PIB – Produto Interno Bruto

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CARTA ECONÔMICA Nº 11/2015
Senhores Conselheiros, Gestores e Membros do Comitê de Investimentos,
No atual momento econômico vem surgindo a dúvida se o Brasil está em “recessão” ou
em “depressão”.
Se por recessão entendemos ser a flutuação da economia, mas que se for tratada
corretamente pode ser possível reverter sua tendência e por depressão a desorganização
das relações econômicas do crédito, dos investimentos, da balança comercial e a
predominância de baixo índice de confiança dos agentes econômicos podemos
enquadrar a economia brasileira neste segundo conceito.
Achamos desnecessária essa discussão acadêmica. Porém, ressaltamos que os
indicadores econômicos e os baixos índices de confiança, aliados ao ambiente político
incerto e com o início do processo de impedimento ou não da presidente da República
preocupam porque nos permitem projetar indefinições e deterioração dos índices
econômicos por um maior período de tempo.
PIB – Produto Interno Bruto
A recessão econômica se aprofundou no Brasil.
A retração do PIB de 1,7% apurada para o 3º trimestre de 2015 foi a maior desde 1996
quando o cálculo do índice do PIB adotou a atual metodologia.
A queda acumulada em 4 trimestres chegou a -2,5% e, nos 9 primeiros meses deste ano
bateu -3,2% frente igual período de 2014.
Os números vieram piores que as expectativas do mercado e, consequentemente,
provocaram pioras nas expectativas e projeções para o desempenho da economia em
2015 e 2016.
Os dados abertos deste índice mostraram uma queda generalizada em diferentes setores
da economia.
O consumo das famílias, que em 2014 “puxava o PIB” caiu pelo 3º trimestre
consecutivo indicando assim uma tendência a ser observada por mais tempo.
Já os investimentos recuam há mais de 2 anos o que equivale a 9 trimestres.
Em perspectiva histórica esse é um dos piores momentos da economia brasileira.
Preocupamo-nos muito com o que está por vir.
Os gestores dos RPPSs devem ter esses dados em mente e considera-los antes de suas
decisões de investimentos.
Gráfico 1: Variação do PIB (2014-1015)
INFLAÇÃO
O aumento dos combustíveis e dos alimentos elevou a inflação medida pelo IPCA para
o acumulado em 12 meses a 9,93% sendo que o índice em outubro de 2015 atingiu
0,82%.
Figura 1: Variação do Índice de Preços do Consumidor Amplo – IPCA (2014-2015)
Em 5 das 13 regiões analisadas pelo IBGE a inflação acumulada ultrapassou a casa dos
10% o que pode nos levar a prever a possibilidade de mesma sorte para o índice fechado
do ano. A inflação castiga mais a faixa de brasileiros que percebem os menores salários,
pois o maior percentual desta renda é gasto com a compra de alimentos.
Figura 2: IPCA no acumulado do ano.
JUROS
Em novembro a reunião do COPOM decidiu, sem surpresa, pela manutenção da Taxa
SELIC em 14,25%, conforme figura abaixo:
Gráfico 2: Evolução da Taxa SELIC (2014-2015)
Cabe ressaltar que a aprovação desta manutenção no colegiado do COPOM não foi
unânime, como nas decisões anteriores; dois diretores votaram por uma elevação de
0,5% para conter o processo inflacionário.
O comportamento do COPOM em manter os juros neste patamar nas próximas reuniões,
para não aprofundar os aspectos recessivos já tão presentes na economia ou eleva-lo
para combater a inflação é a grande dúvida dos agentes econômicos e de suma
importância para as decisões de investimentos dos RPPSs.
INVESTIMENTOS
Segue abaixo dois quadros resumindo o comportamento de diferentes índices de
referência dos investimentos no mês de novembro e no acumulado do ano:
Tabela 1: Índices de Mercado Anbima – NOVEMBRO/2015.
Tabela 2: Evolução das aplicações financeiras no ano.
Para efeito de comparação com os dados acima informamos que a meta atuarial dos
RPPSs até novembro atingiu, pelo IPCA + 6% o valor de 15,37%.
Completamos aqui a descrição dos primeiros 11 meses deste ano. Em dezembro ainda
teremos muitos acontecimentos no campo político com reflexos sobre a economia, os
indicadores econômicos e as alternativas de investimentos. Com este cenário completo
em 2015 poderemos ter maior possibilidade de prever as alternativas para 2016.
Até lá!
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