L) Sistema Cardiovascular - Revista Brasileira de Anestesiologia

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S252
63º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
Referência:
1. Tallo FS, Junior RM, Vendrame LS, et al. Taquicardias supraventriculares na sala de emergência: uma revisão para o clínico. Rev
Bras Clín Méd. 2012;10:508-12.
2. Chiale PA, Baranchuk A, González MD, et al. The mechanisms of
spontaneous termination of reentrant supraventricular tachycardias. Intern J Cardiol. 2015;191:151-8.
63-598 BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR COM NEOSTIGMINA
NA REVERSÃO DE BLOQUEIO NEUROMUSCULAR EM
SEPTOPLASTIA: RELATO DE CASO
L) Sistema Cardiovascular
63-597 TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR ESTÁVEL
EM PERIOPERATÓRIO DE ARTERIOGRAFIA DE MEMBRO
INFERIOR: RELATO DE CASO
Luisa Oliveira de Paiva*, Tainá Melo Vieira Motta,
Dailson Mamede Bezerra
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: Taquicardias Supraventriculares (TSV) podem fazer
parte do perioperatório e a restauração do ritmo sinusal demanda aumento da refratariedade do nó atrioventricular por meio de
manobras vagais, agentes farmacológicos ou cardioversão elétrica;
ocasionalmente a reversão pode ser espontânea. Relatamos caso de
TSV estável e seu manejo perioperatório.
Relato de caso: Masculino, 69 anos, com histórico de hipertensão,
diabetes, tabagismo e doença de Parkinson, admitido para realização de arteriografia por doença arterial oclusiva periférica em MMII.
Em uso de AAS, Sinvastatina, Cilostazol, Amiodarona, Mantidan e
Clexane subcutâneo. Durante a internação, apresentou episódios
paroxísticos de TSV sem repercussão hemodinâmica. Exames préoperatórios mostravam ECG normal; Ecocardiogramadiograma com
fração de ejeção de 61% e aumento discreto de ventrículo esquerdo, além de coagulograma normal. Ao exame físico era orientado e
consciente, com auscultas cardíaca e pulmonar normais, eupneico e
hemodinamicamente estável. Monitorização com ECG, SpO2 e PANI.
Sedação com fentanil (50 mcg) e midazolam (1 mg). Após 20 minutos
da infusão de sedativo, antes do início da arteriografia, abriu-se
quadro de TSV (FC de 70 para 120-130 bpm), sem repercussão hemodinâmica. Sequencialmente realizada manobra de Valsalva, infusão de adenosina e amiodarona, cada uma das etapas sem sucesso
imediato. Pela estabilidade do quadro e urgência do procedimento,
optou-se pelo prosseguimento do procedimento mesmo em vigência
de TSV. Após uma hora de abertura do quadro de TSV, e 30 minutos
do início da realização da arteriografia, houve reversão espontânea
do quadro de TSV. Paciente permaneceu estável durante procedimento sendo encaminhado a unidade semi-intensiva aos cuidados
da cardiologia.
Discussão: Taquicardias Supraventriculares (TSV) podem ser advindas de estímulos sinusais, atriais, nó atrioventricular ou de vias
acessórias extranodais. Início e término geralmente são paroxísticos. Podem ser estáveis ou intáveis, levando a hipotensão arterial,
angina, insuficiência cardíaca, rebaixamento de consciência ou
desconforto respiratório com necessidade de cardioversão elétrica
sincronizada. Após ECG em 12 derivações a realização sequencial
de manobra vagal, adenosina, betabloqueadores ou bloqueadores
de canal de cálcio podem reverter a TSV estável. Estudos recentes
apontam para existência de mecanismo de fadiga que pode levar
ao término espontâneo do quadro de TSV. O encaminhamento para
realização de estudo eletrofisiológico e mapeamento de feixes anômalos é mandatório para o diagnóstico e tratamento.
Priscila de Amorim Miranda dos Santos*,
Mônica Lima Lopes Ranzeiro,
Pedro Henrique Araripe de Paula Fonseca
Centro de Ensino e Treinamento (CET) Professor Bento Gonçalves,
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ,
Brasil
Introdução: Muitos medicamentos na anestesia têm o potencial
de consequências fatais, como bloqueio completo cardíaco e prolongamento do intervalo Q-Tc. Neostigmina ainda utilizada para
reversão de bloqueio neuromuscular (BNM) em alguns serviços,
pode ocasionar prolongamento do intervalo Q-Tc¹, interferir na
condução átrio-ventricular em baixas doses. Pacientes pediátricos e idosos são considerados mais propensos. Obesidade mórbida, predisposição genética e pacientes femininas são fatores de
riscos. BNM é revertido por doses de neostigmina 40-45 mcg/kg e
de atropina 15-20 mcg/kg. Se neostigmina e atropina forem administradas simultaneamente, a sensibilidade do barorreceptor é
interrompida por pelo menos 2 h, aumenta a probabilidade de
arritmias e a atropina terá efeito bifásico, que resulta primeiro
em bradicardia seguida de taquicardia. Idealmente, a neostigmina
pode ser dada depois do aumento da frequência cardíaca observada pela atropina.
Relato de caso: I.G.R., feminina, 66 anos, ASApII, 60 kg, 1,59 m,
com HAS controlada com clortalidona 20 mg 1 ×/dia, nega demais
comorbidades. Foi submetida à septoplastia + cirurgia endoscópica nasal por obstrução nasal crônica em 13/05/2016. Na visita
pré-anestésica ao exame físico: índice de Mallampati modificado 3,
pescoço longo, dentes falhos, sem o uso de próteses móveis, boa
mobilidade cervical, DEM > 12,5 cm. CF>4 METS. Monitorização:
ECG 5 derivações, oxímetro de pulso, PANI, capnografia e analisador de gases. Venóclise: MSE EC20G. Realizada anestesia geral
venoinalatória combinada, Fentanil 4 mcg/kg, Propofol 2,5 mg/kg,
atracúrio 0,6 mg/kg. Prosseguiu-se a IOT com TOT 7,5 F com cuff,
por laringoscopia direta. Manutenção anestésica: sevoflurano 3%4%. Procedimento cirúrgico-anestésico transcorreu sem intercorrências, até o momento da reversão do bloqueio neuromuscular,
onde a paciente apresentou BAV e hipotensão arterial após o uso
de 1,5 mg (25 mcg/kg) IV de neostigmina + atropina 0,75 mg (12,5
mcg/kg) IV. Sendo este revertido com adicional atropina 1,25 mg +
efedrina 25 mg IV, sem necessidade de adrenalina. Duração total da
anestesia 170 min. Duração cirúrgica 140 min.
Discussão: Neostigmina prolonga o intervalo Q-Tc com sevoflurano
e outros agentes voláteis. Opioides, Fentanil, inclusive. Ainda utilizada em muitos serviços públicos de anestesia, em detrimento
ao Sugammadex, na reversão do BNM, tem potencial de ocasionar
bradicardias e potencializar bloqueios átrio-ventriculares desde
1º grau até BAVTotal, ocasionando casos mais fatais², PCRs. Mesmo em pacientes sem comprometimentos cardíacos prévios e em
doses usuais.
Referências:
1. Adnan T, Besir Y, Orhan T, et al. Immediate cardiac arrest after
neostigmine administration. J Pak Med Assoc. 2012;62:609-11.
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63º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
2. Bertolizio G,Yuki K, Odegard K, et al. Cardiac arrest and neuromuscular blockade reversal agents in the transplanted heart. J
Cardiothorac Vasc Anesth. 2013;27:1374-8.
S253
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