DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA CIRCULATÓRIA MECÂNICA A Assistência Circulatória Mecânica surge como uma forma de suporte artificial para permitir que pacientes consigam manterem-se estáveis até o momento do transplante, funcionando como ponte para o procedimento. Ainda nos casos agudos de insuficiência cardíaca, nas quais o miocárdio apresenta condições de recuperação, a assistência mecânica permite oferecer condições hemodinâmicas favoráveis para que o paciente não desenvolva falência de múltiplos órgãos. Os dispositivos de assistência circulatória mecânica podem ser classificados de acordo com o tempo de uso: Muito Curta duração – uso por menos de seis horas. Exemplo: durante cirurgias de revascularização miocárdica. Curta Duração – uso entre seis horas e menos de sete dias. Exemplo: ineficiência terapêutica durante quadro de choque cardiogênico, gerando maior chance de haver estabilização do quadro para tentativa de outras medicas terapêuticas. Média duração – uso por mais de sete dias e menos de 1 ano. Exemplo: ponte para transplante. Longa duração – acima de um ano. Exemplo: Ponte para transplante ou terapia destino. Balão Intra-aórtico. Primeiro dispositivo desenvolvido, no ano de 1968, considerado para uso de curta ou muito curta duração. ROL: TUSS DESCRITIVO 30905010 Colocação de balão intra-aórtico Cateter de Assistência Ventricular via Percutânea (Exemplo: Impella) São dispositivos, considerados para uso de muito curta ou curta duração, os quais são inseridos através da artéria femoral, que promove rapidamente a descompressão do ventrículo esquerdo proporcionando a estabilização hemodinâmica e descanso ventricular para a recuperação do músculo cardíaco. Este dispositivo realiza a função de assistência circulatória independente da fração de ejeção e débito cardíaco do ventrículo esquerdo, em pacientes com síndrome do baixo débito, permitindo adequadas pressões arteriais. ROL Sem previsão de cobertura de acordo com RN 387 Assistência Ventricular Por Via Percutânea / Transeptal (Ex: Tandem Heart) A Assistência Ventricular Percutânea (Transeptal Ventricular Assist System - PTVAS)- é um dispositivo para média permanência (até três semanas). O dispositivo é introduzido na artéria auricular-para-femoral esquerda no sistema de derivação. É um dispositivo semelhante ao Centrimag e Pedivas, visto que não depende de função ventricular residual, porém, não é necessária a toracotomia. ROL Sem previsão de cobertura de acordo com RN 387 Kit de assistência ventricular via Toracotomia (EX: Centrimag) São dispositivos de assistência ventricular adulto e pediátrico, para uso de média permanência, implantando através de toracotomia, promovendo rapidamente a descompressão do ventrículo proporcionando a estabilização hemodinâmica e descanso ventricular para a recuperação do músculo cardíaco. É utilizado um dispositivo magnético que retira o sangue de forma ativa de dentro do ventrículo, tendo como principal finalidade substituir temporariamente o ventrículo esquerdo, direito (univentricular) ou os dois ventriculos (biventricular). ROL TUSS DESCRITIVO Instalação de circuito para assistência mecânica circulatória prolongada 30913047 (toracotomia) Membrana de Oxigenação Extracorpórea – ECMO O termo ECMO é uma abreviatura do inglês de "extracorporeal membrane oxygenation", isto é, oxigenação extracorpórea por membrana. Refere-se à circulação extracorpórea prolongada aplicada em casos de falência respiratória e/ou cardíaca, agudas ou subagudas. Há duas formas de suporte extracorpóreo prolongado: o venovenoso (VV) e o venoarterial (VA). No suporte VV, sangue venoso, geralmente do átrio direito, é drenado para o circuito extracorpóreo, submetido a trocas gasosas e reinfundido novamente no sistema venoso, também geralmente no átrio direito. No suporte VA, sangue venoso, em geral do átrio direito, é drenado para o circuito extracorpóreo, submetido a trocas gasosas e reinfundido no território arterial, geralmente em nível do arco aórtico. Ambos os sistemas VV e VA fornecem suporte respiratório, porém somente o sistema VA fornece suporte hemodinâmico direto. O objetivo é manter a perfusão dos tecidos com sangue oxigenado enquanto se aguarda a recuperação do órgão primariamente acometido, seja coração, pulmões ou ambos. Trata-se de dispositivo para uso de média permanência. ROL Sem previsão de cobertura de acordo com RN 387 Ventrículo Artificial Trata-se de dispositivo de assistência uni ou bi ventricular. Implantado através de toracotomia, promovendo rapidamente a descompressão do ventrículo esquerdo proporcionando a estabilização hemodinâmica e descanso ventricular para a recuperação do músculo cardíaco. Este tipo de dispositivo realiza a função de assistência circulatória independente da fração de ejeção e débito cardíaco do ventrículo esquerdo ou direito, retirando o sangue do ventrículo através de uma cânula fixada no ápice do ventrículo (cânula inflow) e, através de uma bomba pulsátil impulsiona o volume aspirado para a aorta ascendente ou descendente. Pode substituir temporariamente o ventrículo esquerdo, direito (uni ventricular) ou os dois ventrículos (bi ventricular) com a finalidade de promover ao paciente uma Ponte para Recuperação, Ponte para Ponte ou Ponte para Transplante, sendo as indicações mais habituais, pacientes com falência ventricular esquerda/direita, choque cardiogênico, síndrome do baixo débito cardíaco, miocardites, arritmias refratárias ao tratamento convencional ou ainda podem ser utilizados para pacientes a espera de um coração, e até mesmo para aqueles pacientes contraindicados ao transplante cardíaco. Trata-se de terapia de longa permanência. ROL Sem previsão de cobertura de acordo com RN 387 Referências bibliográficas: 1. Apresentação realizada pela empresa CMS sobre Dispositivos de Assistência Ventricular 2. ECMO - http://www.kingscriticalcare.com/ecmo-service.html 3. Peek GJ, Mugford M, Tiruvoipati R, Wilson A, Allen E, Thalanany MM, et al. Efficacy and economic assessment of conventional ventilatory support versus extracorporeal membrane oxygenation for severe adult respiratory failure (CESAR): a multicentre randomised controlled trial. Lancet. 2009; 374 (9698):1351-63. Erratum in: Lancet. 2009; 374 (9698):1330 4. Slaughter, M.S., Rogers, J.G., Milano, C.A. et al. Advanced Heart Failure Treated with Continuous-Flow Left Ventricular Assist Device, New Eng J Med 2009; 361. 2 Pagani, F.D., Miller, L.W., Russell, S.D. Extended Mechanical Circulatory Support with a Continuous-Flow Rotary Left Ventricular Assist Device. J Amer Col Cardiol. Vol. 54, No. 4, 2009. 5. Swedberg K, Cleland J, Dargie H, Drexler H, Follath F, Komajda M, et al. Guidelines for the diagnosis and treatment of chronic heart failure: executive summary (update 2005): The Task Force for the Diagnosis and Treatment of Chronic Heart Failure of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2005 Jun;26(11):1115-40. Epub 2005 May 18.