AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA ANTIBACTERIANA DO
EXTRATO DE Bidens pilosa – RESULTADOS FINAIS
CAMERA, Letícia1; POSSENTI Cecília2; SILVA, Aline Alves da3; SPEROTTO, Vitor da
Rocha3; ZANATTA, Liliane4;
Palavra-Chave: Decocto. Antimicrobiana. Concentração.
Introdução
O Brasil é uma fonte rica em plantas medicinais e pela função das atividades
farmacológicas apresentadas por estas plantas um grande número de extratos são utilizados na
medicina popular contra diversas patologias, porém até o momento poucos foram
investigados e confrontados frente à literatura científica (BORGES, 2009).
Sendo que o desenvolvimento de projetos leva a compreensão e a validação de
conhecimentos tradicionais nas áreas da saúde, na tentativa de integrar o conhecimento
científico moderno com os saberes tradicionais e atingir o desenvolvimento sustentável,
culturalmente aceito e economicamente viável aos meios de produção (FRASCOLA, 2006).
Souza (2009) cita que a planta medicinal Bidens pilosa, conhecida vulgarmente
como picão-preto, é encontrada em praticamente todo o território brasileiro, tendo uma maior
concentração nas áreas agrícolas da região Centro-Sul. E para Brandão (2007) as análises
fitoquímicas da Bidens pilosa revelaram uma ampla constituição química. Os principais
compostos já isolados da planta são substâncias poliacetilênicas e flavonoides, sendo que
Garcia (2010) estudou e comprovou a ação biológica antibacteriana da planta.
Este trabalho teve como objetivo observar ação biológica antibacteriana do extrato de
Bidens pilosa obtido através da cocção, contra bactérias das espécies Staphylococcus aureus e
Escherichia coli padronizados e também verificar a ação bactericida e/ou bacteriostática do
extrato além de estabelecer a sua concentração inibitória mínima.
Metodologia
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Microbiologia Veterinária, localizado
no Hospital Veterinário do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta - RS.
Foi utilizada a planta medicinal Bidens pilosa, coletada nas adjacências do Campus da
Universidade de Cruz Alta, a colheita foi realizada no dia nove de janeiro de dois mil e doze,
1
Med. Vet. Autônoma.
Biol., Universidade de Cruz Alta.
3
Med. Vet.; Docente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta.
4
Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. [email protected]
2
às sete horas. Os ensaios foram conduzidos com a planta inteira, parte aérea e raízes, onde foi
desidratada em estufa, com temperatura controlada de 37ºC, durante sete dias. A moagem da
planta foi realizada no Moinho de Tecido Vegetal – Marconi®, em peneira de malha fina no
Laboratório de Analises de Sol e Tecidos Vegetais da UNICRUZ. Uma exsicata da planta foi
depositada e confirmada pelo Botânico responsável pelo Herbário da UNICRUZ.
A extração dos princípios ativos da planta foi pela cocção, utilizando as proporções
planta:volume de 5, 10 e 15 gramas do material da moagem, mais 100ml de água destilada
estéril, após levados ao fogo brando, por ebulição durante 15 minutos e após prontos foram
acrescidos água destilada estéril para restituir o volume inicial. Uma alíquota de 1 ml do
extrato foi cultivada em 5 ml de caldo Mueller Hinton, para verificação de esterilidade.
Para verificação de concentração inibitória mínima do extrato da planta foi utilizado
o método de difusão em Agar. Em uma placa de petry média contendo o meio de cultura Agar
Mueller Hinton, foi semeado em superfície a bactéria Staphylococcus aureus ATCC 25923 e
em outra a Escherichia coli ATCC 11229, estas já previamente suspensas em salina estéril,
obedecendo à orientação de turbidez de 0,5 da escala de Mac Farland.
Com auxílio
micropipeta, foram inoculados 25L de cada uma das três concentrações em estudo do
decocto da planta Bidens pillosa e levadas às placas para estufa bacteriológica permanecendo
durante 24 horas em aerobiose, após foi realizada à mensuração com auxílio de régua
milimetrada dos possíveis halos formados nos locais de aplicação dos extratos. Seria utilizado
na sequência dos estudos o que apresentar o maior halo.
Para os testes de avaliação de inibição e/ou inativação bacteriana do extrato da planta
foi utilizado como indicador de atividade as bactérias Staphylococcus aureus ATCC 25923 e
Escherichia coli ATCC 11229. A metodologia foi baseada em Sperotto et al. (2012), com
modificação de técnica. Foi utilizado um tempo de contato de 1 hora, sendo: tratamento 1 –
decocto mais inoculo bacteriano em cultura; tratamento 2 – decocto mais inóculo bacteriano
em cultura com adição de neutralizante (3% depolissorbato 80 + 0,3% de lecitina de soja).
Todos os experimentos foram realizados em duplicata. Usou-se o grupo químico digluconato
de clorhexidina, na concentração de 1%, como referência de atividade antimicrobiana.
Para parâmetro de controle do crescimento bacteriano foram usadas placas contendo
unicamente alíquota bacteriana, água destilada estéril e meio de cultura. A determinação da
densidade populacional/dose infectante inicial de cada uma das bactérias foi feita por
diluições logarítmicas seriais. As diluições foram semeadas em profundidade pela técnica de
pour plate em agar Mueller-Hinton, procedendo-se a contagem nas placas que apresentaram
até 300 UFC/mL.
Resultados e Discussões
Os testes para a verificação da concentração inibitória mínima com as proporções
planta:volume 5, 10 e 15 gramas não apresentaram inibição de crescimento bacteriano pelo
método de difusão em agar. Foi realizado novo teste com a quantidade de 20 gramas para 100
ml de água destilada estéril, que também não obteve ação inibitória sobre os indicadores
biológicos. Foi realizado novo teste com proporções superiores da planta, mas com estas
quantidades não foi possível obter extrato pelo grande volume da planta e a sua pouca massa.
Devido as indicações de Rabe (1997), Haida, et al (2007) e Avancini; Wiest (2008),
que apontam em seus experimentos que a planta medicinal Bibens pilosa apresenta atividade
biológica antibacteriana foram realizados novos testes. Foi utilizada nova metodologia, com a
mesma forma de extração e com a proporção da planta em 20 gramas; devido à contaminação
do extrato com a cocção de 15 minutos, esta foi elevado o tempo de cocção para 20 minutos,
nesta nova metodologia foi avaliada inibição e/ou inativação bacteriana.
Todos os tratamentos foram realizados em duplica e o resultado obtido foi que a planta
nesta concentração e na metodologia estudada não apresentou ação biológica antibacteriana.
Sendo que o controle positivo em todos os testes foi efetivo.
A hipótese parte de que pode haver a mudança no extrato obtido através da cocção,
pois Garcia (2010) obteve a ação antimicrobiana da Bidens pilosa utilizando o extrato
hidroetanólico e realizou a observação em disco-difusão sendo eficiente para redução de
Staphylococcus aureus meticilina resistentes.
Outro estudo realizado por Schuch (2007) também observou a atividade do extrato
hidroalcoólico da Bidens pilosa, neste foram testadas atividades antimicrobianas frente
Staphylococcus coagulase positiva, Staphylococcus coagulase negativa e Streptococcus spp de
mastite contagiosa.
Conclusão
Neste estudo a atividade antibacteriana não foi verificada em nenhuma concentração
testada do extrato da planta Bidens pilosa, obtido pelo processo de cocção. Destacamos a
possibilidade de que o extrato possa sofrer alterações na sua atividade antibacteriana, quando
obtido pela extração quente.
Referências
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de doenças de pele como referência para seleção e avaliação preliminar da atividade
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