a contribuicao da musica na psicopedagogia - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Esmeralda Rovani
A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA NA PSICOPEDAGOGIA
CURITIBA
2009
Esmeralda Rovani
A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA NA PSICOPEDAGOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao
Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia.
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito
parcial para obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Profª. Laura Bianca Monti.
CURITIBA
2009
RESUMO
O objetivo deste artigo é contribuir através da música, o desenvolvimento da
aprendizagem e suas dificuldades na intervenção psicopedagógica. Como fonte,
utilizou-se a pesquisa bibliográfica e vivência da pesquisadora, a qual utiliza a
música na educação. É relevante o estudo sobre a música, já que ela faz parte da
vida do ser humano, beneficiando em seu aprendizado, pois favorece a cognição,
comunicação, cooperação, relaxamento, atenção, enfim a música cria um ambiente
emocional positivo que desencadeia a compreensão do processo ensinoaprendizagem, devido à forte conexão entre a música e as emoções.
Palavras-chave: Psicopedagogia – Aprendizagem – Música.
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INTRODUÇÃO
Neste artigo, faz-se uma reflexão sobre as contribuições da música na
Psicopedagogia; entretanto, para um melhor entendimento, é fundamental começar
com uma explanação sobre a Psicopedagogia, pois é uma área que ocupa-se da
aprendizagem humana; é interdisciplinar, necessitando de outras áreas do
conhecimento. A pesquisa segue com uma reflexão sobre a importância da música e
a relação entre a música e a aprendizagem. É feita também uma reflexão sobre as
contribuições da música e sua aplicação na Psicopedagogia. Por fim, segue um
relato da pesquisadora, que faz o uso da música na escola, com a formação de um
coral.
Este estudo justifica-se pelos benefícios e contribuições no processo do
desenvolvimento da aprendizagem do sujeito na Psicopedagogia, considerando que
a música é um “importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já
ouve música” (FARIA, 2001).
A música favorece a cognição, a afetividade, a comunicação, a cooperação
desbloqueia emoções facilitando o aprender, pois melhora a atenção o ritmo, a
organização espaço temporal, a discriminação auditiva, enfim, a música visa o
desenvolvimento integral do sujeito. Neste sentido, a educação de maneira geral,
deve ser vista como um processo global, progressivo e permanente, que necessita
de diversas formas de estudos e pesquisas para seu aperfeiçoamento, levando em
consideração as diferenças de cada sujeito.
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PSICOPEDAGOGIA E APRENDIZAGEM
A Psicopedagogia é uma área que permite compreender entre a construção
do conhecimento por parte do sujeito, sua história, desejo e singularidade. Segundo
Bossa (2000, p. 21) “A psicopedagogia é uma área do conhecimento que ocupa-se
da aprendizagem humana e suas formas de tratá-la e preveni-la” e investiga a
origem da dificuldade de aprendizagem
O princípio norteador da Psicopedagogia é a integração entre a objetividade
e a subjetividade no processo ensino-aprendizagem. Seu objetivo é conduzir o
sujeito a uma aprendizagem saudável. De acordo com Grossi (1993, p. 33)
Eu entendo a aprendizagem como a apropriação, a reconstrução do
conhecimento do outro a partir do saber pessoal. As diferenças fraturas e
patologias, tanto a nível individual como a nível social na aprendizagem, tem
a ver justamente com esta desarticulação entre conhecimento e saber
pessoal.
Nesse processo, o sujeito irá interagir com o conhecimento e confrontar-se
com o objeto do conhecimento, para só então, aprender em suas relações internas e
externas. Desta forma, o Psicopedagogo poderá ajudá-lo a alcançar o aprender.
Para Bossa (2000, p. 12) “Os psicopedagogos, são portanto, profissionais
preparados para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de
aprendizagem escolar”. Nesse sentido, o Psicopedagogo adquire conhecimentos de
diversas áreas a fim de intervir nesse processo de aprendizagem, seja para sanar as
dificuldades ou para potencializar à aprendizagem, visando favorecer a apropriação
do conhecimento no ser humano.
O Psicopedagogo é aquele que irá possibilitar o aprender. É através de seu
diagnóstico que busca informações nesse processo de investigação, levando em
consideração diversos fatores que poderá dificultar ou impedir a aprendizagem. Por
isso, a identificação dessas dificuldades é fundamental para ação psicopedagógica,
onde, a Revista Associação Brasileira de Psicopedagogia (2004, p. 246) descreve
que são
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aquelas dificuldades experimentadas por todos os indivíduos em alguma
área de conhecimento e/ou algum momento de sua vida escolar, já as de
problemas secundários são consequência de outras dificuldades que podem
ser bem detectadas e que atuam primeiramente, sobre o desenvolvimento
humano normal e, secundariamente sobre as aprendizagens específicas.
É preciso levar em consideração de que o sujeito trás sua história individual
e seus problemas de aprendizagem, onde a Psicopedagogia dirigir-se-á com o
objetivo de ajudá-lo no processo do aprender.
A Psicopedagogia além de ser uma área que atua em clínica, ela também
pode atuar nas instituições; como Psicopedagogia Institucional, onde irá identificar,
analisar e planejar, intervindo através de diagnóstico e de um trabalho interdisciplinar
com outros profissionais.
O Psicopedagogo Institucional, sempre deverá ter uma escuta, um olhar
clínico para que ele possa perceber as causas das dificuldades em uma instituição.
Dessa forma, o mesmo poderá estruturar projetos de intervenção junto à instituição,
visando a melhoria de todos os sujeitos que nela atuam.
O Psicopedagogo compreende o processo da aprendizagem, considerando
todas as variáveis que intervêm tanto para o fracasso como para o sucesso do
aprender. Nesse sentido, para Ciasca (citado pela REVISTA DA ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA, 2007, p. 230) “aprendizagem é uma atividade
individual que se desenvolve dentro de um sistema único e contínuo, operando
sobre todos os dados recebidos e tornando-os revestidos de significados”.
Portanto, a aprendizagem precisa ser carregada de significado e prérequisitos para o sujeito. É necessário o estabelecimento de uma conexão entre
estímulos ou situação e resposta, da qual resulta a percepção para à aprendizagem.
Segundo Bossa (2000, p. 17) “O meio deve estimular a aquisição de funções
cognitivas que serão pré-requisitos para as aprendizagens escolares”. Dessa forma,
o Psicopedagogo poderá estimular o indivíduo a construir seu próprio conhecimento
através de espaços e atividades que facilitem e promova sua aprendizagem. Este
profissional como mediador deve dispor de meios mais diversificados a inventivos
para que o sujeito alcance o êxito em sua aprendizagem e sempre que necessário,
reorganize as atividades e o meio em que o mesmo está inserido. Nesse sentido, a
música é mais um recurso a contribuir com o Psicopedagogo e com o sujeito da
aprendizagem.
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A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA
A música está presente no cotidiano do homem e em todas as culturas e
sociedades, desde as mais primitivas épocas até as atuais. A música é a arte de
sons. Ouvimos o som da natureza na chuva que cai, o vento que assobia, o trovão
que amedronta; tudo isso é som, matéria-prima da música.
Muitas são as definições de música, como exemplo, Rosseau (citado por
CANDÉ, 1994, p. 10) define Música como: “Arte de reunir o som de maneira
agradável ao ouvido”. Para transformar o som em música, carece inteligência e
sensibilidade humana, pois ela é sem dúvida, uma das mais antigas formas de
expressão da humanidade.
A música é uma das formas mais antigas de arte, a qual utiliza voz humana
e o corpo como expressão. Nesse sentido, Campbell (2000, p. 132) diz que:
Antes de nascermos, convivemos durante nove meses com as batidas do
coração de nossas mães. Vivemos com os ritmos do nosso próprio
batimento cardíaco e da nossa respiração e, também, com os ritmos mais
sutis da atividade metabólica e das ondas cerebrais. Todos somos
inerentemente musicais e podemos desenvolver essa capacidade em nós
mesmos e nos outros.
Antes mesmo da criança nascer, ainda no útero da mãe, já apresenta
sensibilidade ao ambiente sonoro, respondendo com movimentos corporais.
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento
musical na criança, por existir um período crítico de sensibilidade ao som e a
frequência entre os quatro e seis anos de idade.
Dessa forma, o ambiente sonoro e a presença da música em diferentes e
variadas situações do cotidiano fazem com que bebês e crianças iniciem seu
processo de musicalização de maneira intuitiva.
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Segundo a Revista Crescer (2009, p. 7)
Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano,
especialmente às crianças em fase de desenvolvimento e aprendizado do
mundo. A música ajuda a afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a
capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e
a memória, além de ser forte desencadeador de emoções.
A música sempre foi considerada como uma parte importante da educação.
Muitos filósofos antigos incluíam a música na educação. Platão (citado por
CAMPBELL, 2000, p. 132) relata que "O ritmo e a harmonia penetram
profundamente nos recessos da alma e lá se estabelecem, fazer surgir a graça do
corpo e da mente que só pode ser encontrada em alguém educado da forma
correta." Aristóteles também acreditava que: "Graças à música nós desenvolvemos
uma importante qualidade em nossas personalidades."
Durante a Idade Média e o Renascimento, a música era considerada um
dos quatro pilares da aprendizagem, juntamente com a geometria, a astronomia e
a aritmética. Nos dias atuais, entretanto, ela tem sofrido, pois foi uma das primeiras
matérias a serem cortadas dos programas escolares, sendo que a música é um
dos meios para desenvolver muitas habilidades no ser humano.
De acordo com Campbell (2000, p. 132) um relatório compilado pela
Conferência Nacional de Educadores de Música, descobriu que,
no período de 1987 - 1989, os alunos que freqüentavam cursos de música
tiveram notas em média 20 a 40 pontos mais altas, tanto nos tópicos
verbais quanto nos de matemática nos Exames de Desempenho Escolar
(SAT) do que os alunos que não freqüentavam esses cursos.
Aulas de música favorecem o desenvolvimento da mente, equilibra as
emoções, proporcionado paz de espírito, ajudando o sujeito a melhorar na
concentração. Quanto mais cedo for a experiência musical, no ambiente inicial da
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vida, mais a criança estará preparada com uma base importante para experiências
musicais futuras.
A música favorece a socialização do saber e do pensamento humano, além
de estimular a criatividade infantil, estimula o perfeito convívio coletivo, implanta o
gosto pelo canto em coro, levando a criança começar compreender o que é
trabalhar em equipe e a importância disso na sociedade.
A música é tão importante na vida da criança, que a Lei nº. 11.769 prevê o
retorno dessa disciplina no currículo escolar. O ensino de música já fez parte dos
currículos escolares, entretanto, foi retirada na década de 1970.
O objetivo da atual Lei citada não é formar músicos profissionais, mas sim,
reconhecer os benefícios que esse ensino pode trazer para o desenvolvimento e a
sociabilidade das crianças.
Sandra Peres (do grupo “Palavra Cantada”), citada na Revista Crescer
(2009, p. 9), relata: “O que realmente vai fazer a diferença é a maneira com que as
escolas despertarão o apreço das crianças pela música”. Portanto, cabe à escola e
ao professor estarem preparados para propiciar esta linguagem à todas as
crianças.
Crianças que estudam música saem-se melhor na escola e na vida. Quanto
mais cedo começar o estudo ou o treino musical, maior será o desenvolvimento
cognitivo. Segundo o Caderno Pedagógico da Prefeitura Municipal de Curitiba
(2008, p. 85) “O ser humano tem dentro de si um universo de emoções e de
sentimentos. Portanto, o ensino deve considerar essa dimensão, pois Arte, e aqui
falamos da música, passa primeiramente pela sensibilidade humana”.
No entanto, é na escola com aulas de música direcionadas e planejadas
que irá transformar as crianças em sujeitos familiarizados com os sons musicais,
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perpassando pela apreciação e execução. Dessa maneira, as aulas de música irão
favorecer no aperfeiçoamento da socialização, expressividade, percepção sonora,
raciocínio lógico e matemático, coordenação motora, capacidade inventiva,
alfabetização, desenvolvimento estético, entre outros.
Desta forma, como se utiliza da palavra ou gestos para manifestar idéias;
na música as crianças podem expressar suas idéias e sonhos, cantando sozinhas,
com os educadores ou em coro. A educação precisa incentivar a prática da música,
pois, segundo a história, o canto através de coral é o mais antigo entre os grandes
agentes sonoros coletivos. Segundo a Revista ABEM Música (2002),
no tempo do grande compositor Heitor Villa-Lobos, foi introduzida na
grade curricular a disciplina de música nas escolas do Brasil, naquele
tempo as crianças cantavam e formavam o grande coral apresentando-se
em estádios de futebol, centros de convenções e outros.
É essencial que as crianças tenham oportunidades de trabalhar com a
música, apreciar o ritmo e a melodia, ouvir música e participar de atividades
musicais.
Quanto ao desenvolvimento estético, que está relacionado à diversidades
de gêneros e estilos musicais, cabe ao professor e ao aluno fazer suas escolhas
em conjunto, pois essas, intermediam a busca da estética, o resgate do belo e do
justo para se ouvir, compartilhando os gostos com uma ampla seleção musical.
A música é tão importante que a criança que aprecia e/ou canta em coro ou
que está envolvida com papéis de interpretação sonora em grupo, sente-se
integrada e compreende a necessidade de cooperação e de socialização.
Quando a criança estuda música em conjunto, aprende regras de
socialização além do desenvolvimento da criatividade. A criança que é criativa
raciocina melhor e cria meios de resolver suas próprias dificuldades e sair bem
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delas. Por isso que o ensino de música nas escolas ou outro ambiente educacional
além de favorecer para o desenvolvimento do ser humano, proporciona a alegria
cultural, alegria em conhecer através da musica, ou seja, as alegrias dos encontros
com a música, naquilo que ela tem de genial, suas obras primas. Nesse sentido,
Snyders (1992, p. 133) diz: “O ensino da música tem, então um papel exemplar:
precisamente porque não visa ao futuro, ao sucesso futuro, só existe e se justifica
pela alegria cultural que oferece aos alunos em sua vida de aluno.” Portanto, é a
confiança entre o aluno e a cultura, onde esta através da música traz a alegria
cultural, presente e real, onde a escola tenha por tarefa verificar o presente dos
alunos, considerando que estes passam anos de suas vidas num ambiente escolar.
Nesta perspectiva, a escola não pode ser somente preparação para o futuro, é
importante que também propicie uma alegria para ser vivida no presente.
Assim, a música proporciona uma atmosfera positiva e receptiva em vários
ambientes; como por exemplo, na própria escola, na chegada dos alunos ou
recreio, a música oferece efeito calmante após aulas de atividades físicas, alivia
tensões após períodos de provas e revigora a energia em dias cinzentos.
Segundo Campbell (2000, p. 134) “A música pode criar uma atmosfera
positiva, que vai ajudá-los a se concentrarem para aprender”.
As crianças devem ser estimuladas a ouvir e a cantar, a fazer uso de letra
de músicas e também a criar. Dessa forma, a apreciação, isto é, o ouvir; a
execução cantando, experimentando e criando, onde irá contribuir para o conhecer
da riqueza musical.
A música através de seus elementos: som, ritmo, melodia, harmonia,
representa e transmite emoções e pensamentos, atingindo a criança em sua
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globalidade
de
maneira
expressiva
e
comunicativa,
possibilitando
seu
desenvolvimento bio-psíquico-social.
Por fim, a música, por seu caráter expressivo e comunicativo, precisa ser
trabalhada explorando esses elementos que a constituem, juntamente as relações
que possui entre si. Também devem ser explorados os instrumentos sonoros
musicais, com suas diferenciadas possibilidades de utilização: O próprio corpo, a
natureza, os instrumentos musicais convencionais e outros que possam vir a ser
inventados, como por exemplo: instrumentos de percussão, de sopro, de bandinha
e outros. Quando a criança tem oportunidade de fabricar seus próprios
instrumentos e gosta da atividade manual, tem mais compreensão sobre a música.
É importante compreender que os sons podem ser não vocais (poderão ser
utilizados outros objetos no lugar da voz para proporcionar os sons) e vocais, préverbais e verbais. A melodia nada mais é do que a sequência de notas (diferentes
sons), organizados de uma determinada forma. Com as mesmas notas, pode-se
compor diferentes melodias. O som pode ser explorado segundo as seguintes
qualidades: timbre, altura, intensidade, duração e ritmo.
Contudo, é importante que na escola ou outro ambiente educacional, a
criança conheça a linguagem musical de maneira ampla, para que possa ter
familiaridade e conhecimento de sua riqueza cultural. Penna (1999, p. 2) ressalta:
A função da educação musical na escola de ensino fundamental é ampliar
o universo musical do aluno, dando-lhe acesso à maior diversidade
possível de manifestações musicais, pois a música em suas mais variadas
formas, é um patrimônio cultural, capaz de enriquecer a vida de cada um,
ampliando a sua experiência expressiva e significativa.
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Neste contexto, muitos estudos evidenciam também como os estímulos
musicais proporcionam respostas, contribuindo em vários aspectos do ser humano,
como questões ensino-aprendizagem, sua eficácia nos processos cognitivos.
No momento em que a criança está inserida no contexto das atividades
musicais, ela acaba trabalhando com o aquecimento corporal, contribuindo para a
conscientização da postura, coordenação esta, onde envolve ritmo e movimento.
A criança aquece sua voz com exercícios que levam à afinação e a boa
emissão vocal. Os exercícios de respiração tornam a criança consciente do
aparato respiratório e do diafragma.
Enfim, a música colabora com o controle emocional e auxilia na área da
saúde como recurso terapêutico. Ela ajuda a integrar os membros de um grupo.
Contribui para que crianças, jovens e adultos, aprendam a atuar com o próprio
corpo, respeitando a si mesmo e aos outros.
RELAÇÃO ENTRE APRENDIZAGEM E A MÚSICA
Quando se fala em aprendizagem é necessário que seja carregada de
significados, pois a educação mediante tantas mudanças que no mundo estão
ocorrendo fica acuada, é preciso que esta educação repense e supere, para
propiciar ao sujeito, conhecimentos sistematizados de maneira que este consiga
aprender, pois se a aprendizagem for carregada de significados e prazer para o
educando, este alcança a alegria cultural por estar aprendendo, ou seja, a
descoberta do conhecimento num momento real e presente.
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Cabe aos profissionais da educação compreender que é importante propiciar
as ações pedagógicas e psicopedagógicas de maneira que venha beneficiar o
aprendizado, contribuindo para o desenvolvimento integral do ser humano.
É papel da escola e do professor nesse século propiciar ao aluno,
aprendizado e desenvolvimento. Segundo Oliveira (1997, p. 61) “Se o aprendizado
impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na construção do
ser psicológico adulto dos indivíduos”. É na escola ou em outro espaço educacional
que o sujeito passa maior parte de seu tempo. Por isto que estes espaços deverão
estar preparados, para acontecer o desenvolvimento da aprendizagem.
E, para que uma aprendizagem aconteça de forma efetiva faz-se necessário
que o professor, o pedagogo e o psicopedagogo busquem alternativas, adotem
novas posturas de maneira a alcançá-la, pois, conforme Vasconcellos (1999, p.22).
O aluno é um ser concreto e há necessidade de motivação para a
aprendizagem. O educador precisa considerar que o conhecimento se dá na
relação sujeito-objeto-realidade, com a mediação do professor e não pela
simples transmissão.
Nesta perspectiva como Educadores, Pedagogos e Psicopedagogos,
precisamos compreender que ao ensinar, mesmo trabalhando-se com a metodologia
simplesmente expositiva, ela apresenta limites e altos riscos de não aprendizagem.
Nesse sentido existem vários caminhos que contribuem para que aconteça a
aprendizagem, e um deles é a música. Ela cria um ambiente emocional positivo na
escola em sala de aula, bem como outro espaço, desencadeando a aprendizagem e
melhorando a agilidade cognitiva, as atividades cerebrais que são importantes para
a apreensão dos conteúdos ensinados na escola e compreensão dos mesmos.
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Desta forma, a música favorece a uma aprendizagem de sucesso, pois
“potencializa os circuitos cerebrais melhorando a sensibilidade, a concentração, o
raciocínio lógico e a memória” (BANOL, 1993 e STRALIOTTO, 2001 citado por
KREPSKY; BARRETO, 2009).
A MÚSICA NA PSICOPEDAGOGIA E SUAS CONTRIBUIÇÕES
A Psicopedagogia poderá utilizar-se da música, pois ela integra as
dimensões emocionais, físicas e cognitivas do aprendiz, além de criar um ambiente
emocional positivo que desencadeia à aprendizagem. De acordo com Campbell
(2000, p. 134) “A música pode tornar-se uma parte importante de qualquer ambiente
educacional”. Portanto, seu uso na Psicopedagogia será mais uma contribuição no
processo de aprendizagem para desenvolver no sujeito uma motivação para o saber.
A música poderá ser usada para proporcionar uma atmosfera receptiva à
chegada, pois a mesma oferece um efeito calmante, alivia e revigora a energia, além
de quando usada suavemente como fundo, tem a capacidade de concentrar a
atenção e melhorar os níveis de energia física. Muitos são os benefícios da música
para a Psicopedagogia, principalmente para o desenvolvimento das habilidades,
como por exemplo, leitura, escrita e na matemática, além de outras áreas do
conhecimento.
Segundo Bossa (2000, p. 77) “O psicopedagogo irá propor atividades para
desenvolver habilidades e competências requeridas no aprendizado escolar”. Dessa
maneira, a música pode contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades e
competências.
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Segundo Bossa (2000), o Psicopedagogo poderá criar um espaço de
aprendizagem através de jogos da memória musical, brincadeiras musicais (cantigas
de roda), parlendas e paródias, letras de canções infantis na alfabetização, com
adaptação rítmica para trabalhar as sílabas.
Poderá utilizar letra de músicas tradicionais de cancioneiros infantis, como:
músicas folclóricas, as quais poderão ser preparadas para estimular a leitura e a
escrita, de maneira prazerosa à alfabetização. Também, as brincadeiras musicais,
são dispositivos interessantes para aprimorar as habilidades de audição e
concentração.
Na Psicopedagogia, a música contribui para o desenvolvimento nos
seguintes aspectos: esquema corporal, percepção auditiva, ritmo, percepção visual,
orientação espacial, orientação temporal, lateralidade, coordenação motora,
socialização, integração, interação, expressão (esquema) corporal, memória,
observação, atenção e concentração, fixação dos conteúdos trabalhados, emoção,
afetividade,
inteligência
musical,
espacial,
pessoal,
linguística;
inteligência
intrapessoal, linguística e cinestésica corporal. Deve-se levar em consideração que a
criança pode ler a letra, cantar, interpretar e ao mesmo tempo, interpretar no
individual ou dramatizar coletivamente; além de ainda favorecer a afetividade, a
cognição, a psicomotricidade e a comunicação, fatores estes, que ajudam na
alfabetização.
A música é mais um recurso para a Psicopedagogia, além dos textos,
desenhos, histórias, atividades pedagógicas, jogos e brinquedos. Dessa maneira,
segundo Bossa (2000, p. 17) “O meio deve estimular a aquisição de funções
cognitivas que serão pré-requisitos para as aprendizagens escolares”, através de
atividades que ajude a desencadear a aprendizagem.
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Nesse sentido, as atividades musicais preparadas pelo Psicopedagogo, para
trabalhar áreas precisas, estimula, motiva o sujeito em processo de aprendizagem.
A aprendizagem necessita de motivação e sensibilização, pois o sujeito é um
ser concreto, e o conhecimento precisa do sujeito e do objeto do conhecimento com
a mediação do Psicopedagogo, para acontecer a aprendizagem. Para isso, a música
explorada de maneira correta na Psicopedagogia, contribuem juntamente com outros
recursos usados, favorecendo o sucesso da aprendizagem do sujeito.
A música quando aliada a uma intervenção psicopedagógica, favorece a
redução do índice de estresse do educando, contribuindo para o equilíbrio
psicossomático aliado ao prazer. Ela facilita a integração intra/interpessoal, e
desbloqueia as emoções, contribuindo para o desenvolvimento do sujeito e sua
interação com o meio em que está inserido.
O uso da música na Psicopedagogia é um caminho que poderá ajudar na
aprendizagem “tanto na criança “normal” como na portadora de necessidades
especiais”, segundo Nicolau (1987 citado por KREPSKY; BARRETO, 2009, p. 2).
Dessa forma, a música poderá ser usada para trabalhar os conteúdos
precisos na Psicopedagogia, associando o aprendizado da área estudada. Poderá
ser relacionada de acordo com o tema. Nesse sentido, o sujeito associará algo da
música ao que aprendeu. É importante que a canção dê um significado extra ao
aprendizado.
A música, então, quando usada de maneira específica, poderá ajudar na
aprendizagem, além de recuperar e manter a saúde mental e corporal do ser
humano.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA
O interesse de pesquisar à aplicação e a contribuição da música na
Psicopedagogia, frente às dificuldades de aprendizagem, partiu de experiências e
observações da professora do Ensino da Arte, da Escola Municipal Colombo, em
Curitiba/PR, que trabalha com a música e a formação de Coral na escola.
Mediante o trabalho realizado, foi possível perceber que os alunos com
dificuldades de aprendizagem (leitura e escrita), ou falta de motivação para os
estudos, demonstraram apatia. A partir do momento que passaram à frequentar os
encontros do Coral na escola e a se familiarizar com as letras de músicas, melodias
e ritmos, os mesmos com o tempo, passaram a demonstrar gosto pelas atividades
escolares. Notou-se ainda, o desenvolvimento na aprendizagem nas áreas do
conhecimento; principalmente na área de Língua Portuguesa (leitura e escrita) e no
convívio com os colegas, a facilidade na comunicação, expressão corporal,
interpretação e compreensão nas atividades propostas.
Percebeu-se uma abertura à aprendizagem, tanto nos alunos com
aprendizagem normal, quanto aos que apresentaram alguma dificuldade na leitura e
escrita.
Nos alunos com comportamentos agressivos ou apáticos, notou-se
cooperação e melhora na auto-estima. Por consequência, alunos mais felizes,
interessados nas atividades, enfim, observou-se a eficácia da música nos processos
cognitivos, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A música se constitui elemento necessário em todas as etapas do
desenvolvimento do ser humano, pois afeta a mente, o corpo e as emoções; além de
ser lúdica, é extremamente prazerosa.
Quando aliada a Psicopedagogia junto à aprendizagem, a música auxilia no
desenvolvimento do educando, reduzindo níveis de estresse, ajudando no equilíbrio,
trabalhando com a sensibilidade humana. Trata a coordenação motora, acuidade
auditiva, socialização, coordenação e alfabetização. Como uso preventivo e nas
intervenções psicopedagógicas, contribui para a abertura de canais de comunicação
e autoconhecimento favorecendo à estímulos necessários para a aprendizagem.
A música cria um terreno favorável para a imaginação, despertando as
faculdades criadoras de cada sujeito. O uso da música na Psicopedagogia, propicia
uma educação de qualidade, possibilitando modos de percepção e expressão únicos
além de apresentar poder curativo na vida do ser humano.
Considerando sua importância e sua contribuição; fica em aberto a
continuidade desse estudo sobre a música, como mais uma grande aliada da
Psicopedagogia, onde requer dedicação, doação, envolvimento, interesse e prática
por parte do Psicopedagogo em trabalhar com essa proposta, visando contribuir com
melhor atendimento do sujeito rumo à aprendizagem de sucesso.
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REFERÊNCIAS
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