Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico. Dr. Flávius Marinho Vieira [email protected] Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico. Coordenador da Comissão de Suporte Nutricional da Santa Casa de Belo Horizonte e Hospital São Lucas. Membro do Conselho de Especialidades – Nutrição Parenteral e Enteral da Unimed BH. Dr. Flávius Marinho Vieira [email protected] O CÂNCER E A NUTRIÇÃO O câncer e uma doença catabólica que consome as reservas nutricionais do paciente devido ao aumento do gasto energético pela atividade tumoral presente . (Garofolo, 2005; Luisi, 2006; Sawada, 2006). Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O paciente? Estado Nutricional? Tumor? Tratamento? Evolução? Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O paciente? CONDIÇÃO SOCIAL ? IDADE ? SEXO? CONSCIENTIZAÇÃO ? A.V.D. ? FASE E RESPOSTA ? PERFIL PSICOLÓGICO ? PERSPECTIVAS ? MÉDICO Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? DADOS ANTROPOMÉTRICOS O paciente? AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Estado Nutricional? DESNUTRIDO EUTRÓFICO SOBREPESO OBESO EXAMES LABORATORIAIS HISTÓRICO PESSOAL Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O paciente? Estado Nutricional? Calorias OBESOS OU MANUTENÇÃO: 21 A 25 kcal/kg/DIA ADULTOS SEDENTÁRIOS: 25 A 30 kcal/kg/dia GANHO DE PESO: 30 -35 kcal/kg/dia MÁ ABOSORÇÃO: > 35 kcal/kg/dia Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O paciente? MACRONUTRIENTES NÍVEL DE ASSISTÊNCIA CLASSIFICAÇÃO http://www.samaritano.org.br/pt-br/especialidades-e-servicos/procedimentos/tratamento-emoncologia/Documents/livro%20oncologia%20ALTA.pdf Classificação do nível de assistência para triagem e atendimento dos pacientes e um instrumento utilizado para pacientes com clinicas diversas (Maculevicius, 1994) Nível de assistência Primário Secundário Terciário Fatores de risco que definem o nível de assistência Retorno nutricional Não há assistência em nível primário para pacientes oncológicos. Prevenção - Paciente oncológico com boa ingestão oral, sem antecedentes clínicos e sem alterações TGI. - Iodoterapia. Antecedente clínico como nefropatia e hepatopatia, HAS ou DM descompensados Xerostomia Edema Intolerância a lactose Idosos > 80 anos Crianças < 10 anos Necessidade de T. N (VO, NE ou NPT) Em até 96 horas Em até 72 horas Classificação do nível de assistência para triagem e atendimento dos pacientes e um instrumento utilizado para pacientes com clinicas diversas (Maculevicius, 1994) Nível de assistência Quaternário Fatores de risco que definem o nível de assistência Distúrbio de mastigação ou deglutição associado a desnutrição. Inapetência / anorexia. Alteração do paladar. Náuseas e vômitos Diarreia. Mucosite oral. Perda de peso expressiva Desnutrição. Sinais de hipovitaminose. Leucopenia. Distúrbios absortivos. Quimioterapia ou radioterapia com toxicidades gastrintestinais. Transplante de Medula Óssea Retorno nutricional Diário Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? LOCALIZAÇÃO ? O paciente? Estado Nutricional? Tumor? Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O paciente? Evolução? Estado Nutricional? SATISFATÓRIA INSATISFATÓRIA Tumor? Tratamento? DESFECHO Evolução? Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? A quimioterapia e a radioterapia causam efeitos adversos aos pacientes, dentre eles as toxicidades ao trato gastrintestinal como náusea, vômito, mucosite, diarréia, constipação, alteração no paladar, xerostomia e alteração na absorção de nutrientes. Ambos os tratamentos podem acarretar em redução da ingestão alimentar, alem de instalação de aversões a alimentos específicos (Langdana, 2001; Sapolnik, 2003; Williams, 2004; Garofolo 2005c; Ravasco, 2005; Silva, 2005; Garofolo, 2006; Luisi, 2006; Sawada, 2006; Garofolo, 2007). Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? A TN alimenta o tumor? Em seres humanos, os trabalhos disponíveis foram feitos com número muito pequeno de pacientes, sendo que a avaliação do crescimento tumoral foi pouco confiável para se detectar com acurácia os efeitos da TNP sobre o desenvolvimento tumoral. Frank JL, Lawrence W, Banks WL, McKinnon JG, Chan WM, Collins JM. Modulation of cell cycle kinetics in human cancer with total parenteral nutrition. Cancer 1992;69:1858-64. Bozzetti F, Gavazzi C, Cozzaglio L, Costa A, Spinelli P, Viola G. Total parenteral nutrition and tumor growth in malnourished patients with gastric cancer. Tumori 1999;85:163-6 Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? Nos casos em que a terapia nutricional por via oral é insuficiente, pode ser indicada a nutrição enteral ou parenteral, conforme o funcionamento do trato gastrointestinal. Entretanto, se a via oral, mesmo que quase inutilizada, não apresentar nenhum risco, deve ser estimulada sempre que o paciente solicitar. Sapolnik R. Suporte de terapia intensiva no paciente oncológico. Jornal de Pediatria. 2003;79 Supl.2:S231-S242 Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? O uso de suplementos nutricionais orais contendo nutrientes imunomoduladores, i.e., ácidos graxos poliinsaturados (ácido eicosapentanoico (AEP), ácido docosahexanoico), arginina e nucleosídeos (RNA e DNA) tem mostrado resultados promissores na melhora das funções imunológicas, reduzindo a resposta inflamatória. Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (3): 296-301, jul.-set. 2011 Lissandra Dal Lago Rue Mercelis Mercelis,, 84 97050--550 – Brussels 97050 Brussels,, RS – Belgium ( (32) 27742774-1008 O uso de suplementos nutricionais orais contendo nutrientes imunomoduladores, i.e., ácidos graxos poliinsaturados (ácido eicosapentanoico (AEP), ácido docosahexanoico), arginina e nucleosídeos (RNA e DNA) tem mostrado resultados promissores na melhora das funções imunológicas, reduzindo a resposta inflamatória. Oncologia: a NPT é indicada em casos de mucosite e enterite actínica graves. Na presença de desnutrição ou inanição > 7 dias não sendo a NE factível. A NPT per operatória é recomendada para pacientes desnutridos 5 a 7 dias antes da cirurgia e no pós-operatório até a viabilidade do intestino para NE ou via oral. Oncologia especial: Em pacientes com falência intestinal a NPT pode ser oferecida se: a NE for insuficiente, expectativa de vida for maior que 2 a 3 meses. Quando há expectativa da NPT estacionar ou melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida. Complicações metabólicas da NPT Acidose metabólica hiperclorêmica. Cloro sérico >115 mEq/L e pH ≤7,30 Desordens de sódio, potássio, fósforo, cálcio e magnésio Hipertrigliceridemia. Triglicérides >500 mg/dl ou 150% acima do limite superior da referência laboratorial Deficiência de elementos traço (Ferro, Cobre, Zinco, Molibdênio, Selênio). Deficiência de vitaminas: B1, B2, B6, B12, C, A, E, D, ácido fólico Deficiência de ácidos graxos essenciais. Sobrecarga hídrica. Síndrome de realimentação: Hipofosfatemia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipovitaminose B1 (tiamina). Doença hepática associada à NPT: Esteatose hepática; Colestase; Algoritmo para terapia nutricional via sonda ou nutrição parenteral (SBNP; Morss, 2006; Bachmann, 2003; Correa-Velez, 2005; Pimenta, 2007; Miyashita, 2009; Shibuya, 2005) Situaciones controversiales para la Nutrición Parenteral. A N.P. deve ser utilizada quando: existe uma boa resposta a terapia oncológica, o trato digestivo não é utilizado e a desnutrição existente piora o prognóstico e eleva a morbidade. Dos 40 estudos prospectivos, controlados e metanálises randomisadas até agora se conclui , que o benefício da Nutrição Parenteral em pacientes oncológicos é muito duvidoso. De todos os dados disponivéis, podemos concluir que, a NP é capaz de melhorar ou deteriorar o quadro nutricional e imunológico dos pacientes oncológicos. A obtenção de uma maior efectividade depende da duração dessa terapia nutricional, da agresividade do tumor e da eficácia do tratamento antineoplásico. Orientação Nutricional: O que pode influenciar no tratamento do paciente oncológico? Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramoalegramo-nos pouco pelo muito que temos. Shakespeare