Amaral B M P M 1992 Oesefagostomose em caprinos

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA VETERINÁRIA
ESTUDO DA PARADA DE CRESCIMENTO DO CICLO EVOLUTIVO DO
Oesophagostomum columbianum (CURTICE, 1890) EM CAPRINOS TRAÇADORES
NA BAIXADA FLUMINENSE, ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Bárbara Maria Padão Montes do Amaral
ITAGUAÍ, RIO DE JANEIRO
1992
xiv
RESUMO
Para avaliar a parada de crescimento do ciclo evolutivo do
Oesoohanostomum
columbianum
(CURTICE,
1890),
foram
utilizados
32
caprinos machos, sem raça definida, com idades variando entre 4 e 6
meses,
livres
de
parasitoses
e
procedentes
da
Baixada
Fluminense,
Estado do Rio de Janeiro. Estes animais foram mantidos em piquete,
visando a infestação natural.
O período de pré-patência média variou entre 33,0 e 44,0
dias, com máximo de ovospostura entre 6ª e a 9ª semana após a entrada
no piquete. As maiores médias de PPP ocorreram durante as estações de
outono e inverno.
Durante o outono observou-se maiores intensidades médias e
prevalência de infestação por formas imaturas (L4 Final). No verão não
foram observadas estas formas.
Nas estações de verão e primavera todos os caprinos estavam
parasitados por formas adultas de O. columbianum. No inverno 85,7% dos
animais apresentaram estas formas e no outono 50% dos animais.
Macroscopicamente
foram
observados
maior
número
de
nódulos
na mucosa do trato intestinal durante as estações de outono e inverno,
xv
com
maior
intensidade
colon,
principalmente
delgado
os
de
areia,
nódulos
terço
eram
nódulos
à
do
da
1ª.
grandes,
intestino
válvula
esbranquiçados,
necrótico,
material
final
próximos
características
observaram-se
contendo
no
fase
às
ou
vezes
No
No
purulento,
a
grãos
intestino
formando
e
intestino
semelhantes
histotrófica.
firmes,
caseoso
íleo-cecal.
pequenos,
ceco
delgado,
grosso
aglomerados
podendo
ter
centro
hemorrágico, típicos da migração das larvas de 4º estágio durante a 2ª
fase
histotrófica.
hiperemia
na
Foram
mucosa
observados
intestinal,
e
edema,
hipersecreção
exemplares
adultos
e
de
muco
imaturos
e
no
conteudo do trato intestinal.
Clinicamente
maior
proporção
apresentaram,
imaturas.
somente
à
deste
quadro
necropsia,
formas
Aqueles
formas
imaturas
e
sugerindo
uma
observou-se
que
outros
desta
possível
Durante
o
os
do
durante
o
ao
e
eliminação
menor
proporção
a
se
21,4%
animais
Estes
e
primavera
formas
através
de
da
com
animais
formas
possuíam
adultas
encontravam
parasitos
houve
dos
outono.
possuíam
estação
dos
35,7%
em
verão
outono
mesma
experimento
em
adultas
pertenceram
adultas,
diarréia
e
negativos,
diarréia.
mortalidade,
sendo
que
a metade destas mortes ocorreram durante o outono.
Assim,
columbianum
parasito
é
comprovou-se
durante
patogênico
quanto na fase adulta.
as
a
ocorrência
estações
para
a
de
espécie
de
outono
caprina
inibição
e
do
inverno,
tanto
na
ciclo
e
do
que
fase
O.
este
larval
xvi
SUMMARY
Thirty-two
male
goats
without
defined
breed,
4
to
6
months
old and free worms from Baixada Fluminense, state of Rio de Janeiro,
were
kept
stop
of
in
the
pasture
life
The
to
cycle
natural
of
prepatente
infestation
Oesophanostomum
period
ranged
in
order
to
evaluate
the
columbianum
development.
33,0
days,
from
-
44,0
with
a
maximal oviposition between the 6º - 9ª week post-pasture. The highest
means of PPP were during the season of autumn and winter.
During the autumn, there were the highest mean intensity and
prevalence
of
infestation
by
imature
forms.
In
the
summer
these
forms
were not noticed.
In
the
summer
and
spring
s
seasons,
a11
the
goats
had
O. columbianum’s adult forms. In the winter 85,7% and in the autumn 50%
of the animal showed these forms.
Macroscopically,
the
mucosa
winter,
intestine,
The
with
of
the
nodules
intestinal
greater
caecum
of
the
and
the
largest
tract
intensity
colon,
small
number
during
in
the
principally
intestine
of
the
final
near
were
nodules
seasons
third
the
were
of
of
seen
autumn
in
and
the
small
ileum-caecum
valve.
pale-couloured,
small
and
xvii
similar
phase.
to
In
forming
sand
the
grains,
large
characteristic
intestine,
glomerates;
they
large
containde
material
that
sometimes
had
migration
of
during
second
oedema,
L4
hypersecretion
the
of
the
of
and
the
solid
necrotic,
nodules
caseous
halmorrhaged
histotrophic
mucous
and
first
were
or
centre,
phase.
hyperemia
histotrophic
suppurative
tipical
Also,
in
noticed,
from
there
the
were
intestinal
mucosa, and sample of O. columbianum in the contents of the intestine.
Clinically,
with
a
larger
post-mortem
diarrhoea
number
examination
in
35,7%
during
the
autumn.
adult
forms,
of
and
the
These
immature
goats
were
animals
forms
in
noticed
showed
a
at
limited
number. The animals of the summer and spring only had adult worms,
those of the autumn had adult and immature worms and others of this
same
season
were
negatives,
insinuating
a
possible
elimination
of
the
worms through diarrhoca.
During the work, there was 21,5 of mortality, with the half
of that happened in the outumm.
Then,
proved
the
inhibition
of
the
O.
columbianum
cicle
during the autumm and winter; and that this parasite is pathogenic to
goats so in the larval stage as in the adult stage.
1 - INTRODUÇÃO
De acordo com o Censo Agropecuário realizado em 1987 pelo
Instituto
Brasileiro
de
Geografia
e
Estatística
(IBGE),
o
Brasil
possuia uma população de caprinos da ordem de 11 milhões de cabeças,
colocando-se entre os 10 países possuidores dos maiores rebanhos desta
espécie no mundo. Esta população se distribui irregularmente pelo
território Nacional, com 90% do rebanho localizado na região Nordeste,
possuindo o Estado da Bahia a maior concentração de animais e um terço
do efetivo Nacional, seguido pelos estados de Pernambuco, Piauí e
Ceará.
e
Nessa mesma região, o rebanho localiza-se em áreas semi-áridas
áridas,
onde
geralmente
são
utilizados
sistemas
de
criação
rudimentares e a produção se caracteriza por baixo rendimento dos
animais, longos intervalos entre partos e altas taxas de mortalidade.
Entretanto, na região Centro-Sul que possui 10% do rebanho nacional,
observa-se um incremento na caprinocultura leiteira principalmente em
áreas próximas a centros urbanos, onde são utilizados sistemas de
criação do tipo intensivo e animais geneticamente melhorados.
O
quase
Brasil,
todo
seu
com
suas
território
dimensões
boas
continentais,
condições
para
a
apresenta
em
racional
dos
criação
animais domésticos. A criação de caprinos é uma atividade que ocupa um
lugar
de
destaque
pela
sua
capacidade
de
suprir
populações
de
baixa
renda com proteínas de origem animal e contribuir para a economia de
subsistência,
1970;
podendo
Devendra,
ser
1980
realizada
e
Cunha,
em
pequenas
1982).
É
propriedades.
uma
importante
(French,
fonte
de
proteínas para a alimentação humana, sendo o leite muito utilizado por
crianças
e
pessoas
idosas,
em
de
anos,
clínicas
e
na
fabricação
iniciou-se
no
Brasil
de
queijos
finos.
Há
cerca
caprinocultura
Europa
de
produção
leiteira
como
reprodutores
de
leite
10
a
e
atividade
organizada,
matrizes
fim
de
de
alto
formar
com
a
potencial
os
o
incentivo
importação
genético
plantéis,
para
à
da
a
realizando-se
cruzamentos destes exemplares com animais mestiços que predominam no
país.
No
dificuldades
entanto,
a
criação
para
o
seu
manejo
zootécnico
e
sanitário.
refere
às
limitante
dos
elevadas
morte
sistemas
perdas
de
climáticas
maiores
helmintoses
que
atenções
Um
dos
além
de
produção
decorrentes
favorecem
ser
o
ainda
de
caprinos
da
queda
que
às
o
helmintoses
é
o
como
e
de
Brasil
de
numerosas
relacionadas
obstáculos
apontado
desenvolvimento
dadas
encontra
daquelas
maiores
gastrointestinais,
Considerando
devem
caprinos
desenvolvimento
econômicas
animais.
de
que
um
produtividade
diversas
se
fator
responsável
possui
ao
por
e
condições
parasitoses,
gastrintestinais,
que
3
ocorrem
frequentemente
e
influem
diretamente
na
produtividade
do
rebanho .
Todavia,
gastroenterites
no
Brasil
parasitárias
são
escassas
as
dos
caprinos,
pesquisas
a
respeito
principalmente
em
das
relação
ao ciclo evolutivo do Oesophagostomum columbianum e seus efeitos sobre
hospedeiros naturais.
O
ovinos,
Oesoohanostomum
caprinos
pré-infectivos
quentes
que
e
e
são
úmida
pode
antílopes
muito
para
sobreviver
por
selvagens
sensíveis
o
parasita
columbianum
ótimo
dois
à
o
(Dash,
dissecação
ou
mais
intestinal
1982).
e
desenvolvimento
meses
trato
nas
de
Os
estágios
requerem
condições
do
estágio
pastagens
infectivo,
sob
estas
condições. O Brasil com seu clima predominantemente quente e úmido,
possui
O.
distribuição
columbianum
permanecendo
diagnóstico
na
é
generalizada
capaz
parede
objetivos
prolongar
intestinal
a
nestes
determinação
traçadores
no
a
por
do
variações
estacionais,
epidemiológicos,
ciclo
planos
fatos,
do
pasto,
crescimento
caprinos.
parasito.
sua
longos
Além
disso,
existência
períodos,
o
parasitária
dificultando
o
e o controle desta parasitose.
Baseando-se
caprinos
de
deste
evolutivo
e
de
o
presente
período
bem
do
pré-patente
como
O.
o
da
estudo
columbianum
estabelecer
controle
trabalho
e
em
da
em
face
profilaxia
da
teve
por
infecção
em
parada
função
dos
doença
de
das
dados
em
2
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - GENERALIDADES DO PARASITO
O
helminto
Oesonhanostomum
conhecido
como
intestinal de ovinos,
Intestino
grosso,
Seu
(1923),
que
o
e
outra
descreveu
o
ciclo
infectivas
do
(L 3 )
intestino
evolutivo
dividiu
de
são
em
no
ingeridas
se
e
com
e
mede
sendo
para
Se
entre
uma
12
de
aos
e
se
o
4º
18
por
vida
trato
no
mm.
Veglia
livre
na
Este
autor
de
outros
ciclos
domésticos,
e
do
localiza
vertebrado.
similar
pastagem
desenvolvem
parasita
estudado
hospedeiro
como
Strongyloidea)
selvagens.
ruminantes
a
um
inicialmente
fases,
nematodeo
suínos
delgado,
colon
foi
duas
é
antílopes
no
parasitária
deste
nodular,
e
principalmente
pastagem
Oesofagostomos
verme
caprinos
ciclo
(Nematoda:
columbianum
onde
encistam
estágio
larvas
na
parede
e
então
retornam ao lúmem intestinal e migram para o intestino grosso onde se
desenvolvem para o estágio adulto.
5
Entretanto,
(1936),
Dobson
que
ciclo
o
estudos
(1966),
poderia
posteriores
Shelton
diferir
e
Griffiths
daquele
realizados
(1967,
descrito
por
1968
por
a.b)
Veglia
Fourie
sugeriram
(1923)
e
dos
ciclos de outros Oesofagostomos em seus respectivos hospedeiros, em
que
algumas
períodos
larvas
na
de
parede
4º
estágio
intestinal,
poderiam
particularmente
ficar
no
retidas
por
intestino
longos
grosso.
Deste modo, Dash (1973) confirmou ter o O. columbianum um
ciclo
a
de
vida
larva
passa
intestinal.
estágio
parasitico
A
na
por
único
duas
primeira
mucosa
do
fase
entre
fases
nematódeos
histotróficas
ocorre
intestino
os
deste
gênero,
separadas
com
a
entrada
delgado
e
sua
da
na
larva
passagem
onde
parede
de
3º
o
4º
para
estágio, sendo que esta 3ª muda ocorre entre o 5ª e o 10ª dia após
infestação. As larvas de 4º estágio (L 4 ) deixam a mucosa, Vão para o
lúmem e entram numa 2ª fase histotrófica no intestino grosso, onde se
mantêm
no
meio
do
4º
estágio
larval.
Algumas
larvas
permanecem
no
lúmem e se desenvolvem diretamente para o estágio adulto, sendo que a
46 muda acontece entre 19 e 20 dias após a infestação.
2.2 - IMPORTÂNCIA, PREVALÊNCIA E INTENSIDADE MÉDIA DE INFESTAÇÃO
No Brasil, poucos dados têm sido publicados que esclareçam a
epidemiologia
gastrintestinais
principalmente
animais
e
os
de
em
domésticos
métodos
caprinos,
diversas
controle
estando
levantamentos
nas
de
da
regiões
as
das
helmintoses
pesquisas
concentradas
ocorrência
do
país,
de
onde
parasitoses
se
em
mencionava
o
O.
columbianum
parasitando
caprinos
e
ovinos.
(Pinto
e
Almeida,
1935;
Freire, 1943; Costa e Freitas, 1970; Melo e Ribeiro, 1977).
Outros
prevalências
e
autores
intensidades
rebanhos
caprinos
primeiros
dados
Bahia.
Lopes
parasitos
Grisi
al.
sobre
uma
(1975)
em
deste
ou
helmintos
Oliveira
de
et
de
estudo
estado,
o
infestação
estes,
Silva
e
(1973),
e
fauna
que
de
seus
delas
parasitos,
em
no
publicou
os
ocorriam
na
Moura
sobre
se
helminto
que
e
a
de
da
100
encontram
inclusive
O.
(1974)
ocorrência
Estado
helmintologica
95
as
(1961)
Moura
ovinos
trabalhos
do
ovinos
conhecimento
caprinos
verificou
em
caprinos
al.
da
espécies
de
Dentre
ampliaram
um
mais
médias
ovinos.
gastrointestinais
(1975),
oriundas
por
e
Posteriormente,
et
determinaram
e
de
Bahia.
vísceras
parasitadas
columbianum.
No Piauí, Costa e Freitas (19621, Girgão et al. (1978), Girão
e
Girão
(1978)
e
Girão
et
al.
(1980),
realizaram
estudos
a
fim
de
determinar a fauna helmíntica de caprinos e ovinos, e observaram uma
a1ta
frequência
do
O.
columbianum
entre
os
animais
necropsiados,
muitas vezes chegando a 100%.
Em
et
al.
(1974),
Pernambuco,
Pereira
Torres
(1976)
e
(1945),
Padilha
Cavalcanti
(1980)
(1974),
observaram
a
Travassos
ocorrência
do O. columbianum em níveis significativos em ovinos e caprinos, sendo
este parasito uma das espécies mais prevalentes em caprinos de 4 a 6
meses de idade.
Gonçalves
(1974)
e
Santiago
et
al.
(1976)
se
referiram
ao
O. columbianum como um dos parasitos gastrointestinais de ovinos mais
importantes nos municípios de Guaíba e Itaquí, no Rio Grande do Sul,
podendo atribuir seus efeitos patogênicos também a caprinos.
Em estudos realizados por Guimarães e Lima (1987) em Minas
Gerais,
Pimentel
Pernambuco,
Neto
(1987)
confirmou-se,
no
Rio
de
finalmente,
Janeiro
as
e
Charles
altas
(1989)
prevalências
em
deste
helminto nos rebanhos caprinos no país.
2.3 - PATOGENIA
De
acordo
com
Gordon
(1950),
o
potencial
patogênico
do
O. columbianum é grande já que os estágios jovens parasíticos penetram
nas
paredes
reações
por
do
inflamatórias
longos
movimentos
Além
intestino
formação
períodos
na
intestinais
disso,
peritonites
e
podem
e
delgado
e
se
de
a
romper
ou
intestino
nódulos.
parede
com
aderências,
e
grosso
Estes
intestinal
digestão
e
superfície
no
lúmem
podem
estabelecem
permanecer
interferindo
a
na
e
absorção
dos
peritoneal
intestinal
com
os
alimentos.
resultando
causando
em
lesões
ulcerosas.
Quando
parcial
da
parede
o
número
intestinal
de
nódulos
(Shelton
e
é
grande
pode
Griffiths,
haver
estenose
1967).
Durante a primeira fase tissular a larva do O. columbianum
migra
na
parede
provocando
anorexia
reação
(Veglia,
do
intestino
inflamatória,
1923;
Fourie,
delgado,
com
causando
aumento
1936;
da
Bremner,
grande
temperatura
1961;
desconforto,
corporal
Reinecke,
e
1964;
Rossiter, 1964 e Horak e Clark, 1966). Estes autores afirmaram ser a
anorexia
a
principal
alteração
clínica
observada
em
bovinos
e
ovinos
causada pelo desconforto intestinal e aos danos devidos à migração das
larvas.
Este
efeito
negativo
sobre
o
apetite
tem
consequências
diretas
sobre o ganho de peso dos animais, podendo desencadear um processo de
desnutrição em animais jovens.
A presença de vermes adultos está associada ao espessamento
da
parede
irritação
leva
a
carga
intestinal,
congestão
e
mucosa
intestinal
causada
da
diarréia
pelo
parasitária
aumento
é
do
expulsa
eliminação
de
por
estes
peristaltismo
com
as
fezes
muco.
A
excessiva
parasitos
intestinal
(Veglia,
e
adultos
parte
1923;
desta
Andrews
e
Maldonado, 1943; Gordon, 1950; Bremner, 1961; Goldberg, 1962).
A
mucóide
ocorrência
fétida,
que
de
enterite
muitas
é
vezes
freqüente,
contém
provocando
sangue,
fibrina
diarréia
e
epitélio,
levando a emaciação, desidratação, perda de peso e anemia, originados
pela
excessiva
Shelton
e
perda
Griffiths,
de
1967;
fluidos
Dobson,
intestinais
1967;
(Horak
Bremner,
e
1961;
Clark,
1966;
Bulman,
1989).
De acordo com Dash (1973), ocorrem dois tipos diferentes de
lesões na parede intestinal, que são pequenas lesões granulomatosas em
volta
de
larvas
caseosos
em
nódulos
no
histotrófica,
histotróficas
volta
de
intestino
e
contêm
no
larvas
grosso
intestino
delgado
histotróficas
no
são
material
que
grandes
intestino
característicos
necrótico
e
da
pode
nódulos
grosso.
segunda
Os
fase
caseificar-se
ou
até calcificar-se (Horak e Clark, 1966; Dobson, 1967).
Segundo Gordon (1950), a permanência das larvas nas paredes
do
intestino
adulto
protege
por
promove
o
vários
mêses
obstáculos
parasita
contra
ao
antes
seu
de
emergir
controle,
antihelmínticos.
e
dificulta
As
lesões
alcançar
os
o
estágio
diagnósticos
nodulares
e
tornam
o
intestino
imprórpio
para
a
produção
de
embutidos
e
de
fios
cirúrgicos.
Assim,
anteriormente,
caprinos
e
através
dos
demonstrou-se
ovinos,
estudos
a
realizados
patogenicidade
confirmando-se
a
necessidade
pelos
do
de
O.
autores
citados
columbianum
um
estudo
para
detalhado
a respeito da Oesofagostomose caprina na região da Baixada Fluminense,
no Estado do Rio de Janeiro, com ênfase as variações que podem ocorrer
durante
o
seu
ciclo
evolutivo.
3 - MATERIAL E MÉTODOS
3.1 - LOCALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO
Os animais foram mantidos nas instalações do Setor de
Parasitologia Animal da Unidade de Apoio ao Programa National de
Pesquisa
em
Saúde
Animal
da
Empresa
Brasileira
de
Pesquisa
Agropecuária (UAPNPSA/EMBRAPAl, no município de Itaguaí, Estado do Rio
de Janeiro, situada a 22º45’ latitude Sul, 43º41’ longitude oeste e
altitude 33m.
Os estudos parasitológicos foram realizados no Laboratório
do Setor de Parasitologia Animal desta mesma Unidade.
3.2 - CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
O clima da região é do tipo Tropical (Aw) segundo a
classificação de Koeppen, 1958, caracterizado por verão chuvoso com
11
temperaturas médias em torno de 27ºC e inverno seco com temperaturas
médias de 18ºC, e umidade relativa média de aproximadamente 70%.
Todos
foram
os
fornecidos
dados
pelo
utilizados
Posto
sobre
Meteorológico
variações
-
Ecologia
climáticas
Agrícola
locais
Km
47,
situado a 1 Km do local do experimento.
3.3 - ANIMAIS
Foram
utilizados
32
caprinos
(Capra
L.)
hircus
machos,
sem
raça definida e com idades variando entre 4 a 6 meses, procedentes de
varias propriedades da região da Baixada Fluminense, Estado do Rio de
Janeiro.
3.4 - MANEJO E ALIMENTAÇÃO
Os
1500m 2
de
animais
área
foram
de
mantidos
topografia
num
piquete
acidentada
e
de
aproximadamente
cultivado
com
capim
Brachiaria (Braquiaria decumbens) por um período de 28 dias. Após este
período,
foram
deslocados
para
um
aprisco
suspenso,
telado
e
com
piso
ripado, onde permaneceram por mais 32 dias.
Durante
introduzidos
início
da
no
cada
piquete,
estação
e
estação
sendo
outras
do
dois
dois
ano,
animais
animais
quatro
colocados
colocados
animais
um
um
mês
mês
foram
após
antes
o
do
12
término da mesma estação. Passados os 60 dias entre a entrada no
piquete e no aprisco, os animais foram sacrificados e necropsiados.
No piquete, os animais se alimentavam naturalmente, sendo o
mesmo provido de bebedouros, e recebiam ração comercial três vezes
por semana. No aprisco, os animais recebiam diariamente capim Elefante
(Pennisetum
purnureum)
picado,
proveniente
de
capineira
livre
de
parasitos, e água à vontade; e três vezes por semana recebiam ração.
3.5 - VERMIFUGAÇÃO DOS ANIMAIS
Os animais foram submetidos a um estudo coproparasitológico
quando
chegaram
às
instalações
da
UAPNPSA,
e
posteriormente
procedeu-se a vermifugação dos mesmos. Foram utilizados derivados de
Benzimidazóis2
8,0
mg/Kpv
e
Levamizole3,
alternadamente,
respectivamente,
por
via
na
oral,
dose
de
durante
10
mg/Kpv4
sete
e
dias
consecutivos. No oitavo dia após a última vermifugação, os animais
foram para o piquete onde permaneceram por 28 dias.
Em todos os animais observaram-se oocistos de Eimeria spp,
sendo tratados antes de irem para o piquete com duas aplicações orais
de uma combinação de Sulfaguanidina, Sulfadiazina, Sulfametazina e
1
Purina
2
3
4
Kaprina
Panacur,
Ripercol,
C.,
Volta
Laboratorio
Redonda,
QUIMIO,
Laboratorio
Quilograma de peso vivo
RJ.
RJ.
CYANAMID,
RJ.
13
Sulfatiazol
Moniezia
Cloranfenicol 5 .
mais
receberam
spp
uma
Aqueles
dose
de
que
15
estavam
mg/Kpv
positivos
para
Praziquantel 6 ,
de
via
oral.
3.6 - ESTUDOS PARASITOLÓGICOS
Nos
estudos
coproparasitológicos
foram
utilizados
para
a
ovoscopia as Técnicas de Gordon & Whitlok (1939) e de Stoll modificada
(Cox
e
Todd,
O’Sullivan
1962),
(1950)
identificação
das
e
para
coproculturas
aplicando-se
formas
Estas
as
a
Chave
a
de
Técnica
Keith
de
Roberts
&
para
a
(1953)
infestantes.
técnicas
foram
utilizadas
inicialmente,
quando
da
chegada dos animais, visando a determinação do grau de infestação e os
gêneros
de
helmintos
vermifugação,
foram
as
Técnicas
efetuadas
número
de
gastrointestinais
de
diariamente
ovos
fecais
Stoll
a
e
fim
a
presentes.
modificada
de
se
eficiência
Durante
e
Roberts
acompanhar
da
o
período
&
a
O’Sullivan
regressão
vermifugação
de
do
utilizada.
Após a introdução no piquete, os animais foram acompanhados
semanalmente
através
das
O’Sullivan
até
utilizadas
diariamente,
pré-patencia
e
o
a
25º
Técnicas
dia.
A
visando
freqüência
de
5
Quemisulfan, Laboratorio SHERINC, RJ.
6
Droncit, Laboratorio BAYER, SP
de
Stoll
partir
a
dai,
modificada
estas
determinação
aparecimento
de
e
Roberts
técnicas
do
ovos
foram
período
nas
&
fezes.
de
A
Técnica de Stoll modificada foi substituída pela Técnica de Cordon &
Whitlock quando a contagem por aquela técnica tornava-se inviável.
Após as necrópsias, a leitura e identificação das formas
imaturas de O. columbianum foram realizadas segundo Dash (1973).
3.7 - NECRÓPSIAS
Todos os animais foram sacrificados através dos métodos de
concussão e exsanguinação, após a permanência no piquete por 28 dias e
no aprisco por 32 dias, totalizando 60 dias. O trato intestinal foi
removido e separado por seções. Cada seção foi aberta, lavada com
solução fisiológica normal a 0,85% e contados os nódulos presentes.
Para a fixação, utilizou-se a Técnica de Anderson e Verster (1971)
modificada, ou seja, ao volume obtido do lavado e conteúdo de cada
seção intestinal adicionaram-se partes iguais de solução fisiológica
normal a 0,86% aquecendo-se em seguida em banho-maria até atingir
60ºC, quando então se adicionou 5% de formol buffer ao volume total.
A
mucosa
intestinal
foi
digerida
em
solução
de
ácido
clorídrico - pepsina, segundo Herlich (1956). O material resultante da
digestão da mucosa foi fixado em formol buffer a 5% até completar 2
litros.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 - PERÍODO DE PRÉ-PATÊNCIA E CONTAGEM DE OVOS POR GRAMA DE FEZES
(OPG)
Os ovos de O. columbianum foram observados pela primeira vez
no 24º dia após a entrada no piquete, sendo este o período pré-patente
(PPP)
319
dos
e
animais
309
foi
328
de
e
47
339.
dias,
O
o
período
maior
pré-patente
período
dos
observado.
animais
As
médias
389,
do
número de dias entre a entrada no piquete e o aparecimento de ovos nas
fezes (PPP) variaram entre 33,0 e 44,0 dias, durante o período que se
realizou
o
encontrados
outono
e
experimento
em
cada
inverno,
(85/86).
estação
caracterizando
As
médias
obtidas
foram
maiores
durante
um
atraso
no
entre
as
os
estações
desenvolvimento
do
PPP
de
ciclo
do parasito.
Posteriormente
ao
aparecimento
dos
primeiros
ovos
houve
um
aumento do OPG. O máximo de ovospostura foi observado entre a 6ª e a
9ª
semana
após
a
entrada
no
piquete.
O
animal
325
apresentou
16
19966 OPG, sendo este o maior número de ovos eliminado e ocorreu na 8ª
semana após o caprino ter entrado no piquete.
Durante 1985 a menor média de PPP ocorreu no outono e foi de
33,0 dias, e a maior média foi de 41,0 dias e ocorreu durante o
inverno. Em 1986, a menor média de PPP foi observada aos 33,0 dias e a
maior
média
aos
44,0
dias,
durante
as
estações
de
primavera
e
outono
respectivamente (tabela 1).
O ciclo do O. columbianum em ovinos foi estudado por Veglia
(1923), que observou o aparecimento do PPP aos 45 dias. Dash (1973)
encontrou uma média de PPP de 36 dias com variação entre 35 e 39 dias
após
infestação, em ovinos infestados pela primeira vez com larvas de
O. columbianum. Segundo Santiago (1968) o PPP em ovinos foi de 26 a 34
dias.
Finalmente,
Dobson
e
Bremner
(1974),
em
revisão
sobre
Oesofagostomose em animais domésticos concluiram que o PPP poderia
variar entre 30 e 50 DPI.
O aumento do OPG foi coincidente com o aparecimento de fezes
pastosas
a
diarréicas.
Todos os animais apresentaram infecção de intensidade leve
por Eimeria spp. e infestação por carga mista de helmintos.
Durante o experimento foram eliminados 4 animais. Os 301 e
304
que
apresentaram
PPP
de
19
e
11
dias
respectivamente,
provavelmente devido a uma infestação anterior com o desenvolvimento
de formas que poderiam estar inibidas na mucosa, para o estágio
adulto, o 313 que morreu aos 24 dias e o 323 que se mostrou negativo
durante o trabalho, mas possuia nódulos à necropsia. Assim, 28 animais
permaneceram
no
experimento.
17
4.2 - FORMAS IMATURAS
Foram
encontradas
274
formas
imaturas
(l4F)1
anos de experimento. Em 1985. recuperou-se 199 L 4 F,
durante
os
dois
distribuídas
nas
estações de outono e primavera, com maior número no outono (196). Em
1986,
75
maior
L4F
foram
número
no
2
infestação por L4
observações
de
recuperadas
outono
(56).
nas
estações
Assim,
a
de
maior
outono
e
inverno,
intensidade
com
média
de
foi observada durante o outono, e coincide com as
Pimentel
Neto
(comun.
pes.,
1976)
em
bovinos
na
região
de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, onde a presença de formas
imaturas
de
O.
radiatum
ocorre
durante
as
estações
de
outono
e
inverno.
Durante o outono, 50% dos animais apresentaram larvas de 4º
estágio (L4F) e no inverno apenas 28,6% dos animais apresentaram estas
larvas.
O verão foi a estação em que não foram recuperadas formas
imaturas e na primavera observou-se estas formas em um animal e em
baixo
número
1 - L4 Final
(tabela
2).
18
4.3 - FORMAS ADULTAS
Foram recuperadas 3153 formas adultas após a necrópsia de 28
caprinos,
às
sendo
estações
que,
de
parasitados
apenas
outono
com
formas
Durante
encontravam-se
e
as
5
animais
inverno.
adultas,
estações
parasitados
Os
outros
verão
e
formas
negativos
23
caracterizando
de
com
estavam
caprinos
uma
pertenciam
encontravam-se
prevalência
primavera,
adultas.
e
100%
de
dos
82%.
animais
No
inverno
85,7%
formas
adultas
entre
dos
caprinos estavam positivos, e 50% no outono.
Maiores
animais
o
que
intensidades
parasitados
concorda
maiores
médias
foram
com
de
médias
observadas
as
nas
observações
infestação
por
de
de
O.
estações
Charles
columbianum
de
outono
(1989)
no
que
fim
e
os
inverno,
encontrou
de
outono
e
inverno, na estação seca (tabela 3).
4.4 - RELAÇÃO FORMAS ADULTAS X FORMAS IMATURAS
Todos
os
animais
da
estação
de
verão
(100%)
apresentaram
formas adultas e não apresentaram formas imaturas.
Durante
imaturas
imaturas.
e
no
E
apresentaram
outono,
inverno
formas
aqueles
(1978)
que
50%
85,7%
finalmente,
confirmam
em
o
obtidos
observaram
possuiam
durante
adultas
tiveram
e
por
a
12,5%
formas
formas
e
100%
imaturas.
(1964),
adultas
adultas
adultas
primavera
Rossiter
formas
formas
Viljoen
presentes
e
formas
28,6%
formas
dos
caprinos
Estes
resultados
(1964)
nos
e
Horak
animais
em
19
áreas
de
chuvas
imaturas
são
de
verão,
dominantes
de
na
julho
parede
a
janeiro,
intestinal
enquanto
de
fevereiro
formas
a
agosto
observou-se
maior
(tabela 4).
4.5
-
NÚMERO
DE
Durante
a
NÓDULOS
realização
do
experimento,
número de nódulos no intestino dos animais necropsiados na estação do
outono,
sendo
que
estes
se
localizavam
principalmente
em
animais
no
e
no
ceco.
Em
1985,
a
estação
que
os
apresentaram
maior
numero de nódulos foi a de outono, sendo encontrados 230 nódulos em 4
animais,
que
se
íleo-cecal.
Durante
foram
contados
jejuno,
íleo
modo,
e
ano
um
As
de
principalmente
seguinte,
maior
observadas
porcentagens
as
o
ceco.
foram
durante
localizavam
número
de
animais
de
médias
nas
estações
foram
verão
e
da
nódulos
maiores
encistamento
estações
nos
próximos
do
primavera,
(279),
o
de
inverno
localizados
de
outono
maiores
valvula
estação
número
de
à
no
nódulos,
e
que
desse
inverno.
intestino
pode
no
As
delgado
significar
que
maior número de larvas passaram pela 1ª fase tissular neste local e se
desenvolveram
uma
breve
mais
2ª
fase
rapidamente
para
tissular
intestino
porcentagens
de
delgado
e
intestino
grosso,
caracterizando
o
no
encistamento
grosso,
a
a
foram
e
no
ocorrência
fase
adulta,
grosso.
Durante
semelhantes
inverno
de
foram
uma
2ª
realizando
o
ou
não
outono
as
entre
o
intestino
maiores
no
intestino
fase
tissular
neste
20
local, com desenvolvimento mais lento para a fase adulta.
Em
todos
característicos
nódulos
pouco
este
da
eram
animais
e
nddulos
do
grãos
identificados
através
visualizados.
intestino
delgado
de
De
autor
um
maior
duodeno,
foi
o
que
encontrado
difere
na
Dash
na
parede
grandes
intestinal
em
nódulos
deste
porção
trabalho,
final
do
e
Brito
(1992)
de
ovinos
e
(1973)
granulomatosas
trabalho,
onde
larvas
caseosos
em
volta
palpação.
com
eram
Dash
(1973)
produzidos
histotrófica.
de
Este
larvas
número
maior
de
no
nódulos
delgado.
observaram
que
histotróficas
de
Outros
aqueles
fase
o
caprinos,
de
esbranquicados,
encistamento
intestino
volta
alguns
correspondem
primeira
seu
delgado
acordo
na
em
nódulos
areia,
da
pelas larvas que passaram a L 4
observou
encontrados
intestino
a
facilmente
foram
No
semelhantes
foram
firmes,
necropsiados
Oesofagostomose.
pequenos,
salientes
maiores,
os
larvas
dois
tipos
seriam
no
no
de
lesões
pequenas
lesões
intestino
intestino
delgado
grosso.
e
Estes
dois tipos de nódulos foram observados no presente experimento.
Nos
1968
a,b),
corn
encistaram
fato
trabalhos
na
No
ovinos
2ª
confirmado
de
infectados
metade
neste
Veglia
do
(1923)
e
Shelton
oralmente,
intestino
a
delgado
e
Griffiths
maioria
e
no
das
(1967,
larvas
intestino
se
grosso,
experimento.
intestino
grosso
predominaram
nódulos
grandes,
ate
do
tamanho de um grão de ervilha, firmes, as vezes formando aglomerados
salientes,
ter
o
serosa.
(1967,
contendo
centro
hemorrágico
Segundo
1968
material
a,b)
Fourie
e
Dash
e
necrótico,
se
caseoso
e
purulento,
podendo
a
mucosa
para
projetarem
para
Dobson
(1966),
Shelton
estes
nódulos
formam-se
(1936),
(1973),
ou
e
a
Griffiths
devido
à
21
prolongada
fase
histotrófica
das
larvas
de
4ª
estágio
neste
local.
O
prolongamento desta fase ocorre em função da penetração mais profunda
das
larvas
lento
nos
tecidos
neste
eosinofílica.
também
do
local,
Tais
intestino
e
da
focos
de
encapsulados,
grosso
reação
eosinófilos
formando
e
seu
desenvolvimento
inflamatória
se
grande
tornam
nódulos
com
mais
infiltração
necróticos
e
são
característicos
da
doença.
No
terço
distal
ceco
e
intestino
do
colon.
jejuno
Maior
delgado,
e
íleo,
os
segmentos
enquanto
número
de
lesões
que
mais
afetados
foram
o
no
intestino
grosso
foram
ocorreu
próximas
à
região
da
fase
larval
da
válvula íleo-cecal.
Pelo
comprometimento
Oesofagostomose
e
o
representa
aproveitamento
grande
dos
desenvolvimento
do
animal.
a
do
trato
inutilização
do
intestino
patogenicidade
nutrientes
Em
delgado,
função
intestinal
dos
e
das
por
tem
afetar
efeitos
lesões
caprinos
a
a
diretos
nodulares,
como
absorção
produto
no
confirma-se
usado
na
confecção de embutidos e fios cirúrgicos.
4.6
-
DIARREIA
Durante
o
ano
de
1985
quatro
caprinos
apresentaram
fezes
diarréicas entre a 6ª e a 8ª semana após a entrada no piquete, e todos
pertenciam
à
estação
de
outono.
A
necrópsia
o
caprino
302
apresentou
formas adultas e imaturas de O. columbianum, enquanto os caprinos 305,
306
e
307
não
apresentaram
estas
formas
mas
possuíam
nódulos
no
22
intestino
delgado
eliminação
dos
a
intestino
helmintos
Em
pastosas
e
1986
junto
seis
diarréicas
e
grosso,
com
animais
todos
sugerindo
as
fezes
que
ter
havido
diarréicas.
fezes
apresentaram
possuíam
poderia
formas
que
adultas
à
variaram
de
necropsia.
Os
caprinos 319 e 324, além de formas adultas possuiam formas imaturas e
pertenciam
às
estações
Desse
de
modo,
outono
durante
e
inverno,
os
dois
respectivamente.
anos
do
trabalho
35,7%
dos
caprinos apresentaram diarréia, sendo 14,3% em 1985 e 21,4% em 1986.
A
distribuição
estacional
dos
animais
que
tiveram
diarréia
nestes 2 anos foi de 33,3% no verão, 83,3% no outono, 14,3% no inverno
e
25%
na
primavera.
Desses
animais,
30%
tinham
formas
adultas
e
imaturas durante as estações de outono e inverno, 40% possuiam somente
formas adultas e se distribuiam pelas estações de verão e primavera e
30%
não
possuiam
formas
adultas
ou
imaturas
e
pertenciam
ao
outono
diarréia
fétida,
(Quadro 1).
Segundo
Mayhew
(1948),
o
aparecimento
de
com muco e sangue em bovinos ocorreu em função da fase histotrófica.
Bremmer
(1961)
afirmou
que
a
diarréia
teve
maior
intensidade
entre
a
5ª e a 8ª semana pós infestação, com eliminação de exemplares adultos
de O. radiatum e seria produzida por irritação da mucosa do intestino
grosso,
anemia,
concluindo
que
a
diarréia
hipoproteinemia
e
perda
de
contribuiu
peso.
para
o
Resultados
aparecimento
semelhantes
de
foram
encontrados nos trabalhos de Andrews e Maldonado (1943) em que durante
o
curso
diarréia
da
doença
devido
peristaltismo.
à
muitos
irritação
vermes
da
adultos
mucosa
foram
intestinal
excretados
e
ao
com
aumento
a
do
23
Horak e Clark (1966) observaram que as fezes de ovinos
infestados experimentalmente com O. columbianum variaram de pastosas a
diarréicas, com presença de muco e odor fétido. Bulman (1989) observou
em bezerros infestados experimentalmente com O. radiatum, que as fezes
variaram de pastosas a diarréicas no transcurso da 6ª a 9ª semana
pós-infestação,
e
pseudomembranas,
(1992).
caracterizavam-se
fragmentos
trabalhando
alterações
física
com
das
de
mucosa
caprinos
fezes
por
foram
no
muco
e
exemplares
mesmo
mais
abundante,
local,
evidentes
adultos.
observou
entre
o
11º
sangue,
Brito
que
as
ao
31ª
dia pós-infestação, com fezes que variaram de pastosas a diarréicas,
odor fétido, presença de muco e eliminação de estrias de sangue e
pseudomembranas.
Desse
confirmam
aqueles
modo,
os
dados
encontrados
encontrados
pelos
autores
no
presente
citados
trabalho
anteriormente,
onde a maior porcentagem de animais que apresentavam alterações de
consistência
das
fezes
possuiam
formas
adultas
de
O.
columbianum,
concluindo-se que estas formas foram responsaveis pela diarréia que
ocorreu.
4.7 - MORTES ANTES DO PERÍODO PREVISTO
Durante o experimento seis animais vieram a morrer antes de
completarem os 60 dias após a entrada no piquete, o que significou uma
perda de 21,4% dos animais. Durante o outono 50% dos animais morreram,
no inverno 28,6% e no verão 16,7%. Desses seis animais que morreram,
24
83,3% tinham formas adultas e imaturas e 66,7% tiveram diarréia.
De
acordo
com
Veglia
(1923),
Fourie
(1936),
Sarles
(1944),
Gordon (1950), Horak e Clark (1966), Dobson (1967) e Bawden (1969), os
estágios
larvais
inapetência
de
a
em
relacionaram
caprinos,
resistência.
absorção
se
As
e
o
com
desencadeando
lesões
nodulares
aproveitamento
a
ocorrência
perda
de
causadas
dos
de
peso,
por
anemia
esta
nutrientes,
anorexia
fase
e
e
queda
prejudicam
tornando-a
altamente
patogênica para o organismo do animal.
Esses
desidratação,
fatores,
anorexia,
somados
apatia,
à
diarréia
perda
de
peso
que
e
ocorreu,
levaram
conseqüente
à
morte
dos
anual
de
animais (quadro 1).
4.8
-
CONDIÇÕES
Durante
precipitação
a
CLIMÁTICAS
realização
pluviométrica
pluviométricos
ocorreram
foi
durante
do
de
o
trabalho,
111mm
verão.
A
e
a
média
os
maiores
média
das
índices
temperaturas
máximas mensais nesta estação foi de 31,4ºC e a das mínimas mensais no
inverno foi de 16,4ºC. A média anual de umidade relativa foi de 73%.
animais
No
verão
que
foram
foram
encontradas
necropsiados,
formas
adultas
caracterizando
uma
em
todos
os
prevalência
de
100%. Dados semelhantes foram obtidos por Girão e Girão (1978) onde a
prevalência
maiores
e
durante
intensidade
o
período
do
parasitismo
chuvoso,
e
por
por
O.
Pimentel
columbianum
Neto
(1987),
eram
que
observou formas adultas de O. columbianum com maior prevalência neste
25
mesmo
período.
encontrados
(1973)
Maiores
durante
obtiveram
as
números
estações
resultados
de
totais
de
outono
e
semelhantes
em
formas
adultas
inverno.
caprinos
Travassos
em
foram
et
al
Pernambuco,
onde as intensidades de infecção por O. columbianum aumentavam a
partir do 2º mês de chuvas (Fevereiro) e se mantinham altas até o 1º
mês de seca (Junho) . De acordo com Charles (1989), maiores médias do
número de vermes foram recuperadas durante o final da estação chuvosa
e início da estação seca (março a junho), em Pernambuco.
Durante
o
outono,
maiores
intensidades
médias
de
infestação
e prevalência de formas imaturas foram observadas, e dados semelhantes
foram obtidos por Pimentel Neto (comun. pes., 1976) para O. radiatum
na região de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro.
Reinecke
que
larvas
pastagens
formas
peso,
(1964),
infectivas
de
de
Fevereiro
adultas
diarréia
nesta
e
Rossiter
a
O.
e
eliminação
semelhantes
foram
anteriomente
(Figura
obtidos
devido
estes
de
no
e
Viljoen
a
presença
apresentaram
heimintos
presente
(1964)
estavam
columbianun
Julho,
ocasião,
(1964)
com
trabalho
mostraram
presentes
nos
animais
anorexia,
a
perda
diarréia.
e
nas
foram
de
de
Dados
relatados
1).
4.9 - RECOMEDAÇÕES
Com
base
nos
resultados
discutidos
anteriormente,
recomenda-se para o controle da oesofagostomose caprina na região da
Baixada
Fluminense,
Estado
do
Rio
de
Janeiro,
dosificações
26
estratégicas
estações
com
de
antihelmínticos
outono
e
de
inverno
amplo
espectro
de
(Abr./Jun./Jul./Set.),
ação
onde
durante
as
observa-se
a
presença de formas adultas e imaturas. Assim, o uso de antihelmínticos
é
de
importância
principalmente
finalidade
de
eliminar
anteriores
e
evitar
minimizar
os
efeitos
a
as
cargas
inibição
no
início
de
das
patogênicos
consequentamente as perdas econômicas.
destas
helmintos
estações,
restantes
larvas.
Desse
decorrentes
da
dos
modo,
fase
com
a
meses
tenta-se
larval
e
Download