Disciplina QUÍMICA DA MADEIRA Nota de aula - TECIDOS DE REAÇÃO PROF. Dr. Umberto Klock Introdução O formato das células particularmente de traqueóides e fibras, é influenciado não somente por mudanças sazonais, mas também por forças mecânicas . As árvores reagem às forças que atuam no tronco, (exemplo: por ventos fortes ou crescimento geotrópico) copa e galhos (exemplo: por seu peso próprio) formando madeira de reação nas zonas de compressão ou tensão. Coníferas desenvolvem lenho de compressão nas partes sujeitas à compressão e folhosas desenvolvem lenho de tensão (ou tração) nas áreas sujeitas à tração. Principais características do lenho de reação CARACTERÍSTICA LENHO DE TENSÃO (TRAÇÃO) - Folhosas Excentricidade da seção transversal do caule. Madeira serrada e aplainada: Brilho prateado em muitas espécies na zona do lenho de Características Físicas tensão, cor mais escura do que Macroscópicas e o normal em certas espécies tropicais e australianas. Propriedades Contração longitudinal próximo Mecânicas de 1% em tábuas serradas verdes. Alta resistência à tração no estado seco, e mais baixo do que o normal no estado verde. LENHO DE COMPRESSÃO Coníferas Excentricidade da seção transversal do caule. Madeira serrada e aplainada : Sem brilho, aparência escura. Contração longitudinal próxima de 6~7%. Módulo de elasticidade, resistência ao impacto, resistência à tração: menor que madeira normal. Presenças de fibras gelatinosas, embora possam estar ausentes em algumas espécies. Vasos reduzidos em tamanho e número nas zonas do lenho de tensão. Raio e parênquima axial aparentemente não modificado. Traqueóides arredondados. Espaços intercelulares. Transição do lenho inicial - tardio alterado: mais gradual que em madeira normal. Camada gelatinosa presente. Traqueóides Características Anatômicas com fendas Macroestrutura Ultraestrutura Composição Química Três tipos de arranjos: 1. S1 + S2 + S3 + G 2. S1 + S2 + G 3. S1 + G Parede primária apresenta-se normal. Camada S2 pode ser mais fina que o normal. Orientação das microfibrilas da camada G aproximadamente paralela às fibras axiais. Lignificação variável das fibras do lenho de tensão. A camada G é levemente lignificada. Alto conteúdo de celulose. Baixo conteúdo de lignina. Maior quantidade de galactanas que o normal. Menor quantidade de xilanas do que o normal. helicoidais ou cavidades na S2. Camada S3 ausente. Camada S1 pode ser mais espessa que o normal. Orientação das microfibrilas na camada S2 de aproximadamente 45º. Lignina extra depositada entre as camadas S1 e S2 . Baixo conteúdo de celulose. Alto conteúdo de lignina. Maior quantidade de galactanas que o normal. Menor quantidade de galactoglucomananas do que o normal. O lenho de tensão contém menos e menores vasos que no lenho normal, e as fibras são providas com uma camada especial na parede celular, a chamada camada gelatinosa ou camada G. Esta camada G, consiste de lamelas concêntricas de fibrilas de celulose alinhadas na direção do eixo axial da fibra. A celulose é altamente cristalina e o conteúdo de polioses e lignina é bastante baixo. A FIGURA 1, ilustra o aspecto dos lenhos de reação em folhosas e coníferas. A B FIGURA 4 – A – Microfotografia eletronica de lenho de tensão de folhosa (Populus sp), observa-se a camada gelatinosa (gl) interna solta, característica do lenho de tensão em folhosas. (CORE et all, 1979) B - Microfotografia eletronica de lenho de compressão de conífera (Pseudotsuga menziesii), observa-se a ausência da camada S3 e a presença de grandes fendas ou cavidades na camada S2. O aspecto arredondado e os espaços intercelulares que são típicos deste lenho anormal. (CORE et all, 1979)