capim piatã manejado sob lotação intermitente com

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE ARAGUAÍNA
DOUTORADO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL
CAPIM PIATÃ MANEJADO SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE
COM BASE NA ALTURA DA PLANTA NO PERÍODO DAS CHUVAS
Valdinéia Patricia Dim
ARAGUAÍNA
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE ARAGUAÍNA
DOUTORADO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL
Capim Piatã manejado sob lotação intermitente com base na altura da
planta no período das chuvas
Valdinéia Patricia Dim
Tese
apresentada
para
obtenção do título de Doutora,
junto ao Programa de PósGraduação em Ciência Animal
Tropical,
da
Universidade
Federal do Tocantins.
Área de concentração: Produção Animal
Orientador: Profº. Dr. Emerson Alexandrino
Co-orientador: Profº. Dr. Antônio Clementino dos Santos
ARAGUAÍNA
2013
“Tenha fortaleza de ânimo, para resistir a todos os embates e tempestades
do caminho. Não se iluda: mesmo a estrada do bem está cheia de tropeços e
dificuldades... Continue, porém! Não dê ouvidos às pedras colocadas pela inveja,
pelo ciúme, pela intriga... Marche de cabeça erguida, confiantemente, e vencerá
todos os obstáculos da caminhada. E se for ferido, lembre-se de que as cicatrizes
serão luzes que marcarão a sua vitória”
Por Carlos Torres Pastorino
Aos meus amados pais
Valdevino e Marilene
Pilares de apoio incondicional...
Dedico.
Aos meus irmãos, cunhadas, sobrinhos e familiares...
Ofereço.
III
Agradecimentos
À Deus, pela saúde, proteção e acalento em todos os momentos que dele
precisei e o invoquei...
À Universidade Federal do Tocantins e Professores por me receberem e
contribuir enormemente para minha formação.
Aos Meus Mestres: Dr. Emerson Alexandrino, Dr. Antônio Clementino do
Santos, Dr José Neuman Miranda Neiva, Dr. Luciano Fernandes Sousa pela
orientação, apoio, companheirismo e inestimável dedicação...
Aos amigos e companheiros de curso Sabino, Rossini, Laerton, Angélica,
Andrea, Durval, pela cumplicidade, amizade, horas de conversa e intercambio de
culturas...
Os amigos Aridouglas, Leonardo, Darlene, Jonathan, Joaquim, Gilson, André,
Antonio, Diogo, Carlos, Danilo, Messias, Vanessa e Junior companheiros de
pesquisa, pela ajuda no trabalho de campo.
Agradeço em especial ao grande amigo Ronaldo Mendes pelo companherismo
e ajuda durante todo período da realização do árduo trabalho.
Ao meu querido Valci por todo companheirismo, carinho e compreenção
durante todo meu perído de estudo.
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical.
A todos os funcionários da EMVZ pelo apoio e colaboração em prol da
realização do trabalho.
Agradeço a CAPES pela concessão da bolsa a qual me subsidiou durante o
período em que estive cursando o Doutorado.
Meu muito obrigada!
IV
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 8
2. CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................... 10
3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 10
3.1 Utilização de Pastagem....................................................................................................... 10
3.1.1 O Solo .............................................................................................................................. 11
3.1.2 O Animal ......................................................................................................................... 12
3.1.3 A Planta ........................................................................................................................... 12
3.1.4 A inter-relação: Solo x Planta x Animal.......................................................................... 13
3.2 Brachiaria brizantha .......................................................................................................... 15
3.3 Intervalo de corte ................................................................................................................ 17
3.4 Fisiologia das Plantas Forrageiras ..................................................................................... 18
3.5 Características Morfogênicas ............................................................................................. 20
3.6 Características Estruturais .................................................................................................. 27
3.7 Composição Bromatológica ............................................................................................... 31
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 33
5. CAPÍTULO 2 ...................................................................................................................... 43
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 45
1.2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 46
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 50
1.4 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 56
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 57
6. CAPÍTULO 3 ...................................................................................................................... 59
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 61
1.2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 64
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 69
1.4 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 77
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 78
7. CAPÍTULO 4 ...................................................................................................................... 81
1.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 83
1.2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 85
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 90
1.4 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 97
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 98
V
LISTA DE SIGLAS:
ALT= altura do dossel forrageiro
AFE= espessura da lâmina foliar
CMLF = comprimento médio da lâmina foliar
CB= comprimento da bainha
MST= massa seca total
DVF= disponibilidade de folha verde
MSc= massa seca de colmos
MSMM= massa seca de material morto
F/C= relação folha/colmo
IAF= índice de área foliar
MS= matéria seca
MSLF= massa seca da lâmina foliar
NFV= número de folhas vivas
NFT= número de folhas totais
NP= número de perfilhos
TApF= taxa de aparecimento foliar
TAlF= taxa de alongamento foliar
TAlH= taxa de alongamento de hastes
TSF= taxa de senescência foliar
TAcMS= taxa de acúmulo de massa seca
TAcF= taxa de acúmulo de forragem
TAcLF= taxa de acúmulo de lâmina foliar
TPBF= taxa de produção bruta de forragem
TCC= taxa de crescimento cultural
UA= unidade animal
6
CAPIM PIATÃ MANEJADO SOB LOTAÇÃO INTERMITENTE
COM BASE NA ALTURA DA PLANTA NO PERÍODO DAS CHUVAS
RESUMO: O experimento foi realizado na Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins no período de janeiro a maio de
2011, e objetivando avaliar a produção de forragem, as características
morfogênicas, estruturais e nutricionais em pastos de capim Piatã (Brachiaria
brizantha cv. Piatã) com taxa de lotação variável, sendo a entrada dos animais no
piquete definida pela altura do pasto, ao longo da estação de crescimento. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados em esquema de parcelas
subdivididas no tempo com combinação 3x2, sendo três alturas de pasto no
momento de pré-pastejo (30, 45, 60 cm) e duas estações de crescimento (meio e
final da estação) com quatro repetições por parcela. O método do pastejo utilizado
foi o de lotação intermitente, com taxa de lotação variável. Para análise da
composição bromatológica valor nutricional foram coletadas amostras por meio de
simulação de pastejo. Na morfogênese foi utilizada a técnica de perfilhos marcados.
Estudou-se a influência das alturas de pastejo e das estações de crescimento da
planta sobre a cinética de fermentação ruminal in vitro.
As porcentagens de lâmina foliar nas parcelas foram menores no meio da estação
de crescimento, já a maior porcentagem de material morto ocorreu no final da
estação de crescimento. A relação lâmina foliar:colmo não diferiu nas alturas
analisadas. A taxa de alongamento foliar, alongamento do colmo e a senescência
foliar não diferiram com as alturas, porém as duas primeiras alteraram-se ao longo
da estação de crescimento. A taxa de aparecimento foliar ficou em torno de 0,09
folhas perfilho dia-1, sendo que nas alturas de 30 e 45 cm foram maiores que 60 cm.
As variáveis estruturais: comprimento médio de lamina foliar e bainha variaram nas
estações de crescimento acompanhando a sazonalidade da planta. A maior
produtividade de MST por ciclo foi constatada na altura de 60 cm, com média de
4612,51 kg ha-1, e a menor na altura de 30 cm com a média de 3565,77 kg ha-1,
sendo que nas alturas de 30 e 45 cm foram obtidos três ciclos de pastejo e a altura
de 60 cm dois ciclos, constatando que a altura de pastejo de 45 cm foi a mais
produtiva com total de 12.359 kg ha-1, sobrepondo a produção média da altura de 30
cm a qual foi de 10.697,31 kg ha-1 e a altura de 60 cm que foi de 9.225,02 kg ha-1. A
taxa de crescimento cultural foi maior nas alturas menores. Na relação folha/colmo
não houve diferença nas alturas estudadas, somente apresentando estreitamento na
relação das estações de crescimento analizados. O número de perfilhos sofreu
alteração no decorrer das alturas sendo observada a superioridade do número de
perfilhos no meio da estação de crescimento. O aumento na altura do pasto, em
geral, não proporcionou alteração no teor de PB e da degradabilidade e aumento
nos teores de FDA, apenas foi alterado FDN na altura de 60 cm. Quando estas
mesmas variáveis foram analisadas em relação ao meio e fim da estação de
crescimento, nenhuma delas apresentou variação. Em termos de fermentação
ruminal na altura de 30 cm houve maior fermentação no meio de estação e as
alturas de 30 e 45 cm foram equivamentes e superiores a de 60 cm no final da
estação de crescimento.
Palavras-chave: estação de crescimento, estrutura do pasto, fermentação ruminal,
morfogênese, pastagens, produção animal
7
PIATA GRASS MANAGED UNDER ROTATIONAL STOCKING
WITH VARIABLE REST PERIOD
ABSTRACT: The experiment was conducted at the School of Veterinary Medicine
and Animal Science of the Federal University of Tocantins in the period January to
May 2011, and to evaluate forage production, the morphogenesis, structural and
nutritional Piata grass pastures (Brachiaria brizantha cv. Piata) with variable stocking
rate, with the entry of animals on the picket line defined by sward height throughout
the growing season. The experimental design was a randomized block in a split plot
in time with combination 3x2, three sward heights at the time of pre-grazing (30, 45,
60 cm) and two growing seasons (middle and end of the season) with four replicates
per plot. The grazing method used was intermittent stocking with variable stocking
rate. To analyze the chemical composition nutritional value samples were collected
by hand-plucking. Morphogenesis we used the technique of marked tillers. We
studied the influence of grazing heights and periods (middle and end) of the growing
season of the plants on the kinetics of ruminal fermentation in vitro.
The percentages of leaf blade in the plots were smaller in the middle of the growing
season, since the largest percentage of dead material occurred in the final period.
The leaf leaf: stem ratio did not differ in height analyzed. The rate of leaf elongation,
stem elongation and leaf senescence did not differ with heights, but the first two have
changed throughout the growing season. The leaf appearance rate was around 0.09
tiller leaves day-1, and the heights of 30 and 45 cm were greater than 60 cm.
Structural variables: average length of leaf blade and sheath varied in the periods
following the seasonality of the plant. The higher productivity of MST per cycle was
observed in 60 cm, with an average of 4612.51 kg ha -1, and the lowest in height of 30
cm with an average of 3565.77 kg ha-1, and the heights of 30 and 45 cm were
obtained at three grazing cycles and height of 60 cm two cycles, noting that the
grazing height of 45 cm was the most productive with a total of 12,359 kg ha -1,
overlapping the production average height of 30 cm to which was 10697.31 kg ha -1
and 60 cm which was 9225.02 kg ha-1. The growth rate was higher in cultural heights
less. In leaf/stem ratio, no differences in heights studied, only showing narrowing in
respect of growing seasons analyzed. Tiller change during the course of the heights
being observed superiority in the number of tillers in the middle of the growing
season. The increase in sward height, in general, provided no change in CP
concentration and degradability and increased levels of ADF, NDF has been
amended only 60 cm in height. When these same variables were analyzed in relation
to the middle and end of the growing season, none of them showed variation. In
terms of ruminal fermentation in the height of 30 cm was greater in the middle of
fermentation station and heights 30 and 45 cm were equivamentes and 60 cm above
the end of the growing season.
Key words: season growth, livestock, morphogenesis, sward structure, pastures,
ruminal fermentation
8
1.
INTRODUÇÃO
A crescente pressão mundial para geração de comida em sistemas
ambientalmente viáveis, desperta as atenções e opiniões publicas no século 21. O
conjunto de práticas de manejos sustentáveis, melhoramento genéticos, recursos
biotecnológicos,
dentre
outros,
têm
sido
exploradas
visando
aumentar
a
produtividade, a qualidade e a sustentabilidade dos sistemas de produção animal e
vegetal.
O Brasil está posicionado como um dos maiores exportadores de carne bovina
do mundo, em virtude de possuir extensa área territorial e clima favorável ao cultivo
de pastagens. Em 2010 o Brasil chegou a exportar 951.255 toneladas de carne in
natura, que correspondeu a uma receita de US$ 3,8 bilhões (ABIEC, 2011). Para
isso, o país conta com um rebanho de aproximadamente 205,3 milhões de cabeças
(IBGE, 2009).
O Brasil nos últimos 10 anos apresentou grande avanço na bovinocultura de
corte em decorrência da conscientização de que o ecossistema de pastagem deve
ser preservado e sustentável, pelo melhor manejo do solo, das plantas e dos
animais que participam desse ambiente.
As forrageiras tropicais representam um dos recursos alimentares mais
econômicos para a produção animal, sendo favorecidas no Brasil pelas
características climáticas, proporcionando à forrageira elevado potencial de
produção de biomassa vegetal. Segundo NASCIMENTO JÚNIOR e ADESE (2004),
a produção dos pastos é o resultado do processo fotossintético das plantas, que
utilizam a energia solar para formação de biomassa, sendo consumida pelo
herbívoro e convertida em produto animal. Ao se referir à biomassa, pensa-se numa
maior proporção de folhas, que se constitui na dieta mais adequada dos animais,
evitando assim, grandes proporções de colmo e material morto.
O pastejo provoca alterações na arquitetura do dossel forrageiro, podendo
resultar em modificações no desenvolvimento, crescimento e, conseqüentemente,
na produtividade, uma vez que, a folha colhida durante o pastejo é importante
componente para a produção de massa seca da planta, além de interceptar boa
parte da energia luminosa, e representar parte substancial do tecido fotossintético
ativo, garantindo a produção de fotoassimilados que constitui-se em material de alto
valor nutritivo (ALEXANDRINO et al., 2004).
9
Tendo a produção de folhas como prioridade na alimentação, para o bom
manejo é necessário conhecer e compreender não apenas o processo de
transformação da forragem em produto animal, mas, sobretudo, entender e controlar
os processos de crescimento e de desenvolvimento que resultam na produção da
forragem a ser consumida. Dessa forma, torna-se mais fácil adequar o manejo da
pastagem visando à sustentabilidade do sistema de produção com alta produtividade
dos componentes planta e animal, respeitando-se os limites ecofisiológicos das
plantas forrageiras. Neste sentido podem ser enfatizados como métodos de
avaliação de pastagem o: IAF, número de folhas, interceptação luminosa e altura do
pasto, sendo este último o de mais fácil visualização e/ou manejo.
O sistema de produção de bovinos em pastejo tem como objetivo a redução
dos custos de produção, aliado a alta produtividade, visando afluir maiores margens
de lucro, permitindo assim a exploração do alto potencial de produção das plantas
forrageiras quando manejadas corretamente (BENEDETTI, 2002).
A expansão de áreas de pastagens cultivadas, com espécies do gênero
Brachiaria no Brasil tem se verificado em proporções jamais igualadas por outras
forrageiras, em qualquer outro país de clima tropical. Cerca de 55 milhões de
hectares são cobertos por pastagens do gênero Brachiaria, formando extensos
monocultivos, principalmente no Brasil central e na Amazônia, resultado da
rusticidade das espécies desse gênero, adaptação à baixa fertilidade e adversidades
climáticas, além de boa produção (VALLE et. al., 2000 e COSTA et al., 2006).
Isto posto, assume expressiva importância da geração de conhecimentos sobre
as características produtivas, morfogênicas, estruturais e qualitativas da Brachiaria
brizantha cv. capim Piatã manejado em diferentes alturas de entrada no sistema de
lotação intermitente, podendo ser definido alguns princípios que orientarão o
planejamento do manejo durante a estação de crescimento na Amazônia Legal.
10
2.
CAPÍTULO 1
3.
REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Utilização de Pastagem
A maioria das pastagens do Brasil encontra-se no bioma Cerrado (ZIMMER et
al., (1994), nas áreas de menor fertilidade e ou em áreas marginais, exploradas de
maneira extrativista, e como consequência, desencadeando o processo de
degradação. Esta situação tem contribuído para que a pecuária de corte apresente
índices zootécnicos muito baixos.
A produtividade animal em pastagem depende do desempenho animal, que
está associado à quantidade da forragem, e da capacidade de suporte do pasto. A
capacidade suporte foi definida por Mott (1960) como sendo a taxa de lotação
(número de animais/unidade de área) na pressão de pastejo ótima (quilos de peso
vivo/quilos de forragem disponível), ou seja, é a amplitude de utilização que permite
o equilíbrio entre o ganho por animal e por unidade de área, favorecendo, desta
forma, o maior rendimento por área.
A disponibilidade de forragem determina a taxa de lotação e essa, por sua vez,
controla,
simultaneamente,
a
qualidade
e
a
quantidade
das
pastagens,
possibilitando, que as plantas se mantenham produtivas e, ao mesmo tempo, define
a produção animal. Uma das maneiras para se garantir disponibilidade de forragem
adequada à demanda dos animais é proceder ao ajuste da taxa de lotação. Em
geral, grande proporção de forragem é produzida durante os períodos das águas, e
baixa produção de forragem durante o período seco. Consequentemente, as
pastagens comportam elevado número de animais nas águas e, esse número, se
reduz drasticamente durante a seca (EUCLIDES, 2000; CORSI et al., 1994).
Quatro pontos relacionados ao ecossistema de pastagem devem ser
mencionados para a produção de carne em pastagem: o solo, o animal, a planta, o
clima e a interação entre eles.
11
3.1.1 O Solo
O clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a
fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar
a qual atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as
diferenciações climáticas regionais. Por sua vez, os solos são de baixa fertilidade,
fatores que afetam negativamente a qualidade nutritiva das plantas forrageiras,
proporcionando, limitações no consumo de nutrientes e até no atendimento das
exigências nutricionais dos animais (BRAZ et al., 2002).
As limitações nutricionais impostas pelo solo devem ser corrigidas utilizando-se
de calcários e fertilizantes. Nas pastagens o uso desses insumos é fundamental
para que se eleve a capacidade suporte e desacelere o seu processo de
degradação. Dados da FAO (2005) revelam que os fertilizantes e calcários
contribuem para ganhos de, no mínimo, 50% na produtividade, cabendo o restante
aos outros fatores de produção, espécie forrageira, controle de pragas e doenças,
manejo, entre outros. Esta prática deve ser preocupação dos técnicos e pecuaristas
tanto na implantação como na manutenção da produção da pastagem no decorrer
dos anos.
A utilização da prática de recuperação e manutenção da fertilidade do solo
intensifica-se à medida que se usam plantas forrageiras com maior potencial
produtivo, como conseqüência, maiores requerimentos nutricionais. Com isso, a
escolha de determinada espécie forrageira dependerá do tipo de exploração animal
a ser realizada, grau de tecnificação que será adotado dentro da propriedade, e
como já mencionado, o nível de fertilidade do solo (LUZ et al., 2001).
Os Neossolos Quartzarênicos ocupam cerca de 15% da região do cerrado
(REATTO et al., 2008) e se originam de depósitos arenosos, com textura de areia ou
areia franca até 2 m de profundidade, com teor de argila inferior a 15%. Embora
sejam considerados como de baixa aptidão agrícola, a demanda por novas áreas
para o cultivo agrícola, após a década de 1970, culminou com a incorporação
desses solos para o sistema pastagem e, posteriormente, para o processo de
produção de grãos. O uso contínuo desses solos, com culturas anuais, pode
acarretar rápida degradação (EMBRAPA, 1999), porém o manejo correto pode
elevar o seu potencial produtivo em curto prazo (SPERA et al., 1999).
12
3.1.2 O Animal
O comportamento de bovinos em pastejo tem sido avaliado devido esses
animais modificarem uma ou mais de suas atividades diárias em função das
características da forragem disponível. O tipo, a quantidade e acessibilidade do
alimento são fatores que podem modificar o comportamento ingestivo dos animais,
(FISCHER et
al.,
2002).
A
quantidade
de
MS
e
principalmente, a disponibilidade de folhas verdes acessíveis na superfície do pasto
afeta o tempo de permanência dos ruminantes na busca e colheita de alimento
(TREVISAN et al., 2005). A facilidade de apreensão da forragem constitui um dos
fatores determinantes de
aumento ou
redução no tempo de
pastejo e,
consequentemente, de alterações nos tempos de ruminação e ócio. Em geral, os
animais tendem a ser mais seletivos em situações com menor disponibilidade de
forragem, bem como menor relação folha/colmo.
O tempo de pastejo compreende a distribuição e a magnitude do tempo
dedicado à apreensão da forragem, envolvendo as etapas de procura e seleção
da porção a ser ingerida, desfolhação do dossel forrageiro, manipulação na boca,
mastigação, até a deglutição (PEREIRA et al., 2005). A apreensão de forragem
equivale ao
grau de facilidade
bem-estar animal na
da tração do
bocado,
determinando
o grau de
busca da dieta (PARENTE et al., 2007). Todavia, a
probabilidade do alimento ser ingerido pelo animal depende da ação de fatores
que interagem em diferentes situações de alimentação, comportamento animal e
meio ambiente (PEREIRA et al., 2009).
Normalmente, os bovinos apresentam comportamento típico com dois grandes
picos de pastejo, um logo ao amanhecer e outro ao entardecer, e há uma
tendência
de
minimização do tempo de
pastejo noturno como estratégia
de escape à predação, que pode ser atribuída a uma herança evolutiva (RUTTER
et al., 2002).
3.1.3 A Planta
A utilização do índice de área foliar (IAF), que relaciona a área das folhas de
uma comunidade de plantas por área de solo, é o principal fator determinante da
produtividade de uma cultura. O IAF aumenta durante o crescimento das plantas e
13
atinge o valor ótimo quando a taxa de crescimento da cultura (TCC) é máxima
(MAGALHÃES, 1979).
A manutenção da área foliar pela lotação contínua ou sua reconstituição após
desfolha intensa pela lotação rotacionada é importante para a produtividade e
perenidade das forrageiras (GOMIDE, 1997), principalmente em áreas de pastagem
em que se têm o controle da umidade e dos nutrientes exigidos pelas plantas
forrageiras, para garantir o mínimo desperdício de energia luminosa disponível para
seu crescimento (BALL et al., 1991).
Outro fator de importância no manejo da pastagem são as reservas orgânicas,
compostos elaborados pela planta na fotossíntese e constituídos por açúcares
simples. O seu armazenamento se dá nas raízes, estolões e base dos colmos, e,
quando necessários são utilizados pelas plantas. Nas plantas forrageiras têm-se os
açúcares, as frutosanas e o amido como importantes compostos de reserva (TAIZ e
ZEIGER, 2004).
Independente da localização, da natureza das reservas e da interação com a
área foliar, logo após a desfolhação ocorre diminuição nos teores de carboidratos de
reserva, e isso continua ao menos por dez dias, após o que a sua concentração
atinge o nível original ou superior (HERLING, 1995), sendo maior o tempo de
recomposição, quando as plantas são submetidas à desfolha intensa. (VICKERRY,
1981).
De certa forma, há evidência que compostos orgânicos de reserva, como
proteínas e carboidratos, são utilizados durante a primeira semana de rebrotação e
que a rebrota posteriormente é dependente da área foliar e fotossíntese,
principalmente quando se considera cultivares de mesma espécie e diferentes
órgãos de armazenamento (HERLING, 1995).
3.1.4 A inter-relação: Solo x Planta x Animal
A produção de forragem aumenta com a adubação nitrogenada, porém ela
pode resultar em diminuição da energia utilizável por unidade de peso de forragem
(BLASER et al.,1966). O mesmo autor coloca ainda que, o pastejo não freqüente
resulta em aumento nos teores de carboidratos de reserva, mas reduz a produção
de massa seca. Deste modo, a melhor qualidade da forragem associada à melhor
14
nutrição animal pode ser traduzida em menor produção de forragem e do animal por
unidade de área, levando a natureza das reservas ser de menor significado.
As respostas das plantas forrageiras ao pastejo variam de acordo com seu
hábito de crescimento. As plantas eretas ou cespitosas apresentam os meristemas
apicais em posição mais vulneráveis à eliminação pelo corte ou pastejo, sendo a sua
persistência condicionada à alterações na forma e função e às reservas da base do
colmo e do sistema radicular (RODRIGUES e REIS, 1995).
Preocupação ainda há pela baixa resistência de algumas plantas forrageiras e
a inevitável compactação do solo causada pelo pisoteio em áreas de pastagem.
Espécies de crescimento estolonífero e rizomatoso são mais tolerantes ao pisoteio
do que aquelas de crescimento ereto ou cespitoso. Os danos provocados pelo
pisoteio em pastagem é maior nos solos úmidos do que nos secos; nos solos
argilosos do que nos arenosos; nos solos recentemente cultivados do que no
estabelecido e na planta forrageira de porte baixo comparada aquela de porte alto
(BALL et al., 1991).
Na excreção ocorre o processo de reciclagem de nutrientes, porém de maneira
desuniforme (AGUIAR, 1997), concentrando-os em aproximadamente 20% da área
da pastagem e reduzindo a quantidade de forragem consumida, devido a rejeição
pelo animal das partes contaminadas (BALL et al., 1991).
As áreas de escape, como bebedouros, cochos de sal e sombreamento podem
concentrar as excretas (MORAES e LUSTOSA, 1997). A separação desses
condicionadores de pastejo, distanciando os bebedouros e cochos de sal nas áreas
de sombra, pode reduzir o problema (BALL et al., 1991).
O efeito do método de pastejo na produtividade animal é extremamente
influenciada pela pressão de pastejo (animais por unidade de forragem disponível) e
pela taxa de lotação (animais por unidade de área – cab ha-1). A taxa de lotação e
sua relação com a forragem disponível é um importante fator de manejo
influenciando o ganho animal em uma pastagem, a persistência e a produtividade de
uma espécie forrageira e o retorno financeiro (MARASCHIN, 1994).
Com o melhoramento das espécies forrageiras e o uso de adubação, a
produção de forragem aumenta, havendo, portanto, a necessidade do aumento na
taxa de lotação. Numa baixa taxa de lotação, a forragem disponível e a produção por
animal tendem a ser altas, mas o ganho por área é baixo. Quando a qualidade da
forragem piora devido ao acúmulo de hastes e material morto, a ingestão de matéria
15
seca por animal diminui e o ganho por animal é menor (NASCIMENTO JÚNIOR e
GARCEZ NETO, 2002).
Quando a taxa de lotação é aumentada em uma pastagem, menos forragem
fica disponível por animal, alterando assim a pressão de pastejo (MOTT, 1960). O
ganho animal individual diminui devido a competição pela forragem, portanto, com
menor oportunidade de seleção. Entretanto, o ganho por área aumenta com o
aumento da taxa de lotação até que o ganho por animal começa a diminuir ao ponto
em que animais adicionais não compensam a redução no ganho por animal. Em
altas taxas de lotação, ocorre enfraquecimento das plantas e, conseqüentemente,
diminuição de seu crescimento.
O acesso dos animais à pastagem e a melhor utilização da forragem disponível
estão relacionados com a quantidade e disposição dos condicionadores de pastejo,
cercas, bebedouros, sombra e cocho de sal. Numa condição em que bebedouros ou
sombra são insuficientes, pode ocorrer em partes da pastagem o super-pastejo,
reduzindo a forragem disponível aos animais devido a danos por esmagamento e
degradação do estande. Por outro lado, adequando a quantidade e a distribuição
desses condicionadores de pastejo, a utilização da forragem será melhorada.
3.2 Brachiaria brizantha
O
potencial
de
produção
de
uma
planta
forrageira
é
determinado
geneticamente, porém, para que esse potencial seja alcançado, condições
adequadas do meio como temperatura, umidade, luminosidade, disponibilidade de
nutrientes e manejo devem ser observados. Dentre essas condições, nas regiões
tropicais, a baixa disponibilidade de nutrientes é, seguramente, um dos principais
fatores que interferem na produtividade e na qualidade da forragem (FAGUNDES et
al., 2005).
No Brasil, principalmente nas últimas três décadas, um razoável aporte de
novos cultivares de forrageiras foi introduzido nos diferentes ecossistemas. Isso tem
contribuído consideravelmente para melhorar a produtividade das pastagens
brasileiras e aumentar a sua capacidade de suporte.
A disponibilização de gramíneas forrageiras com elevado potencial de
produção de massa, ocorrida nos últimos anos para os sistemas de produção é um
fato concreto que vem contribuindo para o aumento produtivo da capacidade de
16
suporte, e possibilitando o uso mais intensivo das pastagens, resultando na
obtenção de produtividades e rendimentos econômicos competitivos frente às
demais atividades do agronegócios.
No caso de gramíneas, inicialmente observou-se uma seqüência de estudos
com espécies africanas representadas pelos capins, gordura, colonião, jaraguá, e
num passado mais recente de espécies do gênero Brachiaria, com ênfase para
espécies de B. decumbens e B. humidicola. De todos, os gêneros, Brachiaria e
Panicum são os mais representativos nas pastagens brasileiras (EUCLIDES et
al.,2005).
Gramíneas do gênero Brachiaria alcançaram grande importância econômica no
Brasil, nos últimos 30 anos, viabilizando a atividade pecuária nos solos fracos e
ácidos dos Cerrados e promovendo novos pólos de desenvolvimento e colonização
no Brasil Central. Segundo Fagundes et al. (2006), a utilização de espécies e/ou
cultivares de Brachiaria foi proporcionada pelo conjunto de características desejáveis
dessas forrageiras. Tal fato ocorre devido a sua adaptação a condições adversas de
solo e clima, principalmente, por causa de sua adaptação a solos com baixa e média
fertilidade, além de apresentarem produções satisfatórias de forragem (ZIMMER et
al., 1994).
A Brachiaria brizantha cv. Piatã, lançada recentemente pela Embrapa,
constitue opção forrageira que visa atender as necessidades de produção de
bovinos e a diversificação de pastagens. Por outro lado, os genótipos forrageiros
apresentam variações de adaptação e produção em relação aos ambientes, sendo
necessário gerar informações de pesquisa sobre produção e comportamento destas
cultivares em diferentes regiões, subsidiando as recomendações de utilização nos
sistemas de produção. Contudo, estudos já estão sendo realizados em algumas
regiões e ecossistemas do país, os quais têm mostrado que o capim Piatã apresenta
ampla adaptação e elevada produtividade, compatível com os valores observados
para outras cultivares, representando assim boa alternativa para diversificação das
pastagens brasileiras (ANDRADE e ASSIS, 2010).
Em um trabalho comparando os capins Marandu, Piatã e Xaraés, consorciado
com milho no estado de São Paulo, Chiarelli et al., (2009), mostraram que a
produção de matéria seca de milho e a porcentagem de espigas, não diferiram entre
as três cultivares de braquiárias, relatando apenas produção dos diferentes capins,
17
encontrando 6.400 kg ha-1 para Piatã, 4.921 kg ha-1 para Marandu e 5.837 kg ha-1
para o Xaraés.
Trabalhando em solos de média fertilidade, sem reposição de adubação no
Mato Grosso do Sul, Valle et al., (2007) obtiveram valores médios de 9,5 t ha-1 de
MS para produção de forragem do capim Piatã, sendo que 30% dessa produção foi
no período seco.
3.3 Intervalo de corte
O intervalo de corte é um fator de manejo que contribui para determinar a
produção e a qualidade de forrageiras (GONÇALVES et al., 2002). Cortes a
intervalos menores resultam em baixas produções de matéria seca, a alta relação
folha:colmo e valor nutritivo (RADIS, 2010).
Estudando o capim Tanzania Cutrim, Jr. (2011) mostrou que a frequência de
desfolhação alterou a produção de matéria seca total da forragem, com valores de
6,654; 7,976 e 9,375 kg ha-1 para 85, 95 e 97% de interceptação da radiação
fotossinteticamente ativa, respectivamente. Esse aumento na matéria seca com o
aumento da interceptação provavelmente é devido ao maior tempo de crescimento e
aumento na produção de colmos a partir do período de descanso de 95% de
interceptação da radiação fotossinteticamente ativa (IAF crítico).
Quanto mais nova a planta é cortada, maiores são os teores de água; quanto
mais próximo da sua maturidade, esse teor é reduzido e ocorre um aumento nos
teores de MS. De acordo com Drudi e Favoretto (1987), à medida que prolonga o
intervalo de corte, o teor de matéria seca de forragem tende a aumentar.
Foi observado por Marcelino et al., (2006) que o efeito da altura de corte (10 e
20 cm) e do intervalo entre cortes no alongamento foliar (5, 7 e 9 folhas) do capim
Marandu, os quais contataram que a maior altura e o menor intervalo entre cortes,
acarretaram em maior alongamento foliar.
Trabalhando com Brachiaria decumbens em Itapetinga-Bahia, Maranhão
(2008), concluiu que para aumento na produção de matéria seca, os intervalos entre
cortes variáveis de 39 dias no verão e 21 dias no outono e inverno mostram-se mais
favoráveis para a produção diária de forragem, quando comparado aos intervalos
fixos.
18
A avaliação agronômica de diferentes genótipos de Brachiria brizantha, em
diferentes idades realizada por Costa e Paulino (1998) indicou que o aumento da
idade das plantas resultou em maiores rendimentos de forragem, e o intervalo de
corte mais adequado para conciliar produção de forragem e vigor de rebrota situa
entre 28 e 42 dias para cultivar Marandu.
A idade de corte afeta o rendimento da forragem colhida, resultando em
incrementos significativos na produção de matéria seca à medida que se aumenta
essa idade (COSTA et al., 2004). No manejo, merece destaque o intervalo entre
cortes, observando-se, em geral, a magnitude da variação da produção de massa de
forragem com a extensão do intervalo entre corte. Há relatos de que o intervalo de
corte altera de maneira antagônica a produtividade e o valor nutritivo da forragem
(ZAGO e GOMIDE, 1982).
3.4 Fisiologia das Plantas Forrageiras
A interação entre plantas e seu ambiente externo é regulada por fatores
fisiológicos, como a difusão estomática de CO2 e água, fotossíntese e respiração,
absorção do nitrato ou fixação de nitrogênio, etc (TAIZ e ZEIGER, 2004). A energia
dos raios solares é absorvida pela planta e transformada em energia química fixando
os átomos de carbono assimilado. Durante o processo de assimilação do carbono
ocorrem processos fotoquímicos, dirigidos pela luz, e processos enzimáticos não
dependentes de radiação, e processos de difusão que são as trocas de dióxido de
carbono e oxigênio entre o cloroplasto e a atmosfera (LARCHER, 2002).
Por meio da respiração as plantas assimilam CO2 e devolvem O2 para a
atmosfera, sendo o processo altamente dependente do suprimento de água e
nutrientes. As respostas da fotossíntese ao suprimento destes nutrientes estão
relacionadas à atividade fotossintética da folha e a distribuição espacial de área
foliar. A área foliar verde resulta do balanço entre crescimento e senescência da
planta forrageira (GASTAL e DURAND, 2000).
Parte do carbono assimilado pelas plantas é utilizado para produção de energia
de
manutenção dos tecidos existentes, constituindo-se na respiração
de
manutenção, ou para síntese de novos tecidos (LEMAIRE e AGNUSDEI, 1999),
chamada respiração de crescimento, sendo esta, proporcional a massa protéica das
plantas. Este é armazenado na forma de amido ou carboidratos não estruturais, os
19
quais serão utilizados para a manutenção da planta em situações de estresse, como
desfolhações severas, ou consumidas durante o estádio reprodutivo (MONTEGNER,
2004).
A quantidade de carbono fixado pelo dossel forrageiro por unidade de tempo
depende diretamente da qualidade da radiação fotossinteticamente ativa absorvida
(RFAa) pelas folhas verdes. Características da radiação solar também influenciam a
eficiência de absorção da RFA pelas forrageiras tropicais, como a relação luz
difusa/direta, comprimento de onda e o ângulo da radiação incidente (LACA e
LEMAIRE, 2000).
O dossel de um pasto é considerado plenamente desenvolvido quando ocorre
a interceptação de 90 a 95% da densidade do fluxo de fótons (DFF). Isto pode ser
resultado de um elevado perfilhamento e expansão da área foliar das plantas
constituintes do ecossistema (FERNANDES e ROSSIELO, 1995).
Durante o crescimento reprodutivo de gramíneas o alongamento do entrenó
empurra as folhas em crescimento para horizontes bem iluminados do dossel, o que
evita o declínio da fotossíntese (WOLEDGE, 1978). Alterações na quantidade e
qualidade da luz que alcança a base do dossel é determinada pelo índice de área
foliar. À medida que o IAF aumenta ocorre um decréscimo da penetração de luz até
o nível do solo, durante o crescimento de uma cultura (DA SILVA e PEDREIRA,
1997).
As práticas de manejo adotadas determinam uma resposta estrutural e
morfológica da planta e condicionam estratégias de tolerância das espécies a
desfolhação e a luz ambiental. Alterações na arquitetura da planta, provocadas pela
desfolhação ou competição por luz podem resultar em modificações no
desenvolvimento, crescimento e morfogênese. O perfilhamento é sensível tanto aos
eventos de desfolha quanto as alterações na luminosidade ambiental. Gemas
axilares localizadas nas gemas de cada folha são responsáveis pelo surgimento de
perfilhos (GAUTIER et al., 1999).
Estudos realizados com muitas espécies de forrageiras tropicais verificaram
que o crescimento radicular é paralisado quando 50% ou mais da área foliar é
removida. A prioridade de distribuição de assimilados para a parte aérea pode ser
considerada uma resposta adaptativa da planta a desfolhação, permitindo a
restauração rápida do IAF para captura de luz e fixação de carbono para o
crescimento (RICHARDS, 1993 apud MONTEGNER, 2004).
20
A distribuição de carboidratos nas plantas depende de padrões definidos, como
força e proximidade dos drenos. Durante a fase vegetativa os meristemas apicais e
radicular são mais importantes, mas durante a fase reprodutiva, as sementes se
tornam os drenos preferenciais. A partição de carbono depende de uma série de
fatores fisiológicos, genéticos e do meio, que em alguns casos podem ser
manipulados de forma a aumentar a produtividade do pasto (PEDREIRA et al.,
2001).
Quando a planta forrageira é submetida a alta intensidade e freqüência de
desfolhação, pode-se obter taxa máxima de crescimento da pastagem (PARSONS
et al., 1988), em contrapartida, aumenta-se em grande escala o risco de degradação
desta. Essa estratégia resulta em massas de forragem mais baixas a cada pastejo,
mas a forragem produzida apresenta elevado valor nutritivo, que, associado ao
maior número de ciclos de pastejo, permite a maximização da produção animal. A
taxa de rebrotação da planta após a desfolhação depende da intensidade e
freqüência de colheita e de fatores edafoclimáticos. Assim, a altura de resíduo
(intensidade) após desfolhação consiste em uma característica de grande
importância, pois pode alterar as características morfofisiológicas da planta.
O conhecimento da estrutura da pastagem e sua relação com o meio são
fundamentais para definir o período de descanso mais adequado da planta
forrageira (HERLING et al., (1995).
3.5 Características Morfogênicas
O estudo da morfogênese busca acompanhar a dinâmica de crescimento e
desenvolvimento das folhas e perfilhos, que constituem o dossel forrageiro,
determinando os índices produtivos deste, ocupando papel central nas avaliações
produtivas e reprodutivas de determinada espécie.
O conhecimento das características morfogênicas pode ser considerado
elemento fundamental para o entendimento da dinâmica do acúmulo de biomassa e
da estrutura de captação e repartição do carbono, considerando-se, em sua análise,
a integração com os efeitos de fatores limitantes que afetam o modelo trófico, o que
permite que inferências sejam feitas acerca de práticas de manejo para determinada
gramínea (HODGSON, 1990; DA SILVA e NASCIMENTO JR, 2007).
21
Para gramíneas, a morfogênese é caracterizada pelas variáveis: aparecimento
de folhas, alongamento de folhas e duração de vida da folha, como pode ser
observado na Figura 1 (LEMAIRE e CHAPMAN, 2001).
Tais taxas têm sido bastante estudadas em gramíneas do gênero Brachiaria
em relação às respostas à adubação nitrogenada (ALEXANDRINO et al., 2004;
SILVA et al., 2009), adubação nitrogenada e freqüência de corte (ALEXANDRINO et
al., 2005; MARTUSCELLO et al., 2005), adubação nitrogenada e suas respostas
nas diferentes estações do ano (FAGUNDES et al., 2006), adubação fosfatadas e
nitrogenada (PATÊS et al., 2007), dentre outros.
Figura 1: Relação entre características morfogênicas e estruturais da pastagem
(Adaptado de LEMAIRE e CHAPMAN, 1996)
As características morfogênicas são determinadas geneticamente de acordo
com a espécie ou cultivar, porém, pode ser influenciadas por variáveis do ambiente
como luz, temperatura, umidade, nutrientes e manejo (DURU e DUCROCQ, 2000;
GARCEZ NETO et al., 2002; BARBOSA et al., 2002; GOMIDE et al., 2006).
As folhas são o principal constituinte da área foliar fotossinteticamente ativa e
são produzidas de acordo com uma programação morfogênica das plantas que sofre
influência direta de fatores de meio ambiente, inclusive da desfolhação. O
22
surgimento de novas folhas exerce um papel central na morfogênese, devido à
influência direta sobre o tamanho da folha, densidade populacional de perfilhos e
número de folhas vivas por perfilho (LEMAIRE e CHAPMAN, 1996).
Uma das principais características das gramíneas forrageiras que garante a
sua persistência após o corte ou pastejo é a capacidade de regeneração de tecido
foliar a partir da emissão de folhas dos meristemas remanescentes ou das gemas
axilares por meio do perfilhamento (ALEXANDRINO et al., 2004). Por isso, as
variáveis morfogênicas como taxas de aparecimento e alongamento de folhas e sua
longevidade tornam-se importantes características no estabelecimento de modelos
de manejo da pastagem (GOMIDE et al., 2006).
A taxa de aparecimento foliar desempenha o papel central na morfogênese, e
por conseqüência, no IAF, pois influencia diretamente cada um dos três
componentes da estrutura da pastagem; área foliar, densidade de perfilhos e
número de folhas por perfilho.
A formação das folhas se da a partir do desenvolvimento dos primórdios
foliares que surgem alternadamente a cada lado da parte apical do colmo originando
os fitômeros, que são as unidades básicas de crescimento das gramíneas (Larcher
(2002). A arquitetura de um perfilho de gramínea é determinada pelo tamanho,
número e arranjo espacial dos fitômeros. Cada fitômero diferencia-se a partir de um
único meristema apical e é constituído pela lâmina e bainha foliar, entre-nó, nó e
uma gema axilar localizada abaixo do ponto de inserção da bainha (SKINNER e
NELSON, 1994).
As folhas de gramíneas são compostas de lâmina e bainha, as quais crescem
uma após a outra e têm seu crescimento ocorrendo dentro do pseudo-colmo,
formado de bainha de folhas velhas, e consiste de três zonas distintas: a zona de
divisão celular que é a porção mais jovem da folha; zona de alongamento celular e a
zona de maturação, que é a mais velha.
A partir do instante que se inicia o desenvolvimento de um perfilho vegetativo,
há possibilidade de distinção de três tipos de folhas: as completamente expandidas
(suas bainhas formam pseudocolmos); folhas emergentes (seus ápices se tornam
visíveis acima dos pseudocolmos); e as folhas ainda em expansão (que estão
completamente contidas no interior do pseudocolmo) (GOMIDE e GOMIDE, 2000).
Estudando as características morfogênicas de um dossel de Brachiaria
decumbens sob lotação contínua, Grasselli et al. (2000) constataram a redução na
23
taxa de aparecimento de folhas (TApF) à medida que se aumentava a altura do
mesmo. Já Garcez Neto et al., (2002) não detectaram efeito da altura de corte na
TApF. No entanto, os autores ressaltam que o efeito de alturas de corte ou pastejo
sobre a TApF, normalmente, são justificados pela altura de bainhas remanescentes.
Alguns autores verificaram que o maior comprimento da bainha conduz a planta a
uma menor TApF (SKINNER e NELSON, 1994; DURU e DUCROCQ, 2000). Isso se
deve ao fato de as folhas surgirem sucessivamente, de forma alternada, em níveis
de inserção cada vez maiores e ao processo natural de alongamento da bainha.
Desse modo, a folha percorre um maior trajeto entre seu ponto de conexão com o
meristema e a extremidade do pseudocolmo formado pelas bainhas das folhas mais
velhas. No entanto, o comprimento da bainha não é o único fator que interfere na
TApF. A taxa com que a folha se alonga e a temperatura, entre outros, agem
simultaneamente determinando o aparecimento foliar (DURU e DUCROCQ 2000).
O inverso do intervalo de tempo para o crescimento de duas folhas sucessivas
estima a taxa de aparecimento de folhas, expresso em folhas por dia, e também é
função dos genótipos e do meio ambiente, enquanto o “filocrono” pode ser descrito
como intervalo entre o aparecimento de duas folhas visíveis consecutivas em
perfilho, como uma escala de tempo-base para a determinação dos intervalos nos
estudos dinâmicos de morfogênese, bem como na estruturação de relvados
compostos por diferentes espécies forrageiras (LEMAIRE, 1997). A taxa de
aparecimento de folhas e seu inverso, o filocrono, responde imediatamente a
qualquer mudança de temperatura. Durante cada filocrono é adicionado ao colmo
um fitômero, que é a unidade básica de desenvolvimento e crescimento de
gramíneas.
Avaliando os efeitos da adubação nitrogenada e desfolhação sobre a TApF em
termos térmicos, Martuscello et al., (2005) observou efeito somente da adubação
nitrogenada, com resposta linear positiva, o que realça a importância de se
estabelecer os resultados em graus dia, visto que as plantas têm seu
desenvolvimento altamente dependente da temperatura.
Estudando Brachiaria brizantha cv. Marandu submetido a quatro intensidades
de pastejo, Peternelli (2003) durante três períodos de avaliação observou variação
de 8,1 a 10,7 dias.folha-1 no intervalo médio de aparecimento de folha. Essa
amplitude de valores foi próxima ao encontrado no experimento de Silva et al.
(2009), sendo de 7,4 a 11,2 dias.folha-1 para a cultivar Marandu.
24
Avaliando a influência de intensidades e freqüências de desfolhação do capim
Marandu, Marcelino et al. (2006) observaram redução na taxa de aparecimento de
folhas com a diminuição da freqüência de cortes, e maior filocrono nas menores
freqüências de desfolhação. Segundo esses autores cortes mais freqüentes
proporcionaram maior remoção dos tecidos foliares e, conseqüentemente, maiores
produção de folhas, possivelmente em virtude de maior penetração de luz no dossel.
Trabalhando com Brachiaria brizantha submetida a três doses de nitrogênio,
Alexandrino et al. (2004) verificaram que o aumento do suprimento de N provocou
incremento positivo sobre a taxa de aparecimento foliar e o filocrono em média de
12,2; 8,47 e 6,99 dias.folha-1, para as plantas que receberam 0, 20 e 40 mg de N
dm3 semana-1, respectivamente.
À medida que avança o estádio de desenvolvimento da planta, após passar por
uma fase de intenso aparecimento de folhas e perfilhos, observa-se continuo
alongamento do pseudocolmo, resultando em aumento do filocrono de folhas
individuais, pois a folha necessita percorrer distância maior entre o meristema apical
e a extremidade do pseudocolmo (OLIVEIRA et al., 2000).
O crescimento de folhas de gramíneas é limitado à região basal da folha, a qual
é completamente encoberta pelas bainhas de folhas mais velhas ou pseudocolmo
(SKINNER e NELSON, 1994). A taxa de alongamento foliar (TAlF) responde a
qualquer mudança que ocorra no ambiente, porém os efeitos são mais pronunciados
em resposta a adubação nitrogenada (Barbosa et al., 2002). Segundo Gastal &
Nelson (1994) o maior acúmulo de N encontra-se na zona de divisão celular, como
meristemas e bases de folhas, e talvez por isso essa variável seja tão sensível ao
aumento do N no solo. Alexandrino et al., (2004); Alexandrino et al., (2005) e
Martuscello et al., (2005), são alguns dos trabalhos que demonstram o efeito positivo
das doses de N sobre a TAlF.
Segundo Skinner & Nelson (1994), células meristemáticas da bainha estão
presentes relativamente mais cedo nas folhas em desenvolvimento. Porém, o início
da expansão da folha é confinado, primeiramente, em sua lâmina e o processo de
expansão da bainha começa, efetivamente, quando a expansão da lâmina começa a
declinar. O período de transição entre a expansão da lâmina para a expansão da
bainha foliar é facilmente reconhecido pelo aparecimento da lígula e exposição do
meristema intercalar, a partir da base da folha (Schnyder et al., 2000).
25
Estudando efeito de dois resíduos pós pastejo, Barbosa et al. (2002) não
encontraram efeito da intensidade de desfolha sobre o alongamento foliar. Duru e
Ducrocq (2000) não verificaram efeito dos regimes de corte na taxa de alongamento
foliar, mas constataram acréscimo nesta quando a aplicação de nitrogênio aumentou
de 0 para 120 kg ha-1. Da mesma forma Gastal et al. (1992) verificaram que a
intensidade de desfolha é diretamente relacionada com o suprimento de nitrogênio à
planta.
O nível de umidade disponível no solo afeta a taxa de crescimento das plantas,
principalmente a elongação das hastes por afetar a taxa de expansão das células
próximas dos meristemas (SILVA et al., 2007). A taxa de elongação celular é um dos
parâmetros mais sensíveis ao déficit hídrico, pois o crescimento da célula é
quantitativamente relacionado à sua turgescência, a qual decresce com qualquer
diminuição do potencial hídrico da célula.
A radiação e a temperatura, que caracterizam a época do ano, influenciam
significativamente na taxa de alongamento das hastes. Segundo DIAS FILHO
(2000), ainda que a capacidade fotossintética das folhas seja superior sob luz mais
intensa, isso necessariamente não implica em maior alongamento foliar, devido ao
mecanismo de adaptação das plantas ao ambiente luminoso, reduzindo sua área
foliar específica. Alguns ensaios de pastejo sob lotação contínua têm relatado
elevação na taxa de alongamento foliar com aumento da altura do dossel ou da
oferta de forragem (ALMEIDA et al., 2003), o que pode ser atribuído ao
sombreamento mútuo desencadeando aumento na área foliar específica dos
perfilhos (DIAS FILHO, 2000).
Trabalhando com capim Xaraés submetido a diferente doses de nitrogênio e
desfolhação, Martuscello et al. (2005) constatou que as plantas colhidas com menos
folhas apresentaram maiores valores para a variável taxa de alongamento foliar,
talvez como forma de recuperar mais rapidamente seu aparato fotossintético, tendo
em vista que o vigor de rebrotação e, conseqüentemente, sua permanência no
ecossistema, está diretamente relacionada à sua capacidade de emissão de folhas
após a desfolhação. Portanto, qualquer efeito sobre a taxa de alongamento foliar
afetará a velocidade de emissão de folhas, bem como o surgimento de perfilhos, e
conseqüentemente, produção de matéria seca total (CECATO et al., 2000).
Fagundes et al. (2005) relataram que uma importante característica observada
na Brachiaria decumbens é a participação relativa do componente colmo, indicando
26
que uma porção representativa do potencial de produção dessa planta forrageira é
proveniente da produção de colmos.
As folhas de gramíneas são órgãos de crescimento de vida útil limitada, uma
vez que, quando alcançam o seu tamanho final, elas permanecem no perfilho por
um certo período, e depois morrem. O processo de senescência se inicia no ápice
da folha, que é a parte mais velha, e se estende para a base, sendo o progressivo
amarelecimento e eventualmente escurecimento e a desidratação os primeiros
sinais visíveis. Inicialmente, parte dos constituintes celulares é mobilizada e
redistribuída, mas a maioria é usada na respiração do próprio órgão senescente.
Fatores como sombreamento, estresse hídrico, danos no sistema radicular
provocados por pragas, doenças ou severidade de pastejo e insuficiência de
nutrientes podem contribuir para acelerar a taxa de senescência (CAVALCANTE,
2001), bem como, com o incremento de alguns nutrientes, como o nitrogênio, pode
aumentar a precocidade da planta elevando a senescência foliar dos perfilhos, a
exemplo dos resultados obtidos por Alexandrino et al., (2004) em Brachiaria
brizantha cv. Marandu sob diferentes doses de N.
A duração de vida das folhas e, por consequência, a senescência foliar, são
influenciadas pela temperatura da mesma forma que a TAF. Desta forma, quando
um perfilho atinge seu número máximo de folhas vivas, passa a haver um equilíbrio
entre a taxa de surgimento e senescência das folhas que alcançaram seu período de
duração de vida.
O conhecimento da duração de vida das folhas é fundamental no manejo da
pastagem, pois, de um lado indica o potencial de rendimento da espécie e, por outro
lado, é um indicador fundamental para a determinação da intensidade de pastejo
com lotação contínua ou da freqüência do pastejo em lotação rotacionada que
permita manter índices de área foliar próximos da maior eficiência de intercepção e
máximas taxas de crescimento.
Trabalhando com Brachiaria decumbens em quatro diferentes alturas de corte
em quatro períodos de avaliação, Cavalcante (2001) observou efeito significativo da
interação entre altura do dossel e período, verificando maior taxa de senescência na
altura de 127 cm, promovendo assim baixa taxa de acúmulo de forragem.
A dinâmica de recuperação ou renovação da área foliar de um pasto pode ser
estudada de diferentes formas, seja pelo conhecimento dos órgãos das plantas, de
plantas individuais, ou da população de plantas e a forma segundo a qual interagem
27
com o ambiente por meio de sua ecofisiologia (DA SILVA e NASCIMENTO JR.,
2007). Além disso, animais em pastejo podem criar áreas no pasto de alturas
variáveis por meio do pastejo seletivo, resultado da tendência de colher material
vegetativo com menor proporção de colmos (BARTHRAM et al., 2005).
Estudo com ofertas de forragem variando de 5 a 20% do PV em pastejo
intermitente, em Brachiaria brizantha cv. Marandu, Braga et al. (2007) verificaram
que tanto a altura pré-pastejo como a pós-pastejo variou de forma diferente em cada
tratamento ao longo do período experimental. Nos tratamentos de maior oferta de
forragem houve acréscimo da altura e da massa de forragem ao longo dos ciclos de
pastejo. Em virtude disso os autores concluíram que ofertas generosas trouxeram
conseqüências negativas sobre o acúmulo de forragem pelo dossel. Assim, a
intensidade de pastejo é uma estratégia de manejo a ser utilizada com intuito de
controlar a altura do dossel ao longo dos ciclos de pastejo, e está relacionado com a
redução da taxa de alongamento de colmo.
Em estudos sobre as características morfofisiológicas do capim Mombaça
submetido a regimes de desfolhação, Lopes (2006) observou menor taxa de
alongamento de colmos com o menor período de rebrotação, devido a maior
competição por luz no interior do dossel forrageiro. Cândido et al. (2005) também
observaram que o período de descanso mais curto, correspondente à expansão de
2,5 novas folhas, foi o único a exercer algum controle sobre o alongamento de colmo
e o prolongamento do período de descanso até 4,5 novas folhas por perfilho em
capim Mombaça, favorecendo o desenvolvimento de um dossel mais alto.
Em algumas espécies tropicais de crescimento ereto, a taxa de alongamento
de colmo é um importante componente do crescimento (CECATO et al., 2000;
CAVALCANTE, 2001) e interfere significativamente na estrutura do pasto e no
equilíbrio do processo de competição por luz (SBRISSIA e DA SILVA, 2008).
3.6 Características Estruturais
A interação entre as variáveis: aparecimento de folhas, alongamento de folhas
e duração de vida da folha, combinadas com a ação da luz, temperatura, água e
nutrientes determina os componentes estruturais do pasto, que são o tamanho da
folha, densidade populacional de perfilhos e número de folhas vivas por perfilho
(Figura 1), sendo estes os responsáveis pelo índice de área foliar, primeiro fator
28
determinante da interceptação de luz (LEMAIRE e CHAPMAN, 1996; FISCHER e DA
SILVA, 2001).
O comprimento final de folha é uma característica importante, pois é uma
combinação do aparecimento com o alongamento foliar (ALEXANDRINO et al.,
2005), grandemente influenciado pela temperatura, disponibilidade hídrica, dentre
outros. Segundo Garcez Neto et al. (2002), o nitrogênio é um nutriente que pode
interferir consideravelmente neste fator, uma vez que ao estimular a produção de
novas células possibilita aumento na taxa de alongamento foliar, constituindo meio
preponderante para mudanças no tamanho da folha.
Silva et al. (2009) constataram que a Brachiaria decumbens apresenta maior
taxa de aparecimento de folhas porém, as folhas são menores ou com menor
comprimento final, ocorrendo o oposto com a B. brizantha.
Avaliando o tamanho médio da folha, em duas frequências de corte,
Alexandrino (2004) verificou que os cortes mais frequentes comprometeram o
tamanho médio das folhas, quando comparados a cortes menos frequentes. Isso
ocorreu, provavelmente, devido ao maior tempo de rebrotação desta frequência.
Este autor observou que os cortes mais freqüentes debilitaram o potencial de rebrota
da Brachiaria brizantha, pela redução do tamanho médio das folhas. Contudo, o
aumento da dose de N amenizou o efeito negativo das desfolhações freqüentes.
Sabe-se que o número de folhas vivas por perfilho é relativamente constante
para cada genótipo, ou seja, quando uma folha senesce surge uma nova folha no
mesmo perfilho (HODGSON, 1990), desde que o perfilho não esteja em crescimento
inicial. Nesse caso, o número de folhas expandidas é igual ao número de folhas
verdes, porém, quando se inicia o processo de senescência de folhas o número de
folhas expandidas é progressivamente maior que o número de folhas vivas por
perfilho, que tende a se manter constante (GOMIDE e GOMIDE, 2000).
NASCIMENTO JR. et al. (2002) destacam que o número de folhas em um
perfilho representa importante referência ao potencial de perfilhamento, pois cada
gema axilar associada a uma folha gerada pode potencialmente gerar um novo
perfilho e, portanto, alterar as características estruturais da forragem.
O número de folhas vivas por perfilho é decorrente do limitado tempo de vida
da folha e do aparecimento de novas folhas (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993), que é
determinado
por características genéticas,
é
influenciado
pelas
condições
29
ambientais, manejo (PETERNELLI, 2003) e principalmente pelo suprimento de
nitrogênio (ALEXANDRINO et al., 2004).
ALEXANDRINO (2004) relataram que as plantas recebendo N irão atingir seu
número máximo de folhas vivas por perfilho mais precocemente em relação às nãoadubadas, promovendo, com isso, a possibilidade de colheitas mais freqüentes, a
fim de evitar perdas por senescência foliar. Com isso, pode-se inferir que o momento
ideal para corte de uma pastagem é quando esta atinge seu máximo de folhas vivas.
Avaliando a Brachiaria brizantha sob intensidades de pastejo, Peternelli (2003)
encontrou uma variação no número de folhas vivas por perfilho de 4,8 a 5,3 folhas
vivas por perfilho, revelando efeito do período de avaliação. Já Gonçalves (2002)
utilizando o método de lotação contínua apresentou valores médios de 4,5 folhas
vivas por perfilho.
Para manter o desenvolvimento do perfilho em condições limitantes de
crescimento, parece lógico que a economia de assimilados comece pelo
comprometimento do perfilhamento, passando pela redução no tamanho e no
período de vida da folha (NABINGER e PONTES, 2001).
O perfilho é a unidade básica de desenvolvimento das plantas forrageiras e é
considerado como estruturas sobre as quais as sementes irão se desenvolver. As
gramíneas utilizam o perfilhamento como forma de crescimento, aumento de
produtividade e, sobretudo como forma de sobrevivência das plantas na pastagem
(HODGSON, 1990; DIFANTE et al., 2008).
O perfilhamento é geralmente um indicador de vigor e persistência de plantas
forrageiras, e pode ser afetado por uma série de fatores ambientais. A demografia
de perfilhos varia substancialmente entre gramíneas e geralmente começa a declinar
antes do início da emissão das inflorescências. Esse declínio decorre de uma
elevada taxa de mortalidade de perfilhos, até mesmo antes de completarem o
desenvolvimento. Os perfilhos aéreos são produzidos durante a fase reprodutiva,
sendo estimulados por alta disponibilidade de umidade e nitrogênio no solo. O
perfilhamento das gramíneas forrageiras seria a característica mais importante para
o aumento da produtividade dessas plantas, mas pode ser influenciada pelo sistema
de manejo da pastagem (PETERNELLI, 2003).
Comunidades de plantas forrageiras em pastagens procuram se ajustar às
diferentes condições e intensidade de desfolhação através de mecanismos que
visem assegurar sua perenidade e eficiência fotossintética. O IAF é o principal
30
componente estrutural do pasto sensível a adaptações dependentes da desfolha
(FISCHER e DA SILVA, 2001)
Segundo LEMAIRE (1997), sob pastejo, as plantas sofrem desfolhas
sucessivas, cuja freqüência e intensidade dependem principalmente do sistema e da
pressão de pastejo. Em se tratando de plantas individuais, dois tipos de respostas à
desfolhação podem ser diferenciados: uma resposta fisiológica, oriunda da redução
no suprimento de carbono para a planta, devido à perda de parte dos tecidos
fotossintetizantes; e uma morfológica, que resulta em modificações na alocação do
carbono entre os diferentes órgãos de crescimento da planta (folhas, perfilhos,
raízes), o que confere às plantas tolerância às desfolhações.
O pastejo além de reduzir a área foliar total do dossel, altera a estrutura das
folhas do dossel e, conseqüentemente, a capacidade fotossintética das plantas
(BRISKE, 1991). A baixa intensidade luminosa incidente na base do dossel é um dos
principais fatores que pode interferir no perfilhamento.
Trabalhando com o capim Marandu, em áreas manejadas em lotação continua
com carga variável em diferentes alturas do dossel, Sbrissia et al. (2008)
encontraram maiores taxas de aparecimento de perfilhos em pastos mantidos com
menor altura em relação a dosséis mantidos com maior altura. O autor justifica este
fato pela maior incidência de luz na base do dossel e pelas maiores taxas de
aparecimento de folhas verificadas sob aquelas condições.
Quando se entende a dinâmica de crescimento e desenvolvimento das plantas
que compõem uma pastagem e as respostas morfofisiológicas como conseqüência
dos fatores interferentes, torna-se, mais fácil adequar o manejo do pastejo visando à
sustentabilidade do sistema de produção com alta produtividade dos componentes
planta e animal, respeitando os limites ecofisiológicos das plantas forrageiras, e
aspectos relacionados com a interface planta-animal determinante da facilidade de
apreensão e de consumo de forragem pelos animais em pastejo (DA SILVA e
NASCIMENTO JR. 2007).
Portanto, vários trabalhos contemplam a problemática da freqüência de
pastejo, tendo em vista sua importância na manutenção de um índice de área foliar
(IAF) adequado, em que o máximo acúmulo de lâminas foliares seja alcançado.
Resultados desses experimentos têm revelado que o conceito de IAF crítico, quando
o dossel intercepta 95% da luz incidente, é válido para plantas temperadas e
tropicais e pode ser utilizado para determinar o momento de entrada dos animais em
31
sistema de pastejo rotativo, com gramíneas da espécie Panicum maximum cv.
Tanzânia e Mombaça e Brachiaria brizantha cv. Marandu e Xaraés (CARNEVALLI et
al., 2006).
3.7 Composição Bromatológica
O valor alimentício de uma espécie forrageira é influenciado pelo cultivar,
fertilidade do solo, condições climáticas, idade fisiológica e manejo a que essa
espécie é submetida. Em conseqüência desse grande número de fatores, faz-se
necessário conhecer o valor alimentício da forragem, para que se possam tomar
decisões objetivas de manejo, afim de obter a máxima produção animal (EUCLIDES,
1995).
A maioria das forrageiras tropicais apresenta alta porcentagem de parede
celular e baixo conteúdo celular (PRADO, 2007). O conteúdo celular, representado
pela fração solúvel, mostra, potencialmente, 100% de digestibilidade. A parede
celular, constituída pela fração insolúvel, apresenta potencial de degradação mais
baixo, sendo resistente ao ataque de enzimas do trato gastrintestinal de ruminantes
(SILVA e QUEIROZ, 2002).
A fibra não é uma fração uniforme ou um composto puro, de composição
química definida, e deve ser determinada por método analítico. Ela é formada pelos
componentes da parede celular e estimada pela análise da fibra em detergente
neutro (FDN) e pela fibra em detergente ácido (FDA). O valor nutritivo de gramíneas
e leguminosas pode ser avaliado pelo tipo e quantidade de material fibroso na
planta, caracterizado pelas frações de carboidratos presentes na FDN e FDA. O
aumento dos níveis de FDN em forrageiras ou dietas está associado à limitação na
ingestão de matéria seca; da mesma forma, a FDA está associada com ao consumo
(RADIS, 2010).
Inúmeros são os fatores que influenciam a composição bromatológica da
planta, entre eles, Cecato et al., (2000) mencionam a altura de corte ou de pastejo,
uma vez que, em cortes ou pastejos mais baixos, podem ser retirados materiais
fibrosos e com menor teor de PB. A composição química da planta forrageira é um
dos parâmetros utilizados para medir seu valor nutritivo e, dentre outros fatores, é
afetada pela idade da planta (EUCLIDES, 2001). Com o avanço da idade fisiológica,
32
as plantas tropicais perdem qualidade mais rapidamente quando comparadas às
plantas de clima temperado.
Trabalhando
com
capim
Marandu
Euclides
et
al.,
(1996)
relataram
digestibilidade in vitro da matéria orgânica para folhas de 58,7% na águas e 54,9%
na seca. Já Bittencourt e Veiga (2001) encontraram valores entre 53,3 e 57,5% para
o mesmo componente.
33
4.
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43
5.
CAPÍTULO 2
Características morfogênicas e estruturais do capim Piatã manejado em
lotação intermitente com diferentes alturas do pré-pastejo
RESUMO: O experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência das
diferentes alturas de pastejo sobre as características morfogênicas e estruturais da
B. brizantha cv. Piatã manejada sob lotação intermitente. Foram avaliadas três
alturas do dossel forrageiro (30, 45 e 60 cm) em duas estações de crescimento
(meio e final). Adotou-se o delineamento em blocos ao acaso em esquema de
parcelas subdivididas, onde nas parcelas foram alocadas as três alturas de entrada
(30, 45 e 60 cm) em duas subparcelas, as duas estações de crescimento (meio e
final da estação). A taxa de aparecimento e alongamento foliar do capim Piatã foi
influenciada pelas alturas das plantas diminuindo com o aumento da altura do dossel
no mesmo pasto. O alongamento de colmo não foi alterado pelas alturas estudadas.
Os perfilhos presentes nos locais com maior altura apresentaram maior filocrono
(15,7 dias). As alturas do dossel forrageiro não alteraram a taxa de senescência
foliar, a qual apresentou valores médio de 9,8 mm perfilho dia-1. O número de folhas
vivas foi mais expressivos na altura de 30 cm com 5,14 folhas e o número de folhas
mortas foi maior nas alturas de 45 e 60 cm, com 4,14 e 4,91 folhas,
respectivamente. O comprimento de bainha foi superior na maior altura (60 cm) com
283,99 mm, já o comprimento da lâmina foliar não diferiu com o aumento na altura,
apresentando média de 207,13 mm de comprimento entre as três alturas estudadas.
O capim Piatã apresentou melhores resultados quando manejados a alturas mais
baixas, tanto em relação às características morfogênicas e estruturais quanto ao fato
de ter possibilitado mais ciclos de pastejo.
Palavras chave: altura de pastejo, característica de crescimento, estrutura do pasto
44
Morphogenetic and structural grass Piata managed under rotational stocking
with different heights of the pre-grazing
ABSTRACT: The experiment was conducted to evaluate the influence of different
grazing heights on the morphogenetic and structural characteristics of B. brizantha
cv. Piata managed under rotational stocking. We evaluated three canopy heights (30,
45 and 60 cm) in two growing seasons (middle and end). We adopted the design of
randomized blocks in a split-plot, where plots were allocated in three heights input
(30, 45 and 60 cm) in two plots, the two growing seasons (middle and end of the
season). Appearance rate and leaf elongation of the grass Piata was influenced by
the heights of the plants decreased with increasing canopy height in the same
pasture. The elongation of stems was not amended by the heights studied. The tillers
present in locations with greater height had higher phyllochron (15.7 days). The
canopy heights did not change the rate of leaf senescence, which showed mean of
9.8 mm day-1 tiller. The number of live leaves was more significant in the height of 30
cm with 5.14 leaves and the number of dead leaves was greater in heights of 45 and
60 cm, with 4.14 and 4.91 leaves respectively. The length of the sheath was higher in
the higher height (60 cm) to 283.99 mm, whereas the length of the leaf did not differ
with increasing height, with an average of 207.13 mm from the three heights studied.
The grass Piata showed better results when handled at lower altitudes, both in
relation to morphogenetic and structural characteristics as the fact that it enabled
more grazing cycles.
Key words: grazing height, growth characteristics, sward structure
45
1.1 INTRODUÇÃO
O sucesso da utilização das pastagens depende não apenas da escolha
correta da planta forrageira, mas também da determinação de uma estratégia de
manejo
que
proporcione
adequada
produção
de
forragem
sustentável
e
desempenho animal ao longo do tempo. Para tanto, a compreensão dos
mecanismos morfofisiológicos das plantas forrageiras e sua interação com o
ambiente são fundamentais para a adoção de metas de manejo do pastejo que
proporcionem a manutenção da capacidade produtiva do pasto (NASCIMENTO Jr.
et al. 2002).
As gramíneas forrageiras tropicais apresentam respostas diferentes nos
diversos ambientes, implicando em diferentes recomendações de manejo do
pastejo. Tal fato está associado principalmente ao alongamento de colmo
determinando a diminuição da relação folha/colmo (CÂNDIDO et al., 2005),
conseqüentemente, dificultando a apreensão de forragem resultando no declínio no
consumo animal (GONTIJO NETO et al., 2006). Por sua vez, a altura ideal de
desfolhação pode controlar o alongamento das hastes do capim tropical, e
consequentemente, permitir a melhoria da produtividade do sistema, onde
atualmente no Brasil tem sido desenvolvidas várias pesquisas para definir a melhor
altura para o melhor momento da desfolhação de gramíneas tropicais.
O conhecimento da altura de pastejo adequada é de fundamental importância
para a redução dos efeitos negativos do pastejo animal sobre o crescimento e
desenvolvimento da pastagem. A altura pode ser usada para estabelecer quais
condições de manejo proporcionariam ambiente favorável para as melhores
respostas de determinado capim ao pastejo na região do ecótono Cerrado
Amazônia, tanto em relação ao acúmulo de forragem quanto em ganho de peso
animal. No entanto, as respostas morfofisiológicas das plantas forrageiras à
desfolhação, apesar de serem determinadas geneticamente, são fortemente
influenciadas pelas condições do meio (PEDREIRA et al., 2001).
Principalmente para a região norte do Brasil as informações ainda são
limitadas. Sendo assim, objetivou-se avaliar sob as condições do norte Tocantinense
as características morfogênicas e estruturais do capim Piatã, manejado sob lotação
intermitente, e com isso, subsidiar bases para o estabelecimento do manejo do
pastejo adequado para a produção de bovinos em pastejo.
46
1.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins- UFT,
Campus Universitário de Araguaína-TO, na Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia, localizado a 07º12’28”, Latitude Sul e 48º12’26”, Longitude Oeste, com
altitude de 236 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948), é
AW – Tropical de verão úmido, com estação seca e chuvosa bem definida com
período de estiagem no inverno. Apresenta temperaturas máximas de 40ºC e
mínimas de 18ºC e umidade relativa do ar média anual de 76%.
Os dados das variáveis ambientais foram coletados na Estação Agrometeorológica
do
Campus
Universitário
de
Araguaína-TO,
localizado
nas
proximidades do experimento (700 m), durante todo o período experimental (Tabela
1).
Tabela 1 - Valores médios da temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar,
precipitação pluvial e velocidade do vento nos ciclos e no meio e final da estação de
crescimento
Altura de 30 cm
Variáveis
Ciclo1
Ciclo 2
Ciclo3
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
25,9
85,5
1412,5
287
0,75
26,6
86,1
1482,5
282
0,83
26,4
84,5
1384,2
246
0,9
Meio da Final da
estação estação
25,9
26,5
85,5
85,3
1412,5 1433,4
282
528
0,75
0,86
Altura de 45 cm
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
26,4
86,6
1343,4
280
0,8
26,4
81,1
1457,0
94
1,15
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
26,4
83,9
1400,2
374
0,97
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,0
297
0,86
Altura de 60 cm
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,9
297
0,86
O solo da área experimental é o Neossolo Quartzarênico Órtico típico
(EMBRAPA, 2006), o qual foi analisado no Laboratório de Solos da UFT, na Escola
de Medicina Veterinária e Zootecnia.
47
A semeadura da forrageira foi realizada a lanço após gradagem da área no
final das chuvas da estação de crescimento 2008/2009, em área previamente
corrigida e adubada com base na análise do solo. Em maio de 2010, a forragem foi
colhida com máquina forrageira. Posteriormente, a área foi vedada durante o inverno
até o mês de outubro de 2010, quando deu-se o início do preparo da área para
condução do estudo. Inicialmente realizou-se a correção do pH do solo, utilizando-se
1 tonelada ha-1 de calcário (PRNT= (98%) em superfície. Posteriormente, aplicou-se
80 kg de P2O5 ha-1 via superfosfato simples em meados de novembro. Em janeiro de
2011 foi feito um corte de uniformização da área experimental, e no início do
perfilhamento, após três dias , foi realizada adubação de cobertura com adubo
formulado (20:0:20) na dose de 250 kg ha-1. Posteriormente, ao longo do período
experimental a adubação foi realizada a cada corte, sendo calculado a quantidade
de adubo a ser aplicado de acordo com os dias de descanso de cada área e/ou
altura, ou seja, a adubação foi realizada com recomendação diária com com média
de 1,6 kg de N e K2O ha dia-1 de rebrotação. O período experimental foi de janeiro à
maio de 2011.
A área experimental foi de 7,1 hectares, subdividida em duas glebas, sendo
alocados três piquetes em cada uma de 1,18 ha cada, sendo um piquete para cada
altura de pasto avaliada. Cada piquete foi subdividido em função da altura de
manejo estudada, em 6, 7 e 8 faixas, para as alturas de 30, 45 e 60 cm
respectivamente (Figura 1). O maior número de faixas para a maior altura de manejo
é resultado da necessidade de maior período de descanso demandado pela planta
atingir maior altura de entrada.
48
Figura 1 – Croqui da divisão da área experimental
O delineamento experimental foi em blocos casualizados em esquema de
parcelas subdivididas com combinação 3x2, sendo três alturas do pasto no momento
de pré-pastejo (30, 45, 60 cm de altura) e duas estações de crescimento (meio e
final), com quatro repetições por tratamento.
A área experimental foi manejada sob lotação intermitente, com taxa de lotação
variável, sendo a movimentação dos animais baseada em função da altura do pasto
no momento pré e pós-pastejo. As alturas pré-pastejo respeitaram os tratamentos
experimentais, e a condição pós-pastejo foi de aproximadamente 50% da altura
inicial.
Para a avaliação da morfogênese foi utilizada a técnica de perfilhos marcados
(DAVIES, 1993), em que se acompanha a dinâmica de aparecimento, alongamento
e senescência de lâminas foliares bem como o alongamento de colmo. Dez perfilhos
por faixa foram identificados e marcados a 3 m espaçados em um mesmo
alinhamento, aproximadamente cinco dias após o pastejo dos animais, e os seus
componentes morfológicos foram avaliados semanalmente até o final do período de
49
descanso de cada ciclo de pastejo, sendo os dados registrados em planilhas
eletrônicas, com os quais foram estimadas as taxas de aparecimento foliar (TApF=
folhas perfilho-1 dia-1), alongamento foliar (TAlF= mm dia-1 perfilho-1), de senescência
foliar (TSF= mm dia-1 perfilho-1) e de alongamento de colmo (TAlC= mm dia -1
perfilho-1). Ainda com as avaliações dos perfilhos, estimou-se o número de folhas
totais (NFT= folhas perfilho-1) e vivas por perfilho (NFV= folhas perfilho-1), o
comprimento médio de lâminas foliares (CMLF= cm) e comprimento da bainha
(Bainha= cm) (ALEXANDRINO et al., 2004).
O monitoramento da altura do pasto foi realizado duas vezes por semana
medindo-se com régua graduada 30 pontos aleatórios por subdivisão, tendo o plano
imaginário da altura média da curvatura das folhas como referência da altura do
dossel forrageiro.
As análises foram realizadas com auxílio do programa SISVAR, Sistema para
Análises Estatísticas versão 5.1, onde resultados foram submetidos à análise de
variância, e quando significativos (P<0,05) foi realizada a comparação de médias
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade para os efeitos principais, e do
desdobramento da interação quando necessário.
50
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores observados para TApF variaram de 0,0737 a 0,1090 folhas perfilho
dia-1, os quais estão próximos aos verificados na literatura para o gênero Brachiaria
(CAVALCANTE et al., 2001; SBRISSIA E DA SILVA, 2008; SANTOS et al, 2011).
Contudo, a resposta do capim Piatã não variou significativamente quando
comparadas as duas estações de crescimento (Tabela 2). Contudo, no meio da
estação, o manejo das alturas no pré-pastejo alterou a TApF, observando-se maior
valor para a altura de 30 cm em relação a de 60 cm.
Por ser inversamente proporcional à TApF, o filocrono foi alterado somente
pela altura de manejo, mas sem interferência da estação de crescimento (Tabela 2).
No geral, a maior altura no pré-pastejo incrementou filocrono, resultado que pode
estar associado tanto ao efeito do comprimento do pseudo-colmo como da taxa de
alongamento foliar (SKINER e NELSON, 1994). O maior filocrono para a maior altura
de pré-pastejo, indicou que a elevação da altura para 60 cm impactou na resposta
morfofisiológica da planta reflexo direto da modificação na arquitetura da planta.
Conforme apresentado anteriormente, a redução no ritmo de aparecimento das
folhas do perfilho para plantas pastejadas em porte mais elevados está intimamente
relacionado com a elevação da distância que a folha tem que percorrer para emergir.
Normalmente, destaca-se na literatura que o alongamento foliar ocorre até o
surgimento do ápice foliar, ou seja, cessa com a exposição da lígula. Assim, plantas
que apresentam maior comprimento de bainha normalmente apresentam maior
comprimento de lâmina foliar e menor filocrono.
51
Tabela 2 - Taxa de aparecimento foliar (TApF), e Filocrono do capim Piatã no prépastejo manejado sob lotação intermitente com três alturas de entrada durante duas
estações de crescimento da forragem (meio e final)
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
Meio
Final
TApF (folhas perf dia-1)
0,1090aA
0,1044aA
0,1009aAB
0,0930aA
0,0737aB
0,0853aA
0,0945
0,0942
Média
0,1067
0,0969
0,0795
0,0944
CV%
16,27
Filocrono
30
45
60
Média
10,64
10,91
15,44
12,33a
10,18
11,75
15,98
12,64a
10,41B
11,33B
15,71A
12,48
26,74
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Via de regra, a lotação intermitente que tem como indicação do momento de
entrada dos animais no piquete a condição da planta, como: número de folhas vivas
por perfilho, interceptação da radiação e altura do pasto, como o presente trabalho.
Normalmente, como o crescimento forrageiro é o reflexo das condições anbientais, o
período de descanso para atingir a altura da planta torna-se variável conforme
mostra Tabela 3.
Tabela 3 - Período de descanso (dias) do capim Piatã manejado sob lotação
intermitente com três alturas de entrada durante duas estações de crescimento
(meio e Final)
Altura (cm)
30
45
60
Média
Meio da estação
36aC
46aB
65bA
49,17
Final da estação
32aB
32bB
43aA
35,67
Média
34
39
54
42,42
CV%
10,29
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Em termos gerais, a elevação da altura de pré-pastejo, incrementou o período
de descanso, sendo essa resposta variável em função dos períodos de avaliação.
Apesar de distintos, a altura de pré-pastejo de 30 e 45 cm foram semelhantes no
final da estação de crescimento. Contudo, após a altura de 45 cm, notou-se que o
PD incrementou consideravelmente, provavelmente em resposta à desaceleração da
taxa de crescimento diário da gramínea, indicando que a essa altura a planta atingiu
o platô da baixa taxa de forragem na curva de crescimento sigmóide do capim Piatã.
52
Para aproximadamente o mesmo período experimental entre as três alturas de
pastejo, a variação no PD gerou para a altura de 60 cm um ciclo de pastejo a
menos, pois essa condição demandou maior PD. Apesar da mesma área e época de
avaliação, essa variação no PD impôs condições diferenciadas de meio ambiente
para os mesmos ciclos de diferentes alturas pré-pastejo. Para a altura de 30 cm
verificou-se menor oscilação das condições ambientais tanto para os ciclos como
para estação de crescimento, ao passo que para a altura de 60 cm, apresentou
maior heterogeneidade das variáveis ambientais entre as estações (Tabela 1), que
pode proporcionar maiores variações no crescimento da planta manejada sob essa
condição.
Certamente, as interações observadas entre altura pré-pastejo e a estação de
crescimento sobre o PD pode estar relacionada às diferentes condições do meio
durante as diferentes etapas de rebrotação. A Tabela 1 apresenta as condições
ambientais ao longo dos ciclos de avaliação e também a estratificação dessas
condições para cada estação de crescimento chuva avaliado.
A taxa de alongamento foliar (TAlF) do capim Piatã obteve desempenho
superior no final da estação de crescimento, e no meio da estação ela foi reduzida
com a elevação da altura do pasto indicando que em longos períodos de descanso,
a planta amadureceu em termos fisiológicos, com redução de crescimento, e
também fica mais suceptível a variações ambientais, principalmente à precipitação
(Tabela 1).
No entanto, dentro de uma faixa tolerável de manejo, resultado do crescimeto
natural da planta ao longo da estação de crescimento, a quantidade e qualidade da
luz que chega ao interior do dossel exercem papel importante no alongamento foliar,
ou seja, em um manejo com alturas mais baixas e/ou maior freqüência de pastejo,
podendo contribuir para o incremento de TAlF, efeito também observado por
FISCHER e da SILVA, 2001, LEMAIRE, 2001, CAVALCANTE, 2001.
A taxa de alongamento de colmo (TAlC) variou em função das alturas do pasto,
e essa resposta ocorreu somente em função do período de avaliação, verificando-se
maiores valores para o final da estação de crescimento. Sabe-se que a planta pode
alongar seus colmos para alcançar horizontes mais altos no processo de competição
por luz, este fator não influenciou a TAlC nas diferentes alturas do capim Piatã nas
condições observadas (Tabela 4).
53
O incremento da TAlC corrobora com a literatura que destaca que ao longo da
estação de crescimento é comum o alongamento natural da haste (MACEDO et al.
2010), mas a manutenção da TAlC com a elevação da altura do pasto vai de
encontro com referências que citam que aumento da altura de pastejo é proporcional
a TAlC. Provavelmente, em função de ser uma área implantada recentemente, e
com isso, não ter atingido o estado de equilíbrio na densidade populacional de
perfilhos, pode ser que, mesmo com a elevação da altura do dossel forrageiro não
tenha comprometido o ambiente luminoso e, consequentemente, não interferido a
TAlC.
Tabela 4 - Taxa de alongamento foliar (TAlF) e taxa de alongamento de colmo
(TAlC), Comprimento de Bainha (CB) e Comprimento Médio de Lâmina Foliar
(CMLF) do capim Piatã no pré-pastejo manejado sob lotação intermitente com três
alturas de entrada durante duas estações de crescimento (Meio e Final)
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
30
45
60
Média
30
45
60
Média
30
45
60
Média
Meio
Final
Média
TAlF (mm perf dia-1)
22,80bA
31,91aA
27,36
21,85aAB
24,01aA
22,93
12,85bB
25,90aA
19,38
19,17b
27,27a
23,22
-1
TAlC (mm perf dia )
1,23
4,26
2,75A
1,57
4,65
3,11A
1,52
4,81
3,16A
1,44b
4,57a
3,00
Comprimento de Bainha (mm)
186,43bA
260,71aB
223,57
184,21bA
302,64aAB
243,42
208,28bA
359,69aA
283,99
192,97
307,68
250,32
Comprimento Médio de Lâmina Foliar (mm)
193,57
260,47
227,02
192,58
217,54
205,06
153,64
224,98
189,31
179,93b
234,33a
207,13
CV%
22,42
35,95
18,84
14,72
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Em relação ao comprimento de bainha (CB), independente da altura de
manejo, somente no final da estação de crescimento verificou-se maiores valores de
CB para as maiores alturas. Embora o déficit hídrico não tenha sido tão acentuado
no meio da estação de crescimento (Tabela 1), provavelmente em razão de
54
condições climáticas favoráveis ao crescimento dos perfilhos do capim Piatã,
corroborando com Faria (2009), que observou em B. decumbens cv. Basilisk que o
CB foi incrementado com elevação da altura do pasto para 10, 20, 30 e 40 cm em
lotação contínua.
O comprimento médio de lâmina foliar (CMLF) não variou em função da altura,
mas os maiores valores foram verificados no final da estação de crescimento
(Tabela 4), corroborando com Sbrissia et al. (2008) que trabalhou com capim
Marandu. Avaliando-se o comportamento do comprimento médio de lâmina foliar em
função das alturas estudadas, observa-se que ocorre principalmente em função da
distância que percorre para emergir e, consequentemente, cessar a divisão celular.
No entanto, novamente não se verificou resposta do CMLF em função da altura,
provavelmente porque as duas variáveis responsáveis pelo CMLF, o CB e a TAlF,
responderam inversamente a elevação da altura, contrabalanceando os seus efeitos
sobre o CMLF.
O número de perfilhos se manteve estável em todas as alturas de manejo
estudadas, quando avaliadas em relação a estação de cresciemnto o qual foi
superior no meio da estação (Tabela 5).
Tabela 5 – Número de Perfilhos (NP) do capim Piatã no pré-pastejo manejado sob
lotação intermitente com três alturas de entrada durante duas estações de
crescimento (Meio e Final)
Períodos
Altura(cm)
30
45
60
Média
Meio
Final
NP
1835,42
1927,97
1276,15
1679,85a
1308,65
1360,25
979,79
1216,23b
Média
1572,03A
1644,11A
1127,97A
1448,04
CV%
12,01
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
De acordo com os dados observados, o número de folhas totais (NFT)
permaneceu constante com o aumento da altura do pasto, apresentando
significância apenas na estação de crescimento analizadas, os quais foram mais
expressivos no final da estação de crescimento (Tabela 6). Quando analisada a
variável número de folhas vivas (NFV) foi observada interação entre as alturas do
pasto, onde a altura de 30 cm apresentou maior NFV no inicio da estação de
crescimento. Segundo Lemaire e Chapman (1996), o número de folha viva por
perfilho, apesar de determinado geneticamente, pode variar com as condições de
55
meio e de manejo da pastagem. Isto posto, os dados obtidos no estudo indicaram
que o pastejo em alturas mais baixas propicia adequado disponibilidade de alimento
aos animais, uma vez que a planta em alturas maiores investe em alongamento de
colmo, buscando horizontes mais altos para maior interceptação da luz, na tentativa
de balancear a atividade fotossintética (LEMAIRE, 1997).
Tabela 6 - Número de Folhas Total (NFT), Número de Folhas Vivas (NFV) e
Número de folhas Mortas (NFM) do capim Piatã no pré-pastejo manejado sob
lotação intermitente com três alturas de entrada durante duas estações de
crescimento (Meio e Final)
Períodos
Altura (cm)
30
45
60
Média
30
45
60
Média
30
45
60
Média
Meio
Final
NFTotal (folhas perf-1)
8,19
7,61
8,55
7,93
9,73
8,45
8,82b
8,00a
NFVivas (folhas perf-1)
4,96 aA
5,31 aA
3,85 aB
4,35 aB
3,68 bB
4,67 aAB
4,16 b
4,78 a
NFMorta (folhas perf-1)
3,22 aB
2,30 aB
4,70 aA
3,58 aAB
6,05 bA
3,77 aA
4,65 a
3,22 b
Média
7,90A
8,24A
9,09A
8,41
5,14
4,10
4,17
4,47
2,76
4,14
4,91
3,93
CV%
11,38
10,59
20,67
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Em relação ao número de folhas mortas (NFM), pode ser observada interação
entre as alturas estudadas sendo maior NFM nas maiores alturas (Tabela 6) o que
possivelmente ocorreu pelo aumento do sombreamento das lâminas foliares mais
velhas, ocasionando elevação na morte das folhas baixeiras nas maiores alturas.
Fato este também constatado por Santos et al., (2011), trabalhando com Brachiaria
em diferentes alturas. Também houve interação nas estações de cresciemnto
observadas, sendo que o meio da estação foi superior ao final tanto para altura de
30 quanto para 40 cm. Os resultados também corroboram com os de Faria (2009),
que quantificou aumento da morte foliar na medida em que a aumentava altura do
pasto de B. decumbens, manejada sob lotação contínua.
56
1.4 CONCLUSÕES
Verificou-se que o capim Piatã apresenta melhores valores de taxa de
aparecimento e alongamento foliar quando manejados á 30 e 45 cm de altura,
propiciando maior rapidez na retomada do dossel forrageiro pós-pastejo, além de
possibilitar maior número de ciclos de pastejo.
Alturas menores exercem importante efeito no desenvolvimento do capim
Piatã, uma vez que favorece a rápida recuperação de seu aparato fotossintético
após a desfolhação, reduzindo o tempo para o aparecimento de duas folhas
consecutivas.
57
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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R.G.A. Formação e manejo de pastagens na Amazônia do Brasil. Revista
Eletrônica de Veterinária, v.7, n.1-23, 2006.
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58
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VALLE, B.C.; EUCLIDES, V.P.B.; PEREIRA, J.M.; O capim xaraés (Brachiaria
brizantha cv. Xaraés) na diversificação das pastagens de braquiaria – Campo
Grande: Embrapa Gado de Corte, 2004 36 p.
59
6.
CAPÍTULO 3
Características agronômicas, estruturais e bromatológicas do capim Piatã
em lotação intermitente com período de descanso variável em função da altura
do pasto
RESUMO: O experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência das
diferentes alturas de pastejo sobre as características agronômicas, estruturais e
bromatológicas da Brachiaria brizantha cv. Piatã manejada sob lotação intermitente.
Foram avaliadas três alturas do dossel forrageiro (30, 45 e 60 cm) ao longo de duas
estações de crescimento (Meio e Final da estação). Adotou-se o delineamento em
blocos ao acaso, com parcelas subdivididas, onde nas parcelas foram alocadas as
alturas e nas subparcelas as estações de crescimento da forragem. Os valores de
altura atenderam o protocolo experimental apresentando médias de 35,2; 43,5 e
59,4, respectivamente para 30, 45 e 60 cm de altura. O período de descanso (PD)
foi variável no decorrer das alturas e proporcionou diferentes ciclos de pastejo, com
PD médio de 34, 39 e 54 dias, respectivamente, para as alturas de 30, 45 e 60 cm. A
maior produtividade de MST obtida por ciclo foi na altura de 60 cm, com média de
4612,51 kg ha-1 e, 3566 kg ha-1 para altura de 30 cm. No entanto nas alturas de 30 e
45 cm foram obtidos três ciclos de pastejo e somente dois para a altura de 60 c,
totalizando com isso, 12,4, 10,7 e 9,2 t MS ha-1 no período, respectivamente, para as
alturas de 30, 45 e 60 cm. A taxa de crescimento cultural foi maior nas alturas
menores. Na relação folha/colmo não houve diferença nas alturas estudadas,
somente apresentando estreitamento na relação no final da estação de crescimento.
Houve interação altura × estação de crescimento sobre o IAF, sendo superiores no
final da estação e na altura de 60 cm. O número de perfilho não sofreu alteração no
decorrer das alturas sendo observada a superioridade do número de perfilhos no
meio da estação de crescimento. O aumento na altura do pasto, em geral, não
proporcionou alteração no teor de PB e na digestibilidade e aumento nos teores de
FDA, apenas foi alterado FDN na altura de 60 cm. Com o trabalho constatou-se,
portanto, interação entre as estratégias de manejo sobre a produção de forragem.
Palavras-chave: capim Piatã, estrutura do pasto, produção de forragem
60
Agronomic characteristics, structural and chemical characteristics of
grass in Piata stocking with intermittent rest periods vary depending on the
sward height
ABSTRACT: The experiment was conducted to evaluate the influence of different
grazing height on agronomic characteristics, structural and chemical characteristics
of Brachiaria brizantha cv. Piata managed under rotational stocking. We evaluated
three canopy heights (30, 45 and 60 cm) over two periods of (Start and End of rains).
We adopted the design of randomized blocks with split plots where the plots were
allocated heights and subplots periods of rainfall. The values of the experimental
protocol met when showing averages of 35.2, 43.5 and 59.4, respectively 30, 45 and
60 cm high. The rest period (PD) was variable during the heights and provided
different grazing cycles, with average DP of 34, 39 and 54 days, respectively, to the
heights of 30, 45 and 60 cm. The higher productivity of MST per cycle was obtained
at 60 cm, with an average of 4612.51 kg ha -1 and 3566 kg ha-1 to 30 cm high.
However the heights of 30 and 45 cm were obtained at three grazing cycles and only
two to the height of 60 c, totaling about it, 12.4, 10.7 and 9.2 t DM ha -1 in the period,
respectively, for heights of 30, 45 and 60 cm. The growth rate was higher in cultural
heights less. In leaf/stem ratio, no differences in heights studied, only showing
narrowing in the relationship in the final period of the rains. There was interaction
time × period rainfall over the IAF, being higher in the final period and height of 60
cm. The number of tillers did not change during the heights being observed
superiority in the number of tillers in the initial period of the rains. The increase in
sward height, in general, provided no change in CP content and digestibility and
increased levels of ADF, NDF has been amended only 60 cm in height. With the
paper noted, therefore, interaction management strategies on the production of
forage.
Key words: herbage production, pasture structure, Piata grass
61
1.1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, em virtude
de possuir extensa área territorial e clima favorável ao cultivo de gramíneas,
conseguindo produzir grande quantidade de matéria seca digestível. Em 2010 o
Brasil chegou a exportar 951.255 toneladas de carne in natura, que correspondeu a
uma receita de US$ 3,8 bilhões (ABIEC, 2011). Para isso, o país conta com um
rebanho de aproximadamente 205,3 milhões de cabeças (IBGE, 2009).
Com a expansão da atividade pecuária no país e o aumento na
comercialização de carne bovina no mercado externo, torna-se crescente a
demanda
pela
eficiência
em
produtividade,
resultando
na
busca
pela
competitividade. As pastagens cultivadas já conquistaram destaque no Brasil em
substituição às nativas, principalmente devido ao padrão de produção que se firmou
nos últimos anos, exigindo cultivares mais produtivos e adaptados (ZIMMER E
EUCLIDES, 2000).
As gramíneas são capazes de produzir grandes quantidades de matéria seca,
com boa relação folha/colmo, resultando em um adequado valor nutritivo. Segundo
FAGUNDES et al. (2005), o potencial de produção de uma planta forrageira é
determinado geneticamente, porém, para que esse potencial seja alcançado,
condições adequadas do meio e de manejo devem ser observados.
Lançado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) em
2007, a Brachiaria brizantha cv. Piatã é uma variedade resultante de um processo
de seleção entre os demais exemplares de Brachiaria brizantha. Segundo a
EMBRAPA – Gado de Corte, o capim Piatã estará pronto para consumo dos animais
de dois a três meses após a semeadura. O capim piatã é uma planta apropriada
para solos de média fertilidade, produz forragem de boa qualidade e acumulação de
folhas, possui colmos finos o que resulta em um melhor aproveitamento pelo animal,
sendo resistente ao ataque de cigarrinhas-das-pastagens (EMBRAPA, 2007).
Estudos apontam que o capim Piatã apresenta boa produção de forragem e,
em parcelas sob corte, em solos de média fertilidade e sem adubação de reposição,
em Mato Grosso do Sul, produziu em média 9,5 t ha-1 de matéria seca com 57% de
folhas, sendo 30% dessa produção obtidas no período seco (MALVES, 2010).
Comparada com o capim Marandu, o Piatã destacou-se pela elevada taxa de
crescimento e disponibilidade de folhas sob pastejo. O teor médio de proteína bruta
62
nas folhas foi de 11,3%, e a média anual de digestibilidade in vitro da matéria
orgânica, de 58%, além disso, apresenta rebrota mais rápida do que o capim
Marandu. Em Campo Grande, em solos de fertilidade média, as taxas de acúmulo
de massa seca de folhas nos períodos de água e seca foram, respectivamente, de
53,6 e 8,3 kg ha dia-1, para o capim piatã, superiores aos 47,8 e 6,70 kg ha dia-1 do
capim Marandu (MALVES, 2010). Em ensaio sob condições semicontroladas, em
casa de vegetação, o capim Piatã apresentou tolerância intermediária ao
alagamento do solo, tendo desempenho semelhante ao capim Xaraés, porém
superior ao capim Marandu (CAETANO e DIAS-FILHO, 2005).
Nesse contexto, a Brachiaria brizantha cv. Piatã apresenta-se como uma
alternativa interessante à produção de ruminantes em pastejo. A recomendação de
uso do capim Piatã é semelhante àquela para o capim Marandu (Brachiaria
brizantha cv. Marandu). No entanto, assim como acontece com a cultivar Xaraés, é
possível que no sistema de produção o capim Piatã apresente necessidades de
manejo distintas do Marandu. As condições de clima (insolação, temperatura,
precipitação pluvial, etc.) são distintas e específicas em cada estação do ano e
localização global, o que determina mudanças nos tipos e magnitudes dos
processos que ocorrem no pasto, como crescimento, senescência e florescimento,
dentre outros.
Diante dessa situação, o manejo do pastejo deveria ser contextualizado às
estações do ano e a essa localização específica, pois uma única ação de manejo
não seria eficiente e/ou vantajosa sob condições abióticas diferentes nas mais
diversas regiões do país. Na verdade, o manejo do pastejo, concebido e idealizado
de forma sazonal, consiste em ajuste fino ou aprimoramento das atuais
recomendações de manejo, baseadas em valores de alturas médias dos pastos sob
lotação intermitente.
Em estudo comparando as Brachiarias brizantha cv. Marandu, Xaraés e Piatã,
com período de descanso de 28 dias, Euclides et al., (2001) constataram que a
massa de forragem média do capim Piatã no pré-pastejo foi de 3.850 kg ha-1 de
matéria seca (MS). Um outro estudo coordenado por Carneiro et al., (2001)
avaliando o capim Piatã no período seco e chuvoso, verificou que o capim Piatã
produziu cerca de 12 t ha-1 de MS, ou seja, os dados e valores apresentados nos
estudos ainda são bastante discrepantes.
63
Em decorrência da carência de informações sobre o comportamento de tais
características do capim Piatã sob pastejo intermitente, realizou-se este trabalho
com o objetivo de estudar o efeito das diferentes alturas de corte sobre produção da
biomassa de forragem, comportamento estrutural e nutricional em pastagens de
Brachiaria brizantha cv. Piatã ao longo da estação de crescimento da forragem na
região norte do Tocantins.
64
1.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins- UFT,
Campus Universitário de Araguaína-TO, na Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia, localizado a 07º12’28”, Latitude Sul e 48º12’26”, Longitude Oeste, com
altitude de 236 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948) é
AW – Tropical de verão úmido com estação seca e chuvosa bem definida com
período de estiagem no inverno. Apresenta temperaturas máximas de 40ºC e
mínimas de 18ºC, com umidade relativa do ar média anual de 76%.
Os dados das variáveis ambientais foram coletados semanalmente na Estação
Agro-meteorológica do Campus Universitário de Araguaína-TO, localizado nas
proximidades do experimento (700 m), durante todo o período experimental (Tabela
1).
Tabela 1 - Valores médios da temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar,
precipitação pluvial e velocidade do vento nos ciclos e na estação de crescimento
(meio e final da estação)
Altura de 30 cm
Variáveis
Ciclo1
Ciclo 2
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
25,9
85,5
1412,5
287
0,75
26,6
86,1
1482,5
282
0,83
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
Ciclo3
Meio da Final da
estação
estação
26,4
25,9
26,5
84,5
85,5
85,3
1384,2
1412,5 1433,4
246
282
528
0,9
0,75
0,86
Altura de 45 cm
26,4
86,6
1343,4
280
0,8
26,4
81,1
1457,0
94
1,15
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
26,4
83,9
1400,2
374
0,97
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,0
297
0,86
Altura de 60 cm
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,9
297
0,86
65
O solo da área é classificado como Neossolo Quartzarênico Órtico típico
(EMBRAPA, 2006) o qual foi analisado no Laboratório de Solos da UFT, na Escola
de Medicina Veterinária e Zootecnia.
A semeadura das forrageiras foi feita a lanço após gradagem da área no início
das chuvas da estação de crescimento 2008/2009, em área previamente corrigida e
adubada com base na análise do solo. Em maio de 2010, a forragem foi coletada
com máquina forrageira e o material armazenado em silos, os quais foram utilizados
para confinamento no período de julho a setembro do mesmo ano. A área
permaneceu vedada até o mês de outubro de 2010, onde teve início a correção do
solo com 1 tonelada ha-1 de calcário (PRNT= (98%) em superfície, e em seguida,
aplicação de dose única de 80 kg de P2O5 ha-1 via superfosfato simples em meados
de novembro. Em janeiro de 2011 foi feito o corte de uniformização da pastagem, e
no início do perfilhamento, foram realizadas duas adubações de cobertura com
adubo formulado (20:0:20) na dose de 250 kg ha-1 ano. Ao longo do período
experimental a adubação foi realizada a cada corte, sendo calculado a quantidade
de adubo a ser aplicado de acordo com os dias de descanso de cada área e/ou
altura o foi em média de 1,6 kg de N e K2O ha dia-1 de rebrotação. O período
experimental teve início em janeiro de 2011 e se estendeu até maio de 2011.
A área experimental foi de 7,1 hectares, subdividida em duas glebas, sendo
alocados três piquetes em cada uma com 1,18 ha em cada piquete. Os piquetes
designados a altura de 30 cm foram subdivididos em 6 faixas com o auxilio de fitas
eletrificadas (1.953,3 m2), os de 45 cm em 7 (1.673,6 m²) e os de 60 cm em 8 faixas
(1.464,3 m²), conforme expectativa para o período de descanso (Figura 1).
66
Figura 1 – Croqui da divisão da área experimental
O delineamento experimental foi em blocos casualizados em esquema de
parcelas subdivididas com combinação 3x2, sendo três alturas do pasto no momento
de pré-pastejo (30, 45, 60 cm de altura) e duas estações de crescimento (meio e
final), com quatro repetições por tratamento.
A área experimental foi manejada sob lotação intermitente, com taxa de lotação
variável, sendo a movimentação dos animais baseada em função da altura do pasto
no momento pré e pós-pastejo. As alturas pré-pastejo respeitaram os tratamentos
experimentais, e a condição pós-pastejo foi de aproximadamente 50% da altura
inicial.
O monitoramento da altura do pasto foi realizado duas vezes por semana
medindo-se com régua graduada 30 pontos aleatórios por piquete, tendo o plano
imaginário da altura média da curvatura das folhas como referência da altura do
dossel forrageiro.
67
Para avaliação do número de perfilhos (NP), expresso em perfilhos m2 utilizouse uma área de amostragem de 0,031416 m2 representada por um anel de cano
plástico (PVC) de 20 cm de diâmetro e 5 cm de altura fixado ao solo, sendo que em
cada unidade experimental existiam dois anéis. Cada amostragem foi realizada
dentro de um período de oito dias. As gerações de perfilhos foram marcadas com
argolas plásticas de cores distintas, sendo que a cada amostragem os perfilhos
pertencentes às gerações pré-existentes eram contados e os novos marcados com
uma nova cor.
No momento em que a planta atingia a altura de entrada pré-estabelecida (30,
45, 60), eram amostrados dois pontos por parcela, representado pela altura média
do dossel forrageiro, e com auxílio de um quadro de amostragem, um retângulo
metálico de 0,6 m2 (1,0 x 0,6) a forragem foi colhida à altura de 10 cm do solo,
colocada em sacos previamente identificados, levada a casa de apoio para
processamento. O material foi separado em lâmina foliar, colmo e material morto,
pesando-se cada fração separadamente. Em seguida foi seca a 55ºC por 72 horas a
fim de se estimar sua massa seca. A partir desses dados, foi estimada: a biomassa
seca total, de folhas, de colmo, de material morto e a relação folha/colmo.
Para a avaliação bromatológica do capim Piatã, foi feio uma coleta de forragem
simulando o pastejo animal. Este material foi colocado em sacos de papel
identificados e seco em estufa à 55ºC por 72 horas. Após a secagem as amostras
foram moídas em moinho do tipo Willey, com peneira de 1 mm, armazenadas em
recipientes plásticos e identificadas. Em seguida foram realizadas as análises, no
Laboratório de Nutrição Animal da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, para
determinação da proteína bruta (PB), fibra detergente neutro (FDN) e fibra
detergente ácida (FDA) e matéria seca (MS), conforme a metodologia de Van Soest,
(1994).
O índice de área foliar (IAF) foi estimado a partir de uma sub-amostra de
lâmina foliar do material colhido. Para isso, uma alíquota das lâminas foliares foi
cortada em segmentos de 10 cm, e o somatório da largura média de todos
segmentos era multiplicado por 10 cm, estimando-se assim área foliar da subamostra. Os segmentos medidos, em torno de 100, em média, eram pesados a fim
de se estimar sua área foliar específica (cm2 de lâmina foliar g de lâmina foliar-1), a
partir da qual e do peso total das lâminas foliares, foi estimado a área foliar
correspondente à área do quadro de amostragem (0,6 m 2). O IAF (m2 de folha m2 de
68
solo-1) foi obtido pela divisão da área foliar estimada por 0,6 m2 (ALEXANDRINO et
al., 2005).
As análises foram realizadas com auxílio do programa SISVAR Sistema para
Análises Estatísticas versão 5.1, onde resultados foram submetidos à análise de
variância, e quando significativos (P<0,05) foi realizada a comparação de médias
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade para os efeitos principais e do
desdobramento da interação quando necessário.
69
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os pastos tiveram pequenas variações nas alturas pretendidas no decorrer do
período estudado, atendendo o protocolo experimental de forma satisfatória, onde
foram obtidas as médias de alturas de 35,2; 43,5 e 59,4 respectivamente (Figura 2).
De acordo com Gonçalves (2002), o intervalo de corte é uma prática de manejo
que contribui para determinar a produção e a qualidade da forragem, sendo que
cortes em intervalos menores, resultam em baixas produções de matéria seca; no
entanto apresenta alta relação folha/colmo, determinando valor nutritivo mais
Altura dossel observada (cm)
elevado.
70
59,4a
60
50
43,5b
40
30
35,2c
29,5a
30,7a
23,4b
20
10
0
30
45
60
Altura do dossel pretendida (cm)
Pós
Pré
Figura 2 - Altura do dossel forrageiro no pós e pré-pastejo do capim Piatã
manejado sob lotação intermitente com três alturas de entrada
Para todas as variáveis, na condição de pós-pastejo verificou-se efeito somente
para a altura de manejo (Figura 2), possivelmente em função do controle de saída
dos animais das áreas em função do manejo do pastejo.
Certamente, as interações observadas entre altura pré-pastejo e estação de
crescimento sobre o período de descanso (PD) pode estar relacionada às diferentes
condições do meio durante os diferentes períodos de rebrotação (Tabela 1).
O período de descanso (PD) foi variável no decorrer das alturas e proporcionou
diferentes ciclos de pastejo, sendo três ciclos na altura de 30 e 45 cm e apenas dois
70
ciclos na altura de 60 cm ao longo do período experimental, sendo essa resposta
variável em função das estações de crescimento. O PD foi variável para todas as
alturas de manejo no meio da estação de crescimento, mas no final da estação não
observou-se diferença entre as alturas de 30 e 45 cm (Tabela 2).
Tabela 2 - Período de descanso (dias) do capim Piatã manejado sob lotação
intermitente com três alturas de entrada durante as estações de crescimento (meio
e final)
Altura (cm)
30
45
60
Média
Meio da estação Final da estação
36,00aC
32,00aB
46,00aB
32,00bB
65,50aA
43,00bA
49,17
35,67
Média
34,00
39,00
54,25
42,42
CV%
10,29
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
A massa seca total de forragem (MST) foi variável em função das alturas
avaliadas, mas observou-se resposta diferenciada em função da estação avaliada.
Na avaliação do inicio das chuvas, a massa seca total foi incrementada à medida
que elevou a altura do dossel, mas no final da estação não foi observado efeito de
altura sobre a MST. Multiplicando-se o número de ciclos pela MST média de cada
ciclo, obtem-se que os dosséis forrageiros manejados entre 30 e 45 cm de altura
produziram em média 11.5 t MS ha-1, ao passo que os de 60 cm foram 20% menos
produtivos (9.2 t MS ha-1). Provavelmente, a menor produção ocasionada nos pastos
manejados em maior altura reflete a fase de platô na curva de crescimento sigmóide
do capim.
Quando comparado o efeito dasestações de crescimento, somente para a
altura de 30 cm foi observado maior produção para o final da estação de
crescimento. Provavelmente, essa resposta esteja relacionada às condições
ambientais reinantes em cada estação de crescimento de cada altura de manejo
(Tabela 1).
Os componentes morfológicos lâmina foliar e colmo, também sofreram
alteração no decorrer das alturas na qual na altura de 60 cm foi superior somente a
altura de 30 cm (Tabela 3), sendo o colmo com a mesma interferência que a MST
teve em relação à estação de crescimento estudadas, ou seja, sendo responsiva
somente no meio da estação, enquanto em plantas mais altas, os perfilhos são mais
compridos e, assim, necessitam de colmo mais espesso e desenvolvido para
sustentar seu maior peso. Ademais, é possível que tenha ocorrido competição por
71
luz entre os perfilhos e, como conseqüência, ocorreu o alongamento do colmo para
expor as folhas jovens na parte superior do dossel, onde a luz é mais abundante (DA
SILVA e CORSI, 2003).
Tabela 3 - Matéria seca total (MST) e dos componentes morfológicos lâmina foliar
(MSLF), colmo (MSC) e material morto (MSMM) do capim Piatã no pré-pastejo
manejado sob lotação intermitente com três alturas de entrada durante as estaçãos
(meio e final da estação)
Meio
Final
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
30
45
60
Média
Altura
30
45
60
Média
30
45
60
Média
MST (kg ha-1)
2957,8bB
4173,7aA
3803,9aAB
4435,4aA
4413,8aA
4811,2aA
3725,2
4473,4
-1
MSLF (kg ha )
1749,4bB
2308,6aB
2297,2aAB
2104,3aAB
2619,0aA
2750,6aA
2221,8
2387,8
-1
MSC (kg ha )
716,5bB
1155,8aA
1091,5bAB
1497,7aA
1334,1aA
1503,6aA
1047,4
1385,7
MSMM (kg ha-1)
491,8aA
709,3aA
415,2bA
833,3aA
460,7aA
556,9aA
455,9
699,8
Média
3565,7
4119,7
4612,5
4099,3
2028,9
2200,7
2684,8
2304,8
936,2
1294,6
1418,8
1216,5
600,6
624,2
508,8
577,9
CV%
19,36
17,49
23,47
34,07
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem ao
teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
O aumento da massa de colmo no pasto influencia a distribuição de folhas no
perfil do dossel e modifica a quantidade e a qualidade da luz no seu interior
(FAGUNDES et al., 2006), o que altera as características morfogênicas e o
perfilhamento do pasto. Além disso, com a elevação da massa de colmo, há
incremento na produção de forragem, porém a estrutura do pasto é prejudicada
devido ao efeito negativo deste componente morfológico sobre o comportamento
ingestivo do animal e a eficiência do pastejo (CARVALHO et al., 2001).
A elevação da altura de pastejo não influenciou a quantidade de matéria seca
do material morto na pastagem (Tabela 3), o qual se manteve constante no decorrer
das alturas, independente da estação de crescimento. A taxa de crescimento cultural
72
foi maior nas alturas menores, mas verificou-se para a altura de 45 cm, que houve
efeito da estação de crescimento, observando-se maior valor no final da estação, no
entanto essa resposta é variável em função da estação de crescimento, verificando
efeito significativo da altura somente no final da estação de crescimento (Tabela 4).
Independente da altura, o periodo final das chuvas proporcionou maiores valores de
TCC, possivelmente em resposta as variáveis ambientais dessa estação (Tabela 1).
Tabela 4 - Taxa de Crescimento Cultural (TCC) do capim Piatã manejado sob
lotação intermitente com três alturas de entrada durante as estações de crescimento
(meio e final da estação)
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
Meio
Final
TCC (Kg ha dia-1)
78,76bA
82,90bA
67,39bA
76,35
133,97aAB
155,05aA
112,04aB
133,69
Média
106,36
118,98
89,72
105,02
CV%
21,45
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Diversos estudos apontam as características estruturais do dossel forrageiro
como fator determinante do comportamento ingestivo do ruminante em pastejo,
tornando-as bastante importante na interação planta-animal (SANTOS et al., 2009;
GOMIDE et al., 2001; CÂNDIDO et al., 2005). A relação folha/colmo é uma dessas
características, e essa pode ser bastante influenciada pelo período de descanso e
resíduo de pastejo. No presente estudo, as diferentes alturas apresentaram efeito
sobre a relação folha/colmo exclusivamente no primeiro período de avaliação, com
maiores valores para as alturas maiores e somente para a altura de 30 cm foi
verificado efeito do período de avaliação. Normalmente, as maiores relações F/C
são observadas em dosséis que tiveram certo controle no alongamento de colmo, e
por isso, acredita-se que no meio da estação de crescimento houve melhor controle
da estrutura do pasto, possivelmente em função do menor crescimento observado
nesse período (Tabela 5).
73
Tabela 5 - Relação dos componentes folha/colmo (F/C) do capim Piatã manejado
sob lotação intermitente com três alturas de entrada durante a estação de
crescimento (meio e final da estação)
Meio
Final
Período
Média
CV%
Altura (cm)
Folha/Colmo
30
45
60
Média
3,3aA
2,1aAB
2,0aB
2,5a
2,1bA
1,4aA
1,8aA
1,82b
1,79
1,96
2,69
36,65
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
A composição morfológica do capim Piatã foi influenciada tanto pelas
estaçõesde crescimento avaliadas quanto pelas alturas de pastejo. Quando
analisados os percentuais de lâmina foliar, colmo e material morto todos sofreram
ação das diferentes alturas (Tabela 6). Verificou-se que o percentual de colmo
apresentou diferença significativa na altura de 30 cm sendo inferior às alturas de 45
e 60 cm. Este efeito diferencial da estação de crescimento sobre os componentes
lâmina foliar, colmo e material morto pode ser atribuído a fatores climáticos que
atuam na morfologia das plantas, alterando as relações folha/colmo e material
vivo/morto.
Tabela 6 - Porcentagem de Lâmina Foliar (PLF), colmo (PCO) e material morto
(PMM) do capim Piatã manejado sob lotação intermitente com três alturas de
entrada durante a estação de crescimento (meio e final da estação)
Meio
Final
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
30
45
60
Média
30
45
60
Média
PLF (%)
62,47aA
60,58aA
59,33aA
3,85
55,61aAB
47,10bB
57,38aA
4,60
PCO (%)
21,98bB
27,46aB
28,79bA
33,78aA
30,07aA
31,02aAB
26,95b
30,75a
PMM (%)
15,54aA
16,93aAB
10,63bA
19,12aA
10,59aA
11,60aB
15,89b
12,26a
Média
CV%
59,04
53,84
58,35
10,52
24,72
31,28
30,55
11,65
16,24
14,88
11,10
28,62
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
74
O conceito de índice de área foliar crítico, condição na qual 95% da luz
incidente é interceptada pelo dossel, tem demonstrado ser efetivo e válido para o
manejo
de
gramíneas
tropicais,
especialmente
sob
lotação
intermitente
(CARNEVALLI et al., 2006; BARBOSA et al., 2007; TRINDADE et al., 2007;
PEDREIRA et al., 2007; BRAGA et al., 2009). Possivelmente, as plantas com 60 cm
de altura interceptaram luz acima do nível considerado ótimo para definição da
condição adequada de manejo.
As mudanças na estrutura e composição do pasto, decorrentes do número de
folhas verdes por perfilho e do tamanho final da folha, determinam a quantidade
máxima de tecido foliar verde que um perfilho acumula, que, associada ao número
de perfilhos por área, contribui para o índice de área foliar. Esta variável é
importante para a eficiência de absorção luminosa, a capacidade fotossintética do
relvado e, conseqüentemente, para a produtividade da pastagem (LEMAIRE, 1997).
Foi constatada significância da interação altura x periodo das chuvas sobre o
IAF, de modo que os valores de IAF foram superiores no final da estação de
crescimento e na altura de 60 cm. O número de perfilhos não teve alteração no
decorrer das alturas sendo somente observado a superioridade do número de
perfilhos no meio da estação de crescimento, como podem ser observados na
Tabela 7.
Tabela 7 - Índice de área foliar (IAF) e número de perfilhos (NP) do capim Piatã
no pré-pastejo manejado sob lotação intermitente com três alturas de entrada
durante a estação de crescimento (meio e final da estação)
Meio
Final
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
30
45
60
Média
IAF (m²/m²)
3,40bA
4,40aB
4,06aA
3,73aB
4,08bA
5,66aA
3,85
4,60
-1
NP (perf dia )
1835,42
1308,65
1927,97
1360,25
1276,15
979,79
1679,85a
1216,23b
Média
CV%
3,90
3,89
4,87
13,38
4,22
1572,03A
1644,11A
1127,97A
12,01
1448,04
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Em pastagens de clima tropical, a densidade da forragem é componente
importante da estrutura da forragem que determina a taxa de consumo dos animais
75
em pastejo (HODGSON et al., 1994). Quando tal componente foi avaliado nas
alturas observou-se que houve diferença significativa no segundo período de
avaliação, onde nas alturas de 45 e 60 foram equivalentes e superiores à altura de
pastejo de 30 cm (Tabela 8). Quando analisado nas estações, verificou-se variação
somente para a altura de 30 cm. Estudos realizados por Molan (2004) constatou que
a densidade de forragem decresceu 20% com o aumento de 10 para 40 cm da altura
média do pasto de capim Marandu sob lotação contínua.
Tabela 8 - Densidade de forragem (kg cm ha-1) do capim Piatã manejado sob
lotação intermitente com três alturas de entrada durante duas estações de
crescimento (Meio e Final da estação)
Meio
Final
Período
Altura (cm)
30
45
60
Média
Densidade (kg cm ha-1)
82,93bA
118,65aB
93,04aA
102,08aAB
76,95aA
80,72aA
84,31
100,48
Média
CV%
100,79
97,56
78,83
20,72
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
A planta quando nova apresenta altos teores de água, quanto mais próximo da
sua maturidade esse teor é reduzido e ocorre um aumento nos teores de MS. De
acordo com Drudi e Favoretto (1987) à medida que prolonga o intervalo de corte, o
teor de matéria seca de forragem tende a aumentar e seus teores nutricionais são
diminuídos.
Em gramíneas tropicais, os constituintes da parede celular dos tecidos, a
celulose e a hemicelulose são normalmente a maior fonte de substrato disponível
para a fermentação no rumen, e constituem a principal fonte de energia para o
ruminante. No entanto, a presença de lignina na parede celular influencia a
digestibilidade dessas substâncias (REIS et al., 2005).
O aumento na altura do pasto do capim Piatã, em geral, resultou em variações
no FDN e PB, sendo essa resposta influenciada pela estação de avaliação. Em
relação ao FDA não foi verificado efeito das fontes de variação (Tabela 9).
76
Tabela 9 - Fibra em detergente neutro (FDN), Fibra em detergente ácido (FDA),
Proteína Bruta (PB) do capim Piatã manejado sob lotação intermitente com três
alturas de entrada durante as estações de crescimento (meio e final na estação)
Meio
Final
Periodos
Média
CV%
Altura (cm)
FDN (%)
30
56,93bC
64,08aB
60,17
45
66,32aB
64,06aB
65,19
3,10
60
69,52aA
68,81aA
69,16
Média
64,26
65,65
64,95
FDA (%)
30
34,60
33,45
34,01A
45
34,45
35,10
34,80A
5,03
60
35,23
35,98
35,59A
Média
34,76a
34,84a
34,8
PB (%)
30
9,43aA
7,21aB
8,32
45
9,64aA
12,44aA
11,04
32,26
60
7,98aA
8,61aAB
8,29
Média
9,01
9,42
9,21
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
O FDN foi influenciado pela mudança da estação de crescimento e ainda houve
alteração conforme aumentou a altura das plantas. Tal fato corrobora com os
estudos de REIS et al., (2005) nos quais verificaram que à medida que a idade
fisiológica da planta avança, aumentam as porcentagens de celulose, hemicelulose
e lignina, reduzindo a proporção dos nutrientes potencialmente digestíveis
(carboidratos solúveis, proteínas, minerais e vitaminas), que pode representar queda
na digestibilidade.
77
1.4 CONCLUSÕES
.
O estudo mostrou que o manejo das alturas de pastejo exerce importante efeito
sobre a produção de forragem. A maior produção de MS foi obtida na maior altura
(60 cm), no entanto, a produção foi compensada quando os dados foram calculados
em relação ao número total de ciclos na estação de estudo, onde constatou-se que a
altura de 45 e 30 cm respectivamente, foram superiores à altura de 60 cm.
Verificou-se também, interação entre as estações de avaliação (Meio e final da
estação de crescimento) e as alturas de manejo.
Em termos qualitativos foram encontradas sensível diferença nos valores de
FDN e PB as quais foram influenciadas pela estação de crescimento avaliada.
78
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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81
7.
CAPÍTULO 4
Composição bromatológica e cinética de fermentação ruminal através da
técnica in vitro de produção de gases, do capim Piatã sob pastejo rotacionado
em diferentes alturas
RESUMO: O experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência das
diferentes alturas de entrada em Bachiaria brizantha cv. Piatã manejada sob lotação
intermitente durante a estação das águas. Foram avaliadas três alturas do dossel
forrageiro (30, 45 e 60 cm) em duas estações de crescimento (Meio e Final). Adotouse o delineamento em blocos ao acaso em esquema de parcelas subdivididas, onde
nas parcelas foram alocadas as alturas e nas subparcelas as estações (meio e final
da estação), e avaliou-se e a cinética de fermentação ruminal in vitro e a
composição bromatológica da gramínea Brachiaria brizantha cv. Piatã. O aumento
na altura do pasto, em geral, não proporcionou alteração no teor de PB e da
digestibilidade, mas aumentou nos teores de FDA, para a altura de 60 cm. Não
houve efeito das estações sobre as variáveis estudadas. Na altura de 30 cm foi
encontrada a maior fermentação ruminal no meio da estação de avaliação, enquanto
para a segunda estação 30 e 45 cm foram similares e superiores ao de 60 cm. A
altura de corte da forragem modifica a qualidade de forragem. Forragem das alturas
menores, portanto, mais jovens possuem maior degradabilidade, quando comparado
a as mais velhas. Neste sentido as alturas de 30 e 45 cm tiveram maior cinética de
fermentação da MS quanto comparadas à altura de 60 cm. A fermentação ruminal
se mostrou superior no meio da estação de crescimento em relação á estação final.
Palavras chave: altura de pastejo, estrutura do pasto, degradabilidade
82
Kinetics of ruminal fermentation, through the technique of in vitro gas
production, the grass Piata under rotational grazing at different heights
ABSTRACT: The experiment was conducted to evaluate the influence of different
heights of entry into Bachiaria brizantha cv. Piata managed under rotational grazing
during the rainy season. We evaluated three canopy heights (30, 45 and 60 cm) in
two growing seasons (Middle and End). We adopted the design of randomized
blocks in a split-plot, where the plots were allocated heights and subplots stations
(middle and end of the season), and we evaluated the kinetics of in vitro ruminal
fermentation and chemical composition of Brachiaria brizantha cv. Piata. The
increase in sward height, in general, provided no change in CP content and
digestibility, but increased on the ADF to the height of 60 cm. There was no effect of
the seasons on the variables studied. At the height of 30 cm was found to be higher
ruminal fermentation in the middle of the station for evaluation, while in the second
station 30 and 45 cm were similar and higher than 60 cm. The cutting height of the
forage change the quality of forage. Fodder lower heights, therefore, possess greater
degradability young compared to older women. In this sense the heights of 30 and 45
cm had higher fermentation kinetics of MS as compared to the height of 60 cm.
Rumen fermentation was higher than in the middle of the growing season in thier
final season.
Key words: degradability, grazing height, sward structure,
83
1.1 INTRODUÇÃO
O manejo do pastejo visa a otimização da produção forrageira e da eficiência
de uso do pasto produzido para adequada nutrição e, consequentemente,
desempenho animal. A disponibilidade de forragem e altura do pastejo que
caracterizam pressão ótima de pastejo ainda está para ser estabelecida na maioria
das forrageiras tropicais.
A exploração dos rebanhos em pastagens depende fundamentalmente da
produção de forragem, portanto, é de fundamental importância, adequado manejo e
escolha da espécie forrageira face às condições do meio em que se insere o sistema
produtivo. Para tanto, em sistema de produção em pastejo é bastante relevante
conhecer as características adaptativas da espécie a ser implantada, bem como seu
valor nutritivo, sua composição bromatológica, sua cinética de fermentação ruminal,
dentre outros aspectos (MOTT, 1970).
A composição química das plantas forrageiras nos diversos estádios de
desenvolvimento é um dos fatores que deve ser considerado para o seu manejo
adequado. À medida que ocorre a maturação das gramíneas tropicais há redução
nos teores de proteína bruta e elevação nos de matéria seca, cinza, celulose e
lignina, resultando em decréscimos da digestibilidade e aceitabilidade da gramínea
pelos animais. Cortes ou pastejos menos frequentes resultam em maiores
produções de forragem, porém, concomitantemente, ocorrem alterações negativas
acentuadas na sua composição química (COSTA et al., 1997; LISTA et al., 2007).
A fração do alimento ingerido que é absorvida depende da velocidade em que
é fermentada no rúmen, ou seja, a fração efetivamente degradada é função das
taxas de digestão e de passagem, o que pode ser influenciado pela natureza e teor
dos constituintes da parede celular e da disponibilidade ruminal de nitrogênio. Isto
posto, a avaliação dos componentes da parede celular e do conteúdo protéico,
juntamente com a determinação da taxa e da extensão de fermentação no rúmen,
constituem parâmetros importantes nos estudos do valor nutritivo das forrageiras
(TOMICH et al., 2003).
Nos anos 40 foram desenvolvidas técnicas para a quantificação dos gases
produzidos na fermentação ruminal, a qual cresceu sua utilização por grande parte
dos pesquisadores nutricionistas nos últimos anos, pelo fato de possibilitar o estudo
da cinética de fermentação, preservar a amostra a cada coleta de dados e permitir a
84
detecção da contribuição das frações solúveis dos alimentos para a fermentação
ruminal (GETACHEW et al., 1998).
O objetivo foi avaliar a composição bromatológica e cinética de fermentação
ruminal da gramínea Brachiaria brizantha cv. Piatã manejada em lotação
intermitente sob diferentes alturas de entrada dos animais nos piquetes durante
duas estações de crescimento no Norte do Tocantins.
85
1.2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins- UFT,
Campus Universitário de Araguaína - TO, na Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia, localizado a 07º12’28”, Latitude Sul e 48º12’26”, Longitude Oeste, com
altitude de 236 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1948), é
AW – Tropical de verão úmido com estação seca e chuvosa bem definida com
período de estiagem no inverno. Apresenta temperaturas máximas de 40ºC e
mínimas de 18ºC, com umidade relativa do ar média anual de 76%.
Os dados das variáveis ambientais foram coletados na Estação Agrometeorológica
do
Campus
Universitário
de
Araguaína-TO,
localizado
nas
proximidades do experimento (700 m), durante todo o período experimental (Tabela
1).
Tabela 1 - Valores médios da temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar,
precipitação pluvial e velocidade do vento nos ciclos e estudadas durante a estação
de crescimento (meio e final da estação)
Altura de 30 cm
Variáveis
Ciclo1
Ciclo 2
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
25,9
85,5
1412,5
287
0,75
26,6
86,1
1482,5
282
0,83
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
Ciclo3
Meio da Final da
estação estação
26,4
25,9
26,5
84,5
85,5
85,3
1384,2
1412,5 1433,4
246
282
528
0,9
0,75
0,86
Altura de 45 cm
26,4
86,6
1343,4
280
0,8
26,4
81,1
1457,0
94
1,15
26,0
86,7
1308,7
463
0,8
26,4
83,9
1400,2
374
0,97
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,0
297
0,86
Altura de 60 cm
Temp. Média (ºC)
Umidade(%)
Radiação (W/m2)
Precipitação (mm)
Velocidade do vento (m/s)
26,11
86,3
1325,3
537
0,76
26,8
84,3
1466,9
297
0,86
O solo da área foi classificado como Neossolo Quartzarênico Órtico típico
(EMBRAPA, 2006) o qual foi analisado no Laboratório de Solos da UFT, na Escola
de Medicina Veterinária e Zootecnia.
86
A semeadura das forrageiras foi realizada a lanço após gradagem da área no
início das chuvas da estação de crescimento 2008/2009, em área previamente
corrigida e adubada com base na análise do solo. Em maio de 2010, a forragem foi
colhida com máquina forrageira. Posteriormente a área foi vedada durante o inverno
até o mês de outubro de 2010, onde deu-se o início do preparo da área para
condução do estudo. Inicialmente realizou-se a correção do solo, no qual foi utilizada
1 tonelada ha-1 de calcário calcítico (PRNT= (98%) em superfície, posteriormente
aplicou-se 80 kg de P2O5 ha-1 via superfosfato simples em meados de novembro.
Em janeiro de 2011 foi feito o corte de uniformização da área experimental, e no
início do perfilhamento, após três dias , foi realizada adubação de cobertura com
adubo formulado (20:0:20) na dose de 250 kg ha-1 ano-1.
Ao longo do período experimental a adubação foi realizada a cada corte, sendo
calculado a quantidade de adubo a ser aplicado de acordo com os dias de descanso
de cada área e/ou altura, ou seja a adubação foi realizada com adubo formulado
20:0:20 com recomendação diária com base na dose de 50 kg de N ha -1, totalizando
1,6 kg N e K2O ha dia-1 de rebrotação. O período experimental teve início em janeiro
de 2011 e se estendeu até maio de 2011.
A área experimental foi de 7,1 hectares, subdividida em duas glebas, onde
foram alocados três piquetes de 1,18 ha em cada, sendo um piquete para cada
altura de pasto avaliada. Cada piquete foi subdividido em função da altura de
manejo estudada, sendo 6, 7 e 8 faixas, respectivamente, para as alturas de 30, 45
e 60 cm. O maior número de faixas para a maior altura de manejo foi resultado da
necessidade de maior período de descanso demandado pela planta atingir maior
altura de entrada (Figura 1).
87
Figura 1 – Croqui da divisão da área experimental
O delineamento experimental foi em blocos casualizado, em esquema de
parcelas subdivididas no tempo com combinação 3x2, sendo três alturas de pasto no
momento de pré-pastejo (30, 45, 60 cm) e duas estações de crescimento da
forragem (Meio e Final) com quatro repetições por tratamento.
A área experimental foi manejada sob lotação intermitente, com taxa de lotação
variável, sendo a movimentação dos animais baseada em função da altura do pasto
no momento pré e pós-pastejo. As alturas pré-pastejo respeitaram os tratamentos
experimentais e a condição pós-pastejo foi de saída dos animais quando a forragem
atingisse em torno de 50% da altura inicial.
O monitoramento da altura do pasto foi realizado duas vezes por semana
medindo-se com régua graduada 30 pontos aleatórios por piquete, tendo o plano
imaginário da altura média da curvatura das folhas como referência da altura do
dossel forrageiro. No momento em que a planta atingia a altura de entrada préestabelecida (30, 45, 60), eram amostrados dois pontos por parcela, representado
pela altura média do dossel forrageiro, e com auxílio de um quadro de amostragem,
88
um retângulo metálico de 0,6 m2 (1,0 x 0,6) a forragem foi colhida à altura de 10 cm
do solo, colocada em sacos previamente identificados, levada a casa de apoio para
processamento. O material foi seco a 55ºC por 72 horas e logo após a secagem as
amostras foram moídas em moinho do tipo Willey, com peneira de 1 mm,
armazenadas em recipientes plásticos e identificadas.
Para a avaliação bromatológica do capim Piatã, foi feio uma coleta de forragem
simulando o pastejo animal. Este material foi colocado em sacos de papel
identificados e seco em estufa à 55ºC por 72 horas. Após a secagem as amostras
foram moídas em moinho do tipo Willey, com peneira de 1 mm, armazenadas em
recipientes plásticos e identificadas. Em seguida foram realizadas as análises, no
Laboratório de Nutrição Animal da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, para
determinação da proteína bruta (PB), fibra detergente neutro (FDN) e fibra
detergente ácida (FDA) e matéria seca (MS), conforme a metodologia de Van Soest,
(1994).
Essas mesmas amostras foram submetidas a ensaio de produção de gases e
degradabilidade, no período de 07 de outubro de 2011 a 14 de outubro de 2011, por
meio de uma adaptação da técnica “Hohenheim Gas Test” desenvolvida por Menke
et al. (1979), utilizando seringas de vidro de 100 ml graduadas para mensuração da
produção de gases. Foram usados 0,2 g das amostras de forragem, incubando estes
nas seringas com 10 ml de inóculo e 20 ml de meio de cultura.
O líquido ruminal (inóculo) foi coletado, antes do fornecimento da alimentação
matinal de um bovino fistulado no rumen, manejado exclusivamente em pastejo.
Os seguintes horários foram usados para medida do volume dos gases
produzidos: 3; 6; 9; 12; 24; 48; 72 e 96 horas após inoculação. Os dados obtidos
foram corridos utilizando brancos (seringas sem amostra) e os valores ajustados
para produção por grama de MS. Após tal procedimento, o modelo de FRANCE et
al. (1993) foi ajustado aos dados, como expresso abaixo:
Y  A.
1  exp 
 b . t . T
 c . 
t 
T


(1)
Foram obtidos os seguintes parâmetros referentes à cinética de produção de
gases: produção de gases acumulada “Y” em ML, tempo de incubação “t” em horas,
total de gases “A” em mL, tempo de colonização “T” em horas e taxa de degradação
fracional “µ” em ML . h-1, calculada através da equação:
µ = (b + c) / 2 * (√tmetade)
89
Em que: tMetade é o tempo de incubação na metade da produção total de gases
e “b” e “c” são constantes.
As equações geradas foram comparadas por meio de teste de paralelismo e
identidade de curvas de acordo com REGAZZI E SILVA (2004), ao nível de 5%
probabilidade de erro. Foram estimadas também as degradabilidades efetivas, como
expresso abaixo:
DE  S0 . exp  kt . (1  kI ) /( S0  U 0 )
(2)
Em que: DE = Degradabilidade efetiva, k = taxa de passagem; sendo calculado
para k = 0,05; 0,06; 0,07 e 0,08 e S0 e U0 = frações inicialmente fermentáveis e
frações não fermentáveis, respectivamente, sendo:
I  exp  b . t . T   c . 
t 
T
 dt
(3)
90
1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estádio de desenvolvimento da forragem influenciou diretamente a
fermentação ruminal mostrada através dos ensaios de produção de gases da
forragem. À medida que a planta amadurece, os componentes digestíveis como,
proteínas e carboidratos solúveis, tendem a decrescer e a proporção de lignina,
celulose, hemicelulose, cutina e sílica aumentam, fazendo com que a digestibilidade
seja reduzida (EUCLIDES et al., 1995 e PAULINO et al., 2000). No estudo em
questão, os resultados não foram diferentes e os mesmos resultados estiveram de
acordo com os descritos por Reis e Rodrigues, (1993).
Em gramíneas tropicais, os constituintes da parede celular dos tecidos, a
celulose e a hemicelulose são normalmente a maior fonte de substrato disponível
para a fermentação no rúmen e constituem a principal fonte de energia para o
ruminante. No entanto, a presença de lignina na parede celular influencia a
digestibilidade dessas substâncias (REIS et al., 2005).
O aumento na altura do pasto do capim Piatã, em geral, não proporcionou
alteração no teor de PB e FDA. Quando estas variáveis foram analisadas em relação
à estação de crescimento, nenhuma delas apresentou variação nas duas estações
de crescimento avaliadas (Tabela 2). O FDN foi influenciado pela mudança de
estação de crescimento na altura de 30 cm e também sofreu alteração conforme
aumentou a altura de pastejo. Tal fato corrobora com os estudos de Reis et al.,
(2005), nos quais verificaram que à medida que a idade fisiológica da planta avança,
aumentam as porcentagens de celulose, hemicelulose e lignina, reduzindo a
proporção
dos nutrientes potencialmente
digestíveis
(carboidratos
solúveis,
proteínas, minerais e vitaminas), que podem refletir negativamente sobre a
digestibilidade da forragem.
Sabe-se que a concentração de fibra em detergente neutro (FDN) da dieta está
relacionada com o espaço ocupado pelos alimentos no rúmen e expressa a
capacidade de enchimento desse órgão (VAN SOEST, 1994). A utilização de
forrageiras na alimentação de ruminantes, com teores de FDN superiores a 60%, e
proteína bruta (PB) inferiores a 6%, caracterizam uma forrageira de baixa qualidade,
proporcionam menor taxa de passagem de partículas, acarretando o aumento do
enchimento ruminal e, consequentemente, redução do consumo de matéria seca
(FORBES, 1995).
91
Tabela 2 – Percentagem de Fibra em detergente neutro (FDN), Fibra em detergente
ácido (FDA), Proteína Bruta (PB) do capim Piatã manejado sob lotação intermitente
com três alturas de entrada durante as estações de crescimento (meio e final da
estação)
Meio
Final
Período
Média
CV%
Altura (cm)
FDN (%)
30
56,93bC
64,08aB
60,17
45
66,32aB
64,06aB
65,19
3,10
60
69,52aA
68,81aA
69,16
Média
64,26
65,65
64,95
FDA (%)
30
34,60
33,45
34,01A
45
34,45
35,10
34,80A
5,03
60
35,23
35,98
35,59A
Média
34,76a
34,84a
34,8
PB (%)
30
9,43aA
7,21aB
8,32
45
9,64aA
12,44aA
11,04
32,26
60
7,98aA
8,61aAB
8,29
Média
9,01
9,42
9,21
Médias seguidas de letras iguais maiúsculas na coluna e minúsculas na linha iguais não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro
Na Tabela 3 estão expressos os dados de produção acumulada de gases e os
modelos gerados pelas análises de regressão ao modelo de France et al. (1993) do
capim Piatã em diferentes alturas de manejo.
Tabela 3 - Equações da produção acumulativa de gases (PCG), em ML g-1 de MS
do capim Piatã manejado a 30, 45 e 60 cm de altura em duas estações de
crescimento (Meio e Final)
Altura (cm)
Equações (Modelo de France)
R2 (%)
Meio da estação de crescimento
30
Y = 287,3540 x {1 – exp [ –(0,0339) x (t – 0,2773) – (-0,0368) x (√ t – √ 0,2773)]} a A
99,40
45
Y = 281,6655 x {1 – exp [ –(0,0329) x (t – 1,1678) – (-0,0445) x (√ t – √ 1,1678)]} a B
99,40
60
Y = 275,1543 x {1 – exp [ –(0,0292) x (t – 1,7349) – (-0,0447) x (√ t – √ 1,7349)]} a C
99,70
Final da estação de crescimento
30
Y = 253,1500 x {1 – exp [ –(0,0363) x (t – 0,0300) – (-0,0539) x (√ t – √ 0,0300)]} a B
99,70
45
Y = 254,3597 x {1 – exp [ –(0,0392) x (t –0,0365) – (-0,07422) x (√ t – √ 0,0365)]} a B
98,90
60
Y = 235,1453 x {1 – exp [ –(0,0351) x (t – 0,0501) – (-0,0624) x (√ t – √ 0,0501)]} a A
98,50
Equações acompanhadas por letras minúsculas iguais na mesma coluna são paralelas pelo teste de
paralelismo de curvas a 5% de probabilidade. Equações acompanhadas por letras maiúsculas iguais
na mesma coluna são idênticas pelo teste de identidade de curvas a 5% de probabilidade
92
Foi observado aumento da degradabilidade efetiva (DE) e do tempo de
fermentação conforme houve incremento da altura de pastejo. Quando estes
parâmetros foram comparados em relação à estação de crescimento (Meio e final)
os
três
tratamentos
mostraram
o
mesmo
padrão
de
respostas,
sendo
significativamente equivalente o aumento da DE e do tempo de fermentação da MS
do capim Piatã (Tabela 4). O fato possivelmente pode estar ligado aos maiores
teores de lignina depositados nas paredes celulares, subsídio usado pela planta
para o seu crescimento (Tabela 2). A lignina tem sido reconhecida como o principal
componente químico da parede celular a limitar a digestibilidade de forragens, uma
vez que, com a maturidade da planta, ocorrem mudanças na composição química
(BALSALOBRE et al., 2001).
Tabela 4 - Parâmetros da cinética de fermentação ruminal in vitro de MS do capim
Piatã manejado a 30, 45 e 60 cm de altura em duas estações de crescimento (Meio
e final) utilizando o modelo de France e degradabilidade efetiva
Parâmetro de France
Altura de Manejo (cm)
30
45
60
Meio da estação de crescimento
A
287,3540
281,6655
275,1543
00:16
01:10
01:44
µ
0,02937
0,02749
0,02356
DE (2%)
56,0397
54,2775
52,1130
DE (3%)
55,1452
52,9369
50,5359
DE (4%)
54,2552
51,6201
48,9975
DE (5%)
53,3697
50,3268
47,4971
T (Horas:minutos)
Final da estação de crescimento
A
253,1500
254,3597
235,1456
00:01
00:02
00:03
µ
0,02984
0,03053
0,07752
DE (2%)
55,4706
53,1806
51,2749
DE (3%)
54,7221
52,4617
50,5720
DE (4%)
53,9742
51,7433
49,8699
T (Horas:minutos)
53,2266
51,0254
49,1685
DE (5%)
Potencial máximo de produção de gases (A) em mL/g de MS, tempo de colonização (T) em horas e
minutos, taxa de produção de gases (µ) em mL/g de MS/h e degradabilidade efetiva (DE) da matéria
seca (% de MS) para as taxas de passagem 2%, 3%, 4% e 5% do capim Piatã
93
Com base nos dados da cinética de fermentação ruminal do capim Piatã
(Tabela 4), foi possível estimar a quantidade de MS efetivamente degradada no
rumem de acordo com a produção de MST por ciclo, acumulada no número de ciclos
e nas estações de crescimento estudados. A fermentação apresentou-se de forma
crescente em todas as alturas de manejo estudadas e foi superior no meio da
estação de crescimento (Tabela 5). Em contrapartida, nas alturas de 30 e 45 cm
foram obtidos três ciclos, enquanto a altura de 60 cm foram apenas dois ciclos de
pastejo na estação de crescimento estudada, observa-se compensação da
quantidade de matéria seca efetivamente degradada no rumem, sendo constatada
que o manejo em 45 cm foi mais eficiente nas duas estações de crescimento
avaliadas. Os dados obtidos no estudo corroboram com Sá et al., (2010), onde os
autores inferem que o intervalo entre cortes é prática de manejo que contribuí para
determinar a produção e a qualidade da forragem, porém o aumento dos intervalos
de corte normalmente resulta em incrementos na MS, com declínio no valor nutritivo
da forragem produzida.
Este maior incremento de matéria seca efetivamente degradada no rúmem no
final da estação de crescimento, provavelmente se deu em virtude das maiores
valores dos parâmetros climáticos destacados na Tabela 1, principalmente
precipitação e radiação solar, os quais são de grande importância para o
desenvolvimento da forrageira. Os dados meteorológicos são ainda mais
significativos nos primeiros ciclos de pastejo, privilegiando os tratamentos de 30 e 45
cm, os quais obtiveram mais ciclos de pastejo, consequentemente, evidenciando um
aumento da produção de matéria seca digestível ha-1.
Tabela 5 - Matéria seca efetivamente degradada no rúmem por ciclo de pastejo e
por número total de ciclos avaliados em diferentes alturas de manejo
MSEDRC
MSEDRTC
Altura (cm)
Inicial
Inicial
Final
Final
30
1.657,53
2.315,20
4.972,59
6.945,61
45
2.064,68
2.358,94
6.194,04
7.076,82
60
2.300,16
2.466,94
4.600,32
4.933,88
MSEDRC - Matéria Seca Efetivamente Degradada no rúmen por Ciclo; MSEDRTC - Matéria Seca
Efetivamente Degradada no rúmen de acordo com o número Total de ciclos
94
As curvas de regressão dos dados de produção de gases do capim Piatã
quando comparadas em relação ao meio e final da estação de crescimento, pode
ser observado maior fermentação no meio na estação e comparando tal efeito nas
diferentes alturas de manejo também verificou-se variação, sendo que nas menores
alturas de manejo obteve-se maiores fermentações (Figura 2).
Nas alturas menores (30 e 45 cm) as plantas estão trabalhando para o
crescimento, os carboidratos ainda não estão alocados, ou seja, estão prontamente
disponíveis à colonização das bactérias. Essas interações resultariam em processo
de fermentação mais lento da forrageira com o aumento das alturas e,
conseqüentemente, a idade da planta. Tal comportamento é explicado uma vez que,
o avanço na idade da planta produz aumento dos constituintes da parede celular, e
consequentemente, redução nos teores de carboidratos não fibrosos (CNF),
diminuindo assim o fornecimento de energia de rápida degradação para os
Produção gases (mL)
microrganismos ruminais (BALSALOBRE et al., 2003).
300,0
275,0
250,0
225,0
200,0
175,0
150,0
125,0
100,0
75,0
50,0
25,0
0,0
Inicial 30 cm
Inicial 45 cm
Inicial 60 cm
Final 30 cm
Final 45 cm
Final 60 cm
0
12
24
36
48
60
72
84
96
Tempo de Incubação (h)
Figura 2 - Produções de gases por hora para B. brizantha cv. Piatã em duas
estações de crescimento (Meio e Final) e com alturas de manejo diferentes (30, 45 e
60 cm)
Quando os tratamentos foram comparados entre si no meio da estação de
crescimento, mostraram maior fermentação do capim manejado à altura de 30 cm, o
que pode ser justificado de forma simplificada pela quantidade de carboidratos
disponíveis em plantas mais jovens, uma vez que estas normalmente têm alta
95
digestibilidade dos componentes nutritivos e o consumo de forragem é alto. À
medida que a planta amadurece, o valor nutritivo decresce, por causa da diluição
dos nutrientes e aumento nos componentes fibrosos (DIAS et al., 2008) . As alturas
de 45 e 60 cm mostraram-se significativamente equivalente (Figura 2). No meio da
estação de crescimento houve bastante proximidade nas datas das coletas das
alturas de 45 e 60 cm, ou seja, estiveram submetidas a praticamente as mesmas
condições.
A cinética de fermentação do capim Piatã no final da estação de crescimento
apresentou similaridade nas duas menores alturas de manejo estudadas (30 e 45)
as quais foram também superiores à altura de 60 cm.
Observa-se que não houve diferenças entre as elevações na cinética de
fermentação dos CHO’s solúveis e CHO’s fibrosos do capim Piatã nas alturas de
manejo mais baixas (30 e 45), as quais tiveram fermentação superior à altura de 60
cm. Isso ocorre principalmente em virtude das diferenças existentes nos teores de
CHO’s solúveis de gramíneas forrageiras tropicais mais jovens e as mais velhas
(SOARES FILHO, 1994). A redução na concentração dos CNF é atribuída ao
aumento de carboidratos fibrosos com o avanço na maturidade da forrageira e de
acordo com Stabile et al. (2010) as maiores mudanças que ocorrem na composição
química das plantas forrageiras são aquelas que acompanham sua maturação. À
medida que a planta envelhece, a proporção dos componentes potencialmente
digestíveis tende a diminuir e a de fibras, aumentar.
Com relação às taxas constantes de degradação ruminal da MS da B.
brizantha cv. Piatã, o meio da estação de crescimento apresentou fermentação
superior ao final da estação, o que pode ter ocorrido devido a possíveis influências
de temperatura, podendo ter recebido maior quantidade de radiação solar e água
nesse período (Tabela 1). As forrageiras apresentam diferenças no decorrer da
estação de crescimento, onde no início do período das águas, inicia-se a rebrotação,
e essas plantas ainda tenras apresentam alto teor de água e menor teor de matéria
seca, consequentemente, maior fermentação. Caminhando para o período final das
águas, as plantas tendem a fazer reservas dos seus nutrientes com propósito de se
reproduzirem (estádio de florescimento), apresentando alto teor de fibra (PAULINO
et al., 2000; ANDRADE e MARQUES NETO, 1989; SOARES FILHO, 1991) período
em que os resultados do presente ensaio são pertinentes, uma vez que no final da
96
estação de crescimento ficou constatado menor fermentação da forragem, reflexo de
maior quantidade de carboidratos com menor poder de fermentação.
97
1.4 CONCLUSÃO
O manejo de corte da forrageira é um fator que modifica tanto a produção
quanto a qualidade de forragem. Menores intervalos entre cortes resultam em menor
produção de massa seca, porém de maior degradabilidade dessa forragem, quando
comparado a intervalos maiores, que proporciona produções mais elevadas e
qualidade inferior.
A cinética de fermentação da MS é afetada pelas diferentes alturas de manejo
estudadas, sendo que a altura de 30 cm resulta em uma maior fermentação no meio
da estação de crescimento e a altura de 45 cm se mostrou equivamente e superior a
de 60 cm no final da estação de crescimento em termos de fermentação ruminal.
98
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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