OS 10 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA: UMA RELAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CAMPUS FLORESTAL
ECONOMIA
OS 10 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA: UMA RELAÇÃO
ENTRE A TEORIA E O CENÁRIO ECONOMICO ATUAL.
FLORESTAL
2011
Débora Almeida 906
Débora Castro 905
Gabriel Henrique 915
Frederico Basus
Jonatas Almeida 957
Jusciléia Teodoro 958
Trabalho apresentado em cumprimento das exigências da disciplina ADF-104 Economia I, do curso de Administração.
Orientado por Ilídio Márcio
FLORESTAL
2011
1. INTRODUÇÃO
A economia trata de relações humanas, relações sociais de produção e distribuição – é
uma ciência social e humana. Pode ser entendida como a forma como uma sociedade
organiza-se e se relaciona para produzir e distribuir o necessário para satisfazer suas
necessidades presentes e preservar condições para as gerações futuras.
É certo que estudos voltados para economia têm vários segmentos, o campo é
centralizado por diversas ideias – os Dez Princípios da Economia – os quais podem ser
divididos em três grupos:
A. Como as pessoas tomam decisões
B. Como as pessoas interagem
C. Como a economia funciona
Em resumo a economia é apenas um grupo de pessoas que interagem umas com as
outras enquanto vivem. Como o comportamento de uma economia reflete o
comportamento das pessoas que as compõem, começaremos o nosso estudo da
economia com quatro princípios de tomada de decisões individuais. Neste trabalho,
relacionamos os 10 princípios básicos da economia a notícias e artigos da área.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Como as pessoas tomam decisões
Para estudo dos quatro primeiros princípios, enquadrados em: como as pessoas tomam
decisões, foi analisada a reportagem de Pereira (2011).
Pequenos Consumidores
Educar nunca foi tarefa fácil para pais nem para os educadores mais experientes. E a
contemporaneidade tem nos colocado novos e árduos desafios, principalmente no que
diz respeito ao consumo. Podemos dizer que, hoje, a formação de nossas crianças não
está somente nas mãos da escola ou da família, pois é compartilhada com as diferentes
mídias, atravessadas por mensagens de apelo ao consumo. E aí está o maior desafio
para os educadores: como integrá-las à educação formal e ajudar o jovem a ter uma
visão mais crítica sobre o que consome? Como educar e formar nossas crianças para
que sejam consumidores mais conscientes no futuro? Antes de nos debruçarmos
especificamente sobre o papel do educador para a transformação da realidade atual,
vale uma reflexão sobre a delicada relação que a criança tem estabelecido com o
consumo. [...]
Esta reportagem remete claramente aos conceitos do primeiro princípio de economia:
“as pessoas enfrentam tradeoffs”, ou seja, a consciência que pessoas fazem escolhas o
tempo todo. Em um mundo onde os recursos são limitados (termo conhecido como
escassez), levando em conta que nossos desejos são ilimitados, podemos assumir que
“nada é de graça”. Por isso é necessário avaliar pontos como: a eficiência e equidade,
utilizando os recursos da melhor maneira equilibrando os desejos e necessidades da
população.
O trecho citado sugere uma educação econômica ainda na infância, traduzindo a
importância de uma visão aprimorada sobre suas opções. Tomadas de decisão
inconsequentes trazem danos, ás vezes difíceis de serem revertidos. Os próximos
parágrafos indicam o porquê desta preocupação cada vez mais cedo.
Vivemos num mundo acelerado, ligados aos meios de comunicação e às redes-sociais
desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. O tempo é outro,
no qual a conectividade e o consumo pautam nossa socialização. Nesses novos tempos,
crianças de todo o mundo têm consumido cada vez mais diferentes mídias e, muitas
vezes, realizam esse consumo de forma simultânea: ouvem rádio enquanto navegam na
internet, assistem à televisão lendo gibis, participam de jogos interativos no
computador ao mesmo tempo que falam ao telefone ou se utilizam de outros gadgets
digitais.
Apesar da influência das novas mídias e da internet, vale destacar que, no Brasil, é a
televisão que ainda dita tendências de consumo. [...] Daí pode-se dizer sem medo que a
televisão tem sido um dos meios mais constantes no processo de socialização e
formação da criança brasileira. [...]
É certo que, más escolhas geram consequências prejudiciais momentaneamente ou
futuramente. Economicamente isso é comprovado pelo segundo princípio da economia:
“O custo de alguma coisa é aquilo de que se desiste para obtê-la”, reforçando a idéia
que tudo tem um preço. Quando opta-se por bens fúteis, muitas vezes, abre-se mão de
bens essenciais. A preocupação com a relação da mídia com os pequenos consumidores
seria exatamente a má influencia sobre as crianças, quanto à implantação de idéias da
“falsa necessidade”. O que resulta no consumo imprudente e excessivo.
[...] Assim, outra pedagogia se instalou à infância: a da tevê, que passou a ter o poder
não só de entreter, mas de informar e educar. O problema é que essa mídia educa para
o consumo sem reflexão, e não para a cidadania. O mercado enxergou no abandono
das crianças diante das telas uma grande chance de aumentar seus lucros e passou a
criar uma série de programações e produtos feitos sob medida. Foi também nesse
contexto que a publicidade dirigida às crianças entrou em cena com força total e
passou a endereçar ao público infantil mensagens de apelo ao consumo de produtos
voltados tanto a crianças quanto a adultos. [...]
Para ter a certeza de boas escolhas precisamos considerar detalhes minuciosos em cada
decisão. É preciso que elas sejam ponderadas e bem pensadas. Um dos caminhos para
que este procedimento seja bem sucedido é o terceiro princípio da economia: “As
pessoas racionais pensam na margem”. Onde é preciso analisar os benefícios
adicionais contrapondo com os custos gerados para realização do objetivo em questão.
Isso significa que uma pessoa ou empresa que toma decisões baseadas nesse tipo de
visão pode vir a ter um beneficio consideravelmente superior ao efetuar decisões, visto
poder analisar o problema e executar a ação se e só se o beneficio marginal da decisão
ultrapassar o custo marginal.
Quanto maior a análise, melhor o resultado. Pequenos detalhes podem deturpar a
capacidade de decisão levar a escolhas influenciadas que podem ser prejudiciais.
Exemplo citado na reportagem analisada, conforme descrito no trecho a seguir:
Esse tipo de publicidade aproveita-se da vulnerabilidade infantil para vender e, como
resultado, a criança influencia até 80% das decisões de compra de uma família, de
acordo com pesquisa da InterSciense de 2003. Vitrines lotadas dos mais variados
brinquedos, merchandising dentro da programação infantil e até dentro de escolas,
produtos licenciados e embalagens chamativas são apenas algumas técnicas de
comunicação mercadológica utilizadas para atingir os pequenos. O grande problema
está no fato de que as crianças são seres em desenvolvimento psíquico, afetivo e
cognitivo e que a maioria delas, até os 12 anos, ainda não tem a capacidade crítica e
de abstração de pensamento formada para compreensão total do discurso persuasivo
dos apelos para o consumo. Além disso, as crianças menores ainda confundem muitas
vezes publicidade com conteúdo da programação.
Hoje, todos somos impactados pela comunicação de mercado, que nos convida a
consumir de forma desenfreada e sem reflexão. Ainda em pleno desenvolvimento e,
portanto, mais vulneráveis que os adultos, as crianças sofrem cada vez mais cedo as
graves consequências relacionadas aos excessos do consumo. A publicidade dirigida ao
público de até 12 anos de idade gera impactos bastante negativos ao desenvolvimento
infantil saudável, pois contribui para o aparecimento de problemas como o
consumismo, a erotização precoce, os transtornos alimentares, a obesidade, o estresse
familiar, o consumo precoce de álcool, a violência e a diminuição das brincadeiras
criativas, entre outros. É claro que são todas questões multifatoriais e que, portanto, a
publicidade não é a única causa de seu aparecimento. No entanto, já se sabe que é um
dos mais importantes entre os fatores que as causam.
Dados como os mais recentes da pesquisa de Orçamento Familiar POF/IBGE de
2008/2009 nos chocam ao mostrar que 33% das crianças brasileiras estão com
sobrepeso e 15% obesas por causa da ingestão descontrolada de alimentos
ultraprocessados. Ou o de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio
são os principais motivadores de delitos entre os/as internos/as da Fundação Casa,
indicou pesquisa sobre o perfil realizado em 2006. Em relação ao consumo precoce de
álcool, estudo da Fapesp de 2009 mostrou que 62% dos adolescentes afirmaram ter
sido expostos quase todos os dias, até mais de uma vez, a publicidades de bebidas
alcoólicas. Não é coincidência que a idade na qual se inicia o consumo regular de
bebidas alcoólicas no Brasil esteja entre 12 e 14 anos.
O reflexo que a mídia tem sobre o comportamento das crianças, descreve bem o quarto
princípio da economia: “as pessoas reagem a incentivos”. Entende-se por benefício o
bem adquirido por aquilo que escolheu e custo o que deixou de adquirir por esta
escolha, a forma em que a economia estipula estes dois fatores, influencia diretamente
em uma decisão. Ao compararmos custos e benefícios, podemos sofrer alterações em
nosso comportamento em função da modificação desses custos e benefícios.
Neste pensamento, não é difícil dar sentido ao porque da mídia focar-se tanto no público
infantil, como o é citado na reportagem às crianças tem uma personalidade psicológica
ainda em formação, tornando mais fácil a persuasão por incentivos ao consumo.
O consumismo é, portanto, um hábito que se tornou uma das características mais
marcantes de nossa sociedade. Mas nenhuma criança nasce consumista, e aqui vale
uma reflexão ética sobre quais hábitos e valores estamos transmitindo. Hábitos
consumistas e valores materialistas que priorizam o ter em detrimento do ser. O
individual acima do coletivo. A competição em vez da cooperação. Além de proteger a
criança legalmente da comunicação mercadológica que lhe é dirigida – como já
fizeram 28 outros países do mundo (incluindo os dez com melhor qualidade de vida) –,
precisamos prepará-la para que seja uma cidadã e consumidora consciente e
responsável [...]
2.2. Como as Pessoas Interagem
Para os três próximos princípios, foram analisadas reportagens de Daniel (2011).
Como o Brasil enfrentará a crise
Para encerrar o ciclo de entrevistas sobre a crise econômica e financeira internacional
realizado pelo Blog Além de Economia em conjunto com o site da revista Carta
Capital, convidamos o Presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
Marcio Pochmann.
Pochmann é economista e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de
Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Na sua visão, após essa crise, a China sairá ainda mais fortalecida e, por
isso, o Brasil deveria tomar medidas não somente reativas, mas também ativas para
enfrentar a crise atual.
Além de Economia/CartaCapital: Recentemente o IPEA publicou uma pesquisa sobre a
crise mundial e afirmou que a economia brasileira está melhor preparada para
enfrentá-la do que em 2008. Por quê?
Marcio Pochmann: É bom salientar que estamos falando da mesma crise, que iniciouse em 2008 e é associante, agora, em uma segunda onda em sua manifestação. Não se
trata de uma crise diferente, embora em 2008 estivesse mais associada a uma natureza
mais financeira. Agora estamos falando de uma crise de natureza fiscal, especialmente
no centro do capitalismo mundial. É uma crise mais grave e ampla.[...]
[...] Enfim, essa crise se expressa de uma forma mais aguda nos países ricos, do ponto
de vista fiscal nesse momento, mas tem uma amplitude que nos permite chamar a
atenção pelo fato de que estamos vivendo uma crise na qual praticamente todos os
países convivem com o regime de economia de mercado, com o capitalismo.
As crises anteriores, de maneira geral, tinham a sua dimensão mundial, mas a
totalidade dos países não era capitalista como hoje. [...]. Na década de 30, uma parte
do mundo era capitalista e convivíamos com países de economia planificada, como a
ex-URSS. Agora temos uma dimensão global do ponto de vista do sistema e
funcionamento do capitalismo.
O Brasil, de maneira geral, tem sabido aproveitar relativamente bem os momentos de
crise. E a turbulência de 2008, no nosso modo de ver, foi um marco na condução da
política macroeconômica no período recente. Com uma decisão inédita, olhando a
trajetória das decisões macroeconômicas em períodos de crise, desde a antiga da
dívida externa, em 1981, até dizia-se a época que quando os EUA tossiam, o Brasil
contraía uma pneumonia, porque as medidas tomadas no Brasil, em geral, levavam ao
aprofundamento da própria crise.
Desde 1981, quando havia uma crise internacional os governos brasileiros geralmente
elevavam a taxa de juros, cortavam investimentos, reduziam gastos públicos,
aumentavam impostos, mantinham o salário mínimo igual e não ampliavam os direitos
sociais.
Em 2008, observamos uma reação no sentido inverso. Houve uma queda da taxa de
juros, mesmo que tenha demorado, a elevação do salário-mínimo, a desoneração fiscal
para determinados setores, ampliação dos gastos sociais e investimentos públicos. Isso
fez com que o Brasil tivesse melhores condições de enfrentar a crise no ponto de vista
da expansão do mercado interno.
No período atual, as ações já adotadas revelam a mesma preocupação. A presidenta
Dilma Rousseff faz um movimento que antecipa o enfrentamento da crise, com a medida
de reduzir a taxa de juros. Em 2008, levamos quatro meses para essa redução e os
boletins do Banco Central, em plena crise, continuavam a afirmar que o Brasil estava
vivendo uma expansão da atividade econômica, sendo verificado justamente o
contrário. Agora não, já se antecipou e tomou decisões neste sentido.
A elevação do salário-mínimo para 619 reais em 2012, que ainda precisa ser aprovada
pelo Congresso Nacional, vem a melhorar vários outros benefícios socais que estão
atrelados ao salário-mínimo.
Na presença de uma crise econômica muitos países tendiam a se “fechar” para o
mercado ou recorrer ao protecionismo, nunca assumido por estes. O quinto princípio
básico da economia é o de que: “O comércio é bom para todos”. Em um mundo
capitalista como vivemos hoje é indispensável o livre mercado. O comércio é a principal
engrenagem da nossa economia, precisamos comercializar com outras nações para que
possamos obter maior cesta de bens e serviços por custos menores. Na economia atual
cada pais tende a focar a sua produtividade em bens ou serviços específicos utilizando
dos recursos disponíveis em seu território, por exemplo: se um país produz mais grãos
outro produz mais combustíveis. E é claro que os produtos encontrados em abundância
são fornecido por preços menores se comparado ao restante do mercado.
O sexto princípio da economia: “Os mercados são geralmente uma boa maneira de
organizar a atividade econômica” é encontrado basicamente nas nações onde haja a
economia de mercado. Passando o poder de decisões de um comando central para as
inúmeras empresas e famílias, deixando livre o poder de escolha. As empresas tem total
domínio das decisões sobre o que vão produzir, a que preço e quem contratarão para
trabalhar. E as famílias detém o poder de decidir em muitos casos para quem irão
trabalhar, o quê irão consumir e de quem irão adquirir estes bens. Este principio nos
remete ao termo da “Mão invisível” descrito por Adam Smith em “A riqueza das
nações” como “a liberdade de iniciativa e no sistema de preços, lucros, prejuízos e
incentivos” e a auto regulagem do mercado.
No artigo acima fica visível o sétimo principio: “Às vezes os governos podem
melhorar os resultados dos mercados”, o que vem contrapor o conceito da mão
invisível do sexto principio. O ideal da economia é que todos os bens e serviços sejam
transacionados livremente por capital aos preços do mercado. Mas, como “nada é
perfeito” o mercado possui suas falhas, que em muitas vezes só são possíveis de serem
controladas pela intervenção do governo, que pode agir de forma errônea ou assertiva
como apresentado no artigo acima. Desde os anos 80 na presença de alguma crise
internacional os governos brasileiros na intenção de evitar que o país fosse muito
afetado, aumentava a taxa de juros, cortavam gastos públicos e outras atitudes que
“congelavam” a economia brasileira, porém, não surtiam efeito. Em 2008 na eminência
de uma nova crise mundial e enquanto muitos países desenvolvidos entravam em
recessão, fechavam a economia, reduziam os salários e empregos, o Brasil fez diferente
e alcançou o sucesso reduzindo a taxa de juros, investindo em desenvolvimento social,
eliminou ainda alguns impostos de determinados produtos, como por exemplo a redução
de IPI na compra da linha branca e de veículos. Essa atitude fortaleceu o mercado
brasileiro, fazendo o Brasil começar a ser visto com outros olhos.
2.3. Como Funciona a Economia
Para estudo dos princípios 8, 9 e 10, foram analisadas reportagens de Martins (2010),
Duarte (2009) e BBC Brasil (2011) respectivamente.
Ascensão da China é destaque no New York Times
O jornal estadunidense New York Times destaca nesta segunda (16) que, depois de três décadas de
crescimento espetacular, a China superou o Japão e se transformou na segunda maior economia do
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com o PIB avaliado em dólar.
O fato não constitui propriamente uma novidade. O Banco Central chinês já anunciara
no dia 30 de julho que o valor da produção chinesa em dólar superou a japonesa. Nesta
segunda (16), a subida no ranking do gigante asiático foi confirmada pelo anúncio, em
Tóquio, de que a economia japonesa cresceu 0,4% no segundo trimestre, ficando em
US$ 1,28 trilhão, pouco abaixo do US$ 1,33 trilhão registrado pela China no mesmo
período. [...]
Ascensão
De todo modo, o que respalda a ascensão da China e a ultrapassagem do Japão
(mesmo em dólar) é o extraordinário crescimento da economia, que ocorre em franco
contraste com o desempenho medíocre das três maiores potências capitalistas (EUA,
Japão e Alemanha). No primeiro semestre deste ano, a produção chinesa cresceu
11,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando o valor de
2,55 trilhões de dólares.
Desde 1978, quando foram introduzidas as reformas econômicas, o país vem
registrando crescimento médio anual superior a 9,5%, enquanto os países capitalistas
considerados mais industrializados patinam no pântano da estagnação, com taxas de
crescimento em torno de 2% ao ano e elevado nível de desemprego. [...] (Martins,
2010)
A ascensão econômica da China, esta diretamente ligada a sua capacidade de produção,
como é citado na reportagem o que entre os princípios está diretamente ligado ao oitavo:
“O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e
serviços”. As diferenças de produtividade dos países regulam seu padrão de vida.
Assim, naqueles países com maior produtividade de bens e serviços a população
apresenta uma renda média mais elevada. Como a produtividade é a quantidade de bens
ou serviços que um indivíduo pode produzir em uma hora, quanto maior sua eficiência
produtiva, maior o bem estar de sua população. A relação fundamental entre
produtividade e padrões de vida é simples, mas suas implicações são profundas. Se a
produtividade é o determinante principal do padrão de vida, outras explicações devem
ser de importância secundária.
Quando ouvimos que um país cresceu “N” por cento, em relação ao ano anterior ou a
outro país, com certeza estamos nos informando sobre o PIB (produto interno bruto)
referente a eles. Um fator que elimina qualquer dúvida sobre a veracidade deste oitavo
princípio.
Copom reduz a taxa Selic em 1,5 ponto, para 11,25%
BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) acaba de reduzir em 1,5 ponto
percentual a taxa básica de juros da economia, para 11,25% ao ano, sem viés. Antes do
corte, a Selic estava em 12,75% ao ano.
A decisão, já esperada por boa parte do mercado, foi tomada por unanimidade. Esse é
o menor patamar da Selic, que retorna assim aos níveis de setembro de 2007, quando o
BC iniciou o ajuste de alta no juro básico. Já o corte de 1,5 ponto percentual é o maior
a ser realizado pelo Copom desde novembro de 2003.
Tão logo a decisão foi anunciada, os principais bancos públicos e privados do país
divulgaram repasse do corte para os consumidores.
A justificativa do comitê foi à seguinte: "Avaliando o cenário macroeconômico, o
Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 11,25% ao ano, sem viés, por
unanimidade. O Comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a
inflação até sua próxima reunião, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste
da taxa básica de juros já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir
os próximos passos na sua estratégia de política monetária." [...] (Duarte, 2009)
Quando leigos em economia deparam com este tipo artigo, normalmente levanta-se a
questão: o que faz com que surjam crises, inflação, aumento e redução de juros? As
respostas são diversificadas, mas basicamente partem do nono princípio: “Os preços
sobem quando o Governo emite moeda demais”. Quando os governos emitem muita
moeda, a população fica com um “poder aquisitivo” mais elevado, acentuando-se ainda
mais o problema da escassez. Como sobra mais dinheiro no mercado, existe uma
demanda ainda maior por produtos e serviços, ou seja, amplia-se a demanda.
Considerando-se que a oferta não acompanha o aumento da demanda, os preços sobem,
acarretando uma alta taxa de inflação.
Com a elevação dos preços provocada pela abundância de moeda (inflação), os preços
se tornam mais caros. Se o preço de um produto (ou bem) sobe, é necessária uma maior
quantidade de moeda para adquiri-lo, assim ocorre uma desvalorização da moeda.
Nessa situação, o Banco Central de cada país toma uma reação mais expansionista ou
mais contracionista, em função do risco de inflação que um país sofre. Um dos
reguladores da quantidade de dinheiro no mercado utilizado pelos governos é a taxa
Selic.
Selic (Sistema especial de liquidação e custódia) é um sistema responsável por gerenciar
a emissão e negociação de títulos públicos emitidos pelo tesouro nacional. Esses títulos
são uma espécie de nota promissória (títulos) que o governo faz para pessoas físicas e
jurídicas com quitação em uma data posterior acrescido de determinada taxa de juros, a
qual recebe o nome de Selic.
Existe uma operação praticada no mercado (uma das mais seguras por sinal) que é
aquela feita entre os bancos. Assim, os bancos emprestam dinheiro entre si de modo a
cobrir falhas no orçamento. Em troca do dinheiro emprestado, os bancos dão em
garantia esses títulos públicos adquiridos do governo (títulos com inadimplência quase
zero). Como essas operações, consideradas as mais seguras, são baseadas nos títulos do
governo, e como esses títulos são baseados na taxa Selic, todas as outras operações, com
risco mais elevado, também serão baseadas nesta taxa.
Dessa forma, quando o governo aumenta a taxa Selic, o crédito no mercado ficará mais
caro, por conseqüência teremos uma demanda menor por produtos e serviços,
reduzindo-se assim os seus preços e regulando a inflação.
Conforme citado na reportagem de Duarte (2009) o governo reduziu a taxa Selic para
11,25% ao ano; essa medida teve um efeito positivo. Visto que o dólar se valorizava em
relação ao real (graças mais especificamente à Zona do Euro), o governo tomou essa
medida para aumentar a quantidade de moeda no mercado e assim estimular uma
redução nos preços (principalmente da commodities).
Ajuste econômico rigoroso pauta 'indignação' dos portugueses
Afetados por rigorosas medidas de ajuste anunciadas pelo governo nos últimos dias,
milhares de portugueses aderiram neste sábado (15) aos protestos contra a "ganância
corporativa", parte de um movimento que se espalhou pela Europa e pelos Estados
Unidos.
A maior manifestação foi em Lisboa. Segundo os organizadores, foram cem mil
pessoas. A imprensa portuguesa cita 30 mil. Os manifestantes fizeram uma passeata
por mais de dois quilômetros que terminou na frente do Parlamento português.
Ao longo do caminho, placas de venda de imóveis e muitas lojas fechadas são alguns
dos sinais mais visíveis da crise. O desemprego já atinge 13,2% dos portugueses.
No Porto, a polícia calculou em 10 mil os participantes do protesto (20 mil, segundo os
organizadores). [...]
[...] O governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho também foi criticado por
disponibilizar dinheiro para os bancos no mesmo momento em que anuncia medidas de
rigor.
Na última quinta-feira, o governo anunciou que todos os funcionários públicos
deixarão de receber o décimo quarto salário. Os que ganham mais de mil euros
mensais também deixarão de receber o décimo terceiro.
Os manifestantes também lembraram a situação crítica da Irlanda, da Espanha e da
Grécia, alguns dos países mais afetados pela crise da dívida que se espalha pela zona
do euro. [...]
Nova Manifestação
Uma assembléia foi organizada nas escadarias do Parlamento e uma nova
manifestação foi convocada para o próximo dia 26 de novembro.
Tiago Gillto, do movimento Precários Inflexíveis, disse que "a manifestação reage ao
caminho da precariedade (do trabalho)".
"O projeto do atual governo é transformar a precariedade numa regra", disse.
Dentro do programa de resgate da economia portuguesa, sob a justificativa de que é
necessário aumentar a competitividade da economia do país, o governo pretende
facilitar demissões e reduzir as indenizações por tempo de serviço.
O governo também anunciou o aumento do horário de trabalho na iniciativa privada
em meia hora diária - passando das 40 horas semanais para 42,5.
Também houve corte nas aposentadorias do setor público, de 14 para 12 pagamentos
anuais. (BBC BRASIL, 2011)
A indignação dos portugueses vem da reprovação das medidas adotadas pelo governo
de seu país, na tentativa de conter a crise que atinge a Europa. Quando tomamos
conhecimento de uma crise econômica deste porte, normalmente de imediato já nos
deparamos com conseqüências como elevação do nível de desemprego. O porquê disto,
pode ser explicado pelo décimo princípio de economia: “Sociedade Enfrenta um
Tradeoff de Curto Prazo entre Inflação e Desemprego”.
Quando o governo aumenta a quantidade de moeda na economia, um dos resultados é
inflação. Outro resultado, pelo menos no curto prazo, é um menor nível de desemprego.
A curva que representa este tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego é
chamada de curva de Phillips, em homenagem ao economista que examinou pela
primeira vez essa relação. A curva de Phillips continua a ser um tópico controverso
entre os economistas, mas a maioria deles hoje admite a idéia de que a sociedade
enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego. Isso significa
simplesmente que em períodos de um ou dois anos muitas políticas econômicas
empurram a inflação e o desemprego em direções opostas.
Os formuladores de políticas enfrentam esse tradeoff independentemente de a inflação e
o desemprego estarem em níveis elevados, em níveis baixos ou em algum ponto
intermediário. A curva de Phillips é, portanto, crucial para o entendimento de muitos
fenômenos na economia. Mais especificamente, é importante para o entendimento do
ciclo de negócios – as flutuações irregulares e altamente imprevisíveis da atividade
econômica, medidas pelo número de pessoas empregadas ou pela produção de bens e
serviços. Os formuladores de políticas podem explorar o tradeoff de curto prazo entre
inflação e desemprego usando diversos instrumentos de política. Mudando o montante
de gastos do governo, mudando o valor arrecadado de impostos e mudando o montante
de emissões de moeda, os formuladores de políticas podem influenciar a combinação de
inflação e desemprego que a economia apresenta. Uma vez que esses instrumentos de
política monetária e fiscal são potencialmente tão poderosos, a maneira como os
formuladores de políticas devem utilizá-los para controlar a economia e mesmo se
devem ou não utilizá-los são objeto de constante debate.
3. CONCLUSÃO
Ao final deste trabalho, podemos concluir que os dez princípios de economia, definidos
por Mankiw, em analogia as regras da igreja católica para que seus fiéis obtenham sua
“passagem para o céu”, podem ser chamados de os 10 mandamentos da economia. Pelos
quais a sociedade guia-se para conseguir satisfazer suas necessidades ilimitadas com um
mercado escasso. Relacionando notícias do nosso cenário econômico atual a estes
conceitos, fica fácil enxergar como eles estão presentes no nosso cotidiano e entender,
pela base, como funcionam questões complexas que ditam nossa economia.
Tabela 1: Resumo dos 10 princípios de economia
1. As pessoas enfrentam
Tradeoffs
Como as Pessoas
Tomam Decisões
2. O custo de alguma coisa é
quilo de que se desiste para
obtê-la
3. As pessoas racionais
pensam na margem
4. As pessoas reagem a
incentivos
5. O comércio pode ser bom
para todos
Dez Princípios de
Economia
Como as Pessoas
Interagem
6. Os mercados são
geralmente uma boa maneira
de organizar a atividade
econômica
7. O governo pode
potencialmente melhorar os
resultados do mercado
8. A produtividade é a fonte
fundamental dos padrões de
vida
Como Funciona a
Economia
9. Os preços sobem quando
o governo emite moeda a
mais
10. A sociedade enfrenta um
tradeoff de curto prazo entre
inflação e desemprego
4. REFERÊNCIAS
BBC BRASIL. (15 de out. de 2011). Folha. Acesso em 15 de out. de 2011, disponível
em Folha.com: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/991329-ajuste-economico-rigorosopauta-indignacao-dos-portugueses.shtml
CÉSAR das Neves, J. “O que é a Economia?”, Principia
DANIEL, P. (5 de set. de 2011). Carta Capital. Acesso em 14 de out. de 2011,
disponível em Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/politica/como-o-brasilenfrentara-a-crise
DUARTE, P. (11 de mar. de 2009). O Globo - Economia. Acesso em 15 de out. de
2011,
disponível
em
O
Globo:
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/03/11/copom-reduz-taxa-selic-em-1-5ponto-para-11-25-754790486.asp
MANKIW, N. Gregory ,“Introdução á Economia”, Thomson
MARTINS, U. (16 de ago. de 2010). Vermelho. Acesso em 13 de out. de 2011,
disponível
em
Portal
Vermelho:
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=135200
PEREIRA, L. F. (05 de out. de 2011). Carta Capital. Acesso em 12 de out. de 2011,
disponível em Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/economia/pequenosconsumidores
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