• É o agente económico que transforma factores produtivos e bens

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Estruturas de Mercado
Atendendo às condições do mercado, quanto é que a empresa deve produzir? A que
preço? Tudo depende da estrutura de mercado na qual a empresa está inserida…
Estrutura de
Mercado
Concorrência
Perfeita
Exemplos
Nº de
Empresas
Alguns
sectores
agrícolas
Muitas
Homogéneo
Muitas
Petróleo,
Aço,
Cerveja
Electricidade
Concorrência Comércio
Monopolística a retalho
Oligopólio
Monopólio
Tipo de
Produto
Poder da
Empresa
Sobre o
Preço
Barreiras
à
Entrada
Concorrência
Extra-Preço
Nenhum
Não
existem
Nenhuma
Diferenciado
Algum
Não
existem
Publicidade e
Diferenciação
do Produto
Algumas
Homogéneo
ou
Diferenciado
Algum
Em
elevado
número
Publicidade e
Diferenciação
do Produto
Poucas
Único
Muito
Existem
Publicidade
Microeconomia II – LGE108
A Empresa
• É o agente económico que transforma factores produtivos e
bens intermédios em bens;
– os bens são o resultado da actividade de produção, i.e., da
combinação e transformação de factores e bens intermédios;
– note-de que os bens intermédios são também o resultado de um
processo de produção:
• também eles resultam da combinação de factores e bens intermédios.
• O objectivo último da empresa é a maximização do lucro
económico total, a diferença entre:
– receitas: que resultam da venda dos seus produtos; e
– custos: resultado do consumo dos factores produtivos e bens
intermédios utilizados na produção.
Microeconomia II – LGE108
1
Lucro Económico
O lucro económico total é o rendimento que resta após o
pagamento dos factores produtivos utilizados:
Lucro Total (LT) = Receita Total (RT) – Custo Total (CT)
RT = preço (P) x quantidade (Q)
CT = Custos explícitos + Custos Implícitos (imputados
pelo seu custo de oportunidade, ou seja, pelo valor dos
factores produtivos no seu melhor uso alternativo).
Daí a diferença entre lucro económico e lucro
contabilístico (o primeiro considera os custos implícitos)
Microeconomia II – LGE108
Análise da Receita Total
• A receita total corresponderá ao produto entre o preço e a
quantidade. Mas o preço pode depender da quantidade vendida!
• Para se desenvolver esta análise, é necessário conhecer a
curva da procura específica da empresa, isto é, a curva da
procura que a empresa enfrenta que, por sua vez, só coincidirá
com a curva da procura de mercado, caso seja a única empresa
a abastecer o mercado (monopólio).
• A curva da procura específica da empresa traduz a quantidade
procurada do seu próprio produto, para cada nível de preço
cobrado. A partir desta função, é possível deduzir a função
receita total que traduz a receita total resultante de cada volume
de produção.
RT = P(Q) x Q
Microeconomia II – LGE108
2
Análise da Receita Total
P
10 A (E=oo)
P = 10-0,1Q
B (E>1)
7,5
5 F
2,5
M (E =1)
RT = 250
C (E<1)
H (E=0)
G
0
25
50
75
100
75
100
Q
RT
M’
250
H
25
0
50
Q
• Quando o preço baixa (sobe), a
quantidade procurada aumenta
(diminui). Dado que o preço e a
quantidade variam em sentido
contrário, a RT [P(Q)xQ] pode
aumentar, diminuir ou não variar.
• Consideremos uma diminuição
no preço. O efeito sobre a RT
depende da relação entre o
aumento
percentual
na
quantidade e a redução percentual
no preço. Se o aumento
percentual na quantidade for
maior (menor) que a diminuição
percentual no preço, a RT
aumenta (diminui).
Microeconomia II – LGE108
Análise da Receita Total
P
10 A (E=oo)
P = 10-0,1Q
B (E>1)
7,5
5 F
2,5
0
M (E =1)
RT = 250
C (E<1)
H (E=0)
G
25
50
75
100
75
100
Q
RT
M’
250
H
0
25
50
Q
• quando a procura é elástica em relação
ao preço, uma redução (aumento) no
preço aumenta (diminui) a RT;
• quando a procura é rígida em relação ao
preço, uma redução (aumento) no preço
reduz (aumenta) a RT;
• quando a procura tem elasticidade
unitária, uma redução ou aumento no
preço não tem qualquer efeito na RT.
Ou:
• a porção da curva da RT com inclinação
positiva corresponde à porção da curva da
procura em que esta é elástica em relação
ao preço;
• a porção da curva da RT com inclinação
negativa corresponde à porção da curva
da procura em que esta é rígida em
relação ao preço;
• a RT máxima corresponde ao ponto em
que a elasticidade preço da procura é
unitária.
Microeconomia II – LGE108
3
A Função Lucro Total
Condição de maximização do lucro económico
A função lucro total é deduzida a partir da função receita total e da
função custo total e traduz o lucro económico total resultante de cada
volume de produção. Geometricamente, o lucro total corresponde à
distância vertical (para cada volume de produção) entre a função
receita total e a função custo total:
CT
u.m.
RT
Π II(F. Lucro)
X1
X2
X
Microeconomia II – LGE108
Condições de Maximização do Lucro
Condição de 1ª ordem:
dRT dCT
dπ
=0 ⇔
= 0 ⇔ Rmg = Cmg
dX
dX
dX
A e B verificam a condição de 1ª ordem mas só B
Condição de 2ª ordem:
verifica a condição de 2ª ordem. A corresponde ao
d2 π
dX 2
mínimo lucro e B ao máximo lucro. No ponto A, o
empresário tem incentivos a produzir mais, pois
acrescenta mais à receita do que ao custo (Rmg>Cmg
à direita de A)
dCmg > dRmg
<0 ⇔
dX
dX
CT
u.m.
Rmg
Cmg
RT
A
Cmg
Rmg
B
Π (F. Lucro)
X1
X2
X
X1
X2
X
Microeconomia II – LGE108
4
Características da estrutura de mercado de concorrência perfeita
• existem muitos produtores e consumidores (são negligenciáveis
individualmente):
9cada produtor ou consumidor individual é incapaz de influenciar o
mercado (produtores e consumidores são price-takers), mas:
9o conjunto de todos esses agentes determina a oferta e a procura de
mercado (o conjunto deles afectam o mercado e o seu equilíbrio)
• o produto é homogéneo, ou seja, o produto vendido por uma
empresa é um substituto perfeito do produto vendido por outra
qualquer empresa do mesmo mercado
• todos os agentes que participam no mercado têm informação
perfeita sobre os elementos relevantes.
• existe livre mobilidade de recursos e não há barreiras à entrada: se
uma firma detectar uma oportunidade de negócio num determinado
mercado, então tem a possibilidade de contratar os factores de
produção e entrar nesse mercado.
Microeconomia II – LGE108
Empresa como Price-Taker
O preço é formado no mercado e constitui um dado para a empresa. Assim, se, por
exemplo, uma determinada empresa decidir aumentar a quantidade oferecida, o
preço de mercado não se altera; porém, se todas fizerem o mesmo, o preço de
mercado diminui. Ao preço de mercado, a empresa vende a quantidade que quer.
Assim, a curva da procura de mercado é negativamente inclinada, mas a curva de
procura com que se depara cada empresa individual é horizontal (logo, a receita total
é linear).
P
P
S
Pm
Pm
d = Rmd = Rmg
D
X
x
Microeconomia II – LGE108
5
Condições de Maximização do Lucro
Nesta estrutura de mercado, a Rmg=Rmd=Preço, pelo que a função receita total é
linear e as condições de primeira e segunda ordem de maximização do lucro são casos
particulares das que foram referidas.
Condição de 1ª ordem:
dRT dCT
dπ
=0⇔
= 0 ⇔ P = Cm g
dX
dX
dX
Condição de 2ª ordem:
d 2π
dX
2
<0⇔
A maximização do lucro acontece na
fase crescente do custo marginal
dCmg
>0
dX
CT
P
Cmg
P
Cmg
Pm
X1
X2
X
A e B verificam a condição de 1ª ordem
mas só B verifica a condição de 2ª ordem.
A corresponde ao mínimo lucro e B ao
Cmg
máximo lucro.
A
B
X1
X2
Pm
X
Microeconomia II – LGE108
Interpretação económica da situação de equilíbrio
• a empresa deve produzir até que P (Rmg) = Cmg, ou seja, até que a receita
adicional que se obtém pela venda de uma unidade adicional de produto iguale o
custo de produzir essa unidade adicional;
• se P (Rmg) > Cmg, aquilo que se obtém pela venda de uma unidade adicional de
produto é superior ao custo de produzir essa unidade adicional, pelo que compensa
produzir mais uma unidade (a última unidade vendida proporcionar-lhe-ia um
acréscimo de receita superior ao acréscimo de custo, pelo que deveria aumentar a
quantidade produzida);
• se P (Rmg) < Cmg, aquilo que se obtém pela venda de uma unidade adicional de
produto é inferior ao custo de produzir essa unidade adicional, pelo que a empresa
deve diminuir a produção (a última unidade vendida proporcionar-lhe-ia um
acréscimo de receita inferior ao acréscimo de custo, pelo que deveria reduzir a
quantidade produzida);
• se o Cmg for crescente e dado que a Rmg é constante e igual ao preço de
mercado, antes do equilíbrio, a Rmg > Cmg, logo deve aumentar-se a quantidade
de equilíbrio e depois do equilíbrio Rmg < Cmg, pelo que se deve diminuir a
quantidade produzida.
Microeconomia II – LGE108
6
Limiar de Encerramento da Empresa
A condição de maximização do lucro dá-nos o output que leva a empresa a
auferir o máximo lucro. Mas nada garante que a empresa esteja a ter lucros
económicos. Se P<CTM, a empresa tem prejuízos. Deve produzir?
Relembrar:
O lucro normal constitui a remuneração normal do empresário pela utilização
do seu factor produtivo (capacidade empresarial), podendo ser visto como um
custo de oportunidade. Como tal, está incluído na função custo da empresa, sendo
deduzido à receita total para determinar o lucro económico.
O lucro supranormal representa os ganhos que a empresa eventualmente
obtenha depois de remunerar todos os factores produtivos. É, por isso, considerado
um ganho extraordinário. Quando se fala em maximização do lucro, estamos a
falar da maximização do lucro supranormal, dado que o lucro normal constitui a
remuneração de um factor produtivo e, portanto, deve ser considerado um custo.
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
p3
CTM
Rmd=Rmg=p3
CVM
CFM
X3
X
• P = p3
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X3
•
Receita Total
Microeconomia II – LGE108
7
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
p3
CTM
Rmd=Rmg=p3
CVM
CFM
X3
X
• P = p3
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X3
•
Custo Total
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
p3
CTM
Rmd=Rmg=p3
CVM
CFM
X3
X
• P = p3
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X3
•
Lucro Total > 0 (Lucros supranormais) ⇒ Empresa produz
Microeconomia II – LGE108
8
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p2
Rmd=Rmg=p2
CFM
X2
X
• P = p2
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p2 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X2
•
Receita Total
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p2
Rmd=Rmg=p2
CFM
X2
X
• P = p2
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p2 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X2
•
Custo Total = Receita Total ⇒ Lucro Normal ⇒ Empresa produz
Microeconomia II – LGE108
9
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p1
Rmd=Rmg=p1
CFM
X1
X
• P = p1
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X1
•
Receita Total
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p1
Rmd=Rmg=p1
CFM
X1
X
• P = p1
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X1
•
Custo Total
Microeconomia II – LGE108
10
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p1
Rmd=Rmg=p1
CFM
X1
X
• P = p1
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X1
•
Prejuízos Económicos ⇒ Será que a empresa deve encerrar?
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
CTM
CVM
p1
Rmd=Rmg=p1
CFM
X1
X
• P = p1
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X1
•
Se a empresa encerrar, tem
que suportar os custos fixos,
Custos Fixos ⇒
que neste caso são
superiores aos prejuízos
⇒ Empresa produz
Microeconomia II – LGE108
11
Equilíbrio de Período Curto
$
CmgCP
p0
•
CTM
CVM
Rmd=Rmg=p0
CFM
X0
X
• P = p0
Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p0 ∧ Cmg’>0 ⇒ X* = X0
•
Prejuízos Económicos = Custos Fixos ⇒ É indiferente produzir ou
encerrar
Microeconomia II – LGE108
Limiar de Encerramento da Empresa
A condição de maximização do lucro dá-nos o output que garante o
máximo lucro. Se P < CTM, a empresa tem prejuízo. Deve produzir? No
curto prazo, a empresa suporta custos fixos e custos variáveis se produzir,
mas se não produzir, a empresa continua a suportar os custos fixos.
Significa que, mesmo que a empresa não produza, a empresa incorre num
prejuízo equivalente ao valor dos custos fixos.
Logo, no curto prazo, a empresa deve encerrar se:
LT < -CFT⇔ RT-CVT-CFT < -CFT⇔ RT < CVT ⇔ P < CVM
Como P=Cmg e Cmg<CVM antes do mínimo deste → P < min CVM
(Limiar de encerramento no curto prazo)
No longo prazo, dado que a empresa não suporta custos fixos, então
deve encerrar se suportar qualquer prejuízo:
LT < 0 ⇔ RT < CTpl⇔ P < Cmdpl
(Limiar de encerramento no longo prazo = Limiar de rentabilidade)
Microeconomia II – LGE108
12
Equilíbrio de Período Curto
No curto prazo, a empresa de concorrência perfeita irá:
• determinar o nível de output que garante o máximo lucro (X*)
(condição de maximização do lucro):
Max X
⎧P = Cmg
⎪
π ⇒ ⎨ ∂Cmg
⎪⎩ ∂X > 0
Logo, em concorrência perfeita, a empresa competitiva escolhe o
montante de output para o qual o custo marginal iguala o preço de
mercado.
•
decidir se é mais rentável produzir X* ou não produzir (Limiar de
encerramento).
Não deve produzir se P < min CVM
Microeconomia II – LGE108
Curva da Oferta Individual de Curto Prazo
⎧q S = 0 ⇐ P < min CVM
Si CP : ⎨ S
⎩q : P = CmgCP ⇐ P ≥ min CVM
Geometricamente, a curva da oferta da empresa de curto prazo em
Concorrência Perfeita corresponde à curva de Cmg acima no
mínimo do CVM.
$
Si
CmgCP
CTM
CVM
P1
CFM
X1
X
Microeconomia II – LGE108
13
Equilíbrio da indústria no curto prazo
Q D =QS ⇔ Q D =n × Si CP
O equilíbrio da indústria no período curto será determinado pelo
confronto entre a curva da procura e a curva da oferta de período
curto.
Deste modo, para cada nível de preços (dado pelo mercado) a
quantidade de equilíbrio de cada empresa pode ser vista na curva de
custo marginal.
Empresa
Mercado
$
$
Cmg CP
P2
S
CTM
P2
CVM
D
P1
P1
q1
q2
n.q1
q
n.q2
Q
Microeconomia II – LGE108
Maximização do Bem-estar Social
P
S
p*
D
Q*
O mercado perfeitamente concorrencial garante a maximização do
bem-estar social. A área a azul escuro representa o excedente do
produtor e a área a azul claro o do consumidor. A soma de ambas
representa a função “o bem-estar social”.
Microeconomia II – LGE108
14
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
No longo prazo, a empresa pode fazer ajustamentos na quantidade utilizada de todos
os factores de produção (todos os factores são variáveis), o que significa que apenas
existem custos variáveis. Significa então que a empresa prefere não produzir se não
registar, no mínimo, um lucro normal (LT=0). Consequentemente, o limiar de
encerramento coincide com o limiar de rentabilidade.
Então, no longo prazo, a empresa competitiva (Condição de maximização do lucro):
Escolhe a quantidade óptima X*: P=CmgLP
Se, para X*:
(Condição de encerramento de LP)
P ≥ min CmdLP (LT≥0), então permanece do mercado;
P < min CmdLP (LT<0), então sai do mercado.
Situação de equilíbrio da empresa em período longo é diferente da situação de
equilíbrio da indústria de período curto.
- Quando uma empresa está em equilíbrio de período longo também está em
equilíbrio de período curto.
- Um empresa pode estar em equilíbrio de período curto e não estar em equilíbrio no
período longo.
Microeconomia II – LGE108
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
u.m.
CMg(Q,K1)
CTM(Q,K1)
p*
Cmdpl(Q)
CTM(Q,K2)
Cmgpl(Q)
•
CMg(Q,K3)
•
CTM(Q,K3)
•
•
•
•
•
CMg(Q,K2)
0
Q1
Q2
A empresa que se encontra na
dimensão 1, está a maximizar os
lucros em período curto, a ter
lucros supranormais (área marcada
no gráfico) ao produzir Q1, mas
pode ter mais lucros se se ajustar a
sua dimensão.
O mesmo acontece, àquele preço,
se produzir na chamada dimensão
óptima (mínimo do Cmd de
período longo, neste caso, usar a
dimensão 2 na produção de Q2):
está a ter lucros supranormais, mas
não está a minimizar os seus custos
de produção; poderá aumentar os
lucros e minimizar os custos de
produção.
Q3 Q
Microeconomia II – LGE108
15
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
u.m.
CMg(Q,K1)
CTM(Q,K1)
p*
•
CMg(Q,K3)
CTM(Q,K3)
•
•
Dado que, no longo prazo, a
empresa pode ajustar todos
os factores produtivos, então
deve escolher a dimensão 3 e
produzir Q3, por forma a
maximizar o seu lucro (área
marcada no gráfico)
•
Cmdpl(Q)
CTM(Q,K2)
Cmgpl(Q)
•
•
CMg(Q,K2)
0
Q1
Q2
Q3 Q
Microeconomia II – LGE108
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
u.m.
CMg(Q,K1)
CTM(Q,K1)
p*
•
CMg(Q,K3)
CTM(Q,K3)
•
•
•
Cmdpl(Q)
CTM(Q,K2)
Cmgpl(Q)
•
•
Mera curiosidade: lucro
ganho por se ter escolhido a
dimensão 3 e não a 1 (área
marcada no gráfico).
CMg(Q,K2)
0
Q1
Q2
Q3 Q
Microeconomia II – LGE108
16
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
u.m.
CMg(Q,K1)
CMg(Q,K3)
Cmgpl(Q)
CTM(Q,K1)
Cmdpl(Q)
p*
•
CTM(Q,K3)
•
•
•
Q1
Q3
O mercado estabelece um preço de
equilíbrio tal que, se a empresa estiver
a utilizar a dimensão 1 no curto prazo,
produz Q1 e aufere lucros normais. No
entanto, no longo prazo, escolherá a
dimensão 3, produzirá Q3 e os lucros
passam a ser supranormais.
•
0
Q
Microeconomia II – LGE108
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
u.m.
CMg(Q,K3)
CMg(Q,K1)
Cmdpl(Q)
•
CTM(Q,K3)
CTM(Q,K1)
p*
•
•
• •
•
Cmgpl(Q)
0
Q1 Q3
Se o mercado ditar este preço de
equilíbrio e a empresa estivesse, no
período curto, a utilizar a dimensão 3,
então teria prejuízos (ver área a
vermelho) ao produzir Q3 (quantidade
maximizadora do lucro). No longo
prazo, escolheria a dimensão 1 e
passaria a produzir Q1, auferindo
lucros supranormais (área a azul).
Q
Microeconomia II – LGE108
17
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
⎧qS = 0 ⇐ P < min Cmd LP
Si LP : ⎨ S
⎩q : P = Cmg LP ⇐ P ≥ min Cmd LP
No longo prazo, a curva da oferta da
empresa corresponde à curva de Cmg
acima no mínimo do CmdLP.
Dado que, no longo prazo, a empresa pode ajustar todos os factores
produtivos, então consegue produzir as mesmas quantidades a um
menor custo. Significa então que a curva da oferta individual de
longo prazo é menos inclinada que a curva da oferta individual no
curto prazo.
Microeconomia II – LGE108
Equilíbrio da Indústria no Longo Prazo
No longo prazo, há livre entrada e saída de empresas no mercado
↓
• as empresas só permanecerão no mercado se não tiverem prejuízos;
se houver saída de empresas, a oferta diminui, provocando uma
subida do preço do mercado até ao limiar de rentabilidade
• se o preço estiver acima do limiar de rentabilidade, as empresas
instaladas auferem lucros supranormais, o que vai atrair novas
empresas para o mercado; essa entrada de novas empresas vai
provocar um aumento da oferta e, logo, uma diminuição do preço de
mercado que só cessará quando o lucro for nulo.
Condições de equilíbrio da indústria em período longo:
- todas as empresas estão em equilíbrio de longo prazo, isto é, a
maximizar os lucros relativamente às curvas de custo de período
longo (P=Cmgpl);
- não existir incentivo para a entrada e saída de empresas.
Microeconomia II – LGE108
18
Equilíbrio da Indústria no Longo Prazo
Se LT > 0 ⇒ entrada de empresas no mercado ⇒ expansão da oferta
⇒ descida do preço de equilíbrio de mercado ⇒ Ì LT
Se LT < 0 ⇒ saída de empresas do mercado ⇒ contracção da oferta
⇒ aumento do preço de equilíbrio de mercado ⇒ Ê LT
Assim, no longo prazo, o equilíbrio da indústria corresponde à
igualdade:
P=min CmdPL (LT=0): é o único preço compatível com a
estabilidade do número de empresas e o equilíbrio da empresa no
longo prazo.
Microeconomia II – LGE108
A Função Oferta da Indústria a Custos Constantes no Longo Prazo
u.m.
Scp
E'
E
S'cp
E''
Slp ⇔ P = min Cmdlp
D
D'
Q
No longo prazo, a
função oferta da
indústria é uma linha
horizontal ao nível
do mínimo custo
médio de longo
prazo.
Tal como no caso da oferta individual, a curva da oferta da indústria
no longo prazo é menos inclinada (mais elástica) do que a existente
no curto prazo.
Microeconomia II – LGE108
19
A Função Oferta da Indústria a Custos Constantes no Longo Prazo
u.m.
Scp
E'
E
S'cp
E''
Slp ⇔ P = min Cmdlp
D
D'
Q
Se a curva da oferta da empresa é mais elástica a longo prazo, a
curva da oferta de mercado ainda o será mais, já que o facto do
número de empresas a laborar no mercado poder variar, ainda torna a
oferta de mercado mais sensível a variações no preço. O equilíbrio
da indústria no período longo será determinado pelo confronto entre
a curva da procura e a curva da oferta de período longo.
Microeconomia II – LGE108
Efeitos da Deslocação da Função Procura numa Indústria a Custos Constantes
Admitamos que o mercado está em equilíbrio no longo prazo. Admitamos ainda que há
um aumento da procura de D para D’. Então:
• no curto prazo, P = P2, (E→E’) e a quantidade óptima é X2 (P2=Cmgcp), sendo o lucro
supranormal;
• no longo prazo, os lucros supranormais são um incentivo à entrada de empresas,
registando-se uma expansão da oferta e, portanto, uma descida do preço, até que este
volte ao nível inicial e os lucros económicos sejam nulos (E’’). Assim, no longo prazo,
o preço mantém-se, assim como a quantidade produzida por cada empresa. A
quantidade transaccionada no mercado aumenta, o que é possível devido ao aumento do
nº de empresas. No fundo, o nº de empresas é a variável de ajustamento.
Microeconomia II – LGE108
20
Aplicação: Impostos / Subsídios
O modelo de concorrência perfeita permite apreender de que forma os
mercados respondem a alterações nas condições económicas, como é o
caso do lançamento de um imposto / subsídio.
Iremos abordar 2 tipos de impostos/ subsídios:
• lump sum (ou de soma fixa): são independentes do nível do output
e, como tal, não distorcem a eficiência da economia;
• específico (ou unitário): corresponde a um montante fixo por
unidade de produto (são proporcionais à quantidade);
Para garantir clareza na exposição, e porque a extensão aos subsídios é
directa, só irei referir o caso dos impostos.
Microeconomia II – LGE108
Efeitos do Imposto Fixo Sobre o Equilíbrio da Indústria
Efectuando a análise dos seus efeitos pela via da oferta, este imposto tem a
natureza de um custo quase fixo: é invariável com a quantidade produzida, mas
quando decide não produzir, a empresa não paga o imposto. Como é afectado o
equilíbrio da indústria?
• No curto prazo, porque a função Cmg não se altera, então a oferta individual e da
indústria não se alteram, pelo que a quantidade e o preço de equilíbrio são os
mesmos, só se reduzindo o lucro das empresas. O imposto é pago à custa do
excedente do produtor.
Empresa
Mercado
$
$
CmgPC = Cmg’PC
•
CTM’
CTM
SPC
P*
CVM= CVM’
•
D
q*
q
n.q*
Q
Microeconomia II – LGE108
21
Efeitos do Imposto Fixo Sobre o Equilíbrio da Indústria
Suponhamos que a indústria está em equilíbrio de longo prazo e é lançado um
imposto fixo. No curto prazo, como cada empresa produz o mesmo ao mesmo
preço (o que garante o lucro normal antes do lançamento do imposto), passa a ter
prejuízos. O número de empresas existentes no mercado diminuirá, ajustando-se ao
novo mínimo do custo médio de período longo (ao novo limiar de rentabilidade).
Assim, no novo equilíbrio, existirão menos empresas, cada uma delas produzindo
mais (se bem que em termos agregados a quantidade transaccionada diminua) e
vendendo a um preço mais elevado.
Empresa
Mercado
$
$
CmdPL’
CmgPL = Cmg’PL
CmdPL
p2*
S’PL
S PL
p1*
D
q1* q2*
q
n2.q2* n1.q1*
Q
Microeconomia II – LGE108
Preâmbulo à Análise dos Efeitos do Imposto Específico
A análise dos efeitos do imposto específico pode ser feita usando a relação:
pc = p p + t
em que pc designa o preço que o consumidor paga e pp preço que o produtor recebe.
Quando é introduzido um imposto específico, o preço que o consumidor paga deixa
de ser igual ao preço que o produtor recebe. A quantidade oferecida de um bem
representa a quantidade que os produtores podem e desejam vender em função do
preço que recebem, ceteris paribus. A quantidade procurada de um bem representa a
quantidade que os consumidores podem e desejam comprar em função do preço que
terão que pagar, ceteris paribus. Assim, o equilíbrio após o lançamento do imposto
específico só poderá ser determinado depois de manipular ou a função oferta ou a
função procura. A função oferta ou procura, depois de manipulada, passa a ser
apercebida.
• Análise via oferta – a quantidade oferecida terá que aparecer em função do preço
que o consumidor paga (a função oferta desloca-se paralelamente para a esquerda e
para cima);
• Análise via procura – a quantidade procurada terá que aparecer em função do preço
que o produtor recebe (a função procura desloca-se para baixo e para a esquerda).
Só iremos fazer a análise via oferta.
Microeconomia II – LGE108
22
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
Efectuando a análise dos seus efeitos pela via da oferta, no curto prazo, o
lançamento de um imposto unitário faz deslocar o custo médio e o custo marginal
paralelamente para cima. A oferta de período curto da indústria diminui (desloca-se para a esquerda e para cima), o que faz com que o preço pago pelo consumidor
(pc2*) aumente e que o preço recebido pelo produtor diminua (pp2*). A quantidade
transaccionada no mercado diminui, assim como a quantidade produzida por cada
empresa.
Empresa
•
CmgPC
S’PC
Mercado
Cmg’PC
$
•
CTM’
$
CVM’
CTM
pc2*
CVM
p1*
t
•
SPC
•
pp2*
t
D
q2*q1*
n.q2*
q
n.q1*
Q
Microeconomia II – LGE108
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
Se a indústria está em equilíbrio de longo prazo e é lançado um imposto específico,
então cada empresa enfrenta prejuízos. O número de empresas existentes no mercado
ajustar-se-á ao novo mínimo do custo médio de período longo (ao novo limiar de
rentabilidade). Resolvendo o novo equilíbrio pelo lado da oferta, como a função de
custo médio de período longo se desloca paralelamente para cima, a quantidade
produzida por cada empresa mantém-se (apesar da quantidade transaccionada no
mercado diminuir). O preço recebido pelos produtores é o mesmo (p1*): no longo
prazo, os consumidores suportam inteiramente o imposto específico.
Empresa
Mercado
$
$
Cmg’PL
CmgPL
•
•
CmdPL’
CmdPL
p2*
S’PL
S PL
p1*
D
q1*
q
n2.q1* n1.q1*
Q
Microeconomia II – LGE108
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