Kong, Juwando_TCC - Biblioteca Digital da Unicamp

Propaganda
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f)
-- TCC/UNICAMP
K8361
2342 FEF/880
JUW ANDO KONG
LESÕES DESPORTIVAS NO BASQUETE ; FREQUÊNCIAS E
CARACTERÍSTICAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA
UNIVERSIDADE ESTIADUAL DE CAMPINAS
OUTUBRO I 1995
TCC/UNICAMP
A111.
K8361
.,;
UNICAMP I FEF
DEPARTAMENTO DE ClliNCIAS DO ESPORTE
LESÕES DESPORTIVAS NO BASQUETE : FREQUÊNCIAS E
CARACTERÍSTICAS
JUW ANDO KONG , aluno do curso de
bacharelado em treinamento e esportes
Orientador : Prof. DR. AGUINALDO
GONÇALVES
Monografia apresentada à disciplina
Seminário de monografia li, como
trabalho final de curso .
UNICAMP I OUTUBRO DE 1995
DEDICATÓRJA
Este trabalho é dedicado a todos
os amantes do Basquetebol
AGRADECIMENTO :
Ao Prof. DR. AGUINALDO
GONÇALVES , por aceitar ser
o orientador ; pela paciência e
atenção, dedicados a este trabalho.
AGRADECIMENTOS:
Aos meus Pais , que nunca mediram esforços para proporcionar o melhor
a seus filhos .
À minha namorada Adriana ; pelo apoio , carinho e por compreender
minha ausência durante a elaboração deste .
Aos professores Robertão e Cezinha; aos amigos Renatão , Marcelão ,
Dojão , Pedrão , Luciano Kibe , Esponja , Marcelo Band. , Alê
"pelamordedeus" Loira ; às meninas do Basquetebol Feminino da Unicamp
(passado e presente) ; e outros que eventualmente possam ter me falhado à
memória ; pela convivência , pelos jogos que tanto prazer proporcionaram
pelas discussões e conhecimentos transmitidos em tomo do basquetebol .
À amiga Letícia por seu incentivo e "puxões de orelha" , durante os
momentos de dúvidas e desânimo .
SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO ................................................................... I
11- LESÕES TRAUMÁTICAS EM
DISCIPLINAS ESPORTIVAS ........................................... 3
III -O BASQUETEBOL É UM ESPORTE
PERIGOSO ? ................................................................... li
IV- PRINCIPAIS LESÕES QUE PODEM
OCORRER DURANTE A
PRÁTICA DO BASQUETEBOL ...................................... 21
V- CONCLUSÃO ................................................................... 42
VI- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................... 43
RESUMO:
Em todos os esportes , os atletas estão potencialmente sujeitos a
sofrerem lesões . Na atualidade , tais riscos vêm gradualmente se ampliando ,
face às numerosas situações em que cada vez mais ocorre a prática desportiva ;
as atividades de iniciação , formação e competição se destacando como as mais
frequentes , envolvendo diferentes faixas etárias , condições sociais , biotipos e
condições físicas .
No caso do basquetebol , as lesões podem ser determinadas por várias
razões , que geralmente agem de forma conjunta . Destacam-se entre elas
aspectos como : Contato corporal contínuo e de alta intensidade ; necessidade
de saltos , acompanhados ou não de contatos corporais ; execução constante de
movimentos de risco como os giros , mudanças de direção , parada brusca e
saída rápida ; partes do corpo podem , involuntariamente , atingir outros
jogadores ( companheiros ou adversários ) nos diversos momentos do jogo ; a
bola constitui objeto contundente , pelo fato de ser manejada com grande força,
imprimindo altas velocidades , dificultando a sua recepção .
Porcentagens e tipos de lesões são apresentadas por vários autores ,
estabelecendo dados significativos das incidências e características dos males a
qual o praticante de basquete está sujeito .
Face às questões citadas , o presente trabalho tem por finalidade mostrar
os tipos de lesões mais frequentes que podem ocorrer durante a prática do jogo,
além das regiões do corpo mais comumente atingidas . Investe-se também certo
interesse em expressar as condutas mais frequentemente recomendadas para os
agravos considerados .
1
I- INTRODUCAO
É de conhecimento geral que a prática regular de atividades esportivas
gera inúmeros benefícios à saúde e , dependendo da modalidade escolhida são
muitos os itens relevantes para o bem estar corporal , como o desenvolvimento
cardiorespiratório , melhora da flexibilidade e coordenação motora , e outros de
interesses específicos como a queima de calorias ou incremento de massa
muscular . Desencadea também reações físico químicas que aliviam o stress e
aumentam o bom humor , isto porque a atividade física eleva a produção de
endorfinas . hormônio estimulador dos orgãos sensoriais , responsáveis pelo
prazer.
Estes aspectos são endossados por PINI ( 1983 ) , quando diz que , as
atividades esportivas favorecem o desenvolvimento ósseo e capsuligamentar ,
provocado pelas contínuas solicitações musculares junto aos ossos e
articulações , em consequência da movimentação do trabalho muscular ;
aumentam a ventilação pulmonar por variações da frequência e amplitude
respiratórias ; há aumento da capacidade do trabalho cardíaco ; maior eficiência
da contração muscular , devido ao aumento e regularidade dos estímulos
diminuição das reservas adiposas
com os constantes gastos energéticos
melhoria sensível para o psíquico do indivíduo , que se toma mais alegre e
jovial .
Muitas vezes , porém , estes benefícios têm um custo , que se projeta nos
riscos de inúmeras lesões que podem acontecer durante ou em decorrência da
prática de atividades esportivas , nos vários tecidos que formam o corpo
humano.
2
O presente trabalho tenta , por meio de revisão bibliográfica , mostrar as
lesões mais comuns a que estão sujeitos os praticantes de basquetebol , não
descartando pequena amostra de outros esportes largamente praticados e que
também afligem em menor ou maior risco os seus praticantes , como o caso da
natação ( difundida por pessoas ligadas à área como a que oferece baixo ou
nenhum risco de lesão ) ou do futebol ( conhecidamente de alto risco para os
membros inferiores ) , independentemente de faixa etária , sexo , peso , altura ,
condição física , se a prática é recreacional entre amigos ou
internacional , nível de treinamento e outros .
competição
3
!I- LESÕES TRAUMÁTICAS EM DISCIPLINAS ESPORTIVAS
Segundo CABOT ( 1975 ) , todo acidente esportivo responde a causas
que podem ser classificadas da seguinte forma :
I. Ação agonística do gesto desportivo : é um sobre-esforço que se
impõe ao organismo humano . Trata-se então de um traumatismo que o
organismo aflige a si mesmo : seja por incordenação do movimento
empreendido , seja por modificação súbita do mesmo , freando ,
acerelando ou trocando subitamente a direção . É o mecanismo
patogênico mais característico de origem da maior parte das lesões .
2. Ação agonística do adversário : é especialmente importante nos
esportes de combate e na luta esportivas de equipes . À ela se opõem a
observação das regras , a educação dos praticantes e os sistemas de
proteção .•
3. Ação do terreno e de seus obstáculos : é conhecida a do terreno duro ,
os pisos sintéticos modernos , as proteções limitantes , etc .
4. Ação do implemento esportivo : os projéteis , as armas e outros .
5. Ação da vestimenta e do calçado : o calçado esportivo pretende a cada
dia proporcionar maior aderência ao piso . Nestas condições , o giro
da parte superior do corpo não pode ser seguido pelo pé , o que força
os limites da elasticidade do joelho e tornozelo , originando muitas
lesões de menisco e ligamentos .
4
Ainda segundo CABOT ( 1975 ) , as lesões que têm certa frequência em
determinado esporte e que possuem estreita relação com o gesto desportivo ou
caracteristico do esporte , são classificados como lesão desportiva !!pica :
podem ser de caráter agudo ou crônico .
'As lesões agudas recaem principalmente sobre o tornozelo e joelho , que
respondem por mais de 50 % das ocorrências . A mais frequente é a torção do
tornozelo , provocada por um mecanismo de inversão do pé e que nem sempre
é banal como aparenta , já que pode esconder a ruptura do ligamento lateral
externo . A que mais ocorre no joelho é a ruptura de menisco , porém a de
maior gravidade é a ruptura dos ligamentos .
As lesões crônicas são aquelas que ocorrem em mesmo sentido
longitudinal ; com intensidade excessiva quanto à força ou ao número de
repetições ; com periodicidade ritmica ou de repetições periódicas sem as
devidas pausas de repouso . O gesto desportivo , então , se converte em micro
traumatismo crônico e a capacidade de adaptação dos tecidos é superada"
As lesões crônicas podem se classificar em :
- Aquelas que são sequelas de lesões agudas ;
- Atlqpatias propriamente ditas :
-----
A) segundo o tecido afetado :
- cutâneas : são as calosidades e outros em defeito do calçado ;
-articulares : artroses do cotovelo, joelho e tornozelo ;
- ósseas : inflamações por tração e as fraturas por sobrecarga ;
B ) segundo a localização :
- ombro : lesão própria de vários esportes , como os estiramentos
musculares no arremesso ;
5
-punho e mão : lesão dos esportistas que manuseiam instrumentos
ou bolas ;
- dedos : basquete , beisebol , votei , handebol ,etc , são com
frequência protagonistas de distorções interfalângicas ;
- Atlopatias latentes ( assintomáticas ) que conduzem para predisposição
maior à lesões .
Segundo ROMERO ( 1985 ) , a atlopatia se trata de lesão ou alteração
do organismo produzida pela execução de movimento esportivo que se repete
em pequenas variações de tempo e espaço , que com o tempo produz
acumulação de microtraumas , a qual irá produzir sobrecarga em cada região.
ROMERO ( 1985 ) numera os fatores que podem ou não levar um
esportista à lesão . Podem ser :
~1.
Fatores pessoais
são aqueles que incidem diretamente sobre a
personalidade da pessoa . A sua constituição física pode levar a lesões
dependendo de sua altura , peso , envergadura e
outros~.
Também
merecem citação os casos de joelho valgo , pés planos e outros
pormenores como a alimentação , hidratação e tempo de recuperação .
"-2. Fatores ambientais : em alta competição , são importantes as
condições de temperatura e umidade ambiental , pois deles repercutem
a termorregulação e a perda hídrica do esportista , que podem levar
mais rapidamente ao stress 1v De fato , COUTO ( 1980) diz que ,
agravos que podem acometer profissionaimente os atletas consistem
nas consequências da hipo ou hiperterrnia , particularmente em
6
corredores , dependendo das condições do clima , envolvimento na
competição e resposta fisiológica do organismo .
3. Fatores materiais : São aqueles , já citados por CABOT 0 relacionados
à vestimenta e calçados dos atletas , que devem manter a aderência e
estabilidade do atleta com o solo para proporcionar proteção aos
joelhos e tornozelos , além dos materiais usados como implementas "
A seguir listam-se alguns esportes e indicamos , superficialmente as
principais lesões que acometem os seus praticantes : ( segundo WILLIAMS ,
1988)
-FUTEBOL
A distensão do músculo adutor e a distensão dos flexores da perna são
causadas pelo superalongamento dos músculos da perna para o lado e à frente .
A lesão virilha do futebolista aparece depois de um pontapé com a parte interna
do pé . O tornozelo do futebolista é causado por lesões pequenas e repetidas
que levam a estiramentos dos ligamentos articulares . A entorse. do tornozelo ,
distensões de ligamentos e fraturas do perôneo são frequentes , especialmente
quando se usam calçados com cravos em chão muito duro ; PINTO ( 1974 ) ,
mostra que no biênio 68-69 em total de 279 casos de atletas profissionais do
Fluminense Futebol Clube , as lesões do tornozelo predominam com 84,23 %
das lesões que atingiram os membros inferiores . As lesões dos ligamentos dos
joelhos , como a distensão dos ligamentos mediai e lateral e a lesão do
ligamento da cartilagem aparecem quando o joelho da perna de apoio sofre
torção . A fratura da tíbia resulta de pancada forte e direta na região .
7
-ATLETISMO
Alguns atletas têm frequentemente distensões musculares , enquanto
outros raramente as têm . Os desportistas que são menos flexíveis estão mais
sujeitos a ter lesões do que aqueles com articulações mais laxas . A maior parte
das lesões destes esportes afetam as pernas e os pés , mas muitas podem ser
evitadas calçando o tipo correto de calçado e fazendo exercidos de
aquecimento antes do início da atividade .
A distensão do músculo adutor e as distensões dos músculos flexores da
perna são algumas das lesões mais comuns , sendo mais vulgares nos atletas de
corridas de velocidade com atividade muscular explosiva, do que naqueles que
fazem de meio-fundo em que o esforço é mais sustido .
A lesão do quadríceps , a doença de Osgood Schlatter* e o joelho do
saltador ( tendinite rotuliana ) , são lesões causadas pela ação dos quadríceps .
A lesão chamada virilha do futebolista pode aparecer nos saltadores de
barreiras e nos lançadores de disco . A lesão chamada tornozelo do Fosbury
flop é vulgar nos saltadores em altura e aparece em consequência da rotação da
perna sobre o pé , durante o impulso para o salto : O osso inferior da
articulação do tornozelo fica comprimido contra a extremidade inferior da tíbia,
lesando a superfície da articulação e por vezes o osso subjacente . Dói quando
se empurra o pé para cima e para fora .
"' Doença de Osgood-Schlatter : É lesão na tuberosidade tibial por excesso de uso ; a dor
proveniente é classificada como problema de crescimento . Não é doença como tal mas detcnnina lesão
especificamente relacionada com a atividade.
8
O cotovelo do lançador de dardo é uma lesão na face interna do cotovelo
e aparece por lançamentos no estilo "braço redondo" . Forças são aplicadas ao
cotovelo , na aceleração e no movimento seguinte . Num adulto , isto resulta
simplesmente em inflamação da inserção muscular , mas nas crianças pode
haver fratura do osso .
A lesão chamada dedo do lançador de peso é distensão dos três
primeiros dedos da mão , aqueles que são usados nas etapas finais da
aceleração . Sentem-se dores nas faces laterais dos dedos .
A lesão chamada estilha da tíbia ou a fratura de esforço aparecem nos
atletas que treinam correndo longas distâncias em superfícies duras .
- VOLEIBOL I HANDEBOL
As lesões na mão aparecem quando a bola é mal agarrada ou mal tocada
. Nestas estão incluídas o dedo em martelo , a luxação do dedo e a entorse do
polegar , e ainda as fraturas dos dedos . O apanhar e arremessar a bola por
cima da cabeça pode causar problemas de ombro como a chamada dor do arco
e a inflamação da bolsa serosa subacromial .
AYRES & GONÇALVES ( 1995 ) citam que , no handebol , outro erro é
receber a bola com o braço tenso e rígido , causando riscos a longo prazo de
artropatias do cotovelo .
Os pés podem ressentir-se das superfícies duras . A entorse de tornozelo
é extremamente comum . LINDENBERG (1976) escreve que o piso deve
deformar-se suficientemente no momento do impacto dos pés e ser firme para
fornecer estabilidade . O de madeira (quadras cobertas) por exemplo , é o que
9
melhor se adaptaria a esses dois pré requisitos , enquanto o de cimento
(quadras ao ar livre) reúne ambos em escala elevada.
Outra lesão chamada virilha do futebolista , afeta os jogadores de
handebol , no movimento de recuo diante do adversário . O chamado joelho do
saltador pode aparecer em decorrencia dos saltos para apanhar a bola .
- GINÁSTICA ARTÍSTICA
Praticada com sucesso pelas pessoas em fase de crescimento , em virtude
da baixa estatura , agilidade e articulações/ligamentos bem elásticos próprios
da idade , muitas vezes condena os praticantes a lesões por causa da falta de
maturidade dos tecidos .
A lesão por hiperextensão do cotovelo ocorre pela repetição do
movimento ; os ligamentos da parte anterior do cotovelo ficam flácidos ,
provocando dores e articulação instável .
As lesões causadas pela ação dos quadríceps ( distensão , rotura , dor na
rótula , doença de Osgood Schlatter) são frequentes e de cura difícil .
-JUDÔ
Embora o judô possa parecer esporte violento , é de notar o pequeno
número de lesões que aparecem na sua prática . Apesar disto , as fraturas nos
dedos das mãos e dos pés podem surgir .
O mecanismo de aparecimento de algumas lesões ( chamado como
cotovelo do tenista e o cotovelo do lançador de dardo ) é o mesmo dos esporte
de raquete . O endireitar forçado do cotovelo durante a chave de bloqueio de
braço , pode provocar lesões nos ligamentos da parte anterior do cotovelo ; os
10
nervos e vasos sanguineos podem ficar lesados se estiverem associados com a
luxação da articulação .
As quedas necessitam de treino regular , para se evitar a separação do
ombro ; que é a ruptura parcial dos ligamentos da articulação . A fratura da
clavícula e a luxação do ombro podem ser provocadas por quedas sobre a
região.
-TÊNIS
A lesão clássica no tênis é o cotovelo do tenista . Aparece por causa de
erros de técnica no "back hand" . Raquete com aro pequeno ou pesada e
desequilibrada , preensão demasiadamente forte e batidas falhas exigem força
demasiada do cotovelo , agravando o problema .
O tênis agrava a lesão de rigidez do dedo do pé ( Hallux rigidus ) e os
problemas de costas podem desenvolver-se porque um dos lados do corpo é
mais fortemente solicitado que o outro .
-NATAÇÃO
A natação é recomendada e ótima para o tratamento de muitas lesões ,
porém ela também oferece riscos , como o ombro do nadador , que costuma
atingir os nadadores de longas distâncias . Trata-se de combinação da dor de
arco e inflamação da bolsa serosa subacromial e que vem do uso constante da
articulação do ombro e dos músculos envolvidos.
11
lii- O BASQUETEBOL E' UM ESPORTE PERIGOSO ?
O basquetebol foi inventado pelo canadense Dr. James Naismith na
YMCA ( Associação Cristã de Moços ) , em Springfield , Massachussets , no
ano de 1891 , atendendo a solicitação do chefe do departamento de Educação
Física , que estava preocupado com a baixa frequência no clube durante o
inverno , pois não havia um esporte coletivo que pudesse ser praticado em
ambientes fechados ( JACOBS , 1966).
Segundo DE ROSE & FERREIRA ( 1987 ), os atrativos que levaram
Naismith a criar o basquetebol foram :
• Necessidade de incentivar a prática da atividade física pelos alunos da
ACM local , pois eles começavam a demonstrar sinais de desinteresse
devido à monotonia das aulas ;
• Necessidade de criar alguma atividade que pudesse ser realizada em
local coberto , para fugir do inverno rigoroso daquela região ;
• Necessidade de determinada atividade que pudesse ser praticada por
um grande numero de pessoas ao mesmo tempo .
Sentindo o lado psicológico dos esportes , observou serem os com bola
os mais atraentes . Se a bola fosse pequena , requereria raquetes , tacos , etc ;
se grande , seria mais fácil e barata . Como princípio lembrou que a bola
deveria ser esférica e grande ; o jogador não poderia correr com ela e deveria
ser passada e não transportada . Como alvo , pediu duas caixas de quinze
polegadas , na falta destas , aceitou dois cestos utilizados na colheita de
12
pêssegos , colocando lllll em cada extremidade do ginásio , na altura de dez
pés; 3,05 metros (DE PAULA, 1994).
O basquetebol , desde a sua criação , tem evoluído constantemente . A
intensidade do jogo alllllentou , tomando-o mais rápido e mais preciso .
Surgiram novas técnicas de ofensiva e defensiva ; novos sistemas de
treinamento passaram a ser usados ; as regras do jogo têm sido adaptadas
periodicamente a este progresso técnico, e o número de praticantes cresceu
extraordinariamente . O basquetebol é considerado como esporte completo :
sucessão de esforços intensos e breves , realizados em ritmos diferentes . É lllll
jogo de coordenação de movimentos e de grande intensidade motriz .
Desenvolve o espírito
de inicitiva , a inteligência , as decisões rápidas e
precisas , a integração na vida em grupo , e promove , destacadamente
o
autocontrole emocional ( DAIUTO, 1981 ) .
Antes de 1960 , era esporte sem muito contato físico ; desde então o
nível técnico tem aumentado , acirrando o contato e as disputas durante as
partidas ; aliando-se a isso o fato do aumento de massa muscular das gerações
de jogadores subsequentes , temos então consequentemente incidência
crescente no número de lesões que acomete os seus praticantes . Primeiramente
, o contato entre os jogadores propicia os empurrões , cotoveladas e outros ;
outro ponto a ser considerado é a bola que jogada com grande velocidade ,
pode atingir violentamente as pessoas. ( APPLE, 1988; ROMERO, 1985).
ROMERO ( 1985 ) cita que , de acordo com as estatísticas espanholas
de desportos , o basquete é considerado esporte de risco semelhante ao futebol
, judô , rugbi , tênis e esqui . Com média anual de 57058 praticantes oficiais de.
basquete , o número médio de lesionados era de 3042 (5,3 %) , o que o coloca
em terceiro lugar, atrás do rugbi (17,5 %) e do handebol (6,4 %) . Durante os
13
anos de 1961 a 1980 ,totalizaram-se 34175 lesões em praticantes federados de
basquete . A tabela I revela a distribuição percentual das articulações lesadas
mencionadas no estudo :
Articulações lesadas
Frequência percentual
Tornozelo
38,77%
Joelhos
28,18 %
Dedos
15,78%
Punho
9,16%
Pescoço
4,4%
Ombro
3,6%
Total
100%
Tabela I : distribuição percentual das articulações lesadas em praticantes
federados de basquete , na Espanha, segundo ROMERO ( 1985 ) .
ROMERO ( 1985 ) chama a atenção para o fato que , enquanto a média
de lesões de tornozelo no basquete é de 38,77 % , nos demais esportes é
somente 12,5%; as lesões de joelhos no basquete são 28,18 % e 15 o/o nos
demais; com respeito aos dedos são 15,78% contra 7,5%. A alta incidência
de lesões no tornozelo é compartilhada por PINTO (1974) , que destaca no
basquete a alta frequência de traumas ao tornozelo e médicos que lidam com a
medicina esportiva , apontam o tornozelo como a mais atingida das articulações
do membro inferior , superando amplamente as lesões de joelho . Durante os
anos de 1976 a 1980 , ROMERO ( 1985 ) cita :
14
o
Total de lesionados
15212
• Feridas
589
• Contusões
2295
• Estiramentos
5508
• Músculos e tendões
2222
o
Vasos e nervos
178
• Luxações
501
• Fraturas
1644
• Falecimentos
4
Esses números coincidem com os dados norte-americanos extraídos do
basquete profissional praticado naquele país , o qual pela sua seriedade e
organização pode se considerar a maior fonte de dados do mundo .
Estudo realizado por APPLE (1988) nos anos de 1985-86 em confronto
com os dados da NBTA (Associação Nacional dos Técnicos de Basquetebol )
dos Estados Unidos , mostrou as seguintes comparações :
localização anatômica das lesões
APPLE et ai : 269 atletas
NBTA : 702 atletas
quadril I joelho 31%
40%
tornozelo I pé
24%
33%
coluna
17%
punho/mão
17%
10%
cotovelo
1%
7%
10%
15
tipos de lesão
APPLE et al : 246 atletas
NBTA : 626 atletas
distensões
34%
23%
contusões
8%
22%
entorses
28%
29%
inflamação
22%
15%
fratura
7%
7%
É interessante notar que no estudo de APPLE , as lesões de tornozelo
são menos frequêntes que as de joelho . Outro fato que chama a atenção são as
lesões de coluna que , sem serem citadas em nenhum outro estudo , aí
aparecem em grande porcentagem .
Outra fonte de dados citada por NOVO A & LAFRENZ ( 1980 ) é a da
Federação de Medicina de Esporte da Itália , na qual de 21218 filiados na
Federação de Basquete , somente 225 se acidentaram , correspondendo a
I ,06% do total .
BOWERMAN citado por ROMERO ( 1985 ) , descreve que
13
profissionais estudados durante alguns anos , apresentaram as seguintes lesões :
5 lesões de tornozelo e 5 de joelho ; 4 operados de lesões musculares ; 4
operados de tendão de aquiles e I fratura de costelas e pneumotórax .
ROMERO ( 1985) citando HENRY, indica que, em estudos realizados
em jogadores profissionais durante sete anos , com a particularidade de fazer
uma classificação de acordo com a funçao do jogador, mostra as lesões em :
16
Annadores : 248
Laterais : 235
Pivôs: 93
Joelho ...... 48%
Cabeça ... 17%
Cabeça .... 23%
Pé ............ 12%
Dedos .... 14%
Joelho ...... 17%
Costas ...... 11 o/o
Quadril .... 6%
Tornozelo .. 14 %
Em outro estudo , ZELISKO citado por ROMERO , efetuou estudo
comparativo de lesões em mulheres e homens profissionais de basquete
americanos , resultando que as mulheres se machucam mais que os homens
( em 60 o/o ) , sendo mais frequêntes as de tornozelo e joelho , nesta ordem .
HUGUET ( 1977 ) , mostra dados da Revista Nacional de Esportes da
França , com a seguinte incidência de lesões :
I. Articulação tíbio-társica ................................... 33,91 o/o
2. Mão .................................................................. 13,24 o/o
3. Joelho ............................................................... 12,43 o/o
4. Nariz ................................................................. 11,28 o/o
5. Punho ................................................................ 6,47 o/o
6. Pé ..................................................................... 5,70 o/o
HUGUET ( 1977 ) também aponta a pesquisa publicada em 1976 , pela
comissão médica da Federação Francesa de Basquete , com população de 254
pessoas ( 181 homens e 73 mulheres ) de várias categorias , indicando o
seguinte resultado de lesões ( em incidência ) :
17
/
• Entorse tfbio-tarso
551
• Entorse dos dedos
459
• Entorse dos joelhos
58
• Fratura dos dedos
31
• Fratura do nariz
18
• Fratura das costelas
12
• Fratura do punho
8
• Fratura dos metacarpos
7
OLIVEIRA (1990) mostra as principais lesões no basquete como sendo
as : tendinites rotulianas ( pelos saltos ) ; lesões dos joelhos ( meniscos e
ligamentos , nos giros e choques ) ; contusões e fraturas de costelas ( por
choques e cotoveladas ) ; lesões articulares nos dedos das mãos ( boladas nas
pontas ) ; entorse de tornozelos ( pelas quedas ) e distensão do quadríceps e
panturrilha ( pelos saltos ) . Resultado semelhante foi obtido por MASSADA
(1987) , na observação de 41 basquetebolistas de alta competição das zonas
norte e centro de seu país , Portugal .
A literatura consultada para a elaboração deste trabalho ( UNIDIBLI ) ,
dispõe de poucos textos que explicitem em quais momentos ou movimentos
ocorrem a maioria das lesões aqui descritas . Somente foram encontradas
citações pequenas em ROMERO ( 1985 ) , MENEZES ( 1983 ) e OLIVEIRA
( 1990 ) ; com a ajuda destes e da minha experiência de treze anos convivendo
com o basquetebol , como jogador , técnico e professor ; procurou-se elaborar
as lesões por região anatômica e tipo .
18
-Costas
Lesões nas costas ocorrem com certa frequencia nos armadores , em
virtude da baixa posição assumida durante a marcação do adversário e
condução da bola pela quadra , normalmente são incômodas , mas permitem
que se continue jogando com certa queda de rendimento . Podem também
serem provocadas pelos saltos constantes ou por contato de alguma parte do
corpo dos jogadores . Contraturas , feridas e contusões , são os tipos de lesões
à qual as costas se submetem .
-Ombro
É uma das regiões menos afetadas , porém ocorrem contusões por
encontros com os adversários e que necessita de proteção para evitar as
bursites do olécrano por pequenos traumatismos repetidos . As quedas com o
braço em extensão podem produzir fraturas ou luxação de cabeça de rádio
caso se caia raspando o ombro no chão , fatalmente ocorrerá as equimoses .
Os arremessos fortes ou passes longos sem que se esteja com a região
devidamente aquecida , ocasiona eventualmente as distensões ou contraturas no
músculo deltóide ou nos músculos próximos , dependendo do tamanho do
esforço empregado .
-Punho e mão
No pulso os mais frequentes são estiramentos e contusões , podendo nos
casos de traumatismos repetidos produzir alterações periósticas e ósseas que às
vezes impedem a prática . Provavelmente o forte movimento de "quebra do
pulso" ( flexão ) durante o arremesso ou passe , os encontros com o corpo do
adversário ou a má técnica no recebimento da bola , ocasionem as lesões .
19
As lesões nos dedos são produzidas pela falta de técnica ou atenção no
recebimento da bola ; normalmente quando ela é desviada pelo adversário ou
quando bate no aro e retoma , desvia a sua trajetória e altera a velocidade ,
dificultando o recebimento com a posição correta dos dedos . Geram-se entorse
ou fraturas quando ocorre a bolada nas pontas dos mesmos .
-Joelho
Contusões , feridas , luxações e entorses leves ou graves podem ocorrer
em consequência de golpes diretos ou torções ao cair com o joelho em má
posição após salto mal executado ou em contato corporal . O jogo de basquete
é caracterizado por constantes giros , mudanças de direção , paradas bruscas e
saídas rápidas ; estes movimentos podem ser incoordenados , com o pé e joelho
fixos e a rotação do tronco , distendendo a articulação do joelho além de seu
limite normal . Tanto as quedas como as rotações também podem ocasionar
rupturas dos meniscos e dos diversos ligamentos que circundam a articulação
do joelho ( ver capítulo sobre joelhos ) .
Desequilíbrios podem provocar contração súbita e
violenta do
quadrfceps, propiciando fraturas de rótula.
-Tornozelo
É a região da lesão mais importante no basquete , devido ao número de
lesionados , sendo a lesão mais frequente as luxações e entorses de média
gravidade , acompanhada de fratura ou não . Ocorre em quedas com o pé
pronado ou lateralizado , após incoordenação do movimento , seja ele causado
por empurrões , choques corporais ou escorregões .
20
-Pernas
Distensões do tendão de Aquiles , contraturas e distensões dos músculos
gastrocnêmio e quadríceps , podem aparecer quando da solicitação inesperada
e brusca na região numa saída rápida , salto ou na queda .
- Tórax e braços
Apesar de serem regiões distintas , sofrem em igual intensidade com os
cotovelos e antebraços dos adversários , quando estes são usados para proteção
da posse de bola ou para fazer bloqueios no corpo do oponente , impedindo o
seu deslocamento em quadra . São comuns as feridas , contusões nos braços e
tórax , podendo eventualmente ocorrer fraturas de costelas .
21
III - PRINCIPAIS LESÕES QUE PODEM OCORRER DURANTE A
PRÁTICA DO BASQUETEBOL
-FERIDAS
Descrições sobre as feridas referem-se à coletãnia de dados de MENEZES
( 1983), NOVOA & LAFRENS ( 1980), e O'DONOGHUE (1969).
Feridas ou lesões do plano tegumentar , são soluções de continuidade ou
rotura produzida na pele ou nas mucosas por um agente traumático . Segundo a
extensão do contato entre o agente e os tecidos ,e ao mesmo tempo tomando em conta
o aspecto da lesão , destacam-se no esporte as escoriações e os ferimentos contusos .
• Escoriações : produz-se por atrito violento de superfície áspera contra a
pele , o que origina o desprendimento de suas camadas superficiais , podendo
ou não ocorrer o fluxo de sangue para o local.
• Ferimentos contusos : são produzidos por instrumanto rombudo (corpo do
adversário , bastão , suporte ; enfun os objetos do esporte ) ou por quedas
sobre o solo . Provocam ferimento na pele , onde a quantidade de sangue que
sai é maior que na escoriação .
Como primeira intervenção , limpam-se as mãos com água e sabão e ,em
seguida , da mesma forma , lava-se a ferida , do centro para a periferia , para
remover a sujeira , tomando o cuidado de não movimentar o membro lesionado ,
pois pode haver comprometimentos como fraturas ou entorses .
22
As regiões onde são frequentes as incidências de feridas , no basquete , são os
joelhos , cotovelos e mãos .
-CONTUSÕES
Análise das contusões provem de textos obtidos de MENEZES ( 1983 ) .
NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , O'DONOGHUE ( 1969 ) e FATHERSTONE
(1956).
Lesão por golpe ou choque de agente traumático contra o corpo resistente
sobre determinada região anatômica , sem que exista ferimento na pele . Ocorre ,
porém , prejuízo dos tecidos celulares subcutâneos e também em planos anatômicos
mais profundos .
Dos diversos tipos ou espécies de contusão no esporte . são frequentes os
aparecimentos de equimoses e hematomas .
• Equimoses ( mancha arroxeada ) : ocorre quando contusão produz rotura de
pequenos vasos no tecido celular subcutâneo e , às vezes , na própria derme
, infiltrando pequena quantidade de sangue por entre os diversos elementos
que formam estes tecidos . Observa-se no local da contusão mancha de cor
violácea que , com o transcurso do tempo , se toma esverdeada e depois
amarelada , até desaparecer .
• Hematoma : produz-se quando a contusão rompe vasos de maior calibre ,
derramando quantidade superior de sangue , que pode infiltrar-se no tecido
23
celular subcutâneo e nos músculos , ou então , ao separar elementos
vizinhos , formar acúmulo de sangue .
É fácil identificar a contusão , mas a extensão dos danos causados só pode ser
diagnosticados 24 ou 48 horas depois , quando a dor aumenta e a equimose torna-se
significativa.
Não podemos menosprezar este tipo de lesão , haja visto que elas podem se
complicar da seguinte maneira :
I. Organizando-se e se transformando em corpos estranhos ao organismo .
2. Calcificando-se pela ação de depósitos heterotópicos ( fora dos ossos ) de
sais de cálcio .
3. Ocasionando infecção secundária do hematoma por agentes microbianos
inespecíficos .
O tratamento consiste na elevação do local afetado e na aplicação de gelo
durante as primeiras oito horas , buscando-se vasocontricção , a fim de evitar a
formação de edemas . Após isso pode-se aplicar calor , que , por sua ação
vasodilatadora , acelera os processos reparadores .
As regiões onde as incidências de contusões , no basquete , são frequentes são
os braços e as mãos .
24
·ENTORSES
As descrições das entorses foram coletadas de O'DONOGHUE ( 1969 ) ,
OLIVEIRA ( 1990 ) , NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , MENEZES ( 1983 ) e
PINTO ( 1974).
Entorses são produzidas pela torção ou distenção da articulação além de seu
grau de amplitude normal , resultando em estiramento anormal dos ligamentos ao
redor da articulação , não ocorrendo deslocamento das extremidades ósseas que a
formam.
A articulação atingida dói e aumenta de tamanho em virtude do derrame
sanguíneo . Ocorre a incapacidade de movimentação da mesma , como proteção do
organismo contra a utilização da articulação lesada.
As entorses são divididas em três graus , segundo a severidade da lesão :
Grau I : O ligamento foi estirado mas não foi rompido . Os sintomas são
limitados a dor moderada e inchaço localizado .
Grau 2 : O ligamento é parcialmente rompido , ocorre dor e inchaço severos ,
perda da função e instabilidade articular .
Grau 3 : Rompimento completo do ligamento . Adicionado a dor , inchaço e a
equimose , há severa impotência funcional e limitação do movimento .
O ligamento é uma estrutura designada para previnir movimentos anormais da junta enquanto pennite
movimentos normais dentro de sua função . Outros tipos de ligamentos servem para reforçar a junta e não pennilir
sua movimentação em direções não anatômicas. (O'DONOGHUE, 1969)
25
Em todos os graus de entorse , o tratamento se inicia com aplicação de gelo e
elevação do local para diminuir o inchaço . O complemento é feito com a
imobilização completa ou parcial do local e em alguns casos pode ocorrer a
intervenção cirurgica. Há necessidade de , pelo menos , urna semana de repouso
para as de grau I , até de meses para as de grau 3 .
As regiões onde são frequentes as entorses , no basquete , são os joelhos e os
tornozelos.
-LUXAÇÃO
Coletâneas de dados retirados de NOVOA & LAFRENS ( 1980 )
MENEZES ( 1983 ) , O'DONOGHUE ( 1969 ) e FATHERSTONE ( 1956 )
compões as descrições das luxações .
A luxação é a rotura ou hiperdistensão da cápsula articular, provocando perda
de contato das extremidades ósseas que formam urna articulação . Habitualmente é
causada por traumatismo , quer direto sobre a articulação, quer indireto (uma queda
sobre a mão , pode luxar o ombro ) .
Quando as superfícies articulares estão completamentes separadas e os
ligamentos rompidos , diz-se que a luxação é completa . Quando estão parcialmente
em contato e os ligamentos apenas distendidos , diz-se que há subluxação .
26
Luxação exposta ou composta , é aquela complicada com ferimento que põe a
articulação em contato com o exterior .
Os principais sintomas são : dor , deformação e diminuição da ftmção . A dor
é intensa no primeiro momento pela dilaceração da cápsula articular , atenuando-se
depois , salvo quando está comprimindo um nervo . A deformação pode ser
acompanhada pela modificação na relação entre si dos ossos . A diminuição da
função é devido à nova posição dos ossos e à ação dos ligamentos da articulação
que não chegaram a se dilacerar.
O tratamento das luxações é semelhante ao das entorses ; necessita-se porém
que o tempo de descanso e imobilização sejam maiores , principalmente nos casos
mais graves .
No basquete são frequentes as luxações nas articulações escápulo - umeral ,
rádio - carpiana , talocrural e do joelho .
-DISTENSÕES*
O'DONOGHUE ( 1969), APPLE ( 1988), MENEZES ( 1984) e NOVOA
& LAFRENS ( 1980) , fazem as análises seguintes sobre distensões .
*É importante sabennos a diferença entre as cnto;ses e distensões ; enquanto o primeiro tenno se referem
aos ligamentos, as distensoes sao relacionados aos tendões e músculos ( O'DONOGHUE, 1969; APPLE, 1988).
27
Como as entorses , também são classificadas em três graus , de acordo com a
gravidade:
Grau I -O tendão somente é estirado e pode ser tratado com gelo e elevação
do local . A imobilização pode ser feita, para redução da atividade do local
afetado . São as distensões mais comuns .
Grau 2 - O tendão foi parcialmente rasgado , há a perda parcial de função e
o tratamento é igual ao de grau I , necessitando porém de maior tempo de
repouso.
Grau 3 - O tendão foi totalmente rasgado , resultando em perda imediata da
função ; o tratamento normalmente é cirúrgico sendo que a função nem
sempre é totalmente recuperada tJ
As distensões são usuais no basquete , normalmente no tendão de Aquiles .
-LESÕES~VSCVLARES
Do material consultado as lesões musculares são descritas somente em textos
de MENEZES ( 1983 ) e NOVOA & LAFRENS ( 1980 ) , os quais foram
utilizados para elaboração deste item .
As principais lesões musculares são as distensões e as rupturas , verificada
durante a contração muscular , caracterizando-se pelo arrancamento de fibras
musculares junto às inserções tendinosas , acompanbado de rotura de vasos
•
28
sanguíneos . De acordo com a quantidade de sangue extravazada , temos o
hematoma ou a equimose , com o sangue difundindo-se para o interior da fibra
muscular ( entre os feixes ) , para depois , conforme a quantidade , invadir os tecidos
moles das regiões circunvizinhas .
Seu mecanismo de ação parece apoiar-se na incoordenação motora que se
estabelece entre a forte tração resultante da contração muscular agonista de
determinada ação muscular e a descontração lenta e incompleta do(s) músculo(s)
antagonista(s) correspondente(s) . Outra hipótese tenta explicar o fenômeno como
sendo resultante de contrações desordenadas de fibras musculares do mesmo feixe ,
as quais formam o músculo em questão ; tal fenômeno é mais frequente nos
músculos longos , quando estes atuam como antagonistas do movimento realizado
(MENEZES , 1983).
A frequência com que ocorre depende de vários fatores , como a idade , tipo
de atividade praticada e a condição social , preparação física , bioquímica muscular,
etc . No que se refere à idade , o predomínio maior de lesões musculares ocorre
entre esportistas profissionais com idade por volta de 25 anos . Com relação à
condição social do esportista , digamos que as lesões predominam sobre quem vem
de uma farrúlia de escassos recursos econômicos , com deficiência alimentar e assim
com déficit nutricional nas fibras musculares (NOVO A & LAFRENZ ,1980)
BIOQUÍMICA MUSCULAR : É evidente que os desequilíbrios de metabolismo energéticos da fibra
muscular influem na produção de lesões musculares . É útil recordar que ingerindo alimentos ricos em
carbohidratos c também em outros elementos básicos (proteínas) , o organismo poderá transfonná-los em glicose e
deste em glicogêneo . Este último se armazenará nos músculos e no fígado como reseiVa para quando se esgotar o
de origem muscular , É fato que os esportistas bem treinados e alimentados possuem mais glicogêneo muscularque
os não esportistas , com o consequente aumento de rendimento nos primeiros .O glicogêneo se transfonna em ácido
tático , mediante a glucólise e através dessa se obtem a energia muscular . Deve se saber que o acúmulo excessivo ·
de ácido lático prejudica a contração muscular nonnal e produz dor , Esta ocorre com frequência em atletas que
participam de vários eventos em um curto intervalo de tempo , lambem ocorre nos últimos momentos de um
detenninado ato . quando há a falta de oxigênio pelo esforço ; o músculo entra em anaerobismo e se constitui a
fadiga muscular , com ou sem caimbra . À isto se junta a perda de cloro e sódio pela transpiração , fundamentais
para a contração muscular nonnal. ( NOVOA & LAFRENZ 1980 ) .
29
• Distensões musculares : consiste em estiramento das fibras musculares e
de suas bainhas além dos limites normais de sua elasticidade , sem que haja
a ruptura das mesmas . Elas podem ocorrer em qualquer músculo ou grupo
muscular , porém são mais frequentes em alguns devido às características
anatômicas de cada região (é assim nos gêmeos , tibial anterior, quadríceps
, paravertebrais e outros ) .
Nas distenções , o sintoma mais impmtante é a dor intensa e a impotência
funcional do músculo , podendo ou não aparecer equimose tardia .
O tratamento é similar ao da contusão , dando maior importância ao
repouso dos grupos musculares afetados e , no âmbito médico , ingestão
de antiinflarnatórios orais . Após 48 horas , a termoterapia pode ser
aplicada , aumentando os processos de óxido-redução .
• Ruptura muscular : É a perda total de continuidade das fibras . A
importância deste tipo de lesão depende do número de fibras soltas e do
músculo que foi afetado ( felizmente , a ruptura total não é frequente no
esporte ) . Os músculos mais afetados por ordem de frequência são :
quadríceps , adutores , bíceps femural gêmeos e outros .
Produz-se dor intensa ao tentar contrair o músculo , além da impotência
funcional . Nos primeiros momentos pode-se observar e palpar uma
depressão , que desaparece nas horas seguintes para dar lugar a
hematoma.
O tratamento é igual ao da distensão , porém em muitos casos é necessário
a intervenção cirúrgica por meio de suturas , haja visto que a reconstrução
integral do músculo biológicamente nem sempre tem êxito .
30
Tanto a distensão quanto a ruptura se produzem ao realizarem esforços
violentos , bruscos e incoordenados . Com frequência se registram em sujeitos que
não efetuaram exercícios de aquecimento prévio , naqueles com fadiga muscular
intensa e naqueles de idade avançada que realizam a atividade física de forma
descontínua .
Outros tipos de patologias que podem afetar os músculos são as contraturas e
as caimbras .
A contratura é definida como sendo
contração muscular involuntária e
dolorosa , geralmente localizada em determinado local do músculo , que
corresponde ao ponto onde foi aplicado o estímulo , externo e de natureza mecânica.
A caimbra é contração involuntária em músculos voluntários , duradouras e
dolorosas e se verifica devido à fatores intrínsecos . Na verdade , nada de positivo
existe sobre suas causas , bem como seu mecanismo de ação . Teorias indicam que
os produtos catabólicos da contração muscular , após trabalho intenso , têm alguma
influência na sua instalação . A deficiência da circulação sanguínea da região afetada
, o ambiente frio e desidratação interna com perda excessiva de íons são condições
também lembradas como possíveis desencadeantes do fenômeno .
Ao contrário das maiorias das lesões à qual a crioterapia (tratamento pelo frio)
é recomendada , o tratamento das contraturas e caimbras é feito com aplicação local
de calor (banhos e bolsas de água quente , massagens , pomadas e outros) .
A dorso-flexão da área atingida produz aumento da vasculização , dissipando a
ácido lático acumulado , que pode ser o causador da caimbra .
31
-FRATURAS
As fraturas possuem vasta literatura , sendo que para este ítem , foram
utilizados textos de ADAMS & HAMBLEN ( 1994 ) , MENEZES (1983 ) ,
FATARELLI & FRANCO & GONÇALVES ( 1995), AYRES & GONÇALVES
(1995), MASSADA ( 1987), O'DONOGHUE ( 1969), OLIVEIRA ( 1990) e
GRISOGONO ( 1989 ) .
A fratura pode ser entendida como a solução de continuidade de um osso e
pode ser classificada da seguinte maneira :
• Por seu mecanismo de produção : decorrente de traumatismo direto ( golpe
de "stick"no hóckey , pontapé no futebol , por exemplo ) ou indireto (
fratura oblíqua da clavícula por flexão em caida sobre o ombro no judô ,
por exemplo ) , neste último caso a ação da força poderá atuar por torção ,
flexão ou tração .
• Por sua forma geométrica ou força atuante : pode ser transversal , oblíqua
ou espiral . As fraturas podem ser ainda cominutivas ( com mais de dois
fragmentos ) , por compressão ou esmagamento e impactadas ( nesse caso ,
os fragmentos ósseos estão encaixados de maneira tão firme que se
interligam e não permitem movimento entre si ) .
• Por sua localização anatômica : pode ser epifisiária , metafisiária diafisiária
, intraarticular e extraarticular.
• Pela presença ou não de feridas : uma fratura é fechada ou simples , quando
não há comunicação entre o foco da fratura e a parte externa do corpo .
Uma fratura é exposta ou composta quando há ferimento na superfície da
pele que se comunica com as extremidades fraturadas do osso .
32
• Pela existência de lesões neurovasculares ou não
dependendo destas
condições , elas podem ser complicadas ou simples .
• Por sua abrangência : podem ser completas , isto é , abranger toda a
espesssura do osso ; ou incompleta , quando ocorre somente numa parte do
mesmo . A fratura incompleta pode muitas vezes ser apenas
fissura
(rachadura) de parte do osso .
• Por sua integridade óssea anterior : casos relatados de traumatismos ou
patologias no mesmo osso .
As fraturas expostas constituem urgências que exigem intervenção dentro das
primeiras seis horas da ocorrência ,para evitar as infecções que , inevitavelmente , se
produzem nos tecidos .
O tipo de fratura dá , ainda , indicação da estabilidade provável dos
fragmentos . Assim , muito dificilmente ocorrerá novo deslocamento na fratura
transversa após a redução ; enquanto que a fratura oblíqua ou em espiral tem mais
propensão a apresentar novo deslocamento , a menos que as extremidades fraturadas
possam ser encaixadas nas incisuras decorrentes .
Os sintomas que aparecem na região da fratura são caracterizadas pela dor
intensa , deformação por descolabamento dos fragmentos ósseos do segmento
anatômico afetado , impotência funcional e hematoma que surge horas após o
ocorrido . Além disso , existe edema e aumento da temperatura cutânea .
Tipo muito particular de fratura são os arrancamentos tuberositários , muito
frequêntes a nível da pelvis ( pedaço de osso arrancado pelos músculos que se
inserem nessa zona da pelvis ) e em esportes que facilitam a contração muscular
violenta , como o futebol , rugbi e outros .
33
Cada vez mais enfocada , no entanto ,é a fratura por estresse , devida ao
excesso de treinamento , isto é , causada não por trauma direto mas por tensão
repetitiva ( carga constante e cíclica ) que supere a resistência óssea . Com a
repetição , compromete-se o processo de síntese e degradação óssea , no sentido de
dominância da reabsorção da matriz , com consequênte redução da resistência óssea
( FATARELLI & FRANCO & GONÇALVES , 1995) .
Já MASSADA ( 1987 ) a classifica como a falência localizada nos processos
fisiológicos de adaptação , determinada pela incapacidade da resposta celular e pela
remodelação insuficiente ou inadequada de uma estrutura óssea , quando sujeita a
forças sub liminares que se acumulam de maneira rítmica e ciclíca .
ADAMS & HAMBLEN ( 1994 ) localizam que , com raras exceções , as
fraturas de estresse estão confinadas aos ossos dos membros inferiores . A grande
maioria ocorre nos metatarsianos ; porém , mostram-se também bastante frequêntes
na diáfise da fíbula , na diáfise da tíbia e no colo do fêmur .
Haja visto que o osso é tecido conjuntivo , a fratura começa a se consolidar
por proliferação celular , assim que o osso se quebra . O processo de consolidação
ocorre em cinco estágios ;
1. Estágio de hematoma : A fratura inevitavelmente rompe a maior parte dos
capilares que correm longitunalmente no osso compacto , o sangue vaza
pelos vasos rotos e forma hematoma entre as áreas da superfície saturadada
e ao seu redor . Os fragmentos se movem livremente , devendo ser
protegidos por meio da imobilização da fratura .
2. Estágio de proliferação subperiostal e endostal : a característica mais óbvia
nos estágios iniciais da reparação é a proliferação de células da superfície
profunda do periósteo próximo à fratura .Tais células são as precursoras
34
dos osteoblastos , que posteriormente deverão sedimentar a substância
intercelular . Formam um colar de tecido ativo que circunda cada fragmento
e cresce em direção ao outro fragmento ; concomitamtemente ocorre a
atividade celular dentro do canal medular, onde o tecido também cresce até
se encontrar e se fundir ao tecido semelhante que cresce do outro
fragmento.
3. Estágio de calo : À medida que o tecido celular que cresce de cada
fragmento amadurece , as células básicas dão origem a osteoblastos , e em
alguns pontos a condroblastos , que formam cartilagem entre os dois pontos
.Os
osteoblastos
depositam
matriz
intercelular
de
colágeno
e
polissacarfdeos , que logo se toma impregnada de sais de cálcio para
formar o osso não amadurecido do calo da fratura , mas que já proporciona
rigidez evidente à fratura .
4. Estágio de consolidação : O osso primário que forma o calo transforma-se
gradualmente pela ação dos osteoblastos em tecido mais amadurecido .
5. Estágio de remodelação : Quando a remodelação está completa , o osso
recém-formado toma-se , em geral , um colar bulboso que o circunda e
obliterao canal medular . Nos meses que se seguem à consolidação , ele é
graduativamente reforçado ao longo das linhas de força à custa do excesso
por fora das linhas de força , que é lentamente removido . Este processo de
remodelação é constante em toda a vida , porém se toma especialmente
perceptível após fraturar .
O tratamento de fraturas fechadas , consiste de três princípios fundamentais :
redução , imobilização e reabilitação ; todos realizados sob orientação médica
especializada .
35
A redução deve ser aplicada somente se necessário e consiste em alinhar os
fragmentos dos ossos para que na calcificação eles possam estar na posição perfeita
como anteriormente à fratura . A redução pode ser aplicada por manipulação • por
tração mecãnica ( pesos ou parafusos ) ou por cirurgia .
A imobilização é feita apenas nas fraturas que a requerem ( muitas não
precisam ) e é indicada para : evitar deslocamentos ou angulação dos fragmentos •
evitar movimentos que possam interferir na consolidação e alívio de dor .
A reabilitação é extremamente importante ne recuperação das fraturas ,
preservando toda a função enquanto a fratura se consolida , para ter a função normal
quando a fratura estiver consolidada .A reabilitação pode ser por uso ativo do local
lesado ou por exercícios ativos . Inicia-se pelas contrações estáticas até que se
reestabeleça a força normal .
O tratamento de fraturas expostas exige mais atenção e urgência , sendo que
o processo de limpeza do ferimento é a principal preocupação , para diminuir o risco
de contaminação por agentes infecciosos .
No basquete as regiões mais propensas à fraturas são as clavículas e as mãos .
36
LESÕES DO JOELHO
Lesões de joelho possuem ampla bibliografia , sendo que foram usados textos
de GRISOGONO ( 1989), ROMERO ( 1985), ADAM & HAMBLEN ( 1994),
NOVO A & LAFRENS ( 1980 ) e O'DONOGHUE ( 1969 ) , para compor este ítem.
O joelho tem biomecânica especial ; formado por potente músculo trator
como o quadriceps ; osso sesamóide que serve de transmissão de forças ; forte
tendão com duas potentes inserções ósseas na rótula e tíbia
, que é o tendão
rotuliano através do qual se vai transmitir a força para a extensão do joelho sobre o
fêmur e ao mesmo tempo unir superfícies articulares fêmulo-rotulianas , que vão
sofrer forças
de compressão e cizalhamento
. Estas
tensões
aumentam
tremendamente ao progredir a flexão do joelho e diminuir a extensão , sobretudo nos
diversos esportes que usam o predomínio de saltos como o basquete e o volei
(ROMERO, 1985).
Por ser articulação complexa e especial , encontra-se aqui um item somente
sobre as principais lesões do joelho.
-FRATURAS DA RÓTULA
Podem ser causadas por dois tipos de traumas :
• Contração violenta e súbita do quadriceps , como ao se tentar manter o
equilíbdo após tropeçar . Nesse tipo , geralmente produz-se fratura linear
com separação dos fragmentos .
• Queda ou golpe direto sobre a face anterior do joelho , causando um traço
de fratura ou fratura cominutiva .
37
O tratamento depende do tipo de fratura e , em alguna casos , da idade da
pessoa . Três grupos devem ser considerados :
1. Fraturas sem desvio : como os fragmentos estão em posição , o tratamento
é necessário apenas para alívio da dor e preservação da função . Gesso
desde a virilha até o maléolo , com o joelho quase em posição de extensão
deve ser usado por , no mínimo , três semanas .
2. Fratura linear com separação de fragmentos : é necessário a intervenção
ciiúrgica e sua natureza depende da idade do acidentado . Em pessoas com
menos de 45 anos , os fragmentos podem ser captados e fixados
rigidamente com um prego ou parafuso introduzido verticalmente para clma
através dos dois fragmentos .Em pacientes com mais de 45 anos e em casos
que os fragmentos são lmpossíveis de se recuperar , é preferível a
patelectomia *
.
3. Fratura cominutiva : a reconstituição perfeita da superfície articular é
impossível , assim a melhor conduta é a patelectomia .
•Na patelectomia , o osso é dissecado da aponevrose do quadríceps . que o envolve e a aponevrose é
reconstituída com suturas absorvíveis , a tensão é relaxada mantendo-se o joelho totalmente estendido . Após a
cirurgia , o joelho é imobilizado em gesso de extensão quase total por 3 semanas , sendo que na metade deste
período os exercícios ativos do quadrfceps e de elevação da perna devem ser incentivados.
38
-RUPTURA DO LIGAMENTO MEDIAL
Nesse tipo de lesão , a tíbia se abduz sobre o fêmur. Por radiografias detectase caso a ruptura do ligamento é completa ; confirmando-se , a articulação se
apresenta aberta medialmente ; se a abertura estiver muito ampla , é provável que os
ligamentos cruzados e as cápsulas tambem estejam rompidos, assim como o
ligamento media! .
O tratamento pode ser convencional ou cirúrgico . No primeiro , o joelho é
imobilizado com gesso e após seis semanas são prescritos exercícios para
mobilização do joelho e reativação do quadrfceps . No outro , se determina a
extensão da lesão , a ruptura na cápsula e após isso o ligamento media! é suturado e
o joelho é mantido imobilizado por 6 semanas , sendo depois prescritos os
exercícios já citados.
-RUPTURA DO LIGAMENTO LATERAL
Causada por abdução forçada da tíbia sobre o fêmur . Em alguns traumas
desse tipo o ligamento resiste , mas a inserção óssea do ligamento para a cabeça do
perônio é arrancada com fragmento ósseo .
-RUPTURA DOS LIGAMENTOS CRUZADOS
Conforme já mencionado , os ligamentos cruzados são às vezes rompidos com
o media! ou lateral . O anterior é rompido por força agindo na extremidade superior
da tíbia em posição anterior em relação ao fêmur , ou por hiperextensão do joelho ; o
39
posterior é rompido por força agindo posteriormente na extremidade superior da
tíbia.
Normalmente , o ligamento cruzado anterior evita o deslizamento anterior da
tíbia sobre o fêmur , e o ligamento cruzado posterior evita o deslizamento posterior.
Portanto , em rupturas do anterior , quando o joelho está fletido a 90 graus e o
músculo do quadríceps está relaxado , a tíbia pode ser muito puxada para a frente
em relação ao normal . O tratamento é feito através de reconstrução cirurgica ; esta é
feita usando-se pedaço da aponevrose ou do tendão com material sintético , ou
ainda com combinação de ambos .
Nas rupturas do ligamento cruzado posterior , o deslizamento posterior da
tíbia sobre o fêmur é maior . A reconstrução cirurgica não é muito eficaz e a função
adequada é em geral recuperada sem se recorrer a ela . Após a reconstrução dos
ligamentos , os exercícios intensivos são importantes a fun de reativar o músculo do
quadríceps . Um músculo forte pode exercer compensação relativa para frouxidão
articular residual leve .
-RUPTURA DOS MENISCOS
Meniscos são estruturas fibra-cartilaginosas , com formato semicircular que
atuam para distribuir a força na cartilagem , absorver choques , auxiliar na
librificação articular , ajudar no mecanismo proprioceptivo e contribui na função
estabilizadora dos músculos e ligamentos .Localizam-se no joelho entre o côndilo
femoral ( convexo ) e o platô tibial ( côncavo ) ,em número de dois , o mediai e o
lateral ( FATI ARELLI & FRANCO & GONÇALVES , 1995 ) .
40
A ruptura dos meniscos é em geral causada por força de torção com o joelho
semifletido ou fletido , sendo que o menisco media! é lesado com muito mais
facilidade que o lateral .
Há três tipos de ruptura , sendo que todas começam com fenda longitudinal .
Se esta se estender ao longo do menisco , ela se toma ruptura em alça de balde , na
qual os fragmentos permanecem inseridos nas extremidades ; é o tipo mais comum .
O fragmento central ( a alça de balde ) está desviado em direção ao meio da
articulação , de maneira que o côndilo do fêmur rola sobre a tíbia através da ruptura
do menisco . Como a forma do côndilo femoral exige maior espaço quando o joelho
está estendido , o efeito principal de alça de balde luxada é a limitação à extensão
total ( a "trava"* ) .
Se a fenda inicial atinge o bordo côncavo do menisco , uma borda
pedunculada se forma . Nas rupturas dos cornos posterior e anterior , o fragmento
permanece preso ao seu como correspondente .
Os meniscos são quase avasculares , assim quando se rompe não há efusão de
sangue para dentro da articulação . Porém , há derrame sinovial , secretado em
relação à lesão . Na fase inicial de lesão , as características típicas são o derrame ,
atrofia do quadríceps , flouxidão local no nível da região ãntero-medial e limitação
dos últimos graus de extensão por uma resistência elástica , com dor aguda se a
extensão passiva é forçada .
* Trava significa a incapacidade
de estender o joelho completamente . Não é bloqueio articular , na
verdade , pois há ccno grau de []exão . É característica comum e importante na ruptura do menisco mediai , porém
a limitação de extensão é em geral tão insignificante que não é notada nem pelo paciente e nem pelo médico . A
trava pennanente pode ocorrer apenas nas rupturas em alça de balde , sendo que nas rupturas dos cornos pode
ocorrer apehas incapacidade momentânea .
41
Como consequência de lesão em rotação , a pessoa cai e sente dor na região
ântero-medial da articulação, não conseguindo estender o joelho. No dia seguinte,
nota-se que todo o joelho está edemaciado ; após duas semanas , o inchaço diminui
e o joelho parece recuperar o movimento de extensão . Caso a pessoa retome às
atividades , o joelho apresenta distúrbio repentino durante o movimento de rotação ,
ocorrendo dor e edema como antes .
Nos quadros de ruptura de menisco , as radiografias comuns se apresentam
normais , a artroscopia ( radiografia após injeção de líquidos ou por meio de
contraste ) pode fornecer o diagnóstico . Uma vez estabelecido , o tratamento
correto é a excisão do fragmento luxado ou , em alguns casos , do menisco todo . A
maioria das excisões de menisco é realizada sem abrir a articulação .
- TENDINITE PATELAR (JOELHO DO SALTADOR OU JUMPER' S KNEE)
É a inflamação do tendão rotuliano , que une a rótula à tíbia e é comumente
observada entre os atletas que realizam atividades repetitivas nas quais participa o
mecanismo extensor . A manifestação desta lesão é geralmente dor aguda que piora
com o transcorrer da atividade ou então aparece forte depois da mesma . O ponto
mais doloroso à palpação é o pólo inferior da rótula . O tratamento leva em conta
uma série de fatores como a idade , peso , tipo de atividade , piso , etc .
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CONCLUSÃO
Ao apreciarmos um jogo de basquete , seja em qualquer faixa etária , sexo ,
nível , quer ele seja de competição ou apenas recreacional , podemos ficar
espantados ao notarmos o alto grau de contato físico ( além dos implementas
próprios do jogo como a bola e quadra ) que existe entre os seus praticantes e os
prejuízos que estes podem acarretar ao jogador .
Ao concluirmos este estudo , observamos que existe , sim , o risco de lesões
entre os praticantes de basquetebol , porém este não é maior que o risco a qual
qualquer outro esporte sujeita a seus admiradores . Outro dado que obtemos , é que,
dificilmente uma lesão própria do jogo de basquetebol , irá impedir que o acidentado
exerça qualquer atividade física posteriormente à recuperação . Salvo os casos
crônicos , porém estes somente aparecem após longo tempo de exercício da
atividade .
Resta-nos somente sabermos identificar as lesões que podem ocorrer na
prática do basquetebol , para auxiliar no tratamento e identificação dos mesmos . O
que é esperado após o término da leitura deste .
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