Economia. 29 QUINTA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA Oi é acusada de vender Velox sem cobertura Pág. 35 EDITORA: ELAINE SILVA [email protected] Tel.: 3321.8327 agazeta.com.br/dinheiro gazetadinheiro 2013 DE COMIDA CARA OS ALIMENTOS QUE MAIS SALGARAM A INFLAÇÃO Ervilha, laranja e feijão estão entre os vilões. Alta chega a 49% RITA BRIDI [email protected] Os preços de muitos dos alimentos que estão todos os dias na mesa dos capixabas, como feijão, carne, leite e pão, não deram trégua. Começaram o ano nas alturas, mantiveram-se elevados e podem continuar caros no decorrer de 2014. Outros, como arroz, pó de café e óleo, iniciaram 2013 com valores salgados, mas registraram queda em alguns meses. No acumulado de janeiro a outubro, a pesquisa da cesta de alimentos feita pela Fucape apurou inflação de 6,52%. Em 12 meses (outubro/12 a outubro/13), a inflação foi de 7,14%. Embora ainda alta, foi menor que o índice apurado em 2012, explica o professor de Economia da Fucape Matheus Albergaria de Magalhães. Os preços dos produtos mais consumidos pela classe popular subiram menos que os itens que com forte consumo pelas classes com maior poder aquisitivo, destaca o coordenador do projeto de pesquisa da cesta básica da Rede Doctum, professor Paulo Cezar Ribeiro Silva. E as justificativas para a alta dos produtos são diversas. . O secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, lembra que 2013 foi um ano com acentuada variação climática no Espírito Santo e no Brasil. Houve períodos de seca prolongada e também períodos com muita chuva, como o atual. E muita chuva ou estiagem prolongada não são favoráveis ao cultivo de plantas alimentares. O COMPORTAMENTO Os levantamentos dos preços dos produtos da cesta básica da classe média, apurados pela Empresa Júnior da Rede Doctum, apontam no acumulado do ano (ja- neiro a novembro) alta de 48,7% no preço da ervilha seca. Laranja-pera, farinha de trigo, vagem, feijão preto, leite condensado, banana-prata, lasanha, pão francês, leite em pó e tomate são os produtos que registraram maior alta acumulada nos preços. A alta menor nos produtos populares. segundo Silva, deve-se também à isenção da cobrança de tributos concedida pelo governo federal para produtos da cesta básica. A elevação nos cereais como ervilha e feijão é atribuída à variação climática. O tomate, um dos vilões da cesta básica, foi o item que teve a maior oscilação nos preços durante o ano, por conta da variação climática. Os dados da cesta básica do Dieese apontam que a cifra mais alta foi em abril: R$ 5,68. Em julho, caiu para R$ 2,43 o quilo. O preço médio ainda ficou alto: R$ 3,67 o quilo. O leite foi outro item que teve alta. Na cesta do Dieese, o litro custava R$ 2,57 em fevereiro e passou para R$ 3,10 em novembro. O valor médio no ano foi de R$ 2,86. Por conta das intempéries em vários países o preço do leite, que é uma commoditie global refletiu no mercado brasileiro, explicou Bergoli. O produtor foi beneficiado com a alta que foi a melhor remuneração dos últimos 13 anos. O preço do trigo e, por tabela, do pão francês, pesou muito no bolso do consumidor. Isso por conta da dificuldade do país em importar o produto. A Argentina dificultou as vendas para o Brasil, que teve de adquirir o trigo de países mais distantes com custo maior. As chuvas intensas podem refletir no preço das hortaliças no começo de 2014. O clima úmido é favorável às pragas, que são inimigas dos hortigranjeiros. Se a oferta for muito reduzida, o preço poderá aumentar.