Enviado por kevin.k.kevin

4c2d79295f954785b881

Propaganda
ROBÓTICA COMO POTENCIALIZADORA DA COMUNICAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO
ENTRE CRIANÇAS AUTISTAS E NÃO-AUTISTAS: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA
PEDAGÓGICA
Clarice Andrade Pereira, Heitor Freitas de Miranda, Guilherme Duarte da Mata Reis,
Miguel Carmona Fiuza, Isabel Moura de Salles Coelho, Priscilla Silva Brey Gil
Vasconcelos, Carlos Alexandre Martins Queiroz, Kaique Cesar da Silva Cruz, Daniel
Dias Duarte Diniz Silva, Brenda Simonelly Pereira Santos Pedrosa, Maria Carolina da
Silva Caldeira, Santer Alvares de Matos
Categoria A – Anos iniciais do Ensino Fundamental
Este trabalho tem como objetivo analisar um ensaio metodológico realizado em sala
de aula, utilizando a
robótica como estratégia para estimular a socialização e
comunicação entre crianças autistas e não-autistas. Os autistas possuem,
principalmente, dificuldades em três áreas: interação social, comunicação e
comportamento. Trabalhos desenvolvidos por meio da robótica mostram resultados
de melhora na linguagem espontânea das crianças com Transtorno do Espectro
Autista (TEA) durante sessões de terapia com robôs. Desta forma, parece-nos que a
robótica apresenta significativo potencial no que diz respeito a estimular processos de
socialização e comunicação em crianças autistas e não autistas no contexto escolar.
Para analisar como isto poderia ocorrer, desenvolveu-se uma atividade com duração
de 120 minutos, na qual três grupos com três estudantes cada deveriam montar um
protótipo de balança de braço, propor estratégias para mensurar a massa de um
conjunto de sementes de feijão, realizando as adaptações na montagem que fossem
necessárias e, em seguida, apresentar a montagem e as massas encontradas para o
professor e os demais colegas. A atividade foi filmada tendo como foco, especialmente
um grupo, que era constituído por um menino autista e uma menina e outro menino
não-autistas. Durante a atividade de montagem, observou-se que os estudantes
dialogaram sobre assuntos diversos enquanto manuseavam os materiais. A criança
autista apresentou desenvoltura, tanto para o diálogo, quanto para estabelecer
relações de interações sociais. Como fluxo de trabalho, as crianças estabeleceram a
divisão de tarefas na construção da balança de braço. Observou-se que todos
prestavam atenção no que o colega estava montando, auxiliando-o nos momentos de
dificuldade. A criança autista, em diversos momentos da atividade, auxiliou os colegas
não-autistas com alguma dificuldade, mostrando-se engajado na tarefa e socialmente
solícito a ajudar. Desta forma, além de potencializar a socialização e a comunicação,
a atividade potencializou a autoestima da criança autista que se sentiu pertencente ao
grupo. A interação para solucionar a situação-problema possibilita-nos inferir que
houve uma equivalência na comunicação, ou seja, a criança autista apresentou a
solução em uma linguagem e perspectiva que possibilitou à não-autista compreender
e aceitar a solução apresentada. Após o encerramento das montagens e mensuração
das massas dos feijões, os grupos apresentaram os resultados. No grupo observado,
a criança autista se dispôs a explicar parte do processo realizado pelo grupo,
interagindo com outros estudantes. Tal explicação acabou por desencadear uma
discussão, na qual os estudantes foram capazes de reconhecer a importância de se
padronizar as unidades de medidas. Acreditamos que a robótica demonstrou, durante
a atividade, ser capaz de potencializar o desenvolvimento de habilidades de
comunicação e socialização em crianças autistas e não-autistas.
Palavras-chave: Robótica. Autismo. Comunicação e Socialização.
Referências:
ADROVER-ROIG, D.; PINEL, V.; RENDÓN, L.A. Los robots sociales como promotores
de la comunicación en los Trastornos del Espectro Autista. Letras de Hoje, v.53, n.1,
pp.39-47, 2018.
COSTA, S. et al. Lego Robots & Autism Spectrum Disorder: a potential partnership?
Revista de Estudios e Investigación em Psicología y Educación, v.3, n.1, pp.5059, 2016.
GUZMÁN, G. et al. Nuevas tecnologias: Puentes de comunicación em el transtorno
del espectro autista. Terapia Psicológica, v.35, n.3, pp.247-258, 2017.
KHOURY, Laís P.; et. al. Manejo comportamental de crianças com Transtornos
do Espectro do autismo em condições de inclusão escolar: guia de orientação a
Professores. São Paulo: Memnon, 2014.
Download