pág. 01 - Fucape

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Aeroportômetro
Economia.
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dias para a conclusão da obra
SÁBADO, 06 DE FEVEREIRO DE 2016
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25
Macroeditor: Abdo Filho z [email protected]
Editora: Joyce Meriguetti z [email protected]
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FANTASMA DOS REAJUSTES
ALIMENTOS EM VITÓRIA
TÊM MAIOR ALTA DO PAÍS
Preços da comida subiram 3,66% em janeiro, segundo IBGE
MARCELO PREST
Mais caros
A nutricionista
Patrícia Caiado,
de 38 anos, sente
no bolso o peso
da inflação em
todos os alimentos, principalmente nos produtos orgânicos.
“Percebo que
as frutas, os
legumes e
também os
materiais de
limpeza estão
com preços
cada vez mais
caros. Sinto
que estou
gastando
mais”
MIKAELLA CAMPOS
[email protected]
Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) confirmam a percepção do consumidor no
supermercado: o ano nem
bem começou e os alimentos estão bem mais caros. É
que o custo da comida em
Vitória apresentou alta de
3,66% em janeiro, o pior
desempenho do país.
Oindicador,medidopelo
IBGE, ficou quase um ponto
percentual acima da média
brasileira. Em 12 meses, a
inflação dos alimentos na
capital capixaba atingiu
14%, enquanto que o índice
no país ficou em 12%. O cenário preocupa e só ajuda a
aumentar o pessimismo do
mercado e da população.
“Está tudo tão fora do
controle que perdemos a
noçãodospreços.Sintoque
estou gastando mais a cada
diaquefaçocompras”,conta a nutricionista Patrícia
Caiado, de 38 anos.
Emjaneiro,ositensmais
pressionados pela inflação
SUSPEITA
“Existe efeito
climático na alta
dos preços dos
alimentos, porém
acredito que o
comércio esteja
repassando para o
consumidor uma alta
acima do normal”
PAULO CEZAR RIBEIRO
PROFESSOR DA DOCTUM
foram o tomate (50,86%, o
repolho (48,03%), os tubérculos (26,87%), a batata (20,55%) e o peixe-dourado (17,88%).
Segundo o economista
Bruno Funchal, professor
da Fucape, a escalada nos
preçostemfatoressazonais,
mas também é influenciada
pelas políticas precipitadas
que culminaram com a elevação das tarifas de energia
que agora são repassadas
para a alimentação.
Um dos colaboradores
do Índice da Cesta Alimentar do Centro de Estudos e
Análises
Econômicas
(CEAE) da Fucape, ele explicaqueainflaçãotemainda mais impacto quando se
analisa os preços de alimentos por grupos de consumidores. “A cesta de alimentos dos vegetarianos
calculada pela CEAE, por
exemplo, foi 4,72% mais
cara em janeiro em relação
a dezembro”, explica.
Responsávelpelapesquisa de preços da Doctum, o
professorPauloCezarRibeiro revela que em janeiro os
itens alimentares da classe
média do Estado alcançou
6,63%, uma variação acima
da calculada pelo IPCA. Os
motivosdetantapressãosobre os alimentos, na visão
dele, são oriundas da crise
econômica,docustodeprodução, da instabilidade climática provocada pelo El
Niño, mas há também um
repasse anormal do comércio.Osestudosdafaculdade
mostram que até vegetais
antes considerados baratos
estãoentreosvilões.“Oquilo do jiló e quiabo chegou a
custar R$ 1 e hoje tem o
mesmo preço do tomate”,
afirma o professor.
Eleacrescentaqueoindicador da pesquisa da cesta
básicaemdezembroejaneiro ultrapassou 12% de
avanço. “Nos dois meses, os
dados nos surpreenderam
por serem os maiores percentuais de crescimento
desde que a pesquisa foi
criada em 2007”, analisa.
Esse aumento expressivo
nos preços dos alimentos
para janeiro, de acordo com
o presidente do Conselho
Federal de Economia, Júlio
Miragaya, não era esperado, em especial nos artigos
de hortifruti. “Foi um balde
de água fria na expectativa
de desaceleração dos índicesinflacionários.Aalimentação e o transporte juntos
representam quase 70% no
IPCA. Se não tivessem subido de forma tão exagerada,
poderíamos ter visto uma
inflação de 0,6% no país em
vez de 1,27%”, frisa.
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