Campeonato do Mundo não traz crescimento para o Brasil

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Comunicado de Imprensa
Campeonato do mundo não traz crescimento ao Brasil
Baixas taxas de crescimento, aumento das insolvências e da inflação até 2020 podem criar
crise social, afetando a agenda política e económica brasileira
Lisboa, 23 de junho de 2014 – Após uma análise dos dados económicos brasileiros, a Euler
Hermes, líder mundial em seguro de créditos e acionista da COSEC, seguradora líder em Portugal
nos ramos do Seguro de Créditos e Caução, apresenta um estudo onde demonstra que o
Campeonato do Mundo de Futebol 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 não terão um impacto
positivo na economia Brasileira.
No último Outlook económico, a Euler Hermes demonstra claramente que os dois eventos de nível
mundial a acontecer no Brasil irão aumentar exponencialmente a inflação neste mercado. A falta de
infraestruturas, um baixo investimento crónico, as regras de protecionismo mercantil, os elevados
níveis de taxação de produtos em conjunto com um ambiente empresarial complexo fazem com que
este país sul-americano não aproveite ao máximo a atividade económica adicional que este tipo de
eventos podem gerar.
“As várias análises efetuadas ao longo dos tempos demonstram que estes mega-eventos têm efeitos
muito positivos a curto prazo na economia, mas muitas vezes também trazem consigo efeitos
negligenciados e negativos a longo-prazo, e no caso do Brasil esses mesmos efeitos estão à vista de
todos”, refere Ludovic Subran, economista chefe da Euler Hermes. “Não só o país não foi capaz
de aproveitar os benefícios de um Campeonato do Mundo de Futebol, como agora enfrenta uma forte
taxa de inflação que está a ter um impacto direto na vida dos brasileiros.”
Os preparativos para o Campeonato do Mundo de Futebol e para os Jogos Olímpicos não
conseguiram impedir o forte abrandamento sentido na economia brasileira nos últimos três anos, não
existindo sinais de reversão desta mesma tendência. Para 2014, o Outlook estima que o impacto
positivo destes eventos no crescimento do PIB seja limitado a 0,2 pontos percentuais. No entanto o
impacto na inflação poderá atingir os 0,5 pontos percentuais neste ano. No conjunto dos dois
eventos, espera-se um acréscimo de 2,5 pontos percentuais dos preços para o consumidor final no
período entre 2009 e 2016. O impacto esperado na atividade económica irá iniciar o seu período de
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declínio após 2014, porém os efeitos nos preços ao consumidor manter-se-ão até 2020. Este surto
de inflação já está a criar tumultos sociais, que poderão resultar em reformas estruturais e uma nova
agenda política para o país.
Para além do aumento da inflação, os impactos do Campeonato do Mundo incluem:
1 – Menor impacto no PIB e no crescimento do investimento
O investimento total em infraestruturas para o Campeonato do Mundo de Futebol poderá chegar a 26
mil milhões de reais (0,5% do PIB) entre 2009 e 2014; e aproximadamente 14 mil milhões de reais
com os Jogos Olímpicos (0,2% do PIB) entre 2014 e 2016. Estas são pequenas quantias quando
comparadas com o volume da economia do País. De 2009 a 2013, este estudo estima que os
investimentos efetuados somente acrescentaram, em média, entre 0,5 e 0,8 pontos percentuais por
ano ao crescimento real do investimento, e 0,1 a 0,5 pontos percentuais ao crescimento real do PIB.
Espera-se que este impacto comece a declinar após 2014.
2 – Sem impacto estrutural no emprego
As autoridades brasileiras esperam que o Campeonato do Mundo de Futebol crie 700 mil empregos
ao longo do ano de 2014. Com a força de trabalho brasileira estimada nos 100 milhões de
trabalhadores, o impacto deste evento é muito reduzido, especialmente a longo prazo. Muitos dos
empregos criados no sector da construção irão desaparecer após a conclusão de todas as
infraestruturas para estes dois eventos. O emprego no turismo será predominantemente de curtoprazo e com recurso a pessoal pouco qualificado.
3 – As insolvências cresceram mesmo com estes mega-eventos
As insolvências têm vindo a manter uma tendência de crescimento desde 2011, como consequência
de um abrandamento muito forte da economia. As tendências preveem que continuará a haver um
enfraquecimento da procura interna, da austeridade na política monetária do país e um aumento de
juros bancários. A Euler Hermes e a COSEC esperam que as insolvências cresçam 9% em 2014 e
mais 3% em 2015, mesmo com o reforço da atividade de criação de infraestruturas.
Mesmo com estas perspectivas menos positivas para a economia brasileira, não existem somente
más notícias. Este relatório também prevê que não existirá uma “bolha imobiliária” no Brasil devido à
organização destes mega-eventos. Também, o impacto destes eventos nas finanças públicas será
limitado e não representa uma ameaça a nível fiscal, estima-se que só irão aumentar 1 ponto
percentual ao deficit fiscal para o período de 2009-2016.
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“O desagrado social continua a aumentar devido ao aumento da inflação, não é surpresa nenhuma
ver a agenda desportiva a moldar a agenda política durante as próximas eleições presidenciais em
Outubro,” reforça Subran. “Em última instância, as reformas estruturais profundas podem vir mesmo
a ser os mega-eventos no Brasil.”
Materiais de apoio:
Outlook Económico sobre o Brasil, pela Euler Hermes
Infografia de Outlook
Sobre a COSEC
A COSEC é a seguradora líder em Portugal nos ramos do seguro de créditos e caução, oferecendo as
melhores soluções para apoio à gestão e controlo de créditos, bem como garantias de seguro caução, sendo,
ainda, responsável, por conta do Estado Português, pela cobertura e gestão dos riscos de crédito, caução e
investimento, para países de risco político.
A COSEC é uma empresa de capitais privados divididos equitativamente pelo Banco BPI (www.bpi.pt), o quarto
maior Banco Português, e pela Euler Hermes (www.eulerhermes.com), líder mundial em seguro de créditos
com uma quota global de 35%.
Para saber mais informações consulte o site www.cosec.pt
Contacto de Imprensa:
Fernando Batista
[email protected]
Hugo Costa
[email protected]
Tel.: +351 213 245 016 / 019
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