XXIII Reunião Clínico - Radiológica “ Dr. RosalinoDalasen” www.digimaxdiagnostico.com.br/ 21.01.16 – ADMISSÃO • Identificação: L. A. A., masculino, 18 anos • História clínica: dor abdominal há cerca de 1 mês, associada a episódios de vômitos, diarreia e febre. • Exame físico: Abdome flácido, doloroso à palpação profunda com massa palpável em FID, ruídos presentes • H. P. P.: nada digno de nota • Conduta diagnóstica: RX de abdome agudo – Sinais de obstrução intestinal TC de abdome com contraste oral e venoso TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME TOTAL CONCLUSÃO: Acentuado espessamento parietal concêntrico no cólon ascendente / ceco, determinando dilatação de alças delgadas à montante. A possibilidade de processo neoplásico deve ser considerada. A critério clínico o estudo colonoscópico poderá trazer maiores subsídios diagnósticos. Pequena ascite. 22.01.16 - COLONOSCOPIA 23.01.16 – CIRURGIA • Achados intra-operatórios: Volumosa tumoração na região do ceco com extensão do tumor para a região do mesocólon e acometimento de linfonodos regionais • Procedimento: Ileocolectomia com anastomose ileocólica láterolateral. 24-28.01.16 – PROGRESSÃO DE DIETA; BOA EVOLUÇÃO 29.01.16 – ALTA HOSPITALAR 04.03.16 – CONTROLE COM TC DE TORAX E ABDOME Massa ou inflamação da região ileocecal TC: caracterizar a distribuição da doença, a natureza do espessamento da parede e achados associados • espessamento mural de densidade de gordura - Variante normal ou inflamação crónica • densidade da água - Inflamação aguda ou isquemia • densidade de partes moles: menos específica - Infecção - Isquemia - Inflamação - Tumor Tumores Cancerosos Colônicos • Em relação à natureza dos tumores cancerosos no intestino grosso, a maioria são adenocarcinomas (95%), originados na capa mucosa, mas também podem ser fibrossarcomas (tecido conjuntivo), lipossarcomas (tecido gordo) e linfomas (tecido linfóide). Linfoma de Burkitt • Introdução • Epidemiologia • Apresentação • Exames de imagem do Linfoma de Burkitt Gastrointestinal Linfoma de Burkitt Linfoma (Neoplasia originária de tecido linfóide): - Linfoma de Hodgkin x Linfoma Não-Hodgkin - Células B x Células T x Células NK - Indolente x Agressivo x Altamente agressivo Linfoma de Burkitt • Introdução • Epidemiologia • Apresentação • Exames de imagem do Linfoma de Burkitt Gastrointestinal Linfoma de Burkitt • Tipo de LNH mais comum na faixa pediátrica (30%). • Terceira principal neoplasia entre 0 e 20 anos. • Raro em adultos, exceto em HIV positivos, quando é o segundo tipo de LNH mais comum. • Importante papel do vírus Epstein-Barr em sua patogênese, principalmente em sua forma endêmica. Linfoma de Burkitt • Introdução • Epidemiologia • Apresentação • Exames de imagem do Linfoma de Burkitt Gastrointestinal Linfoma de Burkitt Possui 3 formas de apresentação: 1. Forma esporádica 2. Forma endêmica 3. Forma no paciente HIV positivo Em todas as três formas o linfoma possui um comportamento altamente agressivo, com crescimento tumoral muito acelerado, podendo duplicar em 24 horas, e tem um marcado predomínio de acometimento extranodal. Linfoma de Burkitt Forma esporádica: • É a forma mais comum na maior parte do mundo, incluindo o Brasil; • A idade média de apresentação é de 11 anos, sendo mais comum no sexo masculino (4:1); • Os sítios mais comumente acometidos são extranodais, principalmente o TGI, com predomínio na região íleo-cecal, devido a alta concentração de tecido linfóide nesta região; • As manifestações clássicas envolvem dor abdominal e massa palpável; • A associação com o vírus Epstein-Barr é discreta (20% dos casos). Linfoma de Burkitt Forma endêmica: • É a forma típica na África equatorial; • A idade média de apresentação é de 7 anos, também com predomínio no sexo masculino (3:1); • A maioria dos pacientes abre o quadro com uma massa mandibular ou facial, disseminando-se posteriormente para órgãos internos; • Há uma forte associação com o vírus Epstein-Barr (95% dos casos). Linfoma de Burkitt Forma no paciente HIV positivo: • O acometimento costuma ser mais generalizado, com envolvimento nodal e extranodal (abdominal e SNC); • Associação com o vírus Epstein-Barr ocorre em 40% dos casos. Linfoma de Burkitt • Introdução • Epidemiologia • Apresentação • Exames de imagem do Linfoma de Burkitt Gastrointestinal Linfoma de Burkitt Gastrointestinal • A tomografia computadorizada é o método de imagem mais utilizado para a investigação diagnóstica; • Os principais achados na TC incluem: – volumosa massa circunferencial, homogênea, com margens bem definidas, encontrada mais frequentemente na região ileocecal; – espessamento parietal de longos ou múltiplos segmentos; – extensão para o mesocólon e para linfonodos regionais. • Obstrução intestinal é pouco frequente, sendo encontrada principalmente nos casos que complicam com intussuscepção. Diferentemente do linfoma, o acometimento pelo adenocarcinoma colônico costuma ocorrer com espessamento parietal focal e irregular. Linfoma de Burkitt Gastrointestinal 11-year-old boy with Burkitt lymphoma. Axial contrastenhanced multiplanar reformation CT images reveal focal mass in cecum. 6-year-old boy with Burkitt lymphoma. Coronal contrast-enhanced multiplanar formation CT images show concentric wall thickening with aneurysmal dilatation of several bowel segments in absence of obstruction. Referências • Childhood Burkitt Lymphoma: Abdominal and Pelvic Imaging Findings David M. Biko, Sudha A. Anupindi, Andrea Hernandez, Leslie Kersun and Richard Bellah • Primary Gastrointestinal Lymphoma: Spectrum of Imaging Findings with Pathologic Correlation – Sangeet Ghai, John Pattison, Sandeep Ghai, Matin E. O’Malley, Korosh Khalili, Mark Stephens • Oncologia - Série Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem – C. Isabela Silva Müller, Giuseppe D’Ippolito, Antônio José da Rocha; Editora Elsevier • Gastrointestinal - Série Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem – Giuseppe D’Ippolito, Rogério P. Caldana; Editora Elsevier • STATdx - Copyright © 2016 Elsevier