Sucessão ecológica de Aleochara na decomposição cadavérica em

Sucessão ecológica de Aleochara (Coleoptera, Staphylinidae,
Aleocharinae) na decomposição cadavérica em Palotina, PR.
Renato J. Simioni; Sidnei B. da Silva & Edilson Caron
Laboratório Integrado de Pesquisas em Biodiversidade, Universidade Federal do Paraná,
campus Palotina (UFPR), Rua Pioneiro, 2153, Jardim Dallas, Palotina, Paraná, CEP 85950000.
Aleochara é um grupo de estafilinídeo formado por mais de 450 espécies e
pode ser encontrado em quase todo o mundo. O hábito ectoparasitóide da
larva e predador ativo dos adultos torna este táxon um regulador natural das
populações de moscas, possuindo potencial para estudos de entomologia
forense. A entomologia forense é a ciência que estuda os insetos que
interagem com procedimentos legais, no qual, por exemplo, a presença
representativa de espécies relacionadas com fases diferentes de
decomposição cadavérica, pode servir para determinar em quais circunstâncias
a morte ocorreu e ainda estimar o intervalo post mortem (IPM). Portanto, o
trabalho teve como objetivo estudar a sucessão ecológica das espécies de
Aleochara com outras espécies de Coleoptera que habitam carcaça de porco
doméstico em Palotina, PR. O experimento foi realizado em dois períodos
estacionais diferentes: inverno e verão. A carcaça, de aproximadamente 15k,
foi deixada em uma mata anexa ao campus Palotina, UFPR, e as coletas
seguiram por três vias: Shannon modificada, pitfall e coleta manual. No total
foram capturados 1066 coleópteros, sendo 731 no verão e 335 no inverno.
Espécies de Aleochara foram encontradas tanto no verão quanto no inverno,
totalizando 55 individuos ou 5,16% do total de Coleoptera. Contudo, o gênero
foi muito mais representativo no inverno, com 9,85% do total de Coleoptera
coletado, contra 3,14% no verão. Dentro de Aleochara, duas espécies foram
identificadas, A. pseudochrysorrhoa e A. lateralis. Entre as espécies, A.
pseudochrysorrhoa foi coletada em maior quantidade tanto no verão (14
individuos) quanto no inverno (18). Com relação às fases de decomposição da
carcaça, as duas espécies foram encontradas em todas as fases: fresca,
gasosa, coliquativa e esquelética. Contudo, as espécies seguiram o padrão
encontrado para Coleoptera, aumento em abundância nas fases finais de
decomposição, coliquativa e esqueletização, que juntas contabilizaram mais de
70% dos individuos coletados.
Palavras-chave: Entomologia Forense, Ectoparasita, Sucessão cadavérica.
Apoio/financiamento: CNPq; UFPR/TN.