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PREVALÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE UROPATÓGENOS
GRAM NEGATIVOS EM CONSULTAS AMBULATORIAIS EM HOSPITAL
TERCIÁRIO(1)
Fernanda Aguirre Carvalho(2), Mônica de Abreu Rodrigues(3), Danielly Silva(3) Juliana
Damer(3), Vinícius Victor Lorenzoni (3), Rosmari Horner(4)
(1)
Pesquisa de iniciação científica desenvolvida no Laboratório de Bacteriologia Clínica, Departamento de Análises
Clínicas e Toxicológicas, Universidade Federal de Santa Maria.
(2)
Estudante do Curso de Graduação em Farmácia; Universidade Federal de Santa Maria; Santa Maria, Rio Grande do
Sul; [email protected];
(3)
Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas; Universidade Federal de Santa
Maria; Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected];
(3)
Estudante do Curso de Graduação de Licenciatura em Ciências Biológicas; Universidade Federal de Santa Maria;
Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected];
(3)
Estudante de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas; Universidade Federal de Santa
Maria; Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected];
(3)
Estudante do Curso de Graduação em Farmácia, bolsista FIPE Sênior/UFSM; Universidade Federal de Santa Maria;
Santa Maria, Rio Grande do Sul; [email protected];
(4)
Rosmari Hörner; Universidade Federal de Santa Maria;
RESUMO: Infecções do trato urinário acometem particularmente crianças, adultos jovens e mulheres sexualmente
ativas, e estão entre as doenças infecciosas mais comuns na prática clínica, sendo a mais frequente dentre as infecções
nosocomiais em todo o mundo. A pesquisa foi realizada a fim de verificar quais bactérias Gram negativas são mais
frequentes em uroculturas de pacientes ambulatoriais do Hospital Universitário de Santa Maria e determinar o perfil de
resistência desses microrganismos, no período de Julho à Outubro de 2014. Foram analisados 326 laudos de ITU
positivo nas consultas ambulatoriais, sendo Escherichia Coli a bactéria mais prevalente (68%). ITU foi mais frequente
em mulheres (78,5%). No perfil de sensibilidade encontrou-se alta resistência para Ampicilina e SulfametoxazolTrimetoprim, com 57,42% e 34,93% respectivamente. Os resultados encontrados neste estudo ressaltam a importância
do antibiograma, para com isso ter um tratamento adequado, evitando assim complicações como ITU recidiva ou má
eficácia do tratamento.
Palavras-Chave: Ambulatorial; Escherichia coli; Gram negativa; Suscetibilidade.
INTRODUÇÃO
As infecções do trato urinário (ITU) estão entre as doenças infecciosas mais comuns na prática
clínica, particularmente, em crianças e adultos do sexo feminino, sendo apenas menos frequentes que as do
trato respiratório. Representam de 30 a 50% das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS),
adquiridas em hospitais gerais (BRASIL, 2013).
O microrganismo prevalente em ITU é a Escherichia coli, uma enterobactéria que pode ser
responsável desde simples cistite até pielonefrite crônica, podendo evoluir para septicemia. A prevalência
da ITU é maior em mulheres devido a sua anatomia: maior proximidade da uretra feminina com o ânus e o
fato desta ser muito mais curta que a masculina (LOURA; FERNANDES, 2010).
O diagnóstico da ITU deve ser precoce e o exame de urina (urocultura) e o perfil de suscetibilidade
aos antimicrobianos, determinado pelo antibiograma, devem ser usados para estabelecer tratamento
adequado, evitando assim a falha terapêutica (GIRIYAPUR, et al., 2011).
O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência e o perfil de suscetibilidade de bactérias Gram
negativas isoladas de ITU de pacientes atendidos nos ambulatórios do Hospital Universitário de Santa Maria
(HUSM), no período de Julho à Outubro de 2014.
METODOLOGIA
Constitui-se em um estudo retrospectivo através de análise de laudos dos pacientes que
apresentavam suspeita clínica de ITU, realizados no Laboratório de Análises Clínicas do HUSM, no período
de Julho à Outubro de 2014. Para isso, foram consideradas culturas positivas as placas que apresentaram
5
contagem de unidades formadoras de colônia (UFC) maior ou igual a 10 UFC/mL (CLSI, 2014).
Os testes de identificação das bactérias isoladas e os perfis de sensibilidade frente aos
antimicrobianos foram efetuados através do sistema automatizado Vitek® 2 (bioMérieux), seguindo-se as
recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2014).
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
Utilizaram-se os cartões para Gram-negativa (GN) onde foram testados os antimicrobianos ácido
nalidíxico, amicacina, amoxicilina/ácido clavulânico, ampicilina, cefalotina, cefepima, ceftriaxona,
cefuroxima, cefuroxima axetil, ciprofloxacina, ertapenem, gentamicina, meropenen, norfloxacina,
nitrofurantoína, piperacilina/tazobactam e trimetoprim/sulfametoxazol.
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal
de Santa Maria, sobre o número 38850614.4.0000.5346.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período do estudo, um total de 526 bactérias Gram negativas foram identificadas no HUSM,
sendo 326 provenientes de consultas ambulatoriais (326/526 – 62%). Dos microrganismos identificados, a
E. coli foi a mais prevalente, estando presente em 222 (68%) das amostras, corroborando com o estudo
realizado em Goiás por Silva e colaboradores (2014), o qual também encontrou predominância desta
espécie (67,9%) (SILVA et. al, 2014). A segunda espécie de maior frequência foi a Klebsilella pneumoniae
com 14,72% (48/326). Neste estudo a prevalência das uroculturas positivas, foi no gênero feminino (78,5%).
Ribeiro (2010), em estudo realizado em 2010, em Viçosa, Minas Gerais, também encontrou prevalência de
uroculturas positivas (87,16%) em mulheres.
No teste de suscetibilidade, evidenciou-se que a grande maioria das cepas gram negativas isoladas
dos pacientes atendidos em ambulatórios apresentaram sensibilidade a amicacina (98,56%), meropenem
(96,65%), ertapenen (94,74%) e gentamicina (92,34%). Os antimicrobianos que apresentaram menor
eficácia foram a ampicilina e o sulfametoxazol-trimetoprim, com resistência de 57,42% e 34,93%,
respectivamente. Tais resultados corroboram com estudos desenvolvidos por Chambô Filho et al. (2013),
em Vitória, Espírito Santo, que também encontraram uma baixa sensibilidade (menor que 40%) frente a
estes antimicrobianos.
CONCLUSÕES
Conclui-se a importância do monitoramento da resistência para o conhecimento do perfil de
sensibilidade das bactérias patogênicas, bem como os microrganismos de maior prevalência.
Este estudo pode auxiliar os clínicos na prescrição adequada do medicamento, para que assim não
ocorra falha no tratamento, e o mais grave, não gerar uma maior resistência dessas bactérias devido ao uso
indiscriminado de antibióticos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção
Relacionada à Assistência a Saúde. Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas Brasília: Anvisa, 2013.
CHAMBÔ FILHO, A. et al. Estudo do perfil de resistência antimicrobiana das infecções urinárias em mulheres atendidas
em hospital terciário. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 11,102-107, 2013.
CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI). Performance Standards for Antimicrobial
Susceptibility Testing; Twenty-Fourth Informational Supplement, Document M100-S24; Wayne, Pennsylvania,
USA; 2014.
GIRIYAPUR, R.S. et al. Comparison of Disc Diffusion Methods for the Detection of Extended-Spectrum Beta LactamaseProducing Enterobacteriaceae. Journal of Laboratory Physicins, 3, 33-36, 2011.
LOURA, M. B.; FERNANDES, M. G. A incidência de infecções urinárias causadas por E. coli. Revista Olhar Científico,
Ariquemes, 1, 411-426, 2010.
RIBEIRO, N. B. Micro-organismos causadores de infecções do trato urinário em pacientes atendidos em um laboratório
de análises clínicas de Viçosa-MG. 32 p. Monografia (Graduação em Farmácia)-UNIVIÇOSA, Viçosa, 2010.
SILVA,L.M. et al. Escherichia coli isolados de infecção urinária em gestantes: Perfil de resistência aos antimicrobianos.
Enciclopédia Biosfera, 10, 231-239, 2014.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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