Viver 2017 – Julho – Servindo para Alcançar os Perdidos

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SERVINDO PARA ALCANÇAR OS PERDIDOS
Texto:​ 1 Co 9.19-23
Introdução:
Há pouco tempo atrás, um programa de televisão apresentou um quadro chamado: ​“O
Chefe Secreto”.
Esse chefe era um dono ou diretor de uma empresa que:
● Deixava ​o conforto do seu escritório climatizado, secretária p/cuidar da agenda,
cafezinho, almoço executivo e tudo mais; ​Disfarçava-se e deixava de vestir
roupa formal, para colocar um uniforme; ​Deixava de realizar um serviço leve
para encarar um serviço pesado; ​Foi trabalhar ao lado de funcionários de todos
os tipos, regiões, etc. ​A ideia era procurar saber a verdadeira opinião dos
funcionários da empresa, ver de perto os problemas, na hora em que eles
aconteciam, e conhecer os problemas/sonhos de quem faz a empresa andar. ​Ao
final, se fazia conhecido, acatava algumas sugestões e realizava alguns dos
desejos dos funcionários.
Guardando as devidas proporções e o disfarce à parte, essa ilustração nos dá uma ideia
do que Paulo fez em função do objetivo que propôs. Adaptou-se a circunstâncias
distintas com o fim de alcançar as almas perdidas.
No cap. 9, ele fala de como usufruir liberdade, bem como dos seus direitos de apóstolo
(vr.1), comer e beber bem (vr. 4), ter esposa e estar acompanhado dela (vr. 5) e receber
sustento financeiro (vr. 6).
No vr. 12, contudo, ele diz não ter usado nenhum deles, embora tivesse o direito.
Paulo deixa-nos o exemplo de abnegação por amor ao próximo (Cap. 8.1). Renunciou
seus próprios direitos em consideração às convicções dos outros (Rm 14.15-21; 15.1
deixam isso claro).
Esse exemplo é derivado de sua prática missionária (9.16-23). Ele é livre, mas se torna
voluntariamente servo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas.
(Nos vrs. 19-23), ele apresenta a sua maneira de entender o exercício da sua liberdade
em favor dos outros.
Nesse trecho, Paulo apresenta uma nova face da liberdade. Como já disse, ela se
expressa como capacidade de adaptação a circunstâncias distintas em função do alvo
que a norteia.
O v. 19 contém a tese fundamental, elaborada nos versículos seguintes. Ela afirma:
1º) O que Paulo é​: livre de todos.
Agostinho, o grande pai da Igreja, ensinava que a liberdade verdadeira não se trata de
poder para escolher ou falta de restrições, mas sim, de sermos aquilo que fomos
chamados a ser.
Para Lutero: "O cristão é o senhor mais livre de todos e não está sujeito a ninguém; o
cristão é o servo mais obediente, e está sujeito a todos". ​Em outras palavras, de acordo
com Lutero, por causa do que Cristo fez e por causa de sua fé no Salvador, o cristão se
tornou completamente livre da escravidão da lei. Ele não precisa fazer nada. Por outro
lado, em gratidão pelo que Jesus fez por ele e nele, ​o cristão está preso no serviço a
Deus e ao próximo.​ Ele tem a oportunidade de servi-los com alegria e liberdade.
Livre, com o fim de se tornar escravo de todos. Esta certamente é a maior evidência do
verdadeiro cristão, porque é o retrato do comportamento do próprio Senhor.
​2º) O que ele faz com sua liberdade:​ ​faz-se servo de todos.
Neste contexto, o tornar-se escravo de todos deve ser entendido à luz dos exemplos
citados nos próximos versos, que se referem à vontade de Paulo em se adequar em
qualquer contexto social no qual ele se encontrava, com o objetivo de "ganhar o maior
número possível”.
Três exemplos servem de ilustração: quando estava entre os que viviam sob a lei de
Moisés ​(= os judeus),​ ele procedia ​como​ se fosse um judeu para ganhar os judeus.
Quando estava entre os que viviam sem a lei mosaica ​(= os gentios), ele procedia como
se vivesse sem lei, embora sua conduta seja determinada por outra lei, a lei de Cristo.
Esta consiste em levar as cargas uns dos outros (Gl 6.2) e se resume no amor ao
próximo (Gl 5.13-15; Rm 13.8-10). ​Nossa conduta tem sido determinada por essa lei?
Finalmente, ele se torna um fraco para com os ​fracos​. Em suma, torna-se tudo para com
todos.
Nesse esforço por adaptar-se às circunstâncias, alguns detalhes merecem atenção:
1) Paulo valoriza o lugar vivencial dos que recebem o evangelho. Este deve
encarnar-se na realidade dos destinatários, assim como Deus mesmo, em Jesus
Cristo, encarnou-se numa história e cultura concretas. Por conseguinte, não são
as pessoas que devem adaptar-se ao evangelizador, e, sim, o contrário.
Para o Chefe citado na minha introdução, conhecer os problemas e valorizar os
funcionários, ele é quem deveria adaptar-se ​como um dos funcionários e não o
contrário.
Para alcançar os perdidos, os afastados, nós é que temos que nos adequar em
qualquer contexto social no qual eles se encontram.
2) Paulo não ​se torna um judeu ou gentio, e, sim, ​como um judeu ou gentio.
Valoriza seus costumes e princípios, mostra-se solidário com eles, mas não
renuncia à própria identidade. Está entre eles como cristão, como pessoa sujeita
à lei de Cristo.
A partir disso define a contribuição que tem a dar. Assim precisamos ser, se
desejamos alcançar os perdidos.
Diferente caso com os fracos: não
Escrevendo aos romanos ele se
doutrinárias (Rm 14.1). A ordem
(lit.“fraco”) na fé seja acolhido,
necessário.
só se adapta a eles, ​mas se torna um deles​.
refere àqueles que possuem debilidades
do apóstolo é que esse irmão que é débil
para que possa alcançar o discernimento
3º) O que pretende com sua servidão:​ ​ganhar o maior número possível de pessoas.
Por várias vezes Paulo destaca o que pretende com a sua livre servidão: ganhar o maior
número possível de pessoas, ou seja, salvar (9.22).
A fé não surge do nada. Ela é fruto da ​pregação (Rm 10.17), ​do ensino​, ​do exemplo da
testemunha​, ​da solidariedade​, da ​comunhão e de tudo aquilo que possa dar credibilidade
ao evangelho.
Ganhar as pessoas não significa aliciá-las ou subjugá-las, como muitas vezes se
entendeu na história da Igreja. Significa proporcionar a elas a experiência do poder
salvador e libertador de Deus por meio da palavra da cruz.
Significa ajudá-las a fazer a magnífica experiência da fé e a fortalecê-las através de uma
vida em comunhão, na forma do culto a Deus e do serviço solidário de uns aos outros.
Conclusão
Sempre achamos que temos direito a um bom culto, um bom louvor, uma boa
pregação... resumindo: a uma boa igreja.
E a minha parte, o que tenho feito para o crescimento do Reino? Tenho me doado?
Tenho servido? Participo ou sou apenas expectador?
Os perdidos, como serão alcançados se eu não me aproximo? Cristo veio e nos
conheceu, se misturou, se envolveu e serviu, tudo com o objetivo de alcançar o perdido
(Lc 19.10).
Urge sairmos da nossa área de conforto a fim de nos dispormos para o serviço em favor
de ganhar os perdidos. Existem tantas maneiras de servir! Ore, busque discernimento e
escolha uma hoje, agora!
Kalley Brito, Pr.
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