ecocardiografia é por vezes difícil em situações como na presença de hipertensão pulmonar, em ausência de parâmetros utilizados na estimativa tradicional, como a regurgitação da válvula tricúspide7. Na faixa pediátrica as dificuldades somam-se em razão das alterações da freqüência cardíaca e geometria do VD. Tei et al. (1995)8 elaboraram uma nova medida Doppler que engloba intervalos de tempo relacionados à função sistólica e diastólica, refletindo o desempenho ventricular global. Esta medida, também chamada índice Tei é definido pela soma do tempo de contração isovolumétrica (TCI) com o tempo de relaxamento isovolumétrico (TRI), dividida pelo tempo de ejeção (TEJ). Vários trabalhos8,9,10,11 principalmente em adultos demonstraram o seu valor com indicador sensível da presença da disfunção ventricular do ventrículo esquerdo e direito, e também relacionado a diversas patologias. O índice Tei é obtido através de um método de fácil realização, reprodutível, possuindo vantagens em relação as medidas tradicionais para a função ventricular, pois não se altera com a variação da freqüência cardíaca ou da geometria ventricular, achados comuns na faixa etária neonatal e pediátrica. Até o presente não existem estudos mostrando o IDM do VD aplicado ao período neonatal em crianças prematuras com DBP. A proposta deste estudo visa determinar o índice ecocardiográfico de desempenho miocárdico do VD em RNMBP, para a avaliação da função ventricular direita. 37 Materiais e Métodos Desenho do estudo: O estudo foi de corte transversal realizado no período de setembro de 2005 a maio de 2006, na Unidade Intermediária Neonatal (UI). População: O critério de inclusão foi prematuridade (idade gestacional inferior a 37 semanas) e peso ao nascer abaixo de 1500 gramas. Foram excluídos RNs provenientes de outras unidades admitidos na UI com idade superior a 3 dias, portadores de malformações torácicas, diafragmáticas e cardiopatias congênitas. A amostra do estudo foi separada em 2 grupos: RN com displasia broncopulmonar e o grupo sem esta patologia. A idade gestacional (IG) foi calculada baseada na data da última menstruação (DUM) e no caso de desconhecimento desta data, pela ultrassonografia obstétrica precoce (US) realizada até 18 semanas de gestação. No caso de ausência destas informações, a IG foi calculada pelo método de New Ballard12. Foi definida a adequação do peso ao nascer à para idade gestacional de AIG, PIG ou GIG, segundo a classificação de Lubchenco (1963). A definição de DBP foi baseada no Consenso realizado em 2000 elaborado e publicado por Jobe e Bancalari13 em 2001, que utiliza como critério o uso de O2 por um período igual ou superior a 28 dias. Instrumento de avaliação: O exame foi realizado utilizando o aparelho de ecocardiograma bidimensional color / Doppler marca Philips modelo EnVisor C HD, transdutor 38 setorial modelo 21350A de 5 MHz, filtro 400 e com velocidades 50/ms - 100/ms. As imagens contendo os registros foram armazenadas em formato digital no HD e CD, para posterior análise. Foi realizado o ecocardiograma no momento de estabilidade clínica e hemodinâmica do paciente, sem necessidade de uso de oxigênio, próximo da alta hospitalar. Foi utilizado um ecocardiógrafo de alta resolução, por um único cardiologista pediátrico, que desconhecia os dados clínicos dos RN do estudo. Os pacientes fizeram o exame ecocardiográfico sem sedação e com monitorização contínua do eletrocardiograma. A confiabilidade interobservador (comparação dos resultados obtidos e analisados por 2 ecocardiografistas em um mesmo exame) foi realizada de forma cega, com reavaliação de 10% do total de exames, que foram escolhidos aleatoriamente na população do estudo, sendo testado através do coeficiente de correlação Intraclasse (ICC) cujo resultado foi de 0,9341 (IC: 0,63-0,98). Os parâmetros ecocardiográficos16 foram obtidos pelo modo M que incluíram os diâmetros sistólico e diastólico do ventrículo esquerdo (VEs e VEd), ventrículo direito (VD), átrio esquerdo (AE), aorta (AO), espessura diastólica do septo interventricular (SIV) e da parede posterior do ventrículo esquerdo (PP). O método Doppler foi empregado para a aquisição das seguintes medidas: cálculo da pressão sistólica (PSAP) estimada pela insuficiência tricúspide, análise da forma da curva sistólica pulmonar, e índice de desempenho miocárdico do VD. Estimamos valores de gradientes de pressão 39 através da equação de Bernoulli (∆P= 4 V2, onde P= gradiente de pressão e V= velocidade máxima da curva de fluxo). Para a medida da PSAP que equivale à pressão sistólica do ventrículo direito na ausência de obstrução em sua via de saída, foi obtido no corte apical de quatro câmaras. Com a amostra do Doppler contínuo na via de entrada do VD, obteve-se o jato da regurgitação tricúspide e usando a equação de Bernoulli, acrescenta-se a este resultado uma estimativa da pressão do átrio direito (PAD) em torno de 10 mmHg7. A regurgitação tricúspide foi classificada como ausente, leve, moderada ou grave. Para a análise da forma da curva do fluxo pulmonar foi posicionada a amostra do Doppler na válvula pulmonar posição paraesternal eixo curto para a obtenção e análise do fluxo sistólico. A morfologia da curva do fluxo pulmonar foi considerada a forma “em sino” (simétrica) nos casos normais e a forma triangular (assimétrica) na presença de HP. Para o cálculo do índice de desempenho miocárdico de VD (IDM), índice Tei foram obtidas das curvas de fluxo da via de entrada (válvula tricúspide) e da via de saída do VD. A medida “a” corresponde ao intervalo de tempo entre o final e o início do fluxo ventricular direito, que é igual a soma do tempo de contração isovolumétrica (TCI), do tempo de ejeção (TEJ) e o tempo de relaxamento isovolumétrico (TRI). A medida “b” corresponde ao tempo de ejeção do VD (TEJ); portanto a soma de tempo de contração e relaxamento isovolumétricos se obtém subtraindo a medida “b” de “a”. Para obtenção dos intervalos de tempo foi padronizado o tamanho do volume da amostra do 40 Doppler em 2 mm, e foram calculadas as médias dos resultados de pelo menos 5 ciclos cardíacos consecutivos. Este estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Hospital Geral de Bonsucesso (CEP/ HGB) com o Parecer no 23/05 e do Instituto Fernandes Figueira (CEP/ IFF) através do Parecer no 045/065. O consentimento informado foi obtido por pelo menos um responsável legal, para a participação no trabalho e para a realização dos exames. Análise estatística: As variáveis maternas e neonatais foram descritas através de medidas de freqüência bem como médias, medianas e respectivos desvios padrão. Foram utilizados os testes estatísticos para diferença de médias e proporções, teste T Student / F statistic e teste exato de Fisher, respectivamente. O nível de significância estatística considerado para estas comparações foi de 5%. Para o cálculo do tamanho amostral considerou-se na faixa etária do estudo uma prevalência de alteração do IDM de VD de 3%, nível de confiança de 95% e uma precisão de 3%, o tamanho amostral necessário seria de 56 crianças. RESULTADOS No período de setembro de 2005 a maio de 2006 foram admitidos 84 prétermos, com menos de 37 semanas de idade gestacional e peso ao nascer inferior a 1500 gramas, na Unidade Intermediária Neonatal. Foram excluídos 2 41 RNs com malformação congênita pulmonar e 1 RN nascido em outra unidade hospitalar e transferido para a unidade após o 3o dia de vida, portanto a nossa amostra em estudo foi de 81 RNs, que corresponde a 96 % da população de RNMBP admitida no período. A distribuição da amostra em estudo mostrou que 34 recém-nascidos (42%) eram do sexo masculino. Do total de pré-termos, 49 (60,5%) eram adequados para idade gestacional (AIG) e 32 (39,5%) pequenos para idade gestacional (PIG), não sendo observado pré-termo grande para idade gestacional (GIG), de acordo com a classificação proposta por Lubchenco (Lubchenco, 1963)14. De acordo com a faixa de peso ao nascer os RNs foram assim distribuídos: <750 g: 2 (2,5%), 750 a 999 g: 22 ( 27,5 %), 1000 a 1249 g: 24 ( 29,6%) e 1250 a 1499 g: 33 (40,7%) . A idade materna variou de 13 a 48 anos, sendo a mediana de 24 anos. Dessas gestantes, 58 (71%) fizeram pré-natal, e o número médio de consultas foi de 2,5 + 2,0 dias. Durante a gestação, os problemas mais observados foram: hipertensão arterial em 26 gestantes (32,1%), sendo incluída a doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) e a hipertensão crônica, e em uma (1,2%) gestante o diabetes. O uso de corticoterapia pré-natal foi identificado em 50 gestantes (61,7%). O tempo de ruptura de membranas bolsa rota superior a 24 horas ocorreu em 25% da amostra e a ruptura da membrana amniótica no momento do parto em 56,2% das pacientes. 42 Em relação ao peso de nascimento observou-se a variação de 575 g a 1495 g com a média de 1140 g + 235 g (mediana: 1142 g). A idade gestacional média foi de 30 + 2,2 semanas (mediana: 30 semanas). A estimativa da IG obtida pela DUM foi prejudicada em 31 (40,2%), pois as gestantes ignoravam este dado ou não tinham a certeza da data. Em relação às intercorrências pós-natais verificamos que 47 recémnascidos (58%) tiveram doença da membrana hialina, sendo utilizado surfactante em 46 correspondendo a 56,8% do grupo total do estudo. Foi necessário o uso de ventilação mecânica em 53 RNs (65,4%) sendo o tempo médio de utilização de 14,9 + 18,9 dias (mediana 5,5 dias). O CPAP nasal foi necessário em 69 (85,1%), com o tempo de uso de 5,9 + 6,8 dias (mediana 3,0 dias).O oxyhood com a média de 3,1 + 3,9 dias (mediana: 2,0 dias) e o cateter de oxigênio com tempo médio de 7,1 + 11,7 dias (mediana: 1,5 dias). O tempo total de uso de oxigênio variou de 4 a 120 dias, com média de 24,7 + 28,6 dias (mediana: 9,0 dias). O canal arterial permeável foi encontrado em 18 bebês (22,2%), sendo indicado o fechamento cirúrgico em 9 deles. Septicemia confirmada por hemocultura positiva ocorreu em 15 casos (18,5%). Vinte e seis (32%) crianças preencheram os critérios para o diagnóstico de displasia broncopulmonar e destes 19 foram classificados como forma moderada. Nenhum foi definido como forma grave de DBP. Foram distribuídos os RNs com e sem DBP, de acordo com as faixas ponderais ao nascer e 18 (69%) dos RNs com DBP nasceram com menos de 1000 gramas (Tabela 1). Observou-se que o tempo de uso de ventilação mecânica e a necessidade total 43 de O2 no grupo com DBP foi maior em relação ao grupo sem DBP (23,6 + 20,9 versus 4,1 + 4,7 dias e 59,0 + 23,4 versus 7,2 + 1,1 dias, respectivamente). Resultados do estudo morfométrico das cavidades cardíacas: Na data do exame os RNs estavam com a média de idade gestacional corrigida de 36,1 semanas e de peso de 1752 gramas .Como mostra a tabela 2 a média do IDM do VD encontrado foi de 0,13 + 0,06. As medidas das cavidades cardíacas da amostra (n= 81) obtidas pela ecocardiografia através do modo M, apresentaram valores dentro da faixa normal para a idade gestacional (Tabela 2). Ao comparar o peso na data do exame e a IG corrigida dos RNs sem e com DBP verificou-se que apresentavam diferenças estatisticamente significativas (1643 g + 113 versus 1991 g + 352, p= 0,001 e 34,5 sem + 2,2 sem versus 38,2 sem + 3,3 sem, p= 0,001, respectivamente). A análise das medidas ecocardiográficas mostrou que os diâmetros da aorta, ventrículo esquerdo em diástole, septo e parede posterior em diástole foram significativamente diferentes, sendo maiores no grupo com DBP e não houve diferença significativa entre os 2 grupos em relação aos diâmetros de VD e AE (Tabela 3). Na amostra (n=81) não se encontrou alteração do índice de excentricidade do septo interventricular. Feito mapeamento com o Doppler na via de entrada do ventrículo direito para a identificação de fluxo de insuficiência tricúspide (IT) e em apenas 9 RNs foi identificado IT leve e nos restantes IT trivial ou ausente. 44 Resultado da análise do cálculo do índice de desempenho miocárdico do VD O IDM médio do VD foi semelhante entre os grupos sem DBP e com DBP e também não foram encontradas diferenças estatisticamente signficativas da medida “b” e do peso ao nascer, ou sexo. A medida “a”, peso e idade gestacional corrigida foram comparados entre os 2 grupos no momento do exame e mostrou diferença estatisticamente significativa (Tabela 3). Considerando 0,24, o valor médio de normalidade do IDM do VD descrito na literatura para a faixa etária pediátrica, adotamos este ponto de corte para comparar na nossa amostra as variáveis ecocardiográficas e neonatais (Tabela 4). As média dos IDM dos grupos < 0,24 e > 0,24 foram 0,12 + 0,05 e 0,26 + 0,02, respectivamente. A freqüência da persistência do canal arterial (PCA) entre as crianças com IDM do VD < 0,24 foi de 19,7% e de 60 % as que apresentavam IDM do VD > 0,24. DISCUSSÃO A displasia broncopulmonar continua sendo uma importante complicação no seguimento dos RNMBP, sendo importante o seu diagnóstico para instituir a terapêutica adequada, modificando a história natural da sua morbi-mortalidade. É uma doença multifatorial, já bastante estudada na literatura17-19. Entretanto, com o avanço tecnológico e com a melhoria dos cuidados na assistência perinatal, a incidência da forma grave da DBP diminuiu sendo atualmente a “nova DBP”19 a apresentação mais comum. A literatura mostra que 20 a 25% 45 dos portadores de DBP podem ter comprometimento cardíaco e uma parcela pode evoluir para HP6. A avaliação cardiológica é de extrema importância durante o acompanhamento clínico destes bebês orientando a adequada terapêutica, como os diuréticos e vasodilatadores, os quais podem ter efeitos adversos para este RNMBP.4,18 ,caso sejam utilizados por tempo prolongado. A literatura mostra uma ampla variação na incidência dessa doença, por utilizarem diferentes definições para DBP (oxigenioterapia aos 28 dias de vida ou às 36 semanas de idade gestacional corrigida). Por este motivo a incidência descrita varia numa ampla faixa entre 15 e 60%. Recentemente em trabalho colaborativo da rede Neocosur envolvendo 1825 RNMBP20, a incidência foi de 24,4% considerando a definição de DBP como a necessidade de oxigênio aos 28 dias de vida. A prevalência da DBP do nosso estudo foi de 32%, utilizando a definição e classificação mais recentes considerando uso de O2 por um período superior a 28 dias. Deste grupo 76% dos casos possuíam dependência de O2 com 36 semanas de IG corrigida no momento da avaliação, sendo classificados como de moderada gravidade. Houve diferença estatisticamente significativa em relação ao tempo de ventilação mecânica e de oxigenioterapia total quando comparados os RNs com e sem DBP. Em relação aos dados morfométricos (tabela 2) verificou-se que os RNs da amostra estavam dentro da faixa da normalidade de acordo com a idade gestacional21. Comparados os grupos com e sem DBP foi observada diferença estatisticamente significativa nas medidas da aorta, ventrículo esquerdo na diástole, diâmetro do septo interventricular e da parede posterior. Este achado 46 pode ser atribuído ao fato do primeiro grupo por necessitar de maior tempo de oxigenioterapia, apresentar no momento do exame a IG corrigida e o peso superiores em relação ao segundo grupo (38,2 + 3,3 sem versus 34,5 + 2,2 sem e 1991 + 352 g versus 1643 + 113 g, respectivamente) refletindo nas medidas das cavidades cardíacas. Em relação as medidas do VD e do átrio esquerdo não houve diferença estatística entre os grupos. Na amostra em estudo (n=81) foram identificados através do mapeamento com o Doppler a cores apenas 9 casos de IT leve, ausência de hipertrofia ventricular direita e nenhum caso com alteração do índice de excentricidade do septo interventricular, mostrando-se que este grupo em particular não havia sinais de HP avaliada pelos métodos ecocardiográficos tradicionais. O índice de desempenho miocárdio do VD foi possível de ser aferido satisfatoriamente nos RNs da amostra confirmando os relatos da literatura de ser um método simples e de fácil obtenção7-11. Outras vantagens descritas sobre o método são a sua independência da freqüência cardíaca e da geometria ventricular. Neste presente estudo, o valor médio deste índice foi de 0,13 + 0,06 encontrados dentro da faixa de valores referidos na literatura 22-24 . Ishii et al. relataram valores médios do IDM do VD de 0,24 +0,04 porém tornase difícil a comparação com nossos resultados, pois os autores em questão estudaram crianças normais com idades variando de 30 dias a 18 anos22, portanto com idades diferentes da nossa amostra. Malakan et al.23 estudaram RNs a termo entre 48 e 72 horas de vida tendo encontrado valores médios do IDM de VD de 0,23 +0,14, porém torna-se novamente difícil a comparação pois 47 estes autores estudaram RN a termo numa fase inicial de vida onde o IDM do VD encontra-se em valores mais elevados, e que com a queda da resistência vascular pulmonar estes valores se tornariam mais baixos com o avançar dos dias. Nosso estudo avaliou o IDM em prematuros que no momento do exame tinham a média da idade gestacional corrigida de 36 semanas. Existem poucos estudos na literatura sobre função diastólica no período neonatal. Schmitz et al.25estudaram em 238 neonatos e lactentes saudáveis a função diastólica do ventrículo esquerdo (VE) através de parâmetros do fluxo da válvula mitral. Os autores demonstraram que o tempo de relaxamento isovolumétrico no neonato é significativamente prolongado em relação aos bebês maiores que 2 meses. Este dado pode mostrar que a imaturidade da função diastólica do VE tem um papel importante na gravidade nas descompensações cardiopulmonares desta faixa etária. Na nossa amostra apesar dos valores encontrados da medida “a”, que engloba o tempo de relaxamento e de contração isovolumétricas, ter mostrado diferença estatisticamente significativa entre os grupos com e sem DBP, não podemos comparar com o estudo citado na literatura, pois nós avaliamos a função global ventricular direita. Se considerarmos como valor de referência para o IDM do VD de 0,24 apenas 5 (19%) RNs da amostra apresentaram valores superiores a este ponto de corte sendo todos portadores de DBP de moderada gravidade. Ao compararmos os RNs com IDM menor ou igual a 0,24 com os de IDM maior que 0,24 não observamos diferenças estatisticamente significativas em relação as variáveis: peso ao nascer, IG do nascimento, tempo de ventilação mecânica, 48 tempo de uso de O2, peso e IG corrigida no dia do exame e a medida “b”. A medida “a” foi a única variável que mostrou diferença estatisticamente significativa entre os 2 grupos comparados (p= 0,04) (Tabela 4). Identificamos também um dado relevante que foi a freqüência da persistência do canal arterial (PCA) cerca de 3 vezes maior no grupo com IDM > 0,24 comparado ao grupo com IDM < 0,24 (p= 0,07, Teste de Fisher). Este dado ressalta a importância do manuseio precoce do PCA em RNMBP por ser um dos fatores da gênese da DBP e de possível disfunção ventricular direita. Concluímos em nosso estudo, que o índice de IDM do VD não mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos de RN com DBP e sem DBP (0,14 + 0,06 versus 0,12 + 0,05). Pela equação utilizada para o cálculo do IDM (a-b / b) a medida “a” foi a única variável que mostrou diferença estatística (p = 0,03) entre os 2 grupos, ao contrário da medida “b” que se manteve semelhante (191 ms + 15 versus 189 ms + 13, p= NS ). Como a medida ”a” corresponde a soma do tempo de contração isovolumétrica (TCI), tempo de ejeção (TEJ) e tempo de relaxamento isovolumétrico (TRI), o seu aumento encontrado no grupo de RN com DBP pode ter sido em decorrência de valores maiores dos intervalos de TCI e TRI. Estes dados sugerem que neste grupo de RN temos uma função diastólica ventricular direita alterada, porém mantendo a função ventricular global normal, visto através da média IDM do VD que foi de 0,14 + 0,06. Diante deste resultado devemos ter uma maior vigilância nos RNs com DBP devido à possível disfunção ventricular direita. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Tanner K, Sabrine N, Wren C. Cardiovascular malformations among preterm infants. Pediatrics, 2005; 116(6): 833-8 2. Silva Filho LV. Doença pulmonar crônica neonatal. J Pediatr (Rio J), 1998; 74(4): 265-74. 3. 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Peso ao nascer Grupo sem DBP Grupo com DBP n: 55 n: 26 < 750 g 0 (0%) 2 (7,7%) 750 – 999 g 6 (10,9%) 16 (61,5%) 1000 – 1249 g 18 (32,7%) 6 (23,1%) 1250 – 1499 g 31 (56,4%) 2 (7,7%) DBP: displasia broncopulmonar; g: grama; n: número absoluto, %: percentagem 54 Tabela 2 – Medidas ecocardiográficas dos RNs em estudo (n=81) admitidos em uma UI Neonatal pública entre setembro de 2005 e maio de 2006. Média DP AE (cm) 0,82 + 0,09 AO (cm) 0,86 + 0,15 VEd (cm) 1,46 + 0,21 VEs (cm) 0,86 + 0,15 VD (cm) 0,66 + 0,14 SIV(cm) 0,24 + 0,04 PP (cm) 0,23 + 0,03 Medida “a” (ms) 215 +15 Medida “b” (ms) 189 +14 IDM do VD 0,13 +0,06 AE: átrio esquerdo, AO: aorta; cm: centímetro; DP: desvio-padrão; ms: milisegundo(s); VEd: ventrículo esquerdo em diástole; VEs: ventrículo esquerdo em sístole; VD: ventrículo direito; PP: parede posterior; SIV: septo interventricular. 55 Tabela 3 - Medidas ecocardiográficas dos RNs sem DBP e com DBP admitidos na UI Neonatal pública no período de setembro de 2005 a maio de 2006. Dados Grupo Sem DBP (n: 55) Grupo Com DBP (n: 26) Média(DP) AE (cm) 0,85 (0,14) 0,90 (0,17) 0,23 AO (cm) 0,79 (0,07) 0,87 (0,11) 0,003 VEd (cm) 1,40 (0,19) 1,59 (0,21) 0,0006 VEs (cm) 0,84 (0,15) 0,91 (0,13) 0,053 VD (cm) 0,65 (0,13) 0,68 (0,16) 0,392 SIV (cm) 0,23 (0,03) 0,26 (0,05) 0,032 PP (cm) 0,22 (0,03) 0,25 (0,04) 0,01 Medida “a” (ms) 213 (14) 221 (17) 0,03 Medida “b” (ms) 189 (13) 191 (15) 0,41 IDM do VD 0,12 (0,05) 0,14 (0,06) 0,23 P-valor AE: átrio esquerdo,AO: aorta; cm: centímetro; DBP: displasia broncopulmonar; DP: desvio padrão; IG corrigida: idade gestacional corrigida pelo grau da prematuridade; ms: milisegundo(s); VEd: ventrículo esquerdo em diástole; VEs: ventrículo esquerdo em sístole; VD: ventrículo direito; PP: parede posterior; SIV:septo interventricular. 56 Tabela 4 – Características da amostra em estudo segundo os valores encontrados do IDM do VD: IDM < 0,24 n = 76 IDM > 0,24 n=5 P-valor Média(DP) Peso ao nascer (g) 1149 + 237 1103 + 278 NS Idade gestacional (d) 209 +17,1 208 + 15,8 NS Peso no exame (g) 1739 + 245 1941 + 498 NS IG corrigida (sem) 35,5 + 2,6 38,1 + 6,0 NS Tempo de O2 total (d) 23,2 + 26,4 45,2 + 49,2 NS Tempo de ventilação(d) 14,6 + 18,4 19,7 + 28,0 NS Medida “a“(ms) 215 + 15 229 + 12 0,04 Medida “b”(ms) 191 + 14 179 + 8 NS Variável DP: desvio padrão; g: grama; d: dias; IG corrigida: idade gestacional corrigida no dia do exame; ms: milisegundo(s); NS: não significativo; sem: semana. 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS 58 V. CONSIDERAÇÕES FINAIS 1- Este é o primeiro estudo nacional descrito sobre a avaliação do IDM do VD em RNMBP, após as 48 horas de vida em condições estáveis hemodinâmicas e na pré-alta, sem dependência de oxigênio. 2- Os valores médios do IDM do VD se encontraram abaixo dos níveis descritos na literatura para RN a termo (0,23 + 0,14). 3- Apesar do tempo de uso de oxigenioterapia ter sido o dobro no grupo de RN com DBP em relação ao sem DBP não houve diferença estatisticamente significativa do IDM do VD. 4- O IDM de VD avalia a função global ventricular e o seu acompanhamento através de exames seriados, pode servir como parâmetro evolutivo destes pacientes. 5- No cálculo do IDM do VD, verificamos que a medida “a”, possui valores maiores nos casos de DBP, podendo ser sugestivo de alteração da função diastólica ventricular direita. 6- Verificamos a maior freqüência de persistência do canal arterial (PCA) nos RNs com IDM do VD maior que 0,24. 59 LIMITAÇÕES DO ESTUDO Como o padrão ouro para avaliação da função ventricular direita seria o estudo hemodinâmico ou a ressonância magnética, a comparação dos resultados encontrados do nosso estudo seria difícil, já que submeter estes RN na pré-alta e hemodinâmicamente estáveis a procedimentos invasivos, não seria indicado e vantajoso. A generalização destes resultados poderá estar comprometida pelas diferenças na abordagem terapêutica nos prematuros de muito baixo peso entre as diferentes unidades de tratamento neonatal. RECOMENDAÇÕES O IDM de VD é uma nova medida ecocardiográfica promissora para função global ventricular sendo importante no acompanhamento de prematuros de muito baixo peso principalmente broncopulmonar durante a infância. nos portadores de displasia 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 61 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas e citações apresentadas nesta dissertação seguem as normas de 2004 feitas pela Comissão de Pós-graduação em Saúde da Mulher e da Criança. Abman SH. Monitoring cardiovascular function in infants with chronic lung disease of prematurity.Arch Fetal Neonatal, 2002; 87:15f-18f. Ballard JL. New Ballard score, expanded to include extremely premature infants.J Pediatric, 1991; 19:417. Bancalari E, Abdenoir GE, Feller R, Gannon J.B. 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APÊNDICE 1 MINISTÉRIO DA SAÚDE HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Nome do paciente:___________________________________________ Data de nascimento:____/____/______ Nº do prontuário:_____________ Responsável legal:___________________________________________ Unidade Intermediária Neonatal do Hospital Geral de Bonsucesso. Título da pesquisa : Avaliação do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito pela ecocardiografia - índice Tei em prematuros de muito baixo peso. Pesquisador responsável: Dra Eliane Lucas Colaborador: Médica Pediatra Dra Rosane Reis de Mello Eu,_____________________________________________________abaixo assinado,na qualidade de responsável pelo menor acima citado,autorizo a equipe da Unidade Intermediária Neonatal e do Setor de Cardiologia Pediátrica do Hospital Geral de Bonsucesso a realizar o exame de ecocardiograma bidimensional color / Doppler, para analisar a função cardíaca .O exame visa observar medidas importantes no coração, e seu desempenho como órgão importante para o corpo. O exame será realizado por profissionais treinados, na sala de ecocardiograma do prédio 1, do Hospital Geral de Bonsucesso. Declaro que me foi explicado detalhadamente que os bebês prematuros que permanecem muito tempo internados na UTI Neonatal, Unidade Intermediária ou Berçário e que necessitam de oxigênio por tempo prolongado e, podem apresentar 69 doenças pulmonares mais tarde durante a infância, sendo muitas vezes reinternados devido à gravidade da doença. Algumas doenças pulmonares ,dentre essas a displasia broncopulmonar, na sua forma mais grave poderá ter comprometimento cardíaco, e a realização deste exame, auxiliará no seu diagnóstico e tratamento adequados. Declaro que me foi explicado que crianças que nascem prematuras, principalmente com peso abaixo de 1500 gramas, podem ter comprometimento das medidas e da função do coração, diferentemente das crianças de mesma idade que não nasceram prematuras. Segundo os médicos, esta pesquisa permitirá conhecer melhor as medidas ecocardiográficas dos bebês prematuros que nasceram nesta instituição e que estiveram internados na Unidade Intermediária deste hospital. Foi-me dito que será realizado o exame de ecocardiograma no momento pré-alta, e foi explicado que estes procedimentos fazem parte da rotina do acompanhamento da bebês nascidos com peso inferior a 1500 gramas. Foi-me explicado que a participação de meu filho (minha filha) nesta pesquisa é voluntária, que poderei recusar a participação de meu filho (minha filha) nesta pesquisa a qualquer momento sem que isto cause qualquer prejuízo ao tratamento ou ao acompanhamento de meu filho (minha filha) nesta instituição. Os resultados dos exames e das medidas são confidenciais, assim como as identidades dos pacientes que participam desta pesquisa não serão reveladas. Os dados deste estudo serão utilizados para fins científicos, a serem publicados em revistas científicas. Declaro que li e entendi o que me foi explicado e autorizo voluntariamente a inclusão de meu filho (minha filha) nesta pesquisa. Nome do responsável ___________________________________________ Endereço_____________________________________________________ Grau de parentesco_____________________________________________ Assinatura ____________________________________________________ Nome do pesquisador responsável _________________________________ Assinatura do pesquisador________________________________________ Local e data ___________________________________________________ 70 VII. APÊNDICE 2 FICHA DE COLETA DE DADOS ECOCARDIOGRÁFICOS Avaliação do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito pela ecocardiografia - índice Tei em prematuros de muito baixo peso. EXAME nº___________ NOME:___________________________________________MATRÍCULA__________ PESO NASC_____________DATA NASC ___/____/_____ PESO EXAME___________ DATA EXAME___/___/___ Medidas ao modo_M e Bi: Ao _______AE______VEd________VEs________ VD_______ SIV______ PP_______ HVD sim ( ) não ( ) INSUFICIÊNCIA TRICUSPIDE Sim ( ) Velocidade de pico da IT(m/seg)_____ Não ( ) Pressão sistólica VD (mmHg)_______ I EXCENTRICIDADE Sim ( ) Não ( ) MEDIDA “a” (ms) _____________ MEDIDA “b” (ms) ________________ ÍNDICE DE DESEMPENHO MIOCÁRDICO DO VD (ÍNDICE TEI ) __________ Índice Tei: a-b/b (a=intervalo entre o fim e o início do flx tricúspide;b=tempo de ejeção pulmonar) (ms=milisegundos) 71 VII. APÊNDICE 3 Instrumentos de coleta dos dados: Para a coleta dos dados foram utilizadas as fichas individuais (Anexo 1 e 2) que permitiram obter informações de relevância à pesquisa contidas no prontuário. Foram registrados os dados de interesse relativos à gestação, atendimento pré-natal, parto e dados neonatais até o dia da alta hospitalar. Utilizamos as variáveis maternas, do pré-natal, do parto, do recém- nascido e do exame ecocardiográfico sendo codificadas, em sua maioria, como mencionado abaixo: I - Variáveis maternas, de pré-natal e do parto: • Idade materna (número de anos completos na data do • Pré-natal e número de consultas; • Hipertensão arterial, diabetes e tabagismo; • Número de gestações, partos e abortos; • Uso de corticóide pré-natal; • Tempo de bolsa rota: no ato, menos de 24 horas e mais de • Tipo de parto: vaginal, cesariana e fórceps; • Número de nascimentos: único e múltiplos; parto); 24 horas; 72 II – Variáveis do recém-nascido: • Gênero: masculino ou feminino; • Peso do nascimento (registrado em gramas); • Comprimento (registrado em cm); • Perímetro cefálico (registrado em cm); • Índice de APGAR no 1o , 5o e 10o minutos; • Necessidade de reanimação na sala parto com o uso de O2 • Necessidade de reanimação na sala parto com o uso de inalatório; entubação oro-traqueal; • Idade gestacional considerada para o estudo foi a avaliação pela DUM e no desconhecimento desta data, considerou-se a IG pela US e no desconhecimento desta pelo método de Ballard; • Adequação do peso à para idade gestacional: AIG, PIG ou GIG, segundo a classificação de Lubchenco (1963); • Asfixia, para os que tiveram APGAR menor ou igual a 5 no • Doença da membrana hialina considerada quando a 5o minuto; evolução clínica e a radiografia de tórax demonstravam padrão retículo-granular dos campos pulmonares característicos da patologia; • Necessidade do uso de surfactante; • Necessidade do uso de aminas; 73 • Apnéia, foi definida como parada das incursões respiratórias por um tempo> 20 segundos ou por um tempo < de 20 segundos acompanhado de bradicardia que tenha indicação de suporte ventilatório ou medicação; • Ocorrência de enterocolite necrotizante; • PCA: considerou-se seu diagnóstico através da ecocardiografia; • Evolução neurológica patológica, com graus diversos de hemorragia intracraniana ( grau I a IV); • Tempo de ventilação mecânica, CPAP, oxyhood e cateter nasal (registrado em dias); • DBP: considerado a dependência de O2 por 28 dias contínuos (Bancalari, 2001); III – Variáveis do exame ecocardiográfico • Medidas obtidas pelo modo-M da aorta, átrio esquerdo, ventrículo direito, ventrículo esquerdo (diástole e sístole), septo interventricular e parede posterior (registrado em centímetros) (Henry,1980); • Peso (registrado em gramas e obtido no dia do exame ecocardiográfico); • Idade gestacional corrigida (registrado em dias no dia do exame ecocardiográfico); 74 • Medidas obtidas através do Doppler da medida “a” ( soma do tempo de relaxamento isovolumétrico e do tempo de contração isovolumétrica do ventrículo direito; da medida “b” (tempo de ejeção do ventrículo direito) registrados em milisegundos (ms); • Medida do índice de desempenho miocárdico – índice TEI do ventrículo direito (medida”a” - medida “b” / medida “b”) - Índice de desempenho miocárdico (IDM). “a” – “b” “b” = TCI + TRI TEJ Intervalos de tempo para o cálculo do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito (IDM) TEJ: tempo de ejeção; TCI: tempo de contração isovolumétrica; TRI: tempo de relaxamento isovolumétrico;(Adaptado de Tei et al.,1995). 75 Figura 2 a - Imagem ecocardiográfica da medida “a”. Figura 2 b – Imagem ecocardiográfica da medida “b”. 76 VII. APÊNDICE 4 Análise estatística Para a criação do banco e análises de dados foi utilizado o programa EPI INFO 2000 produzido em conjunto pela Organização Mundial de Saúde e o Center for Disease Control (CDC-EUA)(Dean,2000). Será realizada a confiabilidade intra e inter-observador em relação às medidas ecocardiográficas de aproximadamente 10% dos exames, utilizando o coeficiente de correlação Intraclasse ( ICC ). Os dados neonatais da amostra estudada serão descritos através de medidas de freqüência bem como médias, medianas e respectivos desvios padrão. Serão utilizados os testes estatísticos para diferença de médias e proporções, teste T Student / F statistic e teste exato de Fisher, respectivamente. O nível de significância estatística considerado para estas comparações será de 5%. Será descrito a média como medida de tendência central do índice de desempenho miocárdico do ventrículo direito. Quando necessária a comparação de mais de 2 médias será utilizada análise de variância. Para o cálculo do tamanho amostral considerou-se na faixa etária do estudo uma prevalência de alteração do IDM de VD de 3%, nível de confiança de 95% e uma precisão de 3%, o tamanho amostral necessário seria de 56 crianças. 77 VII. APÊNDICE 5 Figura 3 – Gráfico Box-plot considerando o valor de IDM do VD 0,24 (referência descrita na faixa pediátrica) IDM do VD 0,30 0,25 IDM do VD 0,20 0,15 0,10 0,05 G1: igual ou menor que 0,24 G2: maior que 0,24 78 VII. APÊNDICE 6 Figura 4 - Gráfico de dispersão do índice de desempenho miocárdio do VD de cada RN em estudo. 79 ANEXOS 80 VI. ANEXO 1 HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO SERVIÇO DE NEONATOLOGIA ADMISSÃO NEONATAL MATRÍCULA DO RN: Nome da mãe: Local do nascimento: Matrícula: Endereço: Telefone: HGB Outro Ignorado Nascimento: Único Gemelar Ignorado DADOS MATERNOS: Renda familiar (em reais): Escolaridade da mãe(última série completa): Idade: NºGestações: Histórico familiar: Paridade: Gestações prévias:discriminar filhos mortos,prematuros,natimortos,causa,peso ao nascer: Pré-natal: não fez no HGB em outro local ignorado DUM:__/__/__ DPP:__/__/__ ignorado ultra-som precoce: ___/___/_______ Id. Gestacional: ___semanas __dias não realizado ignorado nº consultas:___ ____ DADOS DO PARTO: Tempo de bolsa Sofrimento fetal: rota: no ato sim não _______ min clínico _______ horas instrumental _______ dias ignorado vivos,filhos Tabagismo: sim não ignorado Hipertensão: sim não ignorado Diabete: sim não ignorado Corticoterapia: sim não Intercorrências: Data:__/__/_____ Horário: Sexo: F M Tipo de parto: normal fórceps cesário ignorado Indicação: Apresentação: Observação: APGAR: Batimentos cardíacos Respiração Tônus Irritabilidade reflexa Cor 1 min 5 min 10 min Manobras de Nãorealizada 02 Inalatório Máscara e Ambu Entubação traq + ventilação Massagem cardíaca Drogas Reanimação: 81 VI. ANEXO 2 MINISTÉRIO DA SAÚDE - HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO SUMÁRIO DE ALTA NEONATAL MATRÍCULA Mãe: __________________ Nome da mãe: ___________________________________________________MATRÍCULA RN :_________________ DN : ____/____/____ Procedência: ( ) HGB ( ) OUTROS Internação na UTI ( ) SIM ( ) NÃO Internação na UI ( ) SIM ( ) NÃO TEMPO total DE INT. NA UTI: _______ dias TEMPO total DE INTERNAÇÃO NA UI ___________ dias HISTÓRIA GESTACIONAL E PERINATAL: IDADE GESTACIONAL: ( ) DUM IGNORADA DUM: data: __________ IG pela DUM:_______semanas______dias ( ) ULTRA-SONOGRAFIA ANTERIOR A ________ semanas________dias 18 SEMANAS (precoce)- ( ) ignorado data:_______ IG PELA USG PRECOCE: ( ) não realizado ( ) ULTRASONOGRAFIA APÓS 18 SEMANAS (TARDIA) –DATA______ IG nesta USG TARDIA: ________ semanas________dias ( ) IGNORADO ( ) NÃO REALIZADO ULTRASOM DADOS DO PARTO E NASCIMENTO: Tempo de bolsa rota: ( ) no ato ( ) < 24 hs ( ) > 24 hs ( ) ignorado Manobras de reanimação: ( ) não realizada ( ) O2 inalatório ( ) máscara e ambu ( ) TOT ( ) MCE ( ) drogas. Malformação congênita: ( Parto: ( ) vaginal )sIM ( ) NÃO ( ) ignorado ( ) cesáreo ( ) fórceps ( ) ignorado SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Indeterminado PESO NASCIMENTO : ________ g _________DIAS ( ) AIG ( ) PIG EST: _____ cm ( ) GIG PC: _____ cm BALLARD:_________SEMANAS APGAR 1’ _____ 5’ _____ 10’:______ 82 EVOLUÇÃO NEONATAL: NEUROLÓGICO PATOLOGIA NEUROLÓGICA: ( ) sim ( ) não ( ) ignorado ( ) HEMORRAGIA CEREBRAL (HIC) ( ) GRAU I ( ) GRAU II ( ) ASFIXIA ( )GRAU III ( ) GRAU IV ( ) LEUCOMALÁCIA RESPIRATÓRIO PATOLOGIA RESPIRATÓRIA: ( ) SIM ( ) NÃO ( ) ignorado ( ) TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN ( ) ADAPTAÇÃO ( ) SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL ( ) DOENÇA DE MEMBRANA HIALINA ( ) PNEUMONIA ( ) HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR ( ) APNÉIA ( )PNEUMOTÓRAX ( ) HEMORRAGIA PULMONAR ( ) OXIGÊNIO AOS 28 DIAS DE VIDA ( ) SURFACTANTE ( ) DERRAME PLEURAL ( ) DISPLASIA BRONCOPULMONAR ( ) OXIGÊNIO ÀS 36 SEMANAS DE IDADE CORRIGIDA FioO2 NÚMERO DE DOSES:________ ( ) USO DE RESPIRADOR MECÂNICO ( ) ÓXIDO NÍTRICO TEMPO DE USO: _____ DIAS ( ) CPAP NASAL -TEMPO DE USO :_____ DIAS ( ) Catéter O2 : TEMPO DE USO _____ DIAS ( ) HOOD - TEMPO DE USO: _____ DIAs TEMPO TOTAL DE USO DE O2: ______ DIAS FiO2 máx. _____% USO DE CORTICOTERAPIA PELO RN: ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO ( ) SISTÊMICO ( ) INALATÓRIO RX Tórax:_________________________________________________________________ CARDIOLÓGICO PATOLOGIA CARDÍACA: ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO ( ) CARDIOPATIA CONGÊNITA DESCREVER:______________________________ ( ) USO DE DROGAS VASOATIVAS TRATAMENTO PCA: ( ) CLÍNICO (DROGAS) ( ) PCA ( ) CIRÚRGICO ECO : ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO data:___________ LAUDO:_______________________________________ 83 INFECÇÃO INFECÇÃO: ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO ( ) SEPSIS SUSPEITA ( ) SEPSIS CONFIRMADA ( ) ENTEROCOLITE NECROTIZANTE- SUSPEITA ( ) INFECÇÃO CUTÂNEA INFECÇÃO ( ) ENTEROCOLITE NECROTIZANTE-CONFIRMADA ( ) INFECÇÃO NO SIST. NERVOSO CONGÊNITA – TIPO: ( ) INFECÇÃO CONGÊNITA ___________________ OUTRAS INFECÇÕES: ________________________________________________________________________________________________ ___ RENAL PATOLOGIA RENAL: ( ) SIM ( ) NÃO ( ) IGNORADO Especificar:________________________________________ ÚLTIMOS EXAMES ( ____ / ____/______) : OUTROS DIAGNÓSTICOS / TRATAMENTOS: ______________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ _________ MEDICAMENTOS / PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: _________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ __________ NA ALTA: DATA:_______/________/_______ ( ) RESIDÊNCIA ( ) TRANSFERÊNCIA 84 85