Outubro/Novembro - 2014 Edição 42 www.eulerhermes.com.br Insight www.eulerhermes.com.br Cenário econômico das Américas Dan North – economista-chefe da Euler Hermes na América do Norte – faz uma breve análise do resultado da economia norte-americana no primeiro semestre e aponta perspectivas para o mercado brasileiro. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apresentou recuperação no segundo trimestre para uma taxa de crescimento anualizada de 4,2%, após uma queda de 2,1% no primeiro trimestre, devido ao inverno rigoroso. No entanto, a economia deverá crescer lentamente no segundo semestre, resultando em uma taxa anêmica de 2,1% de crescimento final para 2014, e previsão de 2,6% para 2015; a taxa média de longo prazo é de 3,3%. O fraco mercado de trabalho ainda é o grande entrave para o crescimento. Em comparação com recessões anteriores, a economia deveria ter entre 5 a 10 milhões de empregos a mais do que tem neste momento. Como resultado, o crescimento da renda é lento e o consumo, que responde por dois terços da economia dos EUA, continua bem abaixo da sua média de longo prazo. A taxa de câmbio e o mercado de ações brasileiro têm mostrado forte volatilidade nos últimos anos (especialmente em 2013), como consequência dos fluxos de capital, mas os principais pontos fracos do país são estruturais. Adotar as reformas certas para melhorar a competitividade e desenvolver o setor industrial conduzirá o Brasil para uma economia mais equilibrada, menos vulnerável a choques de financiamento externo. A eleição presidencial de outubro de 2014 pode ser um ponto de mudança no foco do Brasil para os EUA e a Europa, depedendo dos resultados apresentados. Além disso, o segmento habitacional continua muito desaquecido e o setor de construção civil ainda está bem abaixo de sua média histórica. Em resposta, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) está mantendo a política monetária muito solta, apesar de afinar seus programas de Flexibilização Quantitativa (Quantitative Easing - QE). No entanto, o setor industrial, impulsionado pela revolução energética dos EUA, tem liderado a recuperação dos Estados Unidos e ainda está mostrando sinais de força. Infelizmente, para o Brasil, o desenvolvimento de gás de xisto nos Estados Unidos resultou em redução de exportações de energia e de produtos agrícolas, ampliando o déficit comercial com a política do Banco Central dos EUA (Fed), o que também afetou o país sul-americano, o qual tem sido bastante enfático quanto à introdução e à retirada de Flexibilização Quantitativa (Quantitative Easing - QE) e seus efeitos sobre a moeda. Versão em português do artigo escrito por Dan North com colaboração de Daniela Ordonez (Economist of Group Economic Research) e David Semmens (Head of Macroeconomic Research). 42 Acontece Representatividade do agronegócio na economia brasileira Renata Afonso de Almeida e Silva Senior Industry Sector Credit Analyst Atualmente responsável por 23% do Produto Interno Bruto (PIB), 27% dos empregos gerados no país e 44,4% das exportações totais nacionais, o agronegócio vem aumentando sua presença também nos mercados internacionais de alimentos. Dos dez principais produtos da pauta exportadora brasileira no primeiro semestre de 2014, sete foram do agronegócio. O segmento básico foi o grande destaque econômico de 2013. Registrando crescimento de 7%, a soja esteve em evidência e ostentou, pela primeira vez, a liderança na exportação mundial. Recentemente, seu bom desempenho contribuiu para o arrefecimento da inflação e foi essencial, também, para amenizar a queda do PIB no segundo trimestre de 2014 (0,6%). Entretanto, essa boa performance deve ser analisada com cautela, uma vez que, para os próximos meses, a expectativa é de desaceleração nas cotações. O Brasil sustenta a posição de maior exportador mundial de carne bovina e de frango, café, soja e suco de laranja, além de ser líder na produção de açúcar e café. Já em termos de atratividade (preço e volume), o país é destaque no complexo de soja, avicultura e suinocultura. As exportações atingiram U$ 100 bilhões em 2013, um salto de 423% nos últimos 19 anos. O crescimento não Grupo Euler Hermes anuncia resultados do primeiro semestre de 2014 foi ainda mais acelerado pois a competitividade, tão necessária para liderar mercados internacionais, é considerada um grande desafio. Entre os principais gargalos observam-se, entre outros, as graves deficiências de infraestrutura e logística, as fraquezas geradas com a falta de investimento no custeio e na comercialização das safras, a falta de mecanismos para baratear as commodities diante dos produtos acabados e as atuais restrições ao crédito. Essas barreiras, juntamente com os riscos climáticos e a volatilidade das cotações das commodities agrícolas, deterioram a qualidade e impõem desafios para o crescimento em faturamento. Resultado dessas deficiências: as empresas registram margens cada vez mais apertadas. Por outro lado, essa pressão é parcialmente mitigada pelo aumento do índice demográfico mundial, demanda crescente em países desenvolvidos e a elevação do poder de consumo de países emergentes. Aos poucos estamos ganhando o mundo; já somos os maiores exportadores de algumas das principais commodities comercializadas internacionalmente. Em tempos de recessão, a representatividade do agronenócio na economia brasileira mostra a sua importância no auxílio ao crescimento econômico do país, mas não elimina o nosso constante desafio em conquistar liderança por qualidade, agilidade e preços competitivos. § Faturamento de € 1,269 bilhões, crescimento de 2,2% comparado com o primeiro semestre de 2013; § Lucro operacional de € 245 milhões, um aumento de 9% em comparação ao mesmo período de 2013; § Lucro líquido de € 173 milhões, incremento de 19%, superando os seis primeiros meses de 2013. “Por causa de níveis ainda elevados de insolvência na maioria dos mercados, mantivemos vigilância na subscrição de nossos riscos e, portanto, recebemos menos avisos de sinistros do que no primeiro semestre de 2013. Continuamos a gerar boa tração comercial nos mercados em desenvolvimento, com crescimento de 12%”, disse Wilfried Verstraete, Chairman of the Euler Hermes Group Board of Management. 2 Fraudes corporativas: necessidade de prevenção e combate Com o avanço da informatização e a pressão dos órgãos fiscalizadores, os crimes corporativos tornamse cada vez mais complexos. Casos de corrupção, desvios de recursos, manipulação de dados contábeis e financeiros e crimes de concorrência desleal, entre outros, são cada vez mais frequentes. As motivações mais relevantes para quem pratica a fraude é a fragilidade nos processos de controles internos, nas políticas de controle de riscos e no excesso de confiança dos superiores. Ao identificá-la, a situação de crise deve ser administrada como tal. Além das usuais providências cíveis e trabalhistas, devem ser adotadas providências criminais contra o fraudador visando a sua responsabilização, bem como a moralização do ambiente de trabalho haja vista que a impunidade sempre encoraja novas fraudes. A declaração de volume de negócios é um relatório que consiste no detalhamento da totalidade dos negócios efetivados com os garantidos, cadastrados e não cadastrados, passíveis de cobertura. É um item obrigatório, e sua periodicidade é definida nas condições particulares da apólice. A omissão ou a falta do seu envio à seguradora pode causar frustração ao segurado, uma vez que esse relatório é um dos documentos necessários para a regulação de sinistros. Pode, ainda, causar a suspensão da cobertura da apólice ou seu cancelamento, se essa condição não for atendida. Karen Regina Pacheco Cardieri Senior Legal & Claims Analyst Medidas prévias e posteriores à ocorrência de uma fraude, respeitando-se a legislação em vigor, podem ser adotadas. Além disso, a evolução da governança corporativa, principalmente com o advento da Lei Federal n. 12.846/13 (Lei Anticorrupção), incentiva a criação de regras de controles internos nas empresas, o que auxiliará no enfrentamento austero e exemplar daqueles que lhe causam graves problemas. A importância da declaração de volume de negócios Quando se fala em Seguro de Crédito, um dos itens que certamente gera grande dúvida para o segurado é a declaração de volume de negócios, ou, em sua forma abreviada, DVN. Mas qual sua importância para o bom funcionamento da apólice? Gestão de Apólice aprovados, para, inclusive, fazer um bom planejamento de vendas e, se necessário, solicitar reanálise dos limites de crédito, para readequação de sua carteira. Esse retrato, inclusive no momento da renovação, proporciona uma previsão mais realista para a precificação. Análise de Risco Camila Meirelles Senior Operations Analyst Por isso, é fundamental a elaboração de uma declaração de volume de negócios completa e consistente, contemplando a totalidade dos negócios efetivados com garantidos cadastrados e não cadastrados, independentemente do valor da cobertura. Essa rotina proporciona melhor utilização do seguro de crédito e agrega valor na gestão da carteira. Porém, muito além da obrigatoriedade da entrega, a declaração de volume de negócios pode ser um importante instrumento de análise de carteira para o segurado. Ao elaborá-la, o segurado passa a ter uma visão global de sua carteira. As análises podem ser feitas das mais variadas formas, como, por exemplo: qual o volume faturado por cliente; qual foi o maior faturamento; quais são os meses de sazonalidade nas vendas; entre outras. O segurado pode, também, aliar essas informações com sua base de limites 3 De bem com a Vida Rodrigo Collino Corporate Coach da Sociedade Brasileira de Coaching Contato: rodrigo.collino@empresas. sbcoaching.com.br Como conseguir uma “boa forma cognitiva” Foi-se o tempo em que buscar boa forma física era suficiente para obter qualidade de vida. Atualmente, precisamos desenvolver, também, boa forma cognitiva, a fim de usar nossa memória, atenção e raciocínio para o máximo de resultados em nossa vida pessoal, familiar, social e profissional. O termo “boa forma cognitiva” foi cunhado pelos cientistas americanos Gilkey e Kilts em 2007, apoiado em pesquisas da neurociência que demonstraram as melhores práticas de indivíduos saudáveis com desempenho mental superior. Foram, então, encontradas quatro principais tendências nesses indivíduos com superioridade cognitiva: 1. Eles se expõem constantemente a novas experiências, permitindo que seu cérebro esteja sempre em aprendizado – por exemplo, praticando um esporte diferente, uma dança, aprendendo um novo idioma ou um instrumento musical. 2. Esses indivíduos também “levam brincadeira a sério”, ou seja, divertir-se faz parte de sua rotina. Para tanto, basta procurar atividades divertidas, como ver um filme, ler um livro ou ir ao teatro, e encontrar o lado prazeroso das atividades que desempenhamos diariamente em casa, em nossas relações e no trabalho. Quando um adulto brinca com crianças, ele também fortalece sua boa forma cognitiva. 3. Eles aprendem a procurar padrões, desenvolvendo habilidades relacionadas ao hemisfério esquerdo do cérebro. Esta aptidão é essencial no mundo de mudanças rápidas em que vivemos hoje, e pode ser estimulada quando procuramos conhecer diferentes pontos de vista sobre determinado tópico, ou quando lemos novos tipos de livros e artigos e depois buscamos ligar os pontos entre opiniões diferentes. 4. Por fim, esses indivíduos procuram constantemente por inovações, utilizando recursos de seu hemisfério direito. É buscar “fazer mais com menos”, ser receptivo a novas ideias e enxergar soluções onde a maioria das pessoas encontra dificuldades. Uma prática sim- ples (porém poderosa) para adultos mais experientes é fazer a mentoria de jovens iniciantes, que podem sempre oferecer um olhar menos engessado do que aquele que sedimentamos naturalmente ao longo dos anos. Passar por um processo de coaching também ajuda neste ponto, expandindo sua boa forma cognitiva. Anotou as dicas? Agora, então, é hora de colocá-las em ordem de importância para você, e começar a praticar imediatamente – afinal, nosso cérebro nunca deixa de aprender, e cabe a você cuidar deste bem precioso em sua vida! Saiba mais sobre o assunto acessando os links abaixo: Artigo Harvard Business Review Disponível em: http://hbr.org/2007/11/cognitive-fitness/ar/1 Artigo Huffington Post Disponível em: http://www.huffingtonpost.com/denniskravetz/10-ways-to-boost-your-cognitivefitness_b_3195153.html Vídeo sobre “ginástica cerebral” Disponível em: http://youtu.be/0xm0IBBa13U Expediente O jornal Insight é uma publicação gratuita da Euler Hermes Seguros de Crédito S.A. cujo conteúdo tem caráter meramente informativo. As informações fornecidas neste exemplar não implicam recomendação de uso nem garantia de sua aplicabilidade por parte da Euler Hermes Seguros de Crédito S.A. Colaboradores Euler Hermes: Camila Meirelles, Débora Tavares, Fernando Cirelli, Karen Regina Pacheco Cardieri e Renata Afonso de Almeida e Silva. Participacão especial: Rodrigo Collino. Coordenação geral: SR2 Comunicação e Eventos Projeto gráfico, textos e editoração: Nexis Comunicação Euler Hermes Seguros de Crédito S.A. Av. Paulista, 2421 - 3º andar - Jardim Paulista CEP 01311-300 - São Paulo - SP Tel.: (55 11) 3065-2260 www.eulerhermes.com.br Revisão: Viviane Akemi Uemura Tiragem: 8.500 exemplares 4