Prof.a Dr.a Carmeane Effting

Propaganda
MADEIRAS
MCC1001 – AULA 12
Disciplina: Materiais de Construção I
Professora: Dr.ª Carmeane Effting
1º semestre
2014
Centro de Ciências Tecnológicas
♦
Departamento de Engenharia Civil
MADEIRAS
• É um material
excepcional como
material de
construção, além de
ter qualidades muito
grandes como
matéria-prima para
outros produtos
industrializados.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MADEIRAS
Utilização da Madeira:
• É, depois do aço, o material mais utilizado;
• Pode ser utilizado em diversas etapas desde a fundação até
o acabamento, passando tanto pela estrutura como material
auxiliar.
• Pode ser usada também em diversos tipos de construção
como em estradas de ferro, galerias, etc.,
• Pode ser utilizada como combustível,
• Matéria-prima para papel (principal subproduto).
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MADEIRAS
Razões para empregar madeira na construção civil:
• Apresenta resistência mecânica tanto à esforços de tração como à
compressão, além de resistência a tração na flexão;
• Resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio
pequeno;
• Fácil trabalhabilidade permitindo ligações simples;
• Boas características de absorção acústica, bom isolamento térmico;
• Custo reduzido e é renovável (preservada);
• Apresenta diversos padrões de qualidade e estéticos.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MADEIRAS
Restrições de emprego da madeira na construção civil:
• Material inflamável;
• Material biodegradável (fácil deterioração em ambientes
agressivos que desenvolveram agentes predadores como
fungos, cupins, mofo,..);
• Perda de propriedades devido a problemas de secagem e
umidade;
• Dimensões limitadas (podendo estes inconvenientes serem
resolvidos pela laminação, contraplacados e aglomerados).
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MADEIRAS: TRANSFORMADOS
Contraplacados: lâminas de
madeira coladas entre si
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Aglomerados: partículas de
madeira, resinas e prensagem
MADEIRAS
Origem e produção:
• A madeira, como material de construção,
é produto do beneficiamento do tronco de
árvores (comumente chamado de “lenho”).
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
As árvores são compostas por raiz, caule e copa
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ÁRVORES
• A raiz é o apoio da árvore ao solo, tendo a finalidade de
retirar do solo os sais minerais para seu desenvolvimento;
• O tronco (ou caule), além de sustentar a copa conduz por
capilaridade a seiva bruta da raiz às folhas, como a seiva
elaborada das folhas para o lenho em crescimento;
• A copa desdobra-se em galhos e folhas, além das flores e
frutos. As folhas transformam a seiva bruta em elaborada.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ÁRVORES - CLASSIFICAÇÃO
• Endógenas: aquela que o desenvolvimento do caule
se dá de dentro para fora (palmeira e bambus). É
pouco aproveitada como material de construção;
• Exógenas: aquela em que o crescimento do caule se
dá de fora para dentro, com adição de novas camadas
em forma de anel (anéis anuais de crescimento);
Classificam-se em gimnospermas e angiospermas.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ÁRVORES - CLASSIFICAÇÃO
Gimnospermas
• Árvores coníferas e
resinosas, tendo folhas
em forma de agulha não
fornecendo frutos. São
madeiras de lenho mais
mole e correspondem a
35% das espécies
conhecidas
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Angiospermas
• Árvores frondosas
conhecidas no Brasil
como madeira de lei.
Representam 65% das
espécies conhecidas.
“LENHO” (TRONCO)
• O “lenho” é a parte da árvore que nos
interessa como material de construção. Sua
constituição é diversificada e suas partes são:
casca, cambio, lenho e medula.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CASCA
•
É a proteção do tronco além de
conduzir a seiva elaborada nas folhas
para o tronco;
•
A PARTE EXTERNA é morta
(cortiça). Pode ser renovada, não
apresentando interesse como material
de construção (mas pode ser
aproveitada como material de
acabamento e termoacústico);
•
PARTE INTERNA, transporta a seiva
das folhas ao caule.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
TRANSPORTE DE SEIVA
• Sistema vascular das plantas;
• A seiva bruta é formada ainda nas raízes,
quando a planta coleta do solo os nutrientes
que depois serão conduzidos até as folhas e
caule para que possa acontecer a
fotossíntese e transformá-la em seiva
elaborada.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CÂMBIO
• Camada que se situa
entre a casca e lenho;
• Constituída de tecido vivo
(sendo tão importante
quanto a parte interna da
casca), responsável pelo
crescimento dos aneis.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
LENHO
• É o núcleo do tronco, sendo portanto a
parte resistente da árvore. Esta parte é
retirada através de desdobro (material
serrado) o material utilizado na
construção civil.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
LENHO
ALBURNO
• É a parte mais externa.
Formado por células
vivas, tem função
resistente e de transporte
de seiva (parte que
melhor absorve os
conservantes)
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CERNE
• É a parte central do
tronco, sendo formado
por células mortas;
• Este fato torna-o mais
resistente visto não existir
nesta região a seiva, e
consequentemente não
ser atrativo à insetos e
outros agentes de
deterioração.
VASOS
• Ligam as diferentes
camadas entre si e
tem a função de
transportar e
armazenar a seiva.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MEDULA
• É o miolo central,
mole, de tecido
esponjoso e cor
escura;
• Não tem resistência
mecânica, nem
durabilidade, na peça
desdobrada é
considerado defeito.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MEDULA
PRODUÇÃO DA MADEIRA
1
Corte da árvore
2
Toragem
3
Falquejamento
4
Desdobro
5
Aparelhamento + Beneficiamento
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CORTE DA ÁRVORE
• Deve ser realizado em épocas
apropriadas, preferencialmente durante o
inverno;
• Evita-se aparecimento de
fendas/rachaduras através de secagem
mais lenta.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
TORAGEM E FALQUEJAMENTO
• Toragem: desgalhamento e corte da
madeira em peças de 5 a 6m de
comprimento;
• Falquejamento: corte de costaneiras.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DESDOBRO
• É a etapa final para transformação em material de
construção: corte das toras de madeira (material serrado);
• O SISTEMA USUAL É O TANGENCIAL. O desdobro
RADIAL produz peças de melhor qualidade, tendo menores
rachaduras durante a secagem, menores empenamentos e
defeitos → ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO, sendo utilizados
somente em aplicações especiais. EX. CONSTRUÇÃO
AERONÁUTICA.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DESDOBRO
Tangencial ou Paralelas
• Desdobro normal produz
peças inteiras
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Radial
• Desdobro radial corta o
tronco na direção do seu
diâmetro, evitando-se a
medula
APARELHAMENTO DA PEÇA
• Padronização de medidas
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
BENEFICIAMENTO
• Processo de acabamento da peça;
• Vários desdobros;
• Molduragem em aparelhos especiais;
• Acabamento aparente;
• Ex: rodapés, tacos, assoalhos, etc.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS
• Os diversos tipos de madeiras existentes
permitem que seu uso seja específico para
cada tipo de aplicação;
• A escolha só pode ser acertada se forem
conhecidas as propriedades físicas e sua
resistência às solicitações mecânicas.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
PROPRIEDADES
Físicas
• UMIDADE
• RETRATIBILIDADE
• DENSIDADE
• CONDUTIBILIDADE
TÉRMICA, ELÉTRICA E
SONORA
• RESISTÊNCIA A FOGO
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Mecânicas
• RESISTÊNCIA À
TRAÇÃO
• RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO
• RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO
• RESISTÊNCIA À
FLEXÃO
UMIDADE
• A MADEIRA DEVE SER EMPREGADA SECA, OU COM TEOR
DE UMIDADE EM EQUILÍBRIO COM O AMBIENTE;
• A SECAGEM PODE SER NATURAL OU ARTIFICIAL:
– NATURAL: PELA EXPOSIÇÃO AO AR;
– ARTIFICIAL: O PROCESSO É ACELERADO COM A MADEIRA SUBMETIDA A
CONDIÇÕES CONTROLADAS DE TEMPERATURA E DE UMIDADE.
•
A SECAGEM ARTIFICIAL DA MADEIRA MELHORA AS
CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E A RESISTÊNCIA AOS
AGENTES DA DETERIORAÇÃO.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
UMIDADE
Tipo
Umidade aprox. (%)
Aplicações
recomendadas
Verde
>30%
Construções
submersas/em contato
com a água
Semi-seca
> 23%
???
Comercialmente seca
Entre 18 e 23%
Torres, postes,
cimbramentos
Seca ao ar
Entre 13 e 18%
Construções abertas
(galpões e hangares),
telhados
Dessecada
Entre 0 e 13%
Locais fechados e
aquecidos
“Completamente seca”
0%
Locais com
aquecimento artificial
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RETRATIBILIDADE
• É a propriedade que a madeira apresenta
de sofrer alterações de volume e
dimensões quando seu teor de umidade
varia;
• Pode ser por INCHAMENTO ou
CONTRAÇÃO.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DEFEITOS DO PROCESSO DE SECAGEM
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DENSIDADE
• É considerada em termos de massa específica
aparente, massa por unidade de volume;
• Índice de compacidade das fibras de madeira, > ou <
quantidade de fibras por unidade de volume aparente;
• Pode-se correlacionar diversos tipos de madeira
conforme esta característica. A densidade varia com a
umidade e a posição do lenho.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DENSIDADE
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DENSIDADE
• Alta: para carvão vegetal e dormentes de
estradas de ferro;
• As fábricas de celulose de fibra curta,
normalmente trabalham com espécies de
densidade básica intermediárias.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
CONDUTIBILIDADE
• Elétrica:
– Quando bem seca é excelente isolante
elétrico;
• Térmica:
– Em geral é mau condutor;
• Acústica:
– Não é bom isolante acústico, porém quando
usado em tratamento acústico funciona
satisfatoriamente por ter capacidade de absorção
de sons.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA AO FOGO
• Os estudos de capacidade de resistência ao fogo devem
ser feitos em torno de 850º C, que é a temperatura média de
incêndios. Deste modo a madeira não pode resistir nestas
condições;
• Em seu estado natural: a madeira inicia a combustão ≈
275º C, desde que haja oxigênio para a combustão;
• A combustão superficial forma uma capa de madeira
calcinada que impede a passagem do ar dificultando a
queima.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA AO FOGO
• Esta capa tem ≈10 mm de espessura, e se a
temperatura
permanecer constante a queima cessa. Peças com menos de 25
mm não devem ser usadas porque
não
formam a capa de
proteção, destruindo-se rapidamente;
• Em incêndios de grande temperatura, com mais de 850ºC, peças
de madeira não se rompem imediatamente devido à este fator,
permanecendo portanto com
alguma resistência. Uma peça de
aço em T≈300º C já está em processo de escoamento;
• Coberturas de incêndio- peças >50 mm podem ter menos risco que
estruturas metálicas (retardadores de combustão).
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
FORÇA PARALELA ÀS FIBRAS
FORÇA PERPENDICULAR ÀS FIBRAS
RUPTURA POR DESLIZAMENTO
ENTRE AS FIBRAS OU RUPTURA DAS
PAREDES
DEFORMAÇÃO BAIXA, ALTA RESISTÊNCIA
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
BAIXA RESISTÊNCIA
SEPARAÇÃO DAS FIBRAS
RASGAMENTO DO MATERIAL
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
FORÇA PARALELA AS FIBRAS
FORÇA PERPENDICULAR AS FIBRAS
ESMAGAMENTO DAS FIBRAS
GRANDE RESISTÊNCIA
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
• Nas peças solicitadas à compressão paralela às fibras, as forças
agem paralelamente à direção dos elementos anatômicos
responsáveis pela resistência, o que confere uma grande
resistência à madeira;
• Atenção para a FLAMBAGEM (peças longas);
• Na solicitação normal, a madeira apresenta valores de resistência
menores que os de compressão paralela, pois a força é aplicada na
direção perpendicular ao comprimento das fibras, provocando
esmagamento. Os valores de resistência à compressão normal às
fibras são da ordem de 25% dos valores apresentados pela madeira
na compressão paralela.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
FORÇA PERPENDICULAR
FORÇA PARALELO AS FIBRAS
AS FIBRAS
ALTA RESISTÊNCIA -
RUPTURA IMPLICAR NO
CISALHAMENTO DESSES
ELEMENTOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
DIREÇÃO DAS
TENSÕES COINCIDE
COM A DIREÇÃO DAS
FIBRAS, <resistência
(CISALHAMENTO É
HORIZONTAL)
DIREÇÃO DAS FIBRAS É
PERPENDICULAR -
ELEMENTOS TENDEM
A ROLAR UNS SOBRE
OS OUTROS
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
anterior
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA À FLEXÃO
ENRUGAMENTOS DE COMPRESSÃO
FORÇA PERPENDICULAR AS FIBRAS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
RESISTÊNCIA À FLEXÃO
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
FATORES ANATÔMICOS
• Densidade:
– Característica que
melhor expressa sua
qualidade para uso;
– Maior ou menor
quantidade de fibras
por unidade de
volume.
• Inclinação das fibras;
• Nós.
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MICRORGANISMOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
MICROORGANISMOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ORGANISMOS XILÓFAGOS
(que se alimentam da madeira)
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ORGANISMOS XILÓFAGOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ORGANISMOS XILÓFAGOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
ORGANISMOS XILÓFAGOS
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
TRATABILIDADE
ALBURNO - melhor absorve os conservantes
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
TRATABILIDADE
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Obrigada por terem me aguentado :)
• Vídeos da aula:
– Fábrica de OSB ma Escócia:
https://www.youtube.com/watch?v=awxhgAMnyTs
– Ensaios de compressão e cisalhamento em madeira:
https://www.youtube.com/watch?v=fFI2kgbqm_Q
https://www.youtube.com/watch?v=yWfJxAeYxy8
– Porta laminada (não deu tempo de passar mas vale a
pena ver): https://www.youtube.com/watch?v=NAJRHCTE7s
– Autoclave em eucalipto:
https://www.youtube.com/watch?v=B-xUF-b9qZA
• Contato Profª. Amanda: [email protected]
Prof.a Dr.a Carmeane Effting
Download