. f) -- TCC/UNICAMP K8361 2342 FEF/880 JUW ANDO KONG LESÕES DESPORTIVAS NO BASQUETE ; FREQUÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE ESTIADUAL DE CAMPINAS OUTUBRO I 1995 TCC/UNICAMP A111. K8361 .,; UNICAMP I FEF DEPARTAMENTO DE ClliNCIAS DO ESPORTE LESÕES DESPORTIVAS NO BASQUETE : FREQUÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS JUW ANDO KONG , aluno do curso de bacharelado em treinamento e esportes Orientador : Prof. DR. AGUINALDO GONÇALVES Monografia apresentada à disciplina Seminário de monografia li, como trabalho final de curso . UNICAMP I OUTUBRO DE 1995 DEDICATÓRJA Este trabalho é dedicado a todos os amantes do Basquetebol AGRADECIMENTO : Ao Prof. DR. AGUINALDO GONÇALVES , por aceitar ser o orientador ; pela paciência e atenção, dedicados a este trabalho. AGRADECIMENTOS: Aos meus Pais , que nunca mediram esforços para proporcionar o melhor a seus filhos . À minha namorada Adriana ; pelo apoio , carinho e por compreender minha ausência durante a elaboração deste . Aos professores Robertão e Cezinha; aos amigos Renatão , Marcelão , Dojão , Pedrão , Luciano Kibe , Esponja , Marcelo Band. , Alê "pelamordedeus" Loira ; às meninas do Basquetebol Feminino da Unicamp (passado e presente) ; e outros que eventualmente possam ter me falhado à memória ; pela convivência , pelos jogos que tanto prazer proporcionaram pelas discussões e conhecimentos transmitidos em tomo do basquetebol . À amiga Letícia por seu incentivo e "puxões de orelha" , durante os momentos de dúvidas e desânimo . SUMÁRIO I- INTRODUÇÃO ................................................................... I 11- LESÕES TRAUMÁTICAS EM DISCIPLINAS ESPORTIVAS ........................................... 3 III -O BASQUETEBOL É UM ESPORTE PERIGOSO ? ................................................................... li IV- PRINCIPAIS LESÕES QUE PODEM OCORRER DURANTE A PRÁTICA DO BASQUETEBOL ...................................... 21 V- CONCLUSÃO ................................................................... 42 VI- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................... 43 RESUMO: Em todos os esportes , os atletas estão potencialmente sujeitos a sofrerem lesões . Na atualidade , tais riscos vêm gradualmente se ampliando , face às numerosas situações em que cada vez mais ocorre a prática desportiva ; as atividades de iniciação , formação e competição se destacando como as mais frequentes , envolvendo diferentes faixas etárias , condições sociais , biotipos e condições físicas . No caso do basquetebol , as lesões podem ser determinadas por várias razões , que geralmente agem de forma conjunta . Destacam-se entre elas aspectos como : Contato corporal contínuo e de alta intensidade ; necessidade de saltos , acompanhados ou não de contatos corporais ; execução constante de movimentos de risco como os giros , mudanças de direção , parada brusca e saída rápida ; partes do corpo podem , involuntariamente , atingir outros jogadores ( companheiros ou adversários ) nos diversos momentos do jogo ; a bola constitui objeto contundente , pelo fato de ser manejada com grande força, imprimindo altas velocidades , dificultando a sua recepção . Porcentagens e tipos de lesões são apresentadas por vários autores , estabelecendo dados significativos das incidências e características dos males a qual o praticante de basquete está sujeito . Face às questões citadas , o presente trabalho tem por finalidade mostrar os tipos de lesões mais frequentes que podem ocorrer durante a prática do jogo, além das regiões do corpo mais comumente atingidas . Investe-se também certo interesse em expressar as condutas mais frequentemente recomendadas para os agravos considerados . 1 I- INTRODUCAO É de conhecimento geral que a prática regular de atividades esportivas gera inúmeros benefícios à saúde e , dependendo da modalidade escolhida são muitos os itens relevantes para o bem estar corporal , como o desenvolvimento cardiorespiratório , melhora da flexibilidade e coordenação motora , e outros de interesses específicos como a queima de calorias ou incremento de massa muscular . Desencadea também reações físico químicas que aliviam o stress e aumentam o bom humor , isto porque a atividade física eleva a produção de endorfinas . hormônio estimulador dos orgãos sensoriais , responsáveis pelo prazer. Estes aspectos são endossados por PINI ( 1983 ) , quando diz que , as atividades esportivas favorecem o desenvolvimento ósseo e capsuligamentar , provocado pelas contínuas solicitações musculares junto aos ossos e articulações , em consequência da movimentação do trabalho muscular ; aumentam a ventilação pulmonar por variações da frequência e amplitude respiratórias ; há aumento da capacidade do trabalho cardíaco ; maior eficiência da contração muscular , devido ao aumento e regularidade dos estímulos diminuição das reservas adiposas com os constantes gastos energéticos melhoria sensível para o psíquico do indivíduo , que se toma mais alegre e jovial . Muitas vezes , porém , estes benefícios têm um custo , que se projeta nos riscos de inúmeras lesões que podem acontecer durante ou em decorrência da prática de atividades esportivas , nos vários tecidos que formam o corpo humano. 2 O presente trabalho tenta , por meio de revisão bibliográfica , mostrar as lesões mais comuns a que estão sujeitos os praticantes de basquetebol , não descartando pequena amostra de outros esportes largamente praticados e que também afligem em menor ou maior risco os seus praticantes , como o caso da natação ( difundida por pessoas ligadas à área como a que oferece baixo ou nenhum risco de lesão ) ou do futebol ( conhecidamente de alto risco para os membros inferiores ) , independentemente de faixa etária , sexo , peso , altura , condição física , se a prática é recreacional entre amigos ou internacional , nível de treinamento e outros . competição 3 !I- LESÕES TRAUMÁTICAS EM DISCIPLINAS ESPORTIVAS Segundo CABOT ( 1975 ) , todo acidente esportivo responde a causas que podem ser classificadas da seguinte forma : I. Ação agonística do gesto desportivo : é um sobre-esforço que se impõe ao organismo humano . Trata-se então de um traumatismo que o organismo aflige a si mesmo : seja por incordenação do movimento empreendido , seja por modificação súbita do mesmo , freando , acerelando ou trocando subitamente a direção . É o mecanismo patogênico mais característico de origem da maior parte das lesões . 2. Ação agonística do adversário : é especialmente importante nos esportes de combate e na luta esportivas de equipes . À ela se opõem a observação das regras , a educação dos praticantes e os sistemas de proteção .• 3. Ação do terreno e de seus obstáculos : é conhecida a do terreno duro , os pisos sintéticos modernos , as proteções limitantes , etc . 4. Ação do implemento esportivo : os projéteis , as armas e outros . 5. Ação da vestimenta e do calçado : o calçado esportivo pretende a cada dia proporcionar maior aderência ao piso . Nestas condições , o giro da parte superior do corpo não pode ser seguido pelo pé , o que força os limites da elasticidade do joelho e tornozelo , originando muitas lesões de menisco e ligamentos . 4 Ainda segundo CABOT ( 1975 ) , as lesões que têm certa frequência em determinado esporte e que possuem estreita relação com o gesto desportivo ou caracteristico do esporte , são classificados como lesão desportiva !!pica : podem ser de caráter agudo ou crônico . 'As lesões agudas recaem principalmente sobre o tornozelo e joelho , que respondem por mais de 50 % das ocorrências . A mais frequente é a torção do tornozelo , provocada por um mecanismo de inversão do pé e que nem sempre é banal como aparenta , já que pode esconder a ruptura do ligamento lateral externo . A que mais ocorre no joelho é a ruptura de menisco , porém a de maior gravidade é a ruptura dos ligamentos . As lesões crônicas são aquelas que ocorrem em mesmo sentido longitudinal ; com intensidade excessiva quanto à força ou ao número de repetições ; com periodicidade ritmica ou de repetições periódicas sem as devidas pausas de repouso . O gesto desportivo , então , se converte em micro traumatismo crônico e a capacidade de adaptação dos tecidos é superada" As lesões crônicas podem se classificar em : - Aquelas que são sequelas de lesões agudas ; - Atlqpatias propriamente ditas : ----- A) segundo o tecido afetado : - cutâneas : são as calosidades e outros em defeito do calçado ; -articulares : artroses do cotovelo, joelho e tornozelo ; - ósseas : inflamações por tração e as fraturas por sobrecarga ; B ) segundo a localização : - ombro : lesão própria de vários esportes , como os estiramentos musculares no arremesso ; 5 -punho e mão : lesão dos esportistas que manuseiam instrumentos ou bolas ; - dedos : basquete , beisebol , votei , handebol ,etc , são com frequência protagonistas de distorções interfalângicas ; - Atlopatias latentes ( assintomáticas ) que conduzem para predisposição maior à lesões . Segundo ROMERO ( 1985 ) , a atlopatia se trata de lesão ou alteração do organismo produzida pela execução de movimento esportivo que se repete em pequenas variações de tempo e espaço , que com o tempo produz acumulação de microtraumas , a qual irá produzir sobrecarga em cada região. ROMERO ( 1985 ) numera os fatores que podem ou não levar um esportista à lesão . Podem ser : ~1. Fatores pessoais são aqueles que incidem diretamente sobre a personalidade da pessoa . A sua constituição física pode levar a lesões dependendo de sua altura , peso , envergadura e outros~. Também merecem citação os casos de joelho valgo , pés planos e outros pormenores como a alimentação , hidratação e tempo de recuperação . "-2. Fatores ambientais : em alta competição , são importantes as condições de temperatura e umidade ambiental , pois deles repercutem a termorregulação e a perda hídrica do esportista , que podem levar mais rapidamente ao stress 1v De fato , COUTO ( 1980) diz que , agravos que podem acometer profissionaimente os atletas consistem nas consequências da hipo ou hiperterrnia , particularmente em 6 corredores , dependendo das condições do clima , envolvimento na competição e resposta fisiológica do organismo . 3. Fatores materiais : São aqueles , já citados por CABOT 0 relacionados à vestimenta e calçados dos atletas , que devem manter a aderência e estabilidade do atleta com o solo para proporcionar proteção aos joelhos e tornozelos , além dos materiais usados como implementas " A seguir listam-se alguns esportes e indicamos , superficialmente as principais lesões que acometem os seus praticantes : ( segundo WILLIAMS , 1988) -FUTEBOL A distensão do músculo adutor e a distensão dos flexores da perna são causadas pelo superalongamento dos músculos da perna para o lado e à frente . A lesão virilha do futebolista aparece depois de um pontapé com a parte interna do pé . O tornozelo do futebolista é causado por lesões pequenas e repetidas que levam a estiramentos dos ligamentos articulares . A entorse. do tornozelo , distensões de ligamentos e fraturas do perôneo são frequentes , especialmente quando se usam calçados com cravos em chão muito duro ; PINTO ( 1974 ) , mostra que no biênio 68-69 em total de 279 casos de atletas profissionais do Fluminense Futebol Clube , as lesões do tornozelo predominam com 84,23 % das lesões que atingiram os membros inferiores . As lesões dos ligamentos dos joelhos , como a distensão dos ligamentos mediai e lateral e a lesão do ligamento da cartilagem aparecem quando o joelho da perna de apoio sofre torção . A fratura da tíbia resulta de pancada forte e direta na região . 7 -ATLETISMO Alguns atletas têm frequentemente distensões musculares , enquanto outros raramente as têm . Os desportistas que são menos flexíveis estão mais sujeitos a ter lesões do que aqueles com articulações mais laxas . A maior parte das lesões destes esportes afetam as pernas e os pés , mas muitas podem ser evitadas calçando o tipo correto de calçado e fazendo exercidos de aquecimento antes do início da atividade . A distensão do músculo adutor e as distensões dos músculos flexores da perna são algumas das lesões mais comuns , sendo mais vulgares nos atletas de corridas de velocidade com atividade muscular explosiva, do que naqueles que fazem de meio-fundo em que o esforço é mais sustido . A lesão do quadríceps , a doença de Osgood Schlatter* e o joelho do saltador ( tendinite rotuliana ) , são lesões causadas pela ação dos quadríceps . A lesão chamada virilha do futebolista pode aparecer nos saltadores de barreiras e nos lançadores de disco . A lesão chamada tornozelo do Fosbury flop é vulgar nos saltadores em altura e aparece em consequência da rotação da perna sobre o pé , durante o impulso para o salto : O osso inferior da articulação do tornozelo fica comprimido contra a extremidade inferior da tíbia, lesando a superfície da articulação e por vezes o osso subjacente . Dói quando se empurra o pé para cima e para fora . "' Doença de Osgood-Schlatter : É lesão na tuberosidade tibial por excesso de uso ; a dor proveniente é classificada como problema de crescimento . Não é doença como tal mas detcnnina lesão especificamente relacionada com a atividade. 8 O cotovelo do lançador de dardo é uma lesão na face interna do cotovelo e aparece por lançamentos no estilo "braço redondo" . Forças são aplicadas ao cotovelo , na aceleração e no movimento seguinte . Num adulto , isto resulta simplesmente em inflamação da inserção muscular , mas nas crianças pode haver fratura do osso . A lesão chamada dedo do lançador de peso é distensão dos três primeiros dedos da mão , aqueles que são usados nas etapas finais da aceleração . Sentem-se dores nas faces laterais dos dedos . A lesão chamada estilha da tíbia ou a fratura de esforço aparecem nos atletas que treinam correndo longas distâncias em superfícies duras . - VOLEIBOL I HANDEBOL As lesões na mão aparecem quando a bola é mal agarrada ou mal tocada . Nestas estão incluídas o dedo em martelo , a luxação do dedo e a entorse do polegar , e ainda as fraturas dos dedos . O apanhar e arremessar a bola por cima da cabeça pode causar problemas de ombro como a chamada dor do arco e a inflamação da bolsa serosa subacromial . AYRES & GONÇALVES ( 1995 ) citam que , no handebol , outro erro é receber a bola com o braço tenso e rígido , causando riscos a longo prazo de artropatias do cotovelo . Os pés podem ressentir-se das superfícies duras . A entorse de tornozelo é extremamente comum . LINDENBERG (1976) escreve que o piso deve deformar-se suficientemente no momento do impacto dos pés e ser firme para fornecer estabilidade . O de madeira (quadras cobertas) por exemplo , é o que 9 melhor se adaptaria a esses dois pré requisitos , enquanto o de cimento (quadras ao ar livre) reúne ambos em escala elevada. Outra lesão chamada virilha do futebolista , afeta os jogadores de handebol , no movimento de recuo diante do adversário . O chamado joelho do saltador pode aparecer em decorrencia dos saltos para apanhar a bola . - GINÁSTICA ARTÍSTICA Praticada com sucesso pelas pessoas em fase de crescimento , em virtude da baixa estatura , agilidade e articulações/ligamentos bem elásticos próprios da idade , muitas vezes condena os praticantes a lesões por causa da falta de maturidade dos tecidos . A lesão por hiperextensão do cotovelo ocorre pela repetição do movimento ; os ligamentos da parte anterior do cotovelo ficam flácidos , provocando dores e articulação instável . As lesões causadas pela ação dos quadríceps ( distensão , rotura , dor na rótula , doença de Osgood Schlatter) são frequentes e de cura difícil . -JUDÔ Embora o judô possa parecer esporte violento , é de notar o pequeno número de lesões que aparecem na sua prática . Apesar disto , as fraturas nos dedos das mãos e dos pés podem surgir . O mecanismo de aparecimento de algumas lesões ( chamado como cotovelo do tenista e o cotovelo do lançador de dardo ) é o mesmo dos esporte de raquete . O endireitar forçado do cotovelo durante a chave de bloqueio de braço , pode provocar lesões nos ligamentos da parte anterior do cotovelo ; os 10 nervos e vasos sanguineos podem ficar lesados se estiverem associados com a luxação da articulação . As quedas necessitam de treino regular , para se evitar a separação do ombro ; que é a ruptura parcial dos ligamentos da articulação . A fratura da clavícula e a luxação do ombro podem ser provocadas por quedas sobre a região. -TÊNIS A lesão clássica no tênis é o cotovelo do tenista . Aparece por causa de erros de técnica no "back hand" . Raquete com aro pequeno ou pesada e desequilibrada , preensão demasiadamente forte e batidas falhas exigem força demasiada do cotovelo , agravando o problema . O tênis agrava a lesão de rigidez do dedo do pé ( Hallux rigidus ) e os problemas de costas podem desenvolver-se porque um dos lados do corpo é mais fortemente solicitado que o outro . -NATAÇÃO A natação é recomendada e ótima para o tratamento de muitas lesões , porém ela também oferece riscos , como o ombro do nadador , que costuma atingir os nadadores de longas distâncias . Trata-se de combinação da dor de arco e inflamação da bolsa serosa subacromial e que vem do uso constante da articulação do ombro e dos músculos envolvidos. 11 lii- O BASQUETEBOL E' UM ESPORTE PERIGOSO ? O basquetebol foi inventado pelo canadense Dr. James Naismith na YMCA ( Associação Cristã de Moços ) , em Springfield , Massachussets , no ano de 1891 , atendendo a solicitação do chefe do departamento de Educação Física , que estava preocupado com a baixa frequência no clube durante o inverno , pois não havia um esporte coletivo que pudesse ser praticado em ambientes fechados ( JACOBS , 1966). Segundo DE ROSE & FERREIRA ( 1987 ), os atrativos que levaram Naismith a criar o basquetebol foram : • Necessidade de incentivar a prática da atividade física pelos alunos da ACM local , pois eles começavam a demonstrar sinais de desinteresse devido à monotonia das aulas ; • Necessidade de criar alguma atividade que pudesse ser realizada em local coberto , para fugir do inverno rigoroso daquela região ; • Necessidade de determinada atividade que pudesse ser praticada por um grande numero de pessoas ao mesmo tempo . Sentindo o lado psicológico dos esportes , observou serem os com bola os mais atraentes . Se a bola fosse pequena , requereria raquetes , tacos , etc ; se grande , seria mais fácil e barata . Como princípio lembrou que a bola deveria ser esférica e grande ; o jogador não poderia correr com ela e deveria ser passada e não transportada . Como alvo , pediu duas caixas de quinze polegadas , na falta destas , aceitou dois cestos utilizados na colheita de 12 pêssegos , colocando lllll em cada extremidade do ginásio , na altura de dez pés; 3,05 metros (DE PAULA, 1994). O basquetebol , desde a sua criação , tem evoluído constantemente . A intensidade do jogo alllllentou , tomando-o mais rápido e mais preciso . Surgiram novas técnicas de ofensiva e defensiva ; novos sistemas de treinamento passaram a ser usados ; as regras do jogo têm sido adaptadas periodicamente a este progresso técnico, e o número de praticantes cresceu extraordinariamente . O basquetebol é considerado como esporte completo : sucessão de esforços intensos e breves , realizados em ritmos diferentes . É lllll jogo de coordenação de movimentos e de grande intensidade motriz . Desenvolve o espírito de inicitiva , a inteligência , as decisões rápidas e precisas , a integração na vida em grupo , e promove , destacadamente o autocontrole emocional ( DAIUTO, 1981 ) . Antes de 1960 , era esporte sem muito contato físico ; desde então o nível técnico tem aumentado , acirrando o contato e as disputas durante as partidas ; aliando-se a isso o fato do aumento de massa muscular das gerações de jogadores subsequentes , temos então consequentemente incidência crescente no número de lesões que acomete os seus praticantes . Primeiramente , o contato entre os jogadores propicia os empurrões , cotoveladas e outros ; outro ponto a ser considerado é a bola que jogada com grande velocidade , pode atingir violentamente as pessoas. ( APPLE, 1988; ROMERO, 1985). ROMERO ( 1985 ) cita que , de acordo com as estatísticas espanholas de desportos , o basquete é considerado esporte de risco semelhante ao futebol , judô , rugbi , tênis e esqui . Com média anual de 57058 praticantes oficiais de. basquete , o número médio de lesionados era de 3042 (5,3 %) , o que o coloca em terceiro lugar, atrás do rugbi (17,5 %) e do handebol (6,4 %) . Durante os 13 anos de 1961 a 1980 ,totalizaram-se 34175 lesões em praticantes federados de basquete . A tabela I revela a distribuição percentual das articulações lesadas mencionadas no estudo : Articulações lesadas Frequência percentual Tornozelo 38,77% Joelhos 28,18 % Dedos 15,78% Punho 9,16% Pescoço 4,4% Ombro 3,6% Total 100% Tabela I : distribuição percentual das articulações lesadas em praticantes federados de basquete , na Espanha, segundo ROMERO ( 1985 ) . ROMERO ( 1985 ) chama a atenção para o fato que , enquanto a média de lesões de tornozelo no basquete é de 38,77 % , nos demais esportes é somente 12,5%; as lesões de joelhos no basquete são 28,18 % e 15 o/o nos demais; com respeito aos dedos são 15,78% contra 7,5%. A alta incidência de lesões no tornozelo é compartilhada por PINTO (1974) , que destaca no basquete a alta frequência de traumas ao tornozelo e médicos que lidam com a medicina esportiva , apontam o tornozelo como a mais atingida das articulações do membro inferior , superando amplamente as lesões de joelho . Durante os anos de 1976 a 1980 , ROMERO ( 1985 ) cita : 14 o Total de lesionados 15212 • Feridas 589 • Contusões 2295 • Estiramentos 5508 • Músculos e tendões 2222 o Vasos e nervos 178 • Luxações 501 • Fraturas 1644 • Falecimentos 4 Esses números coincidem com os dados norte-americanos extraídos do basquete profissional praticado naquele país , o qual pela sua seriedade e organização pode se considerar a maior fonte de dados do mundo . Estudo realizado por APPLE (1988) nos anos de 1985-86 em confronto com os dados da NBTA (Associação Nacional dos Técnicos de Basquetebol ) dos Estados Unidos , mostrou as seguintes comparações : localização anatômica das lesões APPLE et ai : 269 atletas NBTA : 702 atletas quadril I joelho 31% 40% tornozelo I pé 24% 33% coluna 17% punho/mão 17% 10% cotovelo 1% 7% 10% 15 tipos de lesão APPLE et al : 246 atletas NBTA : 626 atletas distensões 34% 23% contusões 8% 22% entorses 28% 29% inflamação 22% 15% fratura 7% 7% É interessante notar que no estudo de APPLE , as lesões de tornozelo são menos frequêntes que as de joelho . Outro fato que chama a atenção são as lesões de coluna que , sem serem citadas em nenhum outro estudo , aí aparecem em grande porcentagem . Outra fonte de dados citada por NOVO A & LAFRENZ ( 1980 ) é a da Federação de Medicina de Esporte da Itália , na qual de 21218 filiados na Federação de Basquete , somente 225 se acidentaram , correspondendo a I ,06% do total . BOWERMAN citado por ROMERO ( 1985 ) , descreve que 13 profissionais estudados durante alguns anos , apresentaram as seguintes lesões : 5 lesões de tornozelo e 5 de joelho ; 4 operados de lesões musculares ; 4 operados de tendão de aquiles e I fratura de costelas e pneumotórax . ROMERO ( 1985) citando HENRY, indica que, em estudos realizados em jogadores profissionais durante sete anos , com a particularidade de fazer uma classificação de acordo com a funçao do jogador, mostra as lesões em : 16 Annadores : 248 Laterais : 235 Pivôs: 93 Joelho ...... 48% Cabeça ... 17% Cabeça .... 23% Pé ............ 12% Dedos .... 14% Joelho ...... 17% Costas ...... 11 o/o Quadril .... 6% Tornozelo .. 14 % Em outro estudo , ZELISKO citado por ROMERO , efetuou estudo comparativo de lesões em mulheres e homens profissionais de basquete americanos , resultando que as mulheres se machucam mais que os homens ( em 60 o/o ) , sendo mais frequêntes as de tornozelo e joelho , nesta ordem . HUGUET ( 1977 ) , mostra dados da Revista Nacional de Esportes da França , com a seguinte incidência de lesões : I. Articulação tíbio-társica ................................... 33,91 o/o 2. Mão .................................................................. 13,24 o/o 3. Joelho ............................................................... 12,43 o/o 4. Nariz ................................................................. 11,28 o/o 5. Punho ................................................................ 6,47 o/o 6. Pé ..................................................................... 5,70 o/o HUGUET ( 1977 ) também aponta a pesquisa publicada em 1976 , pela comissão médica da Federação Francesa de Basquete , com população de 254 pessoas ( 181 homens e 73 mulheres ) de várias categorias , indicando o seguinte resultado de lesões ( em incidência ) : 17 / • Entorse tfbio-tarso 551 • Entorse dos dedos 459 • Entorse dos joelhos 58 • Fratura dos dedos 31 • Fratura do nariz 18 • Fratura das costelas 12 • Fratura do punho 8 • Fratura dos metacarpos 7 OLIVEIRA (1990) mostra as principais lesões no basquete como sendo as : tendinites rotulianas ( pelos saltos ) ; lesões dos joelhos ( meniscos e ligamentos , nos giros e choques ) ; contusões e fraturas de costelas ( por choques e cotoveladas ) ; lesões articulares nos dedos das mãos ( boladas nas pontas ) ; entorse de tornozelos ( pelas quedas ) e distensão do quadríceps e panturrilha ( pelos saltos ) . Resultado semelhante foi obtido por MASSADA (1987) , na observação de 41 basquetebolistas de alta competição das zonas norte e centro de seu país , Portugal . A literatura consultada para a elaboração deste trabalho ( UNIDIBLI ) , dispõe de poucos textos que explicitem em quais momentos ou movimentos ocorrem a maioria das lesões aqui descritas . Somente foram encontradas citações pequenas em ROMERO ( 1985 ) , MENEZES ( 1983 ) e OLIVEIRA ( 1990 ) ; com a ajuda destes e da minha experiência de treze anos convivendo com o basquetebol , como jogador , técnico e professor ; procurou-se elaborar as lesões por região anatômica e tipo . 18 -Costas Lesões nas costas ocorrem com certa frequencia nos armadores , em virtude da baixa posição assumida durante a marcação do adversário e condução da bola pela quadra , normalmente são incômodas , mas permitem que se continue jogando com certa queda de rendimento . Podem também serem provocadas pelos saltos constantes ou por contato de alguma parte do corpo dos jogadores . Contraturas , feridas e contusões , são os tipos de lesões à qual as costas se submetem . -Ombro É uma das regiões menos afetadas , porém ocorrem contusões por encontros com os adversários e que necessita de proteção para evitar as bursites do olécrano por pequenos traumatismos repetidos . As quedas com o braço em extensão podem produzir fraturas ou luxação de cabeça de rádio caso se caia raspando o ombro no chão , fatalmente ocorrerá as equimoses . Os arremessos fortes ou passes longos sem que se esteja com a região devidamente aquecida , ocasiona eventualmente as distensões ou contraturas no músculo deltóide ou nos músculos próximos , dependendo do tamanho do esforço empregado . -Punho e mão No pulso os mais frequentes são estiramentos e contusões , podendo nos casos de traumatismos repetidos produzir alterações periósticas e ósseas que às vezes impedem a prática . Provavelmente o forte movimento de "quebra do pulso" ( flexão ) durante o arremesso ou passe , os encontros com o corpo do adversário ou a má técnica no recebimento da bola , ocasionem as lesões . 19 As lesões nos dedos são produzidas pela falta de técnica ou atenção no recebimento da bola ; normalmente quando ela é desviada pelo adversário ou quando bate no aro e retoma , desvia a sua trajetória e altera a velocidade , dificultando o recebimento com a posição correta dos dedos . Geram-se entorse ou fraturas quando ocorre a bolada nas pontas dos mesmos . -Joelho Contusões , feridas , luxações e entorses leves ou graves podem ocorrer em consequência de golpes diretos ou torções ao cair com o joelho em má posição após salto mal executado ou em contato corporal . O jogo de basquete é caracterizado por constantes giros , mudanças de direção , paradas bruscas e saídas rápidas ; estes movimentos podem ser incoordenados , com o pé e joelho fixos e a rotação do tronco , distendendo a articulação do joelho além de seu limite normal . Tanto as quedas como as rotações também podem ocasionar rupturas dos meniscos e dos diversos ligamentos que circundam a articulação do joelho ( ver capítulo sobre joelhos ) . Desequilíbrios podem provocar contração súbita e violenta do quadrfceps, propiciando fraturas de rótula. -Tornozelo É a região da lesão mais importante no basquete , devido ao número de lesionados , sendo a lesão mais frequente as luxações e entorses de média gravidade , acompanhada de fratura ou não . Ocorre em quedas com o pé pronado ou lateralizado , após incoordenação do movimento , seja ele causado por empurrões , choques corporais ou escorregões . 20 -Pernas Distensões do tendão de Aquiles , contraturas e distensões dos músculos gastrocnêmio e quadríceps , podem aparecer quando da solicitação inesperada e brusca na região numa saída rápida , salto ou na queda . - Tórax e braços Apesar de serem regiões distintas , sofrem em igual intensidade com os cotovelos e antebraços dos adversários , quando estes são usados para proteção da posse de bola ou para fazer bloqueios no corpo do oponente , impedindo o seu deslocamento em quadra . São comuns as feridas , contusões nos braços e tórax , podendo eventualmente ocorrer fraturas de costelas . 21 III - PRINCIPAIS LESÕES QUE PODEM OCORRER DURANTE A PRÁTICA DO BASQUETEBOL -FERIDAS Descrições sobre as feridas referem-se à coletãnia de dados de MENEZES ( 1983), NOVOA & LAFRENS ( 1980), e O'DONOGHUE (1969). Feridas ou lesões do plano tegumentar , são soluções de continuidade ou rotura produzida na pele ou nas mucosas por um agente traumático . Segundo a extensão do contato entre o agente e os tecidos ,e ao mesmo tempo tomando em conta o aspecto da lesão , destacam-se no esporte as escoriações e os ferimentos contusos . • Escoriações : produz-se por atrito violento de superfície áspera contra a pele , o que origina o desprendimento de suas camadas superficiais , podendo ou não ocorrer o fluxo de sangue para o local. • Ferimentos contusos : são produzidos por instrumanto rombudo (corpo do adversário , bastão , suporte ; enfun os objetos do esporte ) ou por quedas sobre o solo . Provocam ferimento na pele , onde a quantidade de sangue que sai é maior que na escoriação . Como primeira intervenção , limpam-se as mãos com água e sabão e ,em seguida , da mesma forma , lava-se a ferida , do centro para a periferia , para remover a sujeira , tomando o cuidado de não movimentar o membro lesionado , pois pode haver comprometimentos como fraturas ou entorses . 22 As regiões onde são frequentes as incidências de feridas , no basquete , são os joelhos , cotovelos e mãos . -CONTUSÕES Análise das contusões provem de textos obtidos de MENEZES ( 1983 ) . NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , O'DONOGHUE ( 1969 ) e FATHERSTONE (1956). Lesão por golpe ou choque de agente traumático contra o corpo resistente sobre determinada região anatômica , sem que exista ferimento na pele . Ocorre , porém , prejuízo dos tecidos celulares subcutâneos e também em planos anatômicos mais profundos . Dos diversos tipos ou espécies de contusão no esporte . são frequentes os aparecimentos de equimoses e hematomas . • Equimoses ( mancha arroxeada ) : ocorre quando contusão produz rotura de pequenos vasos no tecido celular subcutâneo e , às vezes , na própria derme , infiltrando pequena quantidade de sangue por entre os diversos elementos que formam estes tecidos . Observa-se no local da contusão mancha de cor violácea que , com o transcurso do tempo , se toma esverdeada e depois amarelada , até desaparecer . • Hematoma : produz-se quando a contusão rompe vasos de maior calibre , derramando quantidade superior de sangue , que pode infiltrar-se no tecido 23 celular subcutâneo e nos músculos , ou então , ao separar elementos vizinhos , formar acúmulo de sangue . É fácil identificar a contusão , mas a extensão dos danos causados só pode ser diagnosticados 24 ou 48 horas depois , quando a dor aumenta e a equimose torna-se significativa. Não podemos menosprezar este tipo de lesão , haja visto que elas podem se complicar da seguinte maneira : I. Organizando-se e se transformando em corpos estranhos ao organismo . 2. Calcificando-se pela ação de depósitos heterotópicos ( fora dos ossos ) de sais de cálcio . 3. Ocasionando infecção secundária do hematoma por agentes microbianos inespecíficos . O tratamento consiste na elevação do local afetado e na aplicação de gelo durante as primeiras oito horas , buscando-se vasocontricção , a fim de evitar a formação de edemas . Após isso pode-se aplicar calor , que , por sua ação vasodilatadora , acelera os processos reparadores . As regiões onde as incidências de contusões , no basquete , são frequentes são os braços e as mãos . 24 ·ENTORSES As descrições das entorses foram coletadas de O'DONOGHUE ( 1969 ) , OLIVEIRA ( 1990 ) , NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , MENEZES ( 1983 ) e PINTO ( 1974). Entorses são produzidas pela torção ou distenção da articulação além de seu grau de amplitude normal , resultando em estiramento anormal dos ligamentos ao redor da articulação , não ocorrendo deslocamento das extremidades ósseas que a formam. A articulação atingida dói e aumenta de tamanho em virtude do derrame sanguíneo . Ocorre a incapacidade de movimentação da mesma , como proteção do organismo contra a utilização da articulação lesada. As entorses são divididas em três graus , segundo a severidade da lesão : Grau I : O ligamento foi estirado mas não foi rompido . Os sintomas são limitados a dor moderada e inchaço localizado . Grau 2 : O ligamento é parcialmente rompido , ocorre dor e inchaço severos , perda da função e instabilidade articular . Grau 3 : Rompimento completo do ligamento . Adicionado a dor , inchaço e a equimose , há severa impotência funcional e limitação do movimento . O ligamento é uma estrutura designada para previnir movimentos anormais da junta enquanto pennite movimentos normais dentro de sua função . Outros tipos de ligamentos servem para reforçar a junta e não pennilir sua movimentação em direções não anatômicas. (O'DONOGHUE, 1969) 25 Em todos os graus de entorse , o tratamento se inicia com aplicação de gelo e elevação do local para diminuir o inchaço . O complemento é feito com a imobilização completa ou parcial do local e em alguns casos pode ocorrer a intervenção cirurgica. Há necessidade de , pelo menos , urna semana de repouso para as de grau I , até de meses para as de grau 3 . As regiões onde são frequentes as entorses , no basquete , são os joelhos e os tornozelos. -LUXAÇÃO Coletâneas de dados retirados de NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) MENEZES ( 1983 ) , O'DONOGHUE ( 1969 ) e FATHERSTONE ( 1956 ) compões as descrições das luxações . A luxação é a rotura ou hiperdistensão da cápsula articular, provocando perda de contato das extremidades ósseas que formam urna articulação . Habitualmente é causada por traumatismo , quer direto sobre a articulação, quer indireto (uma queda sobre a mão , pode luxar o ombro ) . Quando as superfícies articulares estão completamentes separadas e os ligamentos rompidos , diz-se que a luxação é completa . Quando estão parcialmente em contato e os ligamentos apenas distendidos , diz-se que há subluxação . 26 Luxação exposta ou composta , é aquela complicada com ferimento que põe a articulação em contato com o exterior . Os principais sintomas são : dor , deformação e diminuição da ftmção . A dor é intensa no primeiro momento pela dilaceração da cápsula articular , atenuando-se depois , salvo quando está comprimindo um nervo . A deformação pode ser acompanhada pela modificação na relação entre si dos ossos . A diminuição da função é devido à nova posição dos ossos e à ação dos ligamentos da articulação que não chegaram a se dilacerar. O tratamento das luxações é semelhante ao das entorses ; necessita-se porém que o tempo de descanso e imobilização sejam maiores , principalmente nos casos mais graves . No basquete são frequentes as luxações nas articulações escápulo - umeral , rádio - carpiana , talocrural e do joelho . -DISTENSÕES* O'DONOGHUE ( 1969), APPLE ( 1988), MENEZES ( 1984) e NOVOA & LAFRENS ( 1980) , fazem as análises seguintes sobre distensões . *É importante sabennos a diferença entre as cnto;ses e distensões ; enquanto o primeiro tenno se referem aos ligamentos, as distensoes sao relacionados aos tendões e músculos ( O'DONOGHUE, 1969; APPLE, 1988). 27 Como as entorses , também são classificadas em três graus , de acordo com a gravidade: Grau I -O tendão somente é estirado e pode ser tratado com gelo e elevação do local . A imobilização pode ser feita, para redução da atividade do local afetado . São as distensões mais comuns . Grau 2 - O tendão foi parcialmente rasgado , há a perda parcial de função e o tratamento é igual ao de grau I , necessitando porém de maior tempo de repouso. Grau 3 - O tendão foi totalmente rasgado , resultando em perda imediata da função ; o tratamento normalmente é cirúrgico sendo que a função nem sempre é totalmente recuperada tJ As distensões são usuais no basquete , normalmente no tendão de Aquiles . -LESÕES~VSCVLARES Do material consultado as lesões musculares são descritas somente em textos de MENEZES ( 1983 ) e NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , os quais foram utilizados para elaboração deste item . As principais lesões musculares são as distensões e as rupturas , verificada durante a contração muscular , caracterizando-se pelo arrancamento de fibras musculares junto às inserções tendinosas , acompanbado de rotura de vasos • 28 sanguíneos . De acordo com a quantidade de sangue extravazada , temos o hematoma ou a equimose , com o sangue difundindo-se para o interior da fibra muscular ( entre os feixes ) , para depois , conforme a quantidade , invadir os tecidos moles das regiões circunvizinhas . Seu mecanismo de ação parece apoiar-se na incoordenação motora que se estabelece entre a forte tração resultante da contração muscular agonista de determinada ação muscular e a descontração lenta e incompleta do(s) músculo(s) antagonista(s) correspondente(s) . Outra hipótese tenta explicar o fenômeno como sendo resultante de contrações desordenadas de fibras musculares do mesmo feixe , as quais formam o músculo em questão ; tal fenômeno é mais frequente nos músculos longos , quando estes atuam como antagonistas do movimento realizado (MENEZES , 1983). A frequência com que ocorre depende de vários fatores , como a idade , tipo de atividade praticada e a condição social , preparação física , bioquímica muscular, etc . No que se refere à idade , o predomínio maior de lesões musculares ocorre entre esportistas profissionais com idade por volta de 25 anos . Com relação à condição social do esportista , digamos que as lesões predominam sobre quem vem de uma farrúlia de escassos recursos econômicos , com deficiência alimentar e assim com déficit nutricional nas fibras musculares (NOVO A & LAFRENZ ,1980) BIOQUÍMICA MUSCULAR : É evidente que os desequilíbrios de metabolismo energéticos da fibra muscular influem na produção de lesões musculares . É útil recordar que ingerindo alimentos ricos em carbohidratos c também em outros elementos básicos (proteínas) , o organismo poderá transfonná-los em glicose e deste em glicogêneo . Este último se armazenará nos músculos e no fígado como reseiVa para quando se esgotar o de origem muscular , É fato que os esportistas bem treinados e alimentados possuem mais glicogêneo muscularque os não esportistas , com o consequente aumento de rendimento nos primeiros .O glicogêneo se transfonna em ácido tático , mediante a glucólise e através dessa se obtem a energia muscular . Deve se saber que o acúmulo excessivo · de ácido lático prejudica a contração muscular nonnal e produz dor , Esta ocorre com frequência em atletas que participam de vários eventos em um curto intervalo de tempo , lambem ocorre nos últimos momentos de um detenninado ato . quando há a falta de oxigênio pelo esforço ; o músculo entra em anaerobismo e se constitui a fadiga muscular , com ou sem caimbra . À isto se junta a perda de cloro e sódio pela transpiração , fundamentais para a contração muscular nonnal. ( NOVOA & LAFRENZ 1980 ) . 29 • Distensões musculares : consiste em estiramento das fibras musculares e de suas bainhas além dos limites normais de sua elasticidade , sem que haja a ruptura das mesmas . Elas podem ocorrer em qualquer músculo ou grupo muscular , porém são mais frequentes em alguns devido às características anatômicas de cada região (é assim nos gêmeos , tibial anterior, quadríceps , paravertebrais e outros ) . Nas distenções , o sintoma mais impmtante é a dor intensa e a impotência funcional do músculo , podendo ou não aparecer equimose tardia . O tratamento é similar ao da contusão , dando maior importância ao repouso dos grupos musculares afetados e , no âmbito médico , ingestão de antiinflarnatórios orais . Após 48 horas , a termoterapia pode ser aplicada , aumentando os processos de óxido-redução . • Ruptura muscular : É a perda total de continuidade das fibras . A importância deste tipo de lesão depende do número de fibras soltas e do músculo que foi afetado ( felizmente , a ruptura total não é frequente no esporte ) . Os músculos mais afetados por ordem de frequência são : quadríceps , adutores , bíceps femural gêmeos e outros . Produz-se dor intensa ao tentar contrair o músculo , além da impotência funcional . Nos primeiros momentos pode-se observar e palpar uma depressão , que desaparece nas horas seguintes para dar lugar a hematoma. O tratamento é igual ao da distensão , porém em muitos casos é necessário a intervenção cirúrgica por meio de suturas , haja visto que a reconstrução integral do músculo biológicamente nem sempre tem êxito . 30 Tanto a distensão quanto a ruptura se produzem ao realizarem esforços violentos , bruscos e incoordenados . Com frequência se registram em sujeitos que não efetuaram exercícios de aquecimento prévio , naqueles com fadiga muscular intensa e naqueles de idade avançada que realizam a atividade física de forma descontínua . Outros tipos de patologias que podem afetar os músculos são as contraturas e as caimbras . A contratura é definida como sendo contração muscular involuntária e dolorosa , geralmente localizada em determinado local do músculo , que corresponde ao ponto onde foi aplicado o estímulo , externo e de natureza mecânica. A caimbra é contração involuntária em músculos voluntários , duradouras e dolorosas e se verifica devido à fatores intrínsecos . Na verdade , nada de positivo existe sobre suas causas , bem como seu mecanismo de ação . Teorias indicam que os produtos catabólicos da contração muscular , após trabalho intenso , têm alguma influência na sua instalação . A deficiência da circulação sanguínea da região afetada , o ambiente frio e desidratação interna com perda excessiva de íons são condições também lembradas como possíveis desencadeantes do fenômeno . Ao contrário das maiorias das lesões à qual a crioterapia (tratamento pelo frio) é recomendada , o tratamento das contraturas e caimbras é feito com aplicação local de calor (banhos e bolsas de água quente , massagens , pomadas e outros) . A dorso-flexão da área atingida produz aumento da vasculização , dissipando a ácido lático acumulado , que pode ser o causador da caimbra . 31 -FRATURAS As fraturas possuem vasta literatura , sendo que para este ítem , foram utilizados textos de ADAMS & HAMBLEN ( 1994 ) , MENEZES (1983 ) , FATARELLI & FRANCO & GONÇALVES ( 1995), AYRES & GONÇALVES (1995), MASSADA ( 1987), O'DONOGHUE ( 1969), OLIVEIRA ( 1990) e GRISOGONO ( 1989 ) . A fratura pode ser entendida como a solução de continuidade de um osso e pode ser classificada da seguinte maneira : • Por seu mecanismo de produção : decorrente de traumatismo direto ( golpe de "stick"no hóckey , pontapé no futebol , por exemplo ) ou indireto ( fratura oblíqua da clavícula por flexão em caida sobre o ombro no judô , por exemplo ) , neste último caso a ação da força poderá atuar por torção , flexão ou tração . • Por sua forma geométrica ou força atuante : pode ser transversal , oblíqua ou espiral . As fraturas podem ser ainda cominutivas ( com mais de dois fragmentos ) , por compressão ou esmagamento e impactadas ( nesse caso , os fragmentos ósseos estão encaixados de maneira tão firme que se interligam e não permitem movimento entre si ) . • Por sua localização anatômica : pode ser epifisiária , metafisiária diafisiária , intraarticular e extraarticular. • Pela presença ou não de feridas : uma fratura é fechada ou simples , quando não há comunicação entre o foco da fratura e a parte externa do corpo . Uma fratura é exposta ou composta quando há ferimento na superfície da pele que se comunica com as extremidades fraturadas do osso . 32 • Pela existência de lesões neurovasculares ou não dependendo destas condições , elas podem ser complicadas ou simples . • Por sua abrangência : podem ser completas , isto é , abranger toda a espesssura do osso ; ou incompleta , quando ocorre somente numa parte do mesmo . A fratura incompleta pode muitas vezes ser apenas fissura (rachadura) de parte do osso . • Por sua integridade óssea anterior : casos relatados de traumatismos ou patologias no mesmo osso . As fraturas expostas constituem urgências que exigem intervenção dentro das primeiras seis horas da ocorrência ,para evitar as infecções que , inevitavelmente , se produzem nos tecidos . O tipo de fratura dá , ainda , indicação da estabilidade provável dos fragmentos . Assim , muito dificilmente ocorrerá novo deslocamento na fratura transversa após a redução ; enquanto que a fratura oblíqua ou em espiral tem mais propensão a apresentar novo deslocamento , a menos que as extremidades fraturadas possam ser encaixadas nas incisuras decorrentes . Os sintomas que aparecem na região da fratura são caracterizadas pela dor intensa , deformação por descolabamento dos fragmentos ósseos do segmento anatômico afetado , impotência funcional e hematoma que surge horas após o ocorrido . Além disso , existe edema e aumento da temperatura cutânea . Tipo muito particular de fratura são os arrancamentos tuberositários , muito frequêntes a nível da pelvis ( pedaço de osso arrancado pelos músculos que se inserem nessa zona da pelvis ) e em esportes que facilitam a contração muscular violenta , como o futebol , rugbi e outros . 33 Cada vez mais enfocada , no entanto ,é a fratura por estresse , devida ao excesso de treinamento , isto é , causada não por trauma direto mas por tensão repetitiva ( carga constante e cíclica ) que supere a resistência óssea . Com a repetição , compromete-se o processo de síntese e degradação óssea , no sentido de dominância da reabsorção da matriz , com consequênte redução da resistência óssea ( FATARELLI & FRANCO & GONÇALVES , 1995) . Já MASSADA ( 1987 ) a classifica como a falência localizada nos processos fisiológicos de adaptação , determinada pela incapacidade da resposta celular e pela remodelação insuficiente ou inadequada de uma estrutura óssea , quando sujeita a forças sub liminares que se acumulam de maneira rítmica e ciclíca . ADAMS & HAMBLEN ( 1994 ) localizam que , com raras exceções , as fraturas de estresse estão confinadas aos ossos dos membros inferiores . A grande maioria ocorre nos metatarsianos ; porém , mostram-se também bastante frequêntes na diáfise da fíbula , na diáfise da tíbia e no colo do fêmur . Haja visto que o osso é tecido conjuntivo , a fratura começa a se consolidar por proliferação celular , assim que o osso se quebra . O processo de consolidação ocorre em cinco estágios ; 1. Estágio de hematoma : A fratura inevitavelmente rompe a maior parte dos capilares que correm longitunalmente no osso compacto , o sangue vaza pelos vasos rotos e forma hematoma entre as áreas da superfície saturadada e ao seu redor . Os fragmentos se movem livremente , devendo ser protegidos por meio da imobilização da fratura . 2. Estágio de proliferação subperiostal e endostal : a característica mais óbvia nos estágios iniciais da reparação é a proliferação de células da superfície profunda do periósteo próximo à fratura .Tais células são as precursoras 34 dos osteoblastos , que posteriormente deverão sedimentar a substância intercelular . Formam um colar de tecido ativo que circunda cada fragmento e cresce em direção ao outro fragmento ; concomitamtemente ocorre a atividade celular dentro do canal medular, onde o tecido também cresce até se encontrar e se fundir ao tecido semelhante que cresce do outro fragmento. 3. Estágio de calo : À medida que o tecido celular que cresce de cada fragmento amadurece , as células básicas dão origem a osteoblastos , e em alguns pontos a condroblastos , que formam cartilagem entre os dois pontos .Os osteoblastos depositam matriz intercelular de colágeno e polissacarfdeos , que logo se toma impregnada de sais de cálcio para formar o osso não amadurecido do calo da fratura , mas que já proporciona rigidez evidente à fratura . 4. Estágio de consolidação : O osso primário que forma o calo transforma-se gradualmente pela ação dos osteoblastos em tecido mais amadurecido . 5. Estágio de remodelação : Quando a remodelação está completa , o osso recém-formado toma-se , em geral , um colar bulboso que o circunda e obliterao canal medular . Nos meses que se seguem à consolidação , ele é graduativamente reforçado ao longo das linhas de força à custa do excesso por fora das linhas de força , que é lentamente removido . Este processo de remodelação é constante em toda a vida , porém se toma especialmente perceptível após fraturar . O tratamento de fraturas fechadas , consiste de três princípios fundamentais : redução , imobilização e reabilitação ; todos realizados sob orientação médica especializada . 35 A redução deve ser aplicada somente se necessário e consiste em alinhar os fragmentos dos ossos para que na calcificação eles possam estar na posição perfeita como anteriormente à fratura . A redução pode ser aplicada por manipulação • por tração mecãnica ( pesos ou parafusos ) ou por cirurgia . A imobilização é feita apenas nas fraturas que a requerem ( muitas não precisam ) e é indicada para : evitar deslocamentos ou angulação dos fragmentos • evitar movimentos que possam interferir na consolidação e alívio de dor . A reabilitação é extremamente importante ne recuperação das fraturas , preservando toda a função enquanto a fratura se consolida , para ter a função normal quando a fratura estiver consolidada .A reabilitação pode ser por uso ativo do local lesado ou por exercícios ativos . Inicia-se pelas contrações estáticas até que se reestabeleça a força normal . O tratamento de fraturas expostas exige mais atenção e urgência , sendo que o processo de limpeza do ferimento é a principal preocupação , para diminuir o risco de contaminação por agentes infecciosos . No basquete as regiões mais propensas à fraturas são as clavículas e as mãos . 36 LESÕES DO JOELHO Lesões de joelho possuem ampla bibliografia , sendo que foram usados textos de GRISOGONO ( 1989), ROMERO ( 1985), ADAM & HAMBLEN ( 1994), NOVO A & LAFRENS ( 1980 ) e O'DONOGHUE ( 1969 ) , para compor este ítem. O joelho tem biomecânica especial ; formado por potente músculo trator como o quadriceps ; osso sesamóide que serve de transmissão de forças ; forte tendão com duas potentes inserções ósseas na rótula e tíbia , que é o tendão rotuliano através do qual se vai transmitir a força para a extensão do joelho sobre o fêmur e ao mesmo tempo unir superfícies articulares fêmulo-rotulianas , que vão sofrer forças de compressão e cizalhamento . Estas tensões aumentam tremendamente ao progredir a flexão do joelho e diminuir a extensão , sobretudo nos diversos esportes que usam o predomínio de saltos como o basquete e o volei (ROMERO, 1985). Por ser articulação complexa e especial , encontra-se aqui um item somente sobre as principais lesões do joelho. -FRATURAS DA RÓTULA Podem ser causadas por dois tipos de traumas : • Contração violenta e súbita do quadriceps , como ao se tentar manter o equilíbdo após tropeçar . Nesse tipo , geralmente produz-se fratura linear com separação dos fragmentos . • Queda ou golpe direto sobre a face anterior do joelho , causando um traço de fratura ou fratura cominutiva . 37 O tratamento depende do tipo de fratura e , em alguna casos , da idade da pessoa . Três grupos devem ser considerados : 1. Fraturas sem desvio : como os fragmentos estão em posição , o tratamento é necessário apenas para alívio da dor e preservação da função . Gesso desde a virilha até o maléolo , com o joelho quase em posição de extensão deve ser usado por , no mínimo , três semanas . 2. Fratura linear com separação de fragmentos : é necessário a intervenção ciiúrgica e sua natureza depende da idade do acidentado . Em pessoas com menos de 45 anos , os fragmentos podem ser captados e fixados rigidamente com um prego ou parafuso introduzido verticalmente para clma através dos dois fragmentos .Em pacientes com mais de 45 anos e em casos que os fragmentos são lmpossíveis de se recuperar , é preferível a patelectomia * . 3. Fratura cominutiva : a reconstituição perfeita da superfície articular é impossível , assim a melhor conduta é a patelectomia . •Na patelectomia , o osso é dissecado da aponevrose do quadríceps . que o envolve e a aponevrose é reconstituída com suturas absorvíveis , a tensão é relaxada mantendo-se o joelho totalmente estendido . Após a cirurgia , o joelho é imobilizado em gesso de extensão quase total por 3 semanas , sendo que na metade deste período os exercícios ativos do quadrfceps e de elevação da perna devem ser incentivados. 38 -RUPTURA DO LIGAMENTO MEDIAL Nesse tipo de lesão , a tíbia se abduz sobre o fêmur. Por radiografias detectase caso a ruptura do ligamento é completa ; confirmando-se , a articulação se apresenta aberta medialmente ; se a abertura estiver muito ampla , é provável que os ligamentos cruzados e as cápsulas tambem estejam rompidos, assim como o ligamento media! . O tratamento pode ser convencional ou cirúrgico . No primeiro , o joelho é imobilizado com gesso e após seis semanas são prescritos exercícios para mobilização do joelho e reativação do quadrfceps . No outro , se determina a extensão da lesão , a ruptura na cápsula e após isso o ligamento media! é suturado e o joelho é mantido imobilizado por 6 semanas , sendo depois prescritos os exercícios já citados. -RUPTURA DO LIGAMENTO LATERAL Causada por abdução forçada da tíbia sobre o fêmur . Em alguns traumas desse tipo o ligamento resiste , mas a inserção óssea do ligamento para a cabeça do perônio é arrancada com fragmento ósseo . -RUPTURA DOS LIGAMENTOS CRUZADOS Conforme já mencionado , os ligamentos cruzados são às vezes rompidos com o media! ou lateral . O anterior é rompido por força agindo na extremidade superior da tíbia em posição anterior em relação ao fêmur , ou por hiperextensão do joelho ; o 39 posterior é rompido por força agindo posteriormente na extremidade superior da tíbia. Normalmente , o ligamento cruzado anterior evita o deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur , e o ligamento cruzado posterior evita o deslizamento posterior. Portanto , em rupturas do anterior , quando o joelho está fletido a 90 graus e o músculo do quadríceps está relaxado , a tíbia pode ser muito puxada para a frente em relação ao normal . O tratamento é feito através de reconstrução cirurgica ; esta é feita usando-se pedaço da aponevrose ou do tendão com material sintético , ou ainda com combinação de ambos . Nas rupturas do ligamento cruzado posterior , o deslizamento posterior da tíbia sobre o fêmur é maior . A reconstrução cirurgica não é muito eficaz e a função adequada é em geral recuperada sem se recorrer a ela . Após a reconstrução dos ligamentos , os exercícios intensivos são importantes a fun de reativar o músculo do quadríceps . Um músculo forte pode exercer compensação relativa para frouxidão articular residual leve . -RUPTURA DOS MENISCOS Meniscos são estruturas fibra-cartilaginosas , com formato semicircular que atuam para distribuir a força na cartilagem , absorver choques , auxiliar na librificação articular , ajudar no mecanismo proprioceptivo e contribui na função estabilizadora dos músculos e ligamentos .Localizam-se no joelho entre o côndilo femoral ( convexo ) e o platô tibial ( côncavo ) ,em número de dois , o mediai e o lateral ( FATI ARELLI & FRANCO & GONÇALVES , 1995 ) . 40 A ruptura dos meniscos é em geral causada por força de torção com o joelho semifletido ou fletido , sendo que o menisco media! é lesado com muito mais facilidade que o lateral . Há três tipos de ruptura , sendo que todas começam com fenda longitudinal . Se esta se estender ao longo do menisco , ela se toma ruptura em alça de balde , na qual os fragmentos permanecem inseridos nas extremidades ; é o tipo mais comum . O fragmento central ( a alça de balde ) está desviado em direção ao meio da articulação , de maneira que o côndilo do fêmur rola sobre a tíbia através da ruptura do menisco . Como a forma do côndilo femoral exige maior espaço quando o joelho está estendido , o efeito principal de alça de balde luxada é a limitação à extensão total ( a "trava"* ) . Se a fenda inicial atinge o bordo côncavo do menisco , uma borda pedunculada se forma . Nas rupturas dos cornos posterior e anterior , o fragmento permanece preso ao seu como correspondente . Os meniscos são quase avasculares , assim quando se rompe não há efusão de sangue para dentro da articulação . Porém , há derrame sinovial , secretado em relação à lesão . Na fase inicial de lesão , as características típicas são o derrame , atrofia do quadríceps , flouxidão local no nível da região ãntero-medial e limitação dos últimos graus de extensão por uma resistência elástica , com dor aguda se a extensão passiva é forçada . * Trava significa a incapacidade de estender o joelho completamente . Não é bloqueio articular , na verdade , pois há ccno grau de []exão . É característica comum e importante na ruptura do menisco mediai , porém a limitação de extensão é em geral tão insignificante que não é notada nem pelo paciente e nem pelo médico . A trava pennanente pode ocorrer apenas nas rupturas em alça de balde , sendo que nas rupturas dos cornos pode ocorrer apehas incapacidade momentânea . 41 Como consequência de lesão em rotação , a pessoa cai e sente dor na região ântero-medial da articulação, não conseguindo estender o joelho. No dia seguinte, nota-se que todo o joelho está edemaciado ; após duas semanas , o inchaço diminui e o joelho parece recuperar o movimento de extensão . Caso a pessoa retome às atividades , o joelho apresenta distúrbio repentino durante o movimento de rotação , ocorrendo dor e edema como antes . Nos quadros de ruptura de menisco , as radiografias comuns se apresentam normais , a artroscopia ( radiografia após injeção de líquidos ou por meio de contraste ) pode fornecer o diagnóstico . Uma vez estabelecido , o tratamento correto é a excisão do fragmento luxado ou , em alguns casos , do menisco todo . A maioria das excisões de menisco é realizada sem abrir a articulação . - TENDINITE PATELAR (JOELHO DO SALTADOR OU JUMPER' S KNEE) É a inflamação do tendão rotuliano , que une a rótula à tíbia e é comumente observada entre os atletas que realizam atividades repetitivas nas quais participa o mecanismo extensor . A manifestação desta lesão é geralmente dor aguda que piora com o transcorrer da atividade ou então aparece forte depois da mesma . O ponto mais doloroso à palpação é o pólo inferior da rótula . O tratamento leva em conta uma série de fatores como a idade , peso , tipo de atividade , piso , etc . 42 CONCLUSÃO Ao apreciarmos um jogo de basquete , seja em qualquer faixa etária , sexo , nível , quer ele seja de competição ou apenas recreacional , podemos ficar espantados ao notarmos o alto grau de contato físico ( além dos implementas próprios do jogo como a bola e quadra ) que existe entre os seus praticantes e os prejuízos que estes podem acarretar ao jogador . Ao concluirmos este estudo , observamos que existe , sim , o risco de lesões entre os praticantes de basquetebol , porém este não é maior que o risco a qual qualquer outro esporte sujeita a seus admiradores . Outro dado que obtemos , é que, dificilmente uma lesão própria do jogo de basquetebol , irá impedir que o acidentado exerça qualquer atividade física posteriormente à recuperação . Salvo os casos crônicos , porém estes somente aparecem após longo tempo de exercício da atividade . Resta-nos somente sabermos identificar as lesões que podem ocorrer na prática do basquetebol , para auxiliar no tratamento e identificação dos mesmos . O que é esperado após o término da leitura deste . 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, J. C .. HAMBLEN ,D. L.. Manual de Fraturas . lO' ed .. Artes Médicas Editora , Rio de Janeiro , 1994 . APPLE, D. F .. Basketball Injuries : An overview , The Physician and Sports Medicine. Voi. 16, Nº 12, Magazine Publishies Association, dez. 1988. AYRES , S. & GONÇALVES , A .. Lesões Desportivas : em busca de melhor compreensão pelo estudo do Handebol . IN : GONÇALVES A. ET AL . Saúde e urgência em Educação Ffsica e Esportes . Campinas , ed. 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