Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde ISSN: 1415-6938 [email protected] Universidade Anhanguera Brasil Gonçalves Almeida, Simone; Almeida Corrêa Sá, Wildemara AMARANTO (AMARANTHUS SSP) E QUINOA (CHENOPODIUM QUINOA) ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA DOENTES CELÍACOS Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. XIII, núm. 1, 2009, pp. 77-92 Universidade Anhanguera Campo Grande, Brasil Disponible en: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26012800008 Cómo citar el artículo Número completo Más información del artículo Página de la revista en redalyc.org Sistema de Información Científica Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Proyecto académico sin fines de lucro, desarrollado bajo la iniciativa de acceso abierto Ensaios e Ciência Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Vol. XIII, Nº. 1, Ano 2009 Simone Gonçalves Almeida Faculdade JK - Taguatinga [email protected] Wildemara Almeida Corrêa Sá Faculdade JK - Taguatinga [email protected] AMARANTO (AMARANTHUS SSP) E QUINOA (CHENOPODIUM QUINOA) ALIMENTOS ALTERNATIVOS PARA DOENTES CELÍACOS RESUMO Pseudocereais como Amaranto e Quinoa são alimentos que podem ser utilizados como alternativas para elaboração de massas. Aprofundar o conhecimento sobre a doença celíaca associando o uso de Amaranto e Quinoa como alimentação alternativa na dietoterapia desses pacientes. Foram utilizadas as bases de dados Bireme, Medline, SciELO e Lilacs. Os estudos realizados nessa área demonstram-nos que ambos os pseudocereais podendo ser utilizados como alternativa na preparação de alguns alimentos. Apresentam interessantes características estruturais para a elaboração de massas com boa palatabilidade e sua importância como alternativa aos produtos contendo a proteína, estes referidos pseudocereais, pelo seu alto valor nutricional também são de utilização interessante para pacientes não celíacos. Estudos sobre estes ainda são escassos, em especial em indivíduos não celíacos. Porém, mais estudos devem ser realizados para a introdução destes alimentos, de forma segura, para pacientes celíacos e indivíduos saudáveis. Palavras-Chave: doença celíaca; glúten; amaranto; quinoa. ABSTRACT Pseudocereais as Amaranth and Quinoa are foods that can be used as alternatives for development of masses. To increase knowledge about celiac disease involving the use of Amaranth and Quinoa as alternative power in the diet of these patients. We used the databases Bireme, Medline, SciELO and Lilacs. Studies in this area shows us that both pseudocereais can be used as an alternative in the preparation of some foods. These foods have interesting structural features for the preparation of bodies with good flavor and its importance as an alternative to products containing the protein, they said pseudocereais, for their high nutritional value are also of interest to use non-celiac patients. Studies are still scarce, especially in non celiacs. But more studies should be made for the introduction of these foods, so safe for celiac patients and healthy subjects. Keywords: celiac disease; gluten; amaranth; quinoa. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE 78 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos 1. INTRODUÇÃO Doença celíaca (DC), também conhecida como espru celíaco, espru não-tropical ou simplesmente enteropatia sensível ao glúten. É uma afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado, um dos melhores exemplos do comprometimento global do epitélio de absorção provocando conseqüente mau absorção de todos os nutrientes (PORTO, 2001). Os primeiros relatos sobre a patologia foram feitos por Areteus no primeiro século da era cristã onde descreveu as fezes características, o caráter crônico da doença, alta incidência em mulheres e a possibilidade de afetar crianças (DANI; CASTRO, 1998). Recentes estudos realizados no Brasil podem nos fornecer um perfil de uma elevada freqüência, em Brasília de 1:681 e de 1:273 casos em Ribeirão Preto (GALVÃO et al., 2004). Os conhecimentos sobre a doença celíaca têm sido difundidos no meio científico e dentre as suas maiores dificuldades de tratamento é a adesão à dieta isenta de glúten. Desta forma, alimentos como Amaranto e Quinoa são alternativos para a fabricação de massas, pois a sua estrutura permite a consistência necessária para a sua fabricação e possui nutrientes fundamentais para uma alimentação adequada. Em estudos realizados sobre a elaboração de preparações a partir de farinha de amaranto e quinoa apresentaram uma boa aceitação e palatabilidade (MARCÍLIO; AMAYA-FARAN; SILVA, 2005; BORGES et al., 2003). O presente artigo de revisão tem por objetivo aprofundar o conhecimento sobre a doença celíaca associando o uso de Amaranto e Quinoa como alimentação alternativa na dietoterapia desses pacientes. 1.1. Método Para esta pesquisa foram utilizadas as bases de dados Bireme, Medline, SciELO e Lilacs. Utilizando como referências os termos doença celíaca, intolerância ao glúten, glúten, amaranto e quinoa. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Fisiopatologia As alterações histopatológicas da patologia são bem características, como a atrofia difusa e intensa das vilosidades intestinais, que em alguns casos desaparecem completamente; a Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 79 que a espessura total da mucosa fique pouco diminuída; e também a invasão da lâmina por um infiltrado inflamatório no qual predominam as células mononucleares (PORTO, 2001). Em relação lesão provocada pelo glúten é iniciada com o surgimento de células mononucleares na lâmina própria subjacente às criptas e vilosidades intestinais anormais. A progressão desse processo gera a enteropatia sensível ao glúten compensada que é caracterizada pela quantidade aumentada do infiltrado e o desenvolvimento da hipertrofia das criptas produzindo assim células epiteliais da cripta em uma velocidade conjunta ao ritmo da perda das células vilosas epiteliais (PARSLOW et al., 2004). Com a manutenção da dieta contendo glúten, ocorre uma progressão da inflamação atingindo um estágio destrutivo, caracterizado por um intenso infiltrado mononuclear associado à hiperplasia das criptas, que não acompanham a velocidade da perda das células vilosas. Conseqüentemente as vilosidades tornam-se achatadas e nesse estágio os pacientes desenvolvem má absorção a principal característica da patologia. Quando a inflamação é prolongada, pode desenvolver um estágio fibrótico ou de exaustão e o paciente não consegue a recuperação completa quando submetido a uma dieta isenta de glúten (PARSLOW et al., 2004). 2.2. Fatores genéticos A DC representa uma forte condição hereditária, constituindo-se em uma enfermidade multifatorial, que envolve tanto fatores genéticos quanto componentes ambientais na sua etiopatologia (UTIYAMA; REASON; KOTZE, 2004). Estudos populacionais mostram uma verdadeira freqüência elevada para DC até nos países onde se achava ser raro. Tem sido divulgado um aumento global na mortalidade de câncer em pacientes adultos com a doença e seus parentes, representando um apoio à importância clínica desta desordem (CORRAO; CERTO, 2001). Ainda apresenta uma grande incidência em familiares do primeiro grau dos indivíduos acometidos pela enfermidade, e foi demonstrada uma associação com grupos de antígenos do sistema antígeno leucocitário humano (HLA) (STEVENS; LOWE, 2004). Alguns estudos de segregação familiar têm sugerido uma predisposição genética caracterizada pela prevalência de 8% a 18% entre familiares de primeiro grau, além da taxa de concordância variada de 70% a 100% entre gêmeos monozigotos, comparado a 20% para gêmeos dizigotos (UTIYAMA; REASON; KOTZE, 2004). 80 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos 2.3. Fatores ambientais O mais importante fator ambiental na doença celíaca é o glúten (DEWAR; PEREIRA; CICLITIRA, 2004). O termo glúten atualmente inclui um grupo de glicoproteínas, as prolaminas, presentes em muitos cereais que representam a fração responsável pela lesão tissular. A função das prolaminas presentes na aveia e, na doença celíaca é ainda discutida. Já o milho e arroz não possuem glúten, sendo assim bastante usados na dieta do paciente celíaco (MARSH, 1992). O glúten contém poucos aminoácidos essenciais, razão pela qual possui baixa importância nutricional; porém, por ser insolúvel em água, é responsável pela textura de pães, bolos e massas. Dessa maneira contribui ativamente para a qualidade da massa e tem um papel muito importante na tecnologia alimentar (GANDOLFI; PRATESI; CORDOBA, 2000). A sensibilidade ao glúten pode ser então ativada por algum fator ambiental que perturba este equilíbrio homeostático, inclusive o lançamento de mediadores inflamatórios (sinais de perigo) ou outros fatores ocorridos durante a infecção local, que então ativa completamente a célula dentrítica ou altera outros componentes do microambiente (MOWAT, 2003). 2.4. Fatores imunológicos As alergias alimentares podem ser definidas como reações de hipersensibilidade mediadas por Imunoglobulina tipo E (IgE), diferentes de intolerâncias alimentares. Esse tipo de alergia possui duas fases sendo a primeira envolvendo a sensibilização, onde uma reação do IgE é gerada com um alvo macromolecular. A segunda fase acontece na reexposição ao componente alérgico, quando é ativada a produção de histamina e outros mediadores inflamatórios, causando mudanças fisiológicas que são manifestadas como reações alérgicas (MILLS; BREITENEDER, 2005). A DC é considerada uma reação de hipersensibilidade tardia tipo IV sendo mediado por células T efetoras antígeno-específico. Essas células efetoras funcionam essencialmente da mesma forma que durante a resposta a um patógeno infeccioso (JANEWAY et al., 2002). Em pacientes não tratados, existe a presença de Imunoglobulina tipo A (IgA) e Imunoglobulina tipo M (IgM) na mucosa intestinal e de depósitos subepiteliais de complemento, assim como a secreção de citocinas pelos linfócitos intra-epiteliais, Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 81 de Antígeno Leucocitário Humano (HLA) de classe II nas células epiteliais intestinais e nos macrófagos, vêm reforçar a participação da resposta imunológica na sua patogenia (UTIYAMA; REASON; KOTZE, 2004). Quando a lesão ocasionada pelo glúten no intestino do celíaco chega ao estágio destrutivo, o infiltrado linfocítico é composto por células B (resposta humoral), células T (resposta celular) e macrófagos, em fim, células de defesa do sistema imunológico. As células B produzem principalmente IgA, embora as células de IgG estejam desproporcionalmente aumentadas, porém podemos perceber que a quantidade de IgE está relativamente reduzida ou até mesmo pode não ser apresentada. Já as células T apresentam receptores tanto de CD4 quanto de CD8, que exibem marcadores de superfície que indicam maturação e ativação celular em comparação com as células T encontradas na população de células T normais da lâmina própria (KAGNOFF, 2005). Desta forma, exibem marcadores de proliferação celular e marcadores de maturação que aumentam e diminuem concomitantemente com a exposição à gliadina consumida (PARSLOW, 2004). 2.5. Classificações da doença celíaca A DC pode ser classificada em três formas de apresentação a forma clássica, não clássica e assintomática. A forma clássica normalmente inicia-se nos primeiros anos de vida, tendo como característica diarréia crônica, fezes cinzentas, volumosas e brilhantes. Geralmente o paciente apresenta déficit de crescimento e desnutrição, diminuição da musculatura das nádegas, pregueamento da pele da região glútea e superior da coxa e palidez pela anemia. Com relação ao comportamento o humor se intercala em períodos de tristeza e indiferença com momentos de irritabilidade. Em adolescentes e adultos ocorre com menor freqüência e pode iniciar com um quadro de diarréia crônica ou intermitente, flatulência, falta de apetite e perda excessiva de peso. Em um estudo brasileiro realizado em 1989 registrou 886 casos em 24 instituições e constatou que a forma clássica corresponde a 78% dos casos (KUNKEL; FIATES, 2003). A forma não clássica corresponde a 22% dos casos registrados e é caracterizada pelo predomínio de manifestações clínicas não vinculadas ao trato gastrointestinal (TGI) como anemia, abortamento, infertilidade, tetania, hemorragia, síndromes psiquiátricas, várias condições neurológicas e hipoplasia do esmalte dentário. Em torno de 50% dos pacientes não ocorre o processo diarréico e a anemia ferropriva é a manifestação mais 82 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos comum, após 6-12 meses do tratamento com a dieta isenta glúten se recuperam (KUNKEL; FIATES, 2003). A forma assintomática é comprovada fundamentalmente entre familiares de primeiro grau, que só apresentam alterações à biópsia intestinal (GALVÃO, 2004). 2.6. Manifestações Clínicas As manifestações clínicas são muito variáveis. Existem casos que apresentam sintomas desde a infância no ato da introdução do trigo na alimentação. Os sintomas podem desaparecer na adolescência e em alguns casos podem vir a incomodar os pacientes após os 30 até 40 anos de idade. Também há casos em que só ocorre o desenvolvimento de sintomas na quinta ou sexta década de vida sem que haja antecedentes de doença intestinal ou indícios de hipodesenvolvimento (GOLDMAN; AUSIELLO, 2001). A evolução clínica pode ser caracterizada pelos sintomas desenvolvidos no TGI relacionados à má absorção, enquanto a dermatite hipertiforme é caracterizada por uma erupção cutânea vesicular (geralmente sem a presença de sintomas intestinais ou quando presentes são bem leves). Geralmente os sintomas intestinais vão desde diarréias, sintomas decorrentes de deficiências nutricionais e em crianças deficiência de crescimento, porém esses sintomas podem ser altamente variáveis. Com relação aos sintomas dermatológicos é caracterizado pela presença da erupção que é intensamente pruriginosa nas superfícies extensoras e expostas da pele (PARSLOW, 2004). O diagnóstico da doença subclínica não é menos importante, seja devido ao elevado risco de desenvolvimento de doenças malignas, seja para explicação de deficiências nutricionais ou ainda pela associação (cerca de 30%) de desordens autoimunes em pacientes diagnosticados após os 20 anos (COLETTA; SKARE, 2001). 2.7. Diagnóstico O diagnóstico é estabelecido por alterações características encontradas principalmente na biópsia do intestino delgado e pela observação da evolução do quadro clínico, no caso, a melhora que se institui na aderência a uma dieta isenta de glúten (GOLDMAN; AUSIELLO, 2001). Contudo, também foram desenvolvidos outros marcadores capazes de demonstrar a sensibilidade do paciente, estes são descritos a seguir. Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 83 Anticorpo anti-reticulina (AAR) O início das investigações dos anticorpos anti-reticulina deu-se no início da década de 70. A sua atividade, mesmo que até hoje não bem definida, provavelmente representa a formação de anticorpos contra os componentes do tecido conjuntivo. Os anticorpos antireticulina (AAR) também são detectados nas doenças de Crohn e ocasionalmente em outras doenças gastrointestinais. Embora pareça incerto este exame, segundo um estudo realizado, foi associado com a doença ativa por revelar o desaparecimento dos AAR da circulação após um ano de dietoterapia (ROMALDINI; BARBIERI, 1999). Antigliadina (AAG) Os anticorpos circulantes antigliadina são de uso rotineiro de laboratórios desde as décadas de 70 e 80, com o desenvolvimento das técnicas de imunofluorescência, radioimunoensaios e ensaios imunoenzimáticos. Nesse exame a AAG (predominantemente da classe IgA e IgG) são detectadas no soro de celíacos não tratados, assim também como nos assintomáticos, e é interessante ressaltar que a após a utilização de uma dieta isenta de glúten seus níveis ficam reduzidos, até que no período de um ano os níveis fiquem dentro dos padrões de normalidade (ROMALDINI; BARBIERI, 1999). Anticorpos Antiendomísio (AAE) Em 1984 foi demonstrada a presença dos anticorpos antiendomísio (AAE) no soro de pacientes celíacos com dermatite hipertiforme. Este teste é o de maior especificidade tanto para a detecção de celíacos quanto para a averiguação do seguimento da dieta (ROMALDINI; BARBIERI, 1999). Estudos chegaram à conclusão de que o antiendomísio é o melhor teste sorológico onde obteve 100% de sensibilidade para AAE-IgA e para AAG-IgA de 59,4%. Também relatam que o AAE é de suma importância tanto para diagnóstico quanto para teste de seguimento da dieta (KOTZE et al., 1999). Anticorpos Antitransglutaminase (anti-tTG) A transglutaminase tecidual está presente em todo o corpo, é uma enzima secretada por vários tipos de células e sua função fisiológica ainda não é bem definida, mas há evidências na sua atuação na formação e estabilização da matriz extracelular. Pertence à classe de enzimas dependentes de cálcio e catalizam a ligação cruzada entre os resíduos de glutamina e lisina em substratos protéicos. Como a gliadina, porção protéica do trigo, é rica em resíduos de glutamina e possui poucos resíduos de lisina, é um excelente 84 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos substrato para tTG e esta enzima é aumentada na DC. Por ser um teste de alta especificidade (100% para DC não tratada, 94% para controle e 76% para DC tratada) e simplicidade para análise, sua utilização na área clínica se faz de grande valia (ROMALDINI; BARBIERI, 1999). Pesquisa de antígenos leucocitários humanos (HLA) A pesquisa de HLA-II específicos por técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) tem se tornado cada vez mais utilizada. Essa técnica permite a identificação, em praticamente todos os celíacos que possuem haplótipos DQ2 ou DQ8. Contudo, possui um valor preditivo positivo muito baixo, entre 2% e 3%, e isso se deve a elevada ocorrência de portadores não-celíacos desses genes na população caucasiana (PAPADOPOULUS; WIJMENGA; KONING, 2001). Exame endoscópico Alguns exames demonstraram acentuada redução e irregularidade das pregas mucosas do intestino delgado de pacientes sem tratamento adequado, também foram constatados alguns aspectos em mosaico com sulcos na superfície mucosa (LIMA, 2005). A importância do exame endoscópico com seus marcadores de atrofia da mucosa intestinal, permitindo a detecção de casos não suspeitos, é ainda maior se considerarmos que a DC é muito mais comum do que se acreditava no passado e que seu diagnóstico clínico é bastante difícil pela apresentação extremamente variável (LIMA, 2005). Diagnóstico histopatológico As alterações histológicas ocorrem principalmente nas camadas superior e média. A lesão caracteriza-se por atrofia vilositária, dessaranjo das células epiteliais, hiperplasia de criptas e infiltração de linfócitos no epitélio e lâmina própria (BARBIERI; KODA, 1996). Um estudo brasileiro detectou que apenas 67,5% dos pacientes que responderam à pesquisa e eram associados à Associação dos Celíacos do Brasil (ACELBRA) se submeteram a biópsia intestinal para a detecção da DC (SDEPANIAN; MORAIS; FAGUNDES-NETO, 2001). Outras anormalidades laboratoriais Alguns achados laboratoriais típicos da DC incluem sinais de má absorção, como a presença do aumento de gordura fecal, absorção anormais da D-xilose, deficiência de Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 85 osteomalácia e coagulação sanguínea fora dos padrões devido à deficiência de vitamina K. Exames contrastados do intestino, na fase ativa, demonstraram dilatação da parte proximal do intestino delgado e espessamento da parede intestinal (PARSLOW, 2004). 2.8. Terapêutica nutricional como medida de promoção do estado de saúde do celíaco O único e mais bem sucedido tratamento para DC é apenas a aderência a uma dieta isenta de glúten, consistindo na eliminação permanente e completa de alimentos que contenham gliadina da dieta. Esse tratamento deve ser efetivado até mesmo em pacientes que apresentem a forma mais leve da doença, visto que uma grande complicação da DC consiste na prevalência aumentada de carcinoma e linfoma do intestino delgado nos casos não tratados ou tratados de maneira inadequada. Também se devem fornecer suplementos nutricionais à pacientes com a doença ativa ou para aqueles que estejam se recuperando (PARSLOW, 2004). A dietoterapia prescrita a esses pacientes portadores de DC é especificamente de eliminação da fração ligada à glutamina (glutenina e gliadina), nesta dieta o trigo, aveia, centeio e cevada são os alimentos excluídos. Produtos à base de milho, batata, arroz, feijão, soja, tapioca, araruta, amaranto, quinoa e trigo sarraceno podem ser substitutos alimentares dos alimentos proibidos (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2003). No Brasil, em um estudo realizado com os pacientes cadastrados junto a ACELBRA, no ano de 2000, teve como resultado quanto à obediência à dieta; 69,4% dos pacientes responderam que nunca ingerem glúten e 29,5% que não obedecem à dieta. A proporção de pacientes que ingerem glúten freqüentemente ou sem restrição alguma é maior entre aqueles com idade igual ou maior á 21 anos (17,7%) do que os com idade menor (9,9%). A freqüência de obediência à dieta foi maior quando o intervalo de tempo em que foi estabelecido o diagnóstico da doença foi inferior a 5 anos. O intestino delgado foi assinalado como o principal órgão afetado na doença celíaca por 82% dos pacientes. Os principais sintomas assinalados foram diarréia (96,6%), emagrecimento (93,4%), barriga inchada (90,4%), anemia (68,1%) e vômitos (59,6%), também se observaram uma maior proporção de obediência à dieta quando há conhecimento da doença e dieta (SDEPANIAN; MORAIS; FAGUNDES-NETO, 2001). 86 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos 2.9. Complicações e Prognóstico A falta do cumprimento de uma dieta isenta de glúten em longo prazo nos DC incluem desenvolvimento de linfoma primário de célula B no intestino delgado e em raros os casos o desenvolvimento de adenocarcinoma (STEVENS; LOWE, 2002) além do carcinoma e linfoma intestinal. Também pode ser encontrada uma grande debilidade podendo resultar em morte por complicações tais como hemorragia, infecção intercorrente ou insuficiência supra-renal secundária (SLEISENGER; FORDTRAN, 1981). Todos os problemas ocasionados pela DC podem ser evitados se for instituída uma dieta isenta de glúten, trazendo assim saúde e expectativa de vida normal. Entretanto, alguns pacientes com alterações intestinais de longa duração podem ser relativamente insensíveis à dieta isenta de glúten, podendo até mesmo ser necessária a terapia com corticosteróides (PARSLOW, 2004). Quanto ao prognóstico, há a possibilidade de uma série de complicações da patologia quando não tratada, como esterilidade, osteoporose, endocrinopatias, distúrbios neurológicos e psiquiátricos, doenças hepáticas, doenças do sistema conjuntivo e associação com doenças auto-imunes (RAUEN; BACK; MOREIRA, 2005). Há também a correlação com diabetes mellitus (DM) tipo 1, pois é uma das doenças autoimunes que estão associadas à DC, sendo que sua prevalência entre os diabéticos é cerca de dez vezes superior à da população em geral. Em um estudo prospectivo percebeu-se que 274 diabéticos serão rastreados anualmente com DC. No momento do diagnóstico de DM I 5,5% apresentaram sorologia positiva para DC e, dentro de quatro anos de acompanhamento, outros 4,4% positivaram para DC (BRANDIT; SILVA; ANTUNES, 2004). O glúten também pode estar presente como excipiente nas cápsulas, comprimidos e suspensões orais de medicamentos. Desta forma, este fato pode limitar a plena obediência à dieta sem glúten quando o paciente com DC tiver a necessidade de utilizar algum medicamento dentre as múltiplas categorias medicamentosas existentes no mercado farmacêutico brasileiro, portanto, percebe-se a necessidade de observar-se também a bula dos medicamentos que virão a ser utilizados por celíacos (SDEPANIAN; MORAIS; FAGUNDES-NETO, 2001). 2.10. Amaranto (Amaranthus ssp) O Amaranto (Amaranthus ssp) é um pseudocereal da classe das dicotiledôneas, Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 87 Amaranthoidae, contém cerca de 70 espécies, 40 das quais são nativas da América (PINTO, 2007). Originário dos Andes e do planalto mexicano, já era cultivado pelas civilizações Inca e Asteca há mais de 2.000 anos, na chegada dos espanhóis, foi disseminado pela Europa, África e Ásia (TEIXEIRA; SPEHAR; SOUZA, 2003). Este pseudocereal foi importante tanto na alimentação como em práticas religiosas para os Astecas. Tinha como sinônimos: grãos místicos dos astecas, super grãos dos astecas, e grãos dourados dos Deuses descreviam seu aspecto nutritivo. Utilizados para nutrir os infantes e para prover energia e força aos soldados nas jornadas prolongadas (COSTA; BORGES, 2005). Possui um elevado potencial no aumento de sua produção e consumo mundial, em especial nas regiões tropicais, onde pode ser cultivado em rotação com a cultura da soja (FERREIRA; ARÊAS, 2004). É uma planta de cultivo fácil, nutritiva e sabor agradável, contudo, apresenta um elevado teor de proteínas, uma excelente alternativa para nutrição humana (COSTA; BORGES, 2005). A utilização na China é como forrageira, já na África, Ásia e nas Américas como hortaliça. Nos Estados Unidos, seu grão é processado em forma de pães, biscoitos e alimentos especiais para pessoas celíacas (TEIXEIRA; SPEHAR; SOUZA, 2003). Em um estudo sobre o valor biológico do grão de amaranto cru, extrusado e torrado, perceberam que os grupos de ratos que ingeriram dietas a base de amaranto extrusado obtiveram maiores índices de REP (razão de eficácia protéica) em relação ao grupo controle de caseína e ao grupo experimental que ingeriu amaranto torrado e cru (FERREIRA; ARÊAS, 2004). As características nutricionais dos grãos são bastante positivas, apresentando percentual protéico 12–17%, com perfil de aminoácidos balanceado com alta quantidade de lisina. Este aminoácido está presente nos grãos em uma faixa compreendida entre 0,73– 0,84% do conteúdo total de proteína. Apresentando assim, valor nutricional equivalente ao leite, à carne e ao ovo. Os grãos são ricos em fibras e baixos níveis de gorduras saturadas. O teor de óleo varia de 6–10%, destes 76% são insaturados e ricos em ácido linoléico. Preliminarmente, apresentou tocotrienóis, oxidantes semelhantes à vitamina E e importantes na inibição da peroxidação lipídica e de toda a sua conseqüência. Além dessas principais características, contém nível elevado de cálcio, ferro e sódio. Não somente os grãos, mas suas folhas, o caule e a cabeça são ricos em proteínas, apresentando, em matéria seca, uma faixa de 15–24% e são fontes de betacaroteno (COSTA; BORGES, 2005). 88 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos Com relação à presença de glúten, um estudo sobre a Avaliação da farinha de amaranto na elaboração de biscoito sem glúten do tipo cookie, chegou a resultados negativos a essa proteína na farinha crua de amaranto brasileira. Nesta referida pesquisa concluiu que os biscoitos elaborados com 100% de farinha de amaranto possuíam consistência física para elaboração de biscoitos, contando com a aceitação positiva de consumidores não familiarizados com esse tipo de pseudocereal, como é o consumidor brasileiro (MARCÍLIO; AMAYA-FARAN; SILVA, 2004). 2.11. Quinoa (Chenopodium quinoa) Quinoa (Chenopodium quinoa) é uma planta originária da Cordilheira dos Andes, utilizada pelos Incas, e explorada atualmente na alimentação animal e humana. É um pseudocereal (CHILLO et al., 2008) e tem demonstrado seu potencial na alimentação humana em decorrência da qualidade de sua proteína (SOUZA; SPEHAR; SANTOS, 2004). Mundialmente têm aumentado sua demanda, em especial por naturalistas, que buscam alternativas de plantas com baixo colesterol e ausência de glúten. No Brasil pode ser produzida em larga escala, em alternativa de sucessão no sistema de plantio após a soja ou milho (SPEHAR; SANTOS, 2006). A Bolívia e Peru são os maiores exportadores com 88% da produção mundial, seguida pelos Estados Unidos da América, com 6%. A produção na Argentina é utilizada para consumo doméstico como semente ou farinha. Utilizada para reforçar farinhas na preparação de bolachas, macarrão, pastelaria e para a preparação de alimentos cozidos para manter a umidade e dar um aroma agradável (VILCHE; GELY; SANTALLA, 2003). Seu elevado conteúdo protéico, em particular, rica em histidina e lisina, estando perto recomendado ideal pela FAO e similares a caseína do leite. Apresenta um grau relativamente elevado na quantidade de vitaminas e mineral, ferro e cálcio, além disso, os lipídeos presentes nas sementes de quinoa demonstram ter uma elevada qualidade de óleos vegetais, similares na composição de ácidos graxos do óleo de soja e são particularmente rico em linoléico e linolênico (CHILLO et al., 2008). Em comparação com cereais comuns, quinoa é que apresenta maior teor de proteínas, além de ser uma boa fonte de vitamina E, o que é substancialmente superior de que outros grãos geralmente cultivados. Sua digestibilidade de proteínas é comparável à de outras proteínas hidrolisadas e não exercem qualquer efeito negativo sobre a qualidade nutritiva da proteína. A composição centesimal de quinoa varia de 10 a 18% de proteína, a Simone Gonçalves Almeida, Wildemara Almeida Corrêa Sá 89 partir de 4,5 a 8,75% de gordura total, 54,1 a 64,2% de carboidratos, 2,1 a 4,9% de fibra total (VILCHE; GELY; SANTALLA, 2003). Um estudo demonstrou que a farinha integral de quinoa apresenta valores superiores de proteína e fibra bruta, quando comparada à farinha de arroz polido. Também apresentou valores superiores para os diferentes minerais analisados, quando comparada à farinha de arroz polido, sendo o fósforo, cálcio, magnésio, ferro e potássio, os que mais se destacaram em ambas as farinhas. Em análise de macarrões pré-cozidos, elaborados com a mesma farinha, chegou-se a conclusão de que podem contribuir para o suprimento das recomendações diárias estabelecidas para diferentes faixas etárias. Contudo, apresentou os maiores teores para os diferentes aminoácidos analisados, também comparados à farinha de arroz polido (BORGES et al., 2003). Em um estudo sobre a farinha de quinoa verificou triglicérides, ácidos graxos livres, a resposta glicêmica e insulinêmica em indivíduos celíacos tratados a pelo menos 02 anos. Neste referido estudo chegou à conclusão de que todos os alimentos elaborados com a farinha de quinoa obtiveram índices mais baixos em relação aos elaborados com farinhas comuns. Também verificou a saciedade foi mais elevada na ingestão de produtos elaborados a partir da farinha de quinoa (BERTI et al., 2004). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos realizados nessa área demonstram-nos que ambos os pseudocereais não possuem glúten em sua estrutura, desta forma, não apresentando danos a saúde aos portadores de doença celíaca, podendo ser utilizados como alternativa ao consumo dos alimentos que contenham essa proteína. Além da isenção de glúten, estes alimentos apresentam ainda interessantes características estruturais para a elaboração de massas com boa palatabilidade e a importância como alternativa aos produtos com glúten, estes referidos alimentos, pelo seu alto valor nutricional também são de utilização interessante para pacientes não celíacos. No entanto, os estudos sobre estes cereais ainda são escassos, em especial em indivíduos não celíacos. Porém, mais estudos devem ser realizados para a introdução destes alimentos, de forma segura, para pacientes celíacos e indivíduos saudáveis. Ainda deve-se atentar que no Brasil as propriedades nutricionais da quinoa são conhecidas há muito tempo, mas somente em novembro de 1998 que pesquisadores da Embrapa conseguiram adaptá-la ao cerrado brasileiro. Apesar da comercialização e aumento da produtividade no Brasil tanto a quinoa quanto o amaranto, são poucos 90 Amaranto (Amaranthus ssp) e quinoa (Chenopodium quinoa) alimentos alternativos para doentes celíacos conhecido, e por isso a sua comercialização ainda é muita escassa, sendo seu custo superior ao dos grãos de uso comum. Percebe-se então uma maior necessidade de ampliar estudos para aprofundar os conhecimentos sobre esses vegetais, visto que são de baixo custo na sua produção e de elevada qualidade nutricional. REFERÊNCIAS BARBIERI, D.; KODA, Y.K. Doenças gastroenterológicas em pediatria. 1. ed., São Paulo: Atheneu, 1996. p. 176-188. BERTI, C.; RISO, P.; MONTINI, L.D.; PORRINI, M. 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