Por que compra o Sabadell os bancos espanhóis que os

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Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios
Por que compra o Sabadell os bancos espanhóis que os portugueses querem
Maria João Gago | [email protected]
O BES deve saber entretanto que perde a corrida ao Gallego.
Atlântico, Urquijo, Guipuzcoano. O principal denominador comum entre os três bancos espanhóis é o
facto de todos terem sido comprados pelo Sabadell em processos de que dois grupos financeiros
portugueses, a CGD e o BES, saíram derrotados. Uma espécie de maldição que, segundo a imprensa
espanhola deverá voltar a repetir-se esta semana, quando se souber o resultado do concurso de venda
do Banco Gallego.
A provável vítima de mais um previsível sucesso do Sabadell voltará a ser o BES, a única entidade
que, além do catalão Sabadell apresentou uma proposta vinculativa de compra do banco sediado na
Galiza. Fontes financeiras em Madrid, asseguraram ao Negócios que o grupo liderado por Ricardo
Salgado tem "expectativas baixas" relativamente à possibilidade de o banco português sair vencedor da
corrida pela compra da instituição.
Ainda esta terça-feira, o "La Vanguardia", escrevia que o Sabadell é o candidato com mais
possibilidade de sair vencedor deste concurso. "O supervisor e o Ministério da Economia preferem que
uma entidade espanhola gira o complexo processo de amortização de ações preferenciais", escrevia o
diário catalão. Em causa estão os títulos de participação no capital do Gallego colocadas junto de
investidores particulares, que apresentam uma desvalorização média de 50% e que, segundo está
previsto, deverão ser trocadas por capital da instituição que compradora.
Por esta razão, "o Sabadell está mais bem posicionado" na disputa pelo Gallego, referia o diário
"Faro de Vigo", no início de Abril. Os investidores com títulos preferenciais do banco nacionalizado
pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), mecanismo estatal de apoio ao sistema
financeiro espanhol, "terão mais proximidade na venda das ações no mercado se receberem títulos de
uma empresa cotada espanhola", justificava o jornal.
Outra das razões apontadas para a vantagem do Sabadell é o facto de "ser um autêntico veterano
nos movimentos de integração". Ou seja, o facto de o grupo liderado por Josep Oliu, que em Portugal
tem uma participação de cerca de 4%, ter saído vencedor nas outras operações em que derrotou
candidatos portugueses será um dos argumentos para voltar a sair vencedor.
Nas anteriores operações o preço foi determinante para garantir a vitória do Sabadell. Na venda
do também catalão Atlântico, em 2004, o grupo de Oliu superou a proposta da CGD. O mesmo
aconteceu, dois anos mais tarde, com a alienação do Urquijo. O grupo catalão conseguiu fazer uma
oferta mais valiosa que o BES, graças às sinergias da integração do grupo de banca privada Já em 2010,
na compra do basco Guipuzcoano, cuja compra a CGD chegou a tentar em 2008, o Sabadell beneficiou
do ambiente de crise que já se vivia na Europa.
2013-04-17
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