AULAS DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES: Princípios gerais. O Rúmen é uma câmara de fermentação estável (Temperatura, pressão osmótica, equilíbrio iônico) capaz de fornecer substratos à microbiota (nutrientes do alimento recém-ingeridos e água) e, ainda remover os subprodutos da fermentação (AGV, células microbianas, resíduos não digeridos). ANATOMIA E FISIOLOGIA DO TRATO GASTRITESTINAL 1) PRÉ-ESTÔMAGO • Rúmen • Retículo • Omaso 2) ABOMASO (estômago verdadeiro) 3) INTESTINO DELGADO • Duodeno • Jejuno • Ileo 4) INTESTINO GROSSO • Ceco • Colon • Reto e canal anal O bezerro nasce com o rúmen pouco desenvolvido. A ingestão de alimentos sólidos promove o desenvolvimento muscular e papilar do rúmen. DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ-ESTÔMAGOS O trato digestivo de bovinos ocupa 3/4 da cavidade abdominal, preenchendo praticamente quase todo lado esquerdo e se extendendo para o lado direito. 70-100 L 3-5 L 5-8 L O epitelio estratificado do rumen geralmente não se caracteriza por uma boa absorção. Contudo, é capaz de absorber eficientemente AGV, ácido láctico, eletrólitos e agua. A superficie do epitélio é muito extendida devido a formação de papilas bem vascularizadas. As papilas ruminais têm papel fundamental na absorção dos ácidos graxos voláteis; são muito sensíveis à alteração do pH DISTRIBUIÇÃO DOS SUBSTRATOS NO COMPARTIMENTO RUMINAL MICROORGANISMOS RUMINAIS Produzem enzimas altamente especializadas para digestão de Fibras Ambiente ruminal deve ser adequado ao crescimento bacteriano (anaerobiose, pH, umidade e temperatura) Maior eficiência fermentativa com pH ruminal entre 6,2 e 7 As bactérias contêm 50-60% de proteína bruta Transformam fontes de nitrogênio não protéico (ex. uréia) em proteína microbiana de alta qualidade Principal fonte de proteína a ser absorvida no intestino do animal Necessário o aporte adequado de substratos para ótima atividade microbiana Especificidade na degradação de carboidratos (fibrolíticas e amilolíticas) Fontes de N: proteína verdadeira e nitrogênio não protéico O formato de favos de mel do retículo é adaptado para a separação de partículas por tamanho e para ruminação. O retículo é uma “estrada de passagem” onde as partículas que entram e saem do rúmen são selecionadas. Somente partículas de menor tamanho (<1–2 mm) e com alta densidade (> 1.2 g/ml) vão para o terceiro estômago. As pregas (lâminas) do omaso prendem a ingesta promovendo compactação para desidratação da mesma antes da entrada no abomaso Abomaso (promove a hidrólise ácida) Constituído pelas regiões esofágica, cárdia, fúndica, pilórica. Mucosa é retorcida em dobras. Hcl Pepsinogênio Quimiosinogênio Intestino delgado: o Células absortivas – Enterócitos Membranas celulares: • Apical (glicocálix e muco) • Basolateral o Células secretoras de muco – Caliciformes o Células endócrinas *Criptas de Lieberkum (Processo mitótico) * Turnover celular na mucosa intestinal – 90 – 120h INTESTINO GROSSO Câmara de fermentação Compreendem: Ceco Colon • Células secretoras de muco - Células caliciformes • Nestes compartimentos ocorrem: Fermentação dos alimentos Absorção dos produtos da fermentação, água e eletrólitos RUMINAÇÃO Ato de remastigar o bolo alimentar Mastigação é dividida em 2 etapas: Mastigação inicial – É rápida. Sua função é conferir ao alimento tamanho que permita a deglutição. Ruminação – Ocorre entre 0,5 a 1,5h após a ingestão do alimento. AMBIENTE RUMINAL • Temperatura - 39 °C • pH - 5,5 a 7,0 • Ausência de O2 • Motilidade • Presença de microrganismo DIETAS DE RUMINANTES Fibrosos Concentrados Celulose etc Amido etc Bactéria Celulolítica (pH>6,2) Bactéria amilolítica (pH>5,5) CO2 8H CO2 Lactato 8H Bactéria Propiano- metanogênica (pH>6,2) AGV CH4 Fonte: LEEK, (1993) bactéria (pH>6,2) CH4 AGV Pr CARATCERÍSTICAS E PRODUÇÃO DE SALIVA Glândulas salivares: o Quantidade de saliva – Bovino: 60 – 180 L/dia o pH da saliva – 8,2 – 8,4 Principais • Parótida (alvéolos c/ células serosas) • Submaxilar (alvéolos c/ células serosas e mucosas) • Sublingual (alvéolos c/ células serosas e mucosas) Secundárias • Parietais (alvéolos c/ células serosas e mucosas) MOTILIDADE DO TRATO GASTRINTESTINAL Pré-estômagos: o As paredes dos pré-estômagos são musculares e capazes de se movimentar. Possuem ações sobre a ingesta (alimento): • Empurrar o alimento de um local para outros • Reter o alimento em um determinado local para a digestão e absorção • Quebrar fisicamente o alimento para misturá-lo a secreções digestivas MOTILIDADE DO TRATO GASTRINTESTINAL Padrões de motilidade ruminorreticular: Contrações primárias ou de mistura Contrações secundárias ou de eructação • Partículas pesadas e pequenas em tamanho têm uma alta velocidade de passagem (menor tempo de retenção no trato digestório) do que partículas mais leves. • Densidade relativa e a motilidade ruminorreticular determinam o rítmo (fluxo) com que os materiais em forma de partículas se movimentam pelo TGI. DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL DE CNE 1. Fase luminal (lúmen intestinal) α-Amilase Amido α Dextrinas Maltotriose Maltose 2. Fase membranosa B. em escova Citoplasma 3. N. absorvidos α-Dextrinase Glicose + Glicose Maltase Sacarose Lactose Adaptado de Dukes (1993) Sacarase Glicose + Frutose Galactose + Glicose Lactase Glicose Frutose Galactose Membrana da borda da escova ENZIMAS DA FASE LUMINAL DA DIGESTÃO DE PROTEÍNAS Enzima Ação Fonte Precursor Ativador Pepsina Endopeptidase Abomaso Pepsinogênio HCL, pepsina Quimiosina (renina) Endopeptidase Abomaso Quimiosinogênio ? Tripsina Endopeptidase Pâncreas Tripsinogênio Enteroquinase, tripsina Quimiotripsina Endopeptidase Pâncreas Quimiotripsinogênio Tripsina Elastase Endopeptidase Pâncreas Pró-elastase Tripsina Carboxipeptidase A Exopeptidase Pâncreas Pró- carboxipeptidase A Tripsina Carboxipeptidase B Exopeptidase Pâncreas Pró-carboxipeptidase B Tripsina Adaptado de Cunninghan (1993). VIAS DE TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR E OS MECANISMOS BÁSICOS DO TRANSPORTE (GUYTON, 2002). DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNA DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDIO A digestão e absorção dos lipídios são divididos em 4 fases: Emulsificação Hidrólise Formação de micelas Absorção de micelas FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS Os alimentos são compostos basicamente por seis grupos de nutrientes: Água Proteínas Lipídeos Carboidratos Minerais Vitaminas FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS Os carboidratos presentes nas plantas podemse dividir nos seguintes componentes: Carboidratos pertencentes ao conteúdo celular: • Ácidos orgânicos • Monossacarídios e oligossacarídios • Polímeros de natureza amilácea • Frutanos (polímeros de frutose) – Inulina Carboidratos estruturais ou pertencente à parede celular: • Substâncias pécticas (polímeros de ác. galacturônico, arabinose e galactose) • Galactanos • Β-Glicanos • Hemicelulose • Celulose FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS FRAÇÕES DA FORRAGEM USANDO O MÉTODO VAN SOEST Fração Componentes Conteúdo celular •Açúcares, amido e Parede celular (FDN e FDA) Disponibilidade nutricional pectina •Carboidratos solúveis •Proteína e nñp •Lipídeos •Outros solúveis Completa Completa Alta Alta Alta Hemicelulose Celulose Proteína danificada pelo calor Lignina Sílica Parcial Parcial Indigestível Indigestível Indigestível FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS • Extrato Não Nitrogenado EÑN = 100 – PB – EE – FB – MM. • Sistema Detergente (FDN e FDA) (Van Soest) FDN = MS – CC, ou seja: FDN = Hemicelulose + Celulose + Lignina. Hemicelulose = FDN – FDA FDA = Celulose + Lignina • Segundo Mertens (1997, 2002 e b) FDNfe FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA DOS ALIMENTOS (Valadares filho et. al . 2006) Alimentos Milho Sorgo Caroço de algodão Farelo de soja Casca de soja Bagaço de cana in natura MS 87,6 87,9 90,6 88,6 92,3 74,8 PB FDA FDN 9,1 4,1 14,0 9,5 6,3 14,2 22,6 35,8 46,0 48,8 9,9 14,6 10,9 40,5 64,3 1,7 56,1 74,5 MM EE 1,5 4,1 1,8 3,0 4,7 18,9 6,3 1,7 4,4 0,9 1,2 - FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS CÁLCULO DA INGESTÃO DE MATÉRIA SECA IMS (%) = 120/FDN Exemplo: IMS = 120/60 = 2,0% Novilho de 400 kg de PV irá ingerir 8 kg de MS FRACIONAMENTO DE ALIMENTOS CÁLCULO DA DIGESTIBILIDADE DMS (%) = 88,0 – (FDA x 0,779) Exemplo: DMS = 88,0 – (40 x 0,779) = 56,84% DMS = 88,0 – (30 x 0,779) = 64,63% ABORDAGEM ADITIVA PARA A ESTIMATIVA DA DISPONIBILIDADE NUTRICIONAL Principais limitações do uso do NDT: • Mede a energia em Kg e não em unidades energéticas • Não considera perda de energia por gases, incremento calórico, e o valor de energia da proteína CONSUMO VOLUNTÁRIO Introdução • é o peso em comida ingerido por um animal em um determinado período de tempo durante o qual ele tem acesso livre (apresentado em kg de MS/animal/dia, % do peso vivo e P0,75. Consumo de matéria seca • Produção animal Valor nutritivo da dieta Resposta do animal CONSUMO VOLUNTÁRIO Mecanismos básicos que regulam o consumo em ruminantes: • Físicos • Químicos e metabólicos • Neuro-hormonais • Ingestão de água MECANISMOS FÍSICOS DE REGULAÇÃO DE CONSUMO VOLUNTÁRIO Fatores físicos: • Mecanorreceptores e receptores de tensão – Distensão é causada por volume e peso da digesta Cinética da digestão • Digestibilidade dos alimentos Taxa de passagem Tamanho e densidade da digesta da partícula • Fluxo de partícula no RR Motilidade do retículo-rúmen Taxa de saída do abomaso • Processamento dos alimentos Mastigação Ruminação MECANISMO FÍSICO DE REGULAÇÃO DE CONSUMO VOLUNTÁRIO A máxima ingestão de MS ocorre quando a ingestão regulada pelos requerimentos energéticos (le) é igual à ingestão limitada pela repleção ruminal (lf). Fonte: (Mertens, 1985, citado por Mertens, 1997). MECANISMO FÍSICO DE REGULAÇÃO DE CONSUMO VOLUNTÁRIO Predição de consumo para gado de corte zebuíno • CMS (k/d) = -2,40011 + 0,02006 * PVM + 4,81946*GMD – 1,51758*GMD2 (Valadares filho et al. 2006) • CMS = -2,7878 + 0,08789 PV0,75 + 5,0487GMD – 1,6835GMD2 (Nelore) (BR-CORTE, 2010) • CMS = -2,6098 + 0,08844 PV0,75 + 4,4672GMD – 1,3579GMD2 (Mestiço) (BR-CORTE, 2010) CONSUMO VOLUNTÁRIO DE MATÉRIA SECA VACAS LEITEIRAS (NRC 1978) Vacas de 500 kg de peso vivo produzindo: 10 kg leite/dia consumo máximo de 2,3% do PV 20 kg leite/dia consumo máximo de 2,8% do PV 30 kg leite/dia consumo máximo de 3,4% do PV. (NRC 1989) Fórmula de estimativa do consumo de matéria seca que considera o PV e a % de NDT da dieta: CMS (kg/d) = (PV x 5,4) / 500 x {1- (%NDT/100)}. (NRC 2001) considera o peso vivo a produção de leite e a % gordura : CMS (kg/d) = (-4,69) + (0,0142 x PV) + (0,356 x kg leite) + (1,72 x %gordura). A % de FDN da dieta deve influenciar o consumo, segundo Mertens 1983 o consumo voluntário de matéria seca em %PV deve ser 120/%FDN da dieta. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Requisitos para que espécies de microrganismos possam ser classificados como parte da microbiota ruminal: Ser anaeróbio Apresentar população mínima de 1000000 células/g de conteúdo ruminal fresco Ter sido isolada pelo menos dez vezes em dois ou mais animais Ter sido isolada em pelo menos duas diferentes localizações geográficas Produzir subprodutos encontrados no rúmen MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Bactérias geralmente contêm: 50% de proteína 20% de RNA 3% DNA 9% de lipídeos 8% de carboidratos. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Microbiota ruminal Bactérias • População + diversa no rúmen Nº de espécie Capacidade metabólica • Tamanho – 1 a 5 μm • Densidade de bactéria no rúmen – 1010 célula/g de conteúdo ruminal. • Nº total de espécies ruminais – 400 já foram isoladas dos tratos digestórios dos diferentes animais MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Microbiota ruminal Bactérias • Mais de 20 espécies apresentam contagens superiores a 107 /g de conteúdo ruminal. Aspectos a serem considerados sobre a persistência da diversidade das bactérias no rúmen: • Elevada atividade metabólica das bactérias (algumas espécies geram em 30’ ou menos. • Diversidade de nutrientes ingerida pelo animal hospedeiro, em diferentes formas físicas. • Em milhões de anos de evolução, seleção de espécies adaptadas para o “máximo de rendimento bioquímico”. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais (celulolíticas ou fibrolíticas): Principais espécies celulolíticas: • Ruminococcus flavefaciens • Ruminococcus albus • Fibrobacter succinógenes Principais produtos produzidos: • Acetato, propionato, butirato, succinato, formato, CO2 e H2. Também são liberados etanol e lactato. • Butyrivibrio fibisolvens – Fermenta tanto celulose quanto hemicelulose. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Bactérias fermentadoras de carboidratos nãoestruturais (amilolíticas e pectinolíticas) O amido é fermentado ppte por espécies do gênero Bacteroides. Bacteróides amylophilus • Utiliza amido • Incapaz de utilizar glicose ou outros monossacarídeos Streptococcus bovis Selenomonas ruminantium Microorganismos fermentadores de pectina Lacnospira multiparus Streptococcus bovis e outras espécies celulolíticas. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Lipolíticas Grupo de organismos que hidrolisa lipídeos não é numeroso pelo fato do ambiente ruminal apresentar potencial de óxidoredução muito baixo. Ribose Anaerovibrio lipolytica Fonte de energia Frutose Glicerol Lactato Acetato • Substratos são fermentados Propionato Co2 Propionato Glicerol Succinato MICROBIOLOGIA DO RÚMEN • • Proteolíticas Butyrivibrio amylophilus Butyrivibrio ruminicula Butyrivibrio sp Selenomonas ruminantium Fermentadoras estritas de aminoácidos Peptostreptococcus sp Clostridium aminophilum Clostridium sticklandii Não utilizam carboidratos como fontes de energia para crescimento. Desaminam aminoácidos em taxas 20 vezes superiores às observadas em outras bactérias ruminais. Obs: Quando taxa de desaminação excede a taxa de utilização da amônia para síntese microbiana, pode ocorrer perda de eficiência na conversão alimentar. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Anaeróbios facultativos Lactobacillus sp Streptococcus sp Caraterísticas principais: • Digerem células epiteliais mortas • Apresentam atividades ureolíticas em ambiente situado na interfase entre tecido bem oxigenado e o conteúdo ruminal anaeróbico • Compreendem mais de 1% da microbiota total • Desempenham papel importante na manutenção de baixos níveis de O2 dissolvido no conteúdo ruminal MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Archaea (metanogênicos) Methanobrevibacter sp Methanosarcina sp Methanomicrobium sp Methanobacterium sp Aspectos gerais do CH4 • Principal dreno de H2 • Bovinos produzem até 17 litros de CH4/h • Perda de energia oriunda do alimento de até 12% da energia bruta • Os ruminantes são considerados como contribuintes na emissão de gases causadores de efeito estufa MICROBIOLOGIA DO RÚMEN MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Protozoários Isotricha, Entodinium, Eodinium, Diplodinium e outros. Tamanho – 20 a 200 μm (10 a 100 X maiores que bactérias Apresentam organização interna complexa com estruturas similares: • Boca • Esôfago • Estômago • Reto • Ânus • Algumas espécies ocorre placa rígida (semelhante a um esqueleto) População no conteúdo ruminal • 104 e 106 protozoários/ml de conteúdo ruminal • Em virtude do tamanho a concentração representa de 40 a 60% da biomassa microbiana MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Fungos Neocallimastix, Piromyces, Caecomyces e outros. Mais de 8% da biomasa microbiana do rúmen é constituida por fungos. Fermentam carboidratos estruturais. São capazes de atacar os tecidos vasculares lignificados. Participam ativamente no rompimento físico da fibra por meio de rizóides ou hifas MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Dijkstra, J. (2002) – Nutrition Research Reviews. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN ESTABELECIMENTO DE MICRORGANISMOS NO RÚMEN MICROBIOLOGIA DO RÚMEN ESTABELECIMENTO DE MICRORGANISMOS NO RÚMEN DE BEZERRO MICROBIOLOGIA DO RÚMEN Exigências dos microrganismos para seu adequado crescimento: As bactérias celulolíticas necessitam ou são estimuladas pelos ácidos graxos isobutírico, isovalérico e 2-metilbutírico. • Esses ácidos são providos no ambiente ruminal por bactérias que desaminam e descarboxilam valina, leucina e isoleucina. Protozoários • Requerimento semelhante ao das bactérias. • Sensíveis a flutuações de pH. • Alimentos em forma de partículas. Fungos • Crescimento é estimulado por aminoácidos, AGV e baixas concentrações de ác. graxos de cadeia longa e por várias vitaminas. MICROBIOLOGIA DO RÚMEN COMPARAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÕES DE BACTÉRIAS RUMINAIS DE BOVINOS E OVINOS, OBTIDOS DE MESMOS ANIMAIS QUANDO ALIMENTADOS COM DIETAS RICAS EM FORRAGENS OU CONCENTRADOS Espécie Nº de animais Período de Nº de bactérias x 109/ml amostragem(horas ou g de conteúdo ruminal após alimentação) Bovino Bovino 1 2 4 16 Bovino Ovino Ovino 3 3 4 4a5 0 2 Adaptado de Dhority e Orpin (1997). Forragem Concentrado 2,4 11,0 11,0 18,6 0,30 0,30 a 0,51 5,6 21,0 2,6 8,5 ALIMENTO Rúmen DEGRADAÇÃO MASSA MICROBIANA PASSAGEM AGV ABSORÇÃO PASSAGEM Representação esquemática dos processos metabólicos no rúmen. Adaptado de Dijstra et al. (2003) METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Introdução Ruminantes - CE representam 70 a 80% da ração. Essencial Exigências de energia Síntese de Pbmic Produção de leite e carne Saúde animal Digestibilidade dos CE depende: Características químicas Composição Relação CE e conc. lignina Características físicas (lag time e T. de digestão) Densidade CTC Poder tampão Hidratação das partículas METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Desenho esquemático da estrutura da parede da célula vegetal. Fonte: Raven et al., 2001. Polissacarídeos (cel, Hemi e pectina) Proteínas Parede celular - matriz complexa Compostos fenólicos Água e minerais. METABOLISMO DE CARBOIDRATOS i Conteúdo celular Ácidos orgânicos Açúcares Amido Lamela média Substâncias pécticas Beta glucanos METABOLISMO DE CARBOIDRATOS A Lignina da parede celular pode limitar a digestão dos carboidratos estruturais por três possíveis mecanismos: Efeito tóxico de componentes da lignina microorganismos do rúmen (ácido p-cumárico) aos Impedimento físico causado pela ligação ligninapolissacarídeo, que limita o acesso das enzimas fibrolíticas ao centro de reação de um carboidrato específico Limitação da ação de enzimas hidrofílicas causada pela hidrofobicidade criada pelos polímeros de lignina METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Nutricionalmente os carboidratos podem ser classificados em: Carboidrato fibrosos (CF) – Celulose e hemicelulose Carboidrato não fibrosos (CNF) – Pectina, amido e açúcar METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO VOLUMOSO:CONCENTRADO SOBRE AS PROPORÇÕES MOLARES DE ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS EM BOVINOS METABOLISMO RUMINAL DE AGV METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS PRINCIPAIS FATORES QUE AFETAM A DEGRADABILIDADE DA PAREDE CELULAR Potencial digestível da parede celular Tamanho de partícula Fixação dos microrganismos Interações microrganismos-substratos Velocidade de passagem Microrganismos e acidez Compostos fenólicos (ácidos p-cumárico e ferúlico) Efeito associativo Limitações físicas e metabólicas Açúcares solúveis Amido METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Exigências de fibra em rações para bovino Efeitos de baixo teor de fibra na dieta: • • • • Redução do pH do rúmen Queda no consumo de MS Diminuição no teor de gordura do leite Risco de ocorrência de distúrbios gastrintestinais Fatores que afetam a concentração de fibra: • • • • • Teor e tipo de carboidrato Tamanho de partícula % de fibra proveniente de forragem Forma de fornecimento da ração Quantidade e frequência de concentrado fornecido METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Metabolismo dos carboidratos não estrutural Caracterização Ribose Aldeídos Arabinose Monossacarídeos Xilose Glicose Galactose Cetonas Frutose Diferença de aldose e cetose – Grupo carbonila e nº de carbono METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAL Açúcares Monossacarídeos Dissacarídeos Oligossacarídeos METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAL DEGRADABILIDADE RUMINAL E COMPOSIÇÃO DE AMIDO EM GRÃOS DE CEREAIS Cereal Amido (%) Degradabilidade ruminal (%) Grão de milho quebrado 70 50 Grão de milho moído Grão de milho úmido Grão de sorgo moído Grão de trigo inteiro Grão de cevada inteiro Grão de aveia inteiro Grão de arroz inteiro Grão de triticale 70 52 62 65 58 38 68 58 70 80 40 70 80 70 60 - METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAL O GRÃO DE MILHO CORTADO NA VERTICAL 61% 7% 11% METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NÃO ESTRUTURAL 5% 82% 11% 2% Anatomia do grão de milho e suas partes. Fonte: Paes, M. C. D. Pipoca Duro Endosperma vítreo Dentado Endosperma farináceo Farináceo Gérmen CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES PRESENTES EM ALIMENTOS ALIMENTO CARBOIDRATOS FIBROSOS PB EE MM NÃO FIBROSOS FDN FDA HEMICELULOSE AMIDO E AÇUCARES PECTINA CELULOSE LIGNINA DISPONIBILIDADE LENTA FERMENTAÇÃO ACÉTICA (3-12%/h) DISPONIBILIDADE RÁPIDA (10-50%/h):AMIDO (300%/h:AÇUCARES FERMENTAÇÃO PROPIÔNICA E LÁTICA DISPONIBILIDADE RÁPIDA (30-50%/h) FERMENTAÇÃO ACÉTICA METABOLISMO DE PROTEÍNAS Introdução Caracterização e funções das proteínas Proteínas são moléculas orgânicas de alto peso moleculares mais abundantes e importantes nas células e perfazem 50% ou mais de seu peso seco. Composição: • • • • Todas contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio Quase todas contêm enxofre Algumas contêm Fósforo Ferro Zinco Cobre METABOLISMO DE PROTEÍNAS Funções: Catalisadores Elementos estruturais (colágeno) e sistemas contráteis Armazenamento (ferritina) Veículos de transporte (hemoglobina) Hormônios (insulina) Anti-infecciosas (imunoglobulina) Enzimáticas (lipases) Nutricional (caseína) Agentes protetores. METABOLISMO DE PROTEÍNAS Aminoácidos Aminoácidos não-essenciais: São aqueles sintetizados pelo organismo animal. Alanina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico, serina. Aminoácidos essenciais: Não podem ser produzidos pelo organismo animal. Fenilalanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, treonina, triptofano, histidina e valina. Substituinte METABOLISMO DE PROTEÍNAS Classificação dos AAs quanto aos metabólitos produzidos: Cetogênico São degradados a acetil-coa ou acetoacetil-coa Dão origem a corpos cetônicos (Leu e Lis). Glicogênico São degradados a piruvato, a-cetoglutarato, succinil-coa, fumarato ou oxaloacetato (Ala, Arg, Asp, Cis, Glu, Gli, His, Met, Pro, Ser, Thr eVal). Glicogênico e cetogênico - Phe, Trp, Ile e Tir. METABOLISMO DE PROTEÍNAS Destino do esqueleto carbonado dos aminoácidos METABOLISMO DE PROTEÍNAS METABOLISMO RUMINAL DE PROTEÍNA METABOLISMO DE PROTEÍNAS DEGRADAÇÃO RUMINAL DE PROTEÍNAS METABOLISMO DE PROTEÍNAS Fatores que afetam a degradação de proteína no rúmen: Composição química e física da proteína Relação entre NNP e proteína verdadeira Estrutura tridimensional da molécula de proteína Presença de ligações dissulfeto Atividade proteolítica microbiana Acesso microbiano a proteína Tempo de retenção do alimento no rúmen pH ruminal Processamento do alimento Temperatura ambiente METABOLISMO DE PROTEÍNAS SÍNTESE HEPÁTICA DA URÉIA E RECICLAGEM DO NITROGÊNIO Quantidade de N reciclado para o rúmen: 10 a 15% do N ingerido METABOLISMO DE PROTEÍNAS Síntese de proteína microbiana (Pmic) Importância da Pmic na nutrição de ruminantes Proteína metabolizável no intestino de ruminantes • Pmic do rúmen (representa 45 a 55% da PM de vacas leiteiras e 55 a 65% em bovinos de corte confinados com rações ricas em energia e mais de 65% em animais mantidos somente em pasto) • PNDR de origem alimentar • Proteína endógena METABOLISMO DE PROTEÍNAS Síntese de proteína microbiana (Pmic) Valor nutricional da Pmic O valor nutricional da proteína metabolizável depende do perfil de AA • Pmic tem um perfil de AAE excelente Como otimizar a Pmic • Uso eficiente da PDR • Menor perda de amônia ruminal • Menor excreção de uréia • Menor necessidade de PNDR na ração • Maior fluxo de PM com melhor perfil de AAE para o intestino METABOLISMO DE PROTEÍNAS Exigências nutricionais dos microrganismos ruminais: Valores de PDR na MS da ração para maximizar a síntese protéica: 10 a 13% de PDR Cálculo de quantidade de Pmic - NRC (2001) e NRC (1996) kg de Pmic = kg de NDT x 0,13 Kg de Pmic = kg de NDT x 0,12 BR-CORTE (2010) Kg de Pmic = Kg de PDR x 0,85 NRC (2001) METABOLISMO DE PROTEÍNAS Exigências nutricionais dos microrganismos ruminais: Minerais e vitaminas Enxofre e Cobalto Vitaminas do complexo B Cinética e ambiente ruminal Taxa de passagem pH ruminal • Obs: FDNfe – Redução de 1% no teor de fibra em dieta abaixo de 20% a eficiência microbiana cai 2,2% METABOLISMO DE PROTEÍNAS Exigências nutricionais dos microrganismos ruminais: Sincronização da degradação ruminal de energia e proteína: Permite maximizar o uso da PDR. Permite minimizar perdas de amônia através da parede ruminal. METABOLISMO DE LIPÍDEOS Introdução Os lipídeos estão localizados principalmente nas folhas e nas sementes dos vegetais: Com glicerol simples: • Fosfolipídeos e glicolipídeos (galactolipídeos (folhas) • Triglicerídeos (sementes) Sem glicerol • Esfingolipídeos (Esfingosina + ác. Graxo + ác. Fosfórico) • Ceras, carotenóides, clorofila, óleos essenciais, e outras substâncias solúveis (plantas). • Esteróides • Terpenos As dietas dos ruminantes contêm entre 2 e 5% de lipídeos (1/2 são ácidos graxos) METABOLISMO DE LIPÍDEOS CLASSES E NOMENCLATURAS DE LIPÍDEOS Principais características: Comprimento da cadeia Insaturação Geometria da insaturação • cis ou trans Ramificação • Iso ou ante iso Família-n (ω) Dieno conjugado (2 duplas ligações adjacentes sem ligação metilênica) METABOLISMO DE LIPÍDEOS METABOLISMO DE LIPÍDEOS FOSFOLIPÍDEO METABOLISMO DE LIPÍDEOS Ácidos graxos são ácidos carboxílicos de cadeia alifática hidrofóbica. Dividem-se em quatro categorias de acordo com o número de carbonos ou comprimento da cadeia. Voláteis, com 2-4 carbonos. Cadeia curta, com 6-10 carbonos. Média, com 12-16 carbonos. Longa, a partir de 16 carbonos. METABOLISMO DE LIPÍDEOS NOME E CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS ÁCIDOS GRAXOS COMUNS Ácidos Saturados Capróico Caprílico Cáprico Láurico Mirístico Palmítico Esteárico Araquídico Behênico Nome abreviado Série C6:0 C8:0 - 10:0 C12:0 - C14:0 - C16:0 C18:0 - C20:0 C22:0 - CUVELIER et al. (2004); McDONALD et al. (2006) METABOLISMO DE LIPÍDEOS NOME E CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS ÁCIDOS GRAXOS COMUNS Ácidos Nome abreviado Série Palmitoléico C16:1 cis 9 N7 Oléico C18:1 cis 9 N9 Linoléico C18:2 cis-9, cis 12 N6 Linolênico c18:3 cis-9, cis 12, cis 15 N3 Insaturados Eicosapentaenóico C20:5cis-5,cis-8,cis-11,cis-14-cis17 N3 Docosahexaenóico C22:6cis-4,cis-7,cis-10,cis13-cis16-cis-19 N3 CUVELIER et al. (2004); McDONALD et al. (2006) METABOLISMO DE LIPÍDEO Motivos da adição de lipídeos às dietas de ruminante: Aumentar a concentração energética situações de elevada produção. em Reduzir o risco de acidose ruminal e a queda da gordura láctea em dietas pobres em forragens grosseiras. Modificar os ácidos graxos que possam ser absorvidos. Podem baratear o custo determinadas circunstâncias. da dieta em METABOLISMO DE LIPÍDEO FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DO USO DE GORDURA EM RAÇÕES DE BOVINOS Disponibilidade comercial de gordura de boa qualidade. Aumento de ingestão de energia quando a ingestão de MS é reduzida (aumento da eficiência de uso da energia bruta). Aumento da eficiência líquida no uso de energia em decorrência de menor incremento calórico. Aumento parcial da eficiência de produção de leite pela incorporação direta da gordura da dieta na gordura do leite. METABOLISMO DE LIPÍDEO FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DO USO DE GORDURA EM RAÇÕES DE BOVINOS Substituição de CHO rapidamente fermentáveis por lipídeos possibilita otimização de consumo de forragem e fermentação ruminal (partição de nutrientes para secreção do leite). Aumento da flexibilidade para o preparo da ração. Utilização para modificar a composição de gordura do leite (ou tecido), para aumentar a aceitação do consumidor. METABOLISMO DE ENERGIA Introdução Energia não é considerada nutriente. Maneiras de utilização de energia: • Realização de trabalho (atividades dos músculos). • Geração de calor (temperatura corporal e processos metabólicos) A vida é um processo consumidor de energia: Carboidratos Proteínas Lipídeos Atuam como combustíveis para os processos vitais dos seres vivos Leis da termodinâmica e lei de Hess: Afirmam que a energia não pode ser criada, não pode ser destruída, apenas transformada METABOLISMO DE ENERGIA Unidades Joule – força de um newton que desloca seu ponto de aplicação em um metro. Newton – unidade de força que imprime à massa de um quilograma a aceleração de um metro por segundo ao quadrado. Caloria (cal) – representa a quantidade necessária de energia para elevar a temperatura de um grama de água de 16,5°C a 17,5°C em pressão atmosférica normal. METABOLISMO DE ENERGIA TABELA DE CONVERSÃO DAS UNIDADES MAIS COMUNS PARA EXPRESSAR ENERGIA 1J 1 cal 1 Quilocaloria (kcal) 1 kcal 1 Megacaloria (Mcal) 1 Mcal Adaptado de Lawrence e Fowler, (2002). 0,239 cal 4,184 J 1000 cal 4,184 Quilojoules (kj) 1000 kcal 4,184 Megajoules METABOLISMO DE ENERGIA Unidade de tamanho metabólico É útil na comparação de taxas metabólicas de animais em diferentes tamanhos corporais, uma vez que UTM é relativa a área de superfície corporal. Assim, á área de superfície de dois corpos de forma e densidade similares, mas de diferentes tamanhos são proporcionais a ¾ de seus pesos. • Consequentemente, taxas metabólicas seriam proporcionais ao peso elevado a 0,75 (kg0,75). METABOLISMO DE ENERGIA RELAÇÕES ENERGÉTICAS ENTRE VIAS CATABÓLICAS E ANABÓLICAS Nutrientes liberadores de energia: CHO, gorduras, proteínas Catabolismo ADP+HPO2 NAD+ NADP+ FAD Macromoléculas celulares: proteínas, CHO, lipídeos, ác. nucléicos Adaptado - Lehninger (2002) Produtos finais pobres em energia: CO2, H20, NH3 ATP NADH NADPH FADH2 Anabolismo Energia química Moléculas precursoras: AA, açúcares, ác. Graxos, bases nitrogenadas METABOLISMO DE ENERGIA VIAS METABÓLICAS NÃO LINEARES Catabolismo convergente (a) Fosfolipídeos Triacilgliceróis Amido Glicogênio Sacarose Anabolismo divergente (b) Esteróides Ác. Biliares Est. de colesterol Vit. K Eicosanóides Triacilgliceróis Fosfolipídeos Ace til Co A Oxaloacetato Citrato α cetoglutarato Adaptado - Lehninger (2002) Via cíclica (c) CO2 CO2 METABOLISMO DE ENERGIA PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE ROTAS BIOQUÍMICAS Expressão mais simples da oxidação de um alimento: Alimento + 02 + ADP + P = CO2 + H2O + ATP Rendimento de ATP de uma molécula de glicose metabolizada no intestino delgado e no rúmen: Int. delg. 36 ATP 1 mol de glicose Propionato*: 2 x 17 = 34 ATP Rúmen Acetato: 2 x 10 = 20 ATP Butirato: 1 x 25 = 25 ATP * Prévia neoglicogênese Energia consumida (EM) Calor Proteína e Gordura Energia retida R (retenção) = S (síntese) – D (degradação) Di Marco et al. (2007) METABOLISMO DE ENERGIA NUTRIENTES, PRODUÇÃO DE CALOR E ATP Nutrientes Kcal/mol ATP Glicose 17,7 Ácido propiônico 20,4 Ácido acético 20,9 Ácido butírico 20,1 Proteínas 22,7 Ácido palmítico 18,6 Energia Kcal/mol 673 367 209 524 656 2398 g/mol ATP/mol 180 74 60 88 115 284 38 18 10 25 29 13 Di Marco et al. (2007) Demanda por funções metabólicas (ATP): Trabalho fisiológico ou função de serviço Transporte de íons de Na+/K+ Biossíntese de proteínas e gorduras METABOLISMO DE ENERGIA ROTAS DA SÍNTESE DE ACETATO NO RÚMEN Piruvato Piruvato CoA FAD FADH2 Co CoA Formato Co H Acetil-CoA Acetil-CoA Pi CoA CH4 Resultam: 2 mol. de acetato 2 mol. de ATP Acetato Acetil-fosfato Acetato METABOLISMO DE ENERGIA ROTAS DA SÍNTESE DE PROPIONATO NO RÚMEN NADH NAD Malato Piruvato HO Fumarato NADH NAD NADH NAD Lactato Succinato CoA HO CoA Succinil-CoA Acrilato CO Metilmalonil-CoA Propionil -CoA NADH NAD Propionato 2H CoA METABOLISMO DE ENERGIA VALOR CALÓRICO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS FINAIS GERADOS NO RÚMEN Produtos Valor calórico (kcal/mol) Ácido acético 209,4 Ácido propiônico 367,2 Ácido butírico 524,3 Metano 210,8 Adaptado de Czerkawski, (1986) METABOLISMO DE ENERGIA Partição da energia: Energia bruta (EB). ED = EB – EF 1kg de NDT = 4,41 Mcal de ED. Para obtenção do valor de ED (Mcal/kg de MS) a partir do NDT basta multiplicar a %NDT do alimento ou ração por 0,0441. METABOLISMO DE ENERGIA Partição da energia: EM = ED – EG – EU EM = EB – EF – EG – EU EM pode ser obtida de: EM = ED x 0,82 ou 1 kg de NDT = 3,62 Mcal de EM. Para obtenção do valor de EM (Mcal/kg de MS) a partir do NDT basta multiplicar % NDT por 0,0362. METABOLISMO DE ENERGIA Partição da energia: Incremento calórico: é o aumento que ocorre na produção de calor do animal em (Kj) por cada unidade no consumo de EM em (Mj) EL = EM – IC EL = ED – EF – EG – EU – IC ELm (Mcal/kg de MS) = 1,37EM – 0,138EM² + 0,0105EM³ – 1,12 ELg (Mcal/kg de MS) = 1,42EM – 0,174EM² + 0,0122EM³ – 1,65 METABOLISMO DE ENERGIA Exemplo: Alimento com 55% de NDT. Cálculo da EM, ELm e ELg. ED (Mcal/kg de MS) = 55 x 0,0441 = 2,426 EM (Mcal/kg de MS) = 0,82 x ED = 0,82 x 2,426 = 1,99 ELm (Mcal/kg de MS) = 1,37EM – 0,138EM² + 0,0105EM³ – 1,12 ELm = 1,37 x 1,99 – 0,138 x 1,99² + 0,0105 x 1,99³ – 1,12 Elm = 2,73 – 0,138 x 3,96 + 0,0105 x 7,88 – 1,12 Elm = 2,73 – 0,55 + 0,08 – 1,12 ELm = 1,14 Mcal/kg de MS METABOLISMO DE ENERGIA Exemplo: Alimento com 55% de NDT. ELg (Mcal/kg de MS) = 1,42EM – 0,174EM² + 0,0122EM³ – 1,65 ELg = 1,42 x 1,99 – 0,174 x 1,99² + 0,0122 x 1,99³ – 1,65 ELg = 2,83 – 0,69 + 0,10 – 1,65 ELg = 0,59 Mcal/kg de MS PARTIÇÃO BIOLÓGICA DA ENERGIA DOS ALIMENTOS METABOLISMO DE ENERGIA ENERGIA BRUTA ENERGIA DAS FEZES ENERGIA DIGESTÍVEL ENERGIA DA URINA + GASES (CH4) ENERGIA METABOLIZÁVEL Produção de calor: Metabolismo basal Atividade voluntária Formação de produtos Digestão e absorção Regulação térmica Calor de fermentação Excreção ENERGIA DO INCREMENTO CALÓRICO ENERGIALÍQUIDA MANTENÇA PRODUÇÃO