Modelos atômicos Juliana Soares Grijó Escola Olímpica de Química - EOQ O que é um modelo? – Modo simples de descrever fenômenos e predizer resultados científicos. – É incompleto e incorreto – Deve-se usar modelos apropriados para os casos estudados; caso o modelo disponível não “cumpra todos os requisitos”, deve-se criar um novo modelo – (1770) Lavoisier: substâncias podem ser transformadas, porém seu peso total permanece constante – 1793 Louis-Joseph Proust: compostos consistem de elementos simples combinados em proporções fixas de massa Modelo atômico de Dalton • Criado com base nas recentes teorias químicas da época • Postulados: – Cada elemento é composto de partículas extremamente pequenas chamadas átomos – Todos os átomos de um elemento são idênticos – Átomos de elementos diferentes tem propriedades (incluindo massa) diferentes – Compostos são formados quando átomos de mais de um elemento se combinam – Em um determinado composto, a relação entre os elementos é constante, inteira e pequena • Grande sucesso em explicar os fenômenos observados na época • A tabela periódica, organizada em 1869 por Mendeleev, foi feita à luz desse modelo • Até hoje usamos o modelo de Dalton para fins didáticos e para a resolução de problemas simples 1897 – Experiência do tubo de raios catódicos por J. J. Thomson Determinação da relação carga/massa dos elétrons: 1,76 × 108C/g 1904 – Modelo atômico de Thomson • Pequenas partículas de cargas negativas (elétrons) são encontradas em uma esfera carregada positivamente • Modelo assemelha-se a um pudim de passas • Nessa época Thomson já encontravam-se nessa esfera dispostos em anéis de raios definidos “The view that the atoms of the elements consist of a number of negatively electrified corpuscles enclosed in a sphere of uniform positive electrification, suggests, (…) that of the motion of a ring of n negatively electrified particles placed inside a uniformly electrified sphere. Suppose when in equilibrium the n corpuscles are arranged at equal angular intervals round the circumference of a circle of radius a, each corpuscle carrying a charge e of negative electricity. “ [1] 1911 – Modelo de Rutherford • Rutherford decide estudar a dispersão de partículas α quando atravessavam a matéria • Rutherford propôs que o átomo realmente deveria ser esférico, porém a carga positiva deveria ficar concentrada no centro, e ter uma carga negativa difusa em torno dele. Problemas: – Elétrons orbitando o núcleo deveriam emitir continuamente energia e diminuir o raio de sua órbita – O elétron deveria cair sobre o núcleo, colapsando! • 1913 – Niels Bohr propõe uma solução para o modelo atômico de Rutherford, baseando-se na “recém-nascida” física quântica • Para Bohr: – Os níveis de energia são discretos, isso é, só podem assumir determinados valores mvr = nh/2π, n=1,2,3... – Quando um elétron está em orbitando o núcleo em um mesmo nível, ele não absorve nem emite energia (níveis estacionários) – “Saltos” de nível absorvem/emitem energia • O modelo de Bohr foi bem sucedido em explicar o espectro do hidrogênio predito em 1885 por Joseph Balmer • A equação foi generalizada por Rydberg, em 1890, na seguinte equação: • Note a beleza do avanço da ciência: em 1885 o modelo de Thomson sequer tinha sido proposto! • Até então, admitia-se que átomos de um mesmo elemento deveriam ter massas atômicas iguais, apesar de alguns experimentos e cientistas suspeitarem do contrário • Em 1919, William Aston cria o espectrógrafo de massa e confirma que a massa atômica de um elemento pode ser fracionária, pois é resultado da combinação de isótopos com massas atômicas “inteiras”. • Exemplo: Massa atômica média do carbono natural: 98,892 % de12C + 1,107 % de 13C. = (0,9893)x(12 u) + (0,0107)x(13,00335) = 12,01 u • Algumas definições: 12 u = massa do 12C = 1,99265.10-23g Número de átomos em 12g de 12C: 12g /1,9926.10-23g = 6,0221x1023 (constante de Avogadro) • 1925 Louis de Broglie propõe que partículas devem ter também um comportamento ondulatório: λ = h/mν • 1927 Werner Heisenberg propõe o princípio da incerteza, onde postula que não é possível conhecer simultaneamente com exatidão a posição e o momento linear de um objeto • 1927 Erwin Schrödinger propõe uma nova descrição para a matéria, levando em conta a dualidade da matéria. Ao invés de descrever o elétron como uma partícula, Schrödinger descreve-o como uma função de onda ψ • A equação de Schrödinger dependente do tempo é: Onde H(t) é o operador hamiltoniano, que leva em conta as parcelas de energia cinética e energia potencial para calcular a energia total do sistema. Se considerarmos um estado estacionário (energia não varia com o tempo), podemos manusear mais facilmente a equação, chegando em: • Essa é a equação de Schrödinger independente do tempo. Resolvendo-a, obtemos funções de onda • Interpretação de Born: a probabilidade de encontrar um elétron em uma região é proporcional a ψ² • A função de onda ψ terá um termo radial e um angular: Ψ(r, θ,φ) = R(r)xY(θ,φ) • Algumas funções radiais e axiais para o átomo de hidrogênio: Plotando essas as densidades de probabilidade dessas funções de onda, chegamos nas seguintes figuras: • Note que as funções de onda dependem de algumas “letrinhas”, que definem os números quânticos – n – número quântico principal: distância do elétron ao núcleo. – l – número quântico angular: velocidade com que o elétron orbita o núcleo – mℓ - número quântico magnético: orientação do movimento do elétron De forma resumida, para saber o conjunto de números quânticos de um elétron: • Há também o número quântico de spin! Como elétrons são férmions, apresentam spin fracionário, ou seja, ms = ±½ De acordo com o Princípio da exclusão de Pauli, dois elétrons não podem ter o mesmo conjunto de números quânticos. Assim, se dois elétrons estão no mesmo orbital, um deve ter número quântico de spin +1/2 e outro, -1/2