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APOSTILA Nutrição Clínica [Adulto e Idoso] ANTROPOMETRIA

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GUIA PRÁTICO DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E NUTRICIONAL
Uma abordagem clínica simplificada para acadêmicos
Campo Grande
2019
Exame Físico Simplificado para Identificação dos Aspectos Nutricionais
Estrutura anatômica
Sinal clínico
Deficiência nutricional
relacionada ou Doença
Cabelos
Seco, fino, esparso
Kwashiokor e Marasmo
Olhos
Cegueira noturna, ceratomalácia
Vitamina A
Boca
Estomatite angular
Riboflavina, niacina, ferro
Glândula
Aumento da Tireóide
Iodo
Pele
Xerose, petéquias, seborreia
Vitamina A, vitamina C, niacina
Unha
Quebraças, rugosas
Ferro
Tecido subcutâneo
Edema, gordura abaixo do normal Kwashiokor, Marasmo
Tórax
Fraqueza do músculo respiratório Proteínas e fósforo
Sistema gastrointestinal Hepatoesplenomegalia
Kwashiokor
Fonte: adaptado de Asbran (2014).
Alterações físicas associadas a deficiências de micronutrientes
Manifestações clínicas
Deficiência
Cabelos
Sem brilho, seco, quebradiço,
Proteína e zinco
despigmentado, fácil de arrancar.
Face
Seborréia nasolabial, edema de face.
B2, ferro e proteína
Olhos
Palidez conjuntival, xerose, blefarite
Ferro, Vit. A, B2, B6
angular.
Lábios
Estomatite angular, queilite.
B2
Língua
Glossite, língua magenta, atrofia e
B2
hipertrofia de papilas.
Gengivas
Esponjosas, sangramento.
B2, B3 B9, B12
Pele
Xerose, hiperqueratose folicular,
Vit. A, C e K
petéquias, equimoses excessivas.
Unhas
Coiloníquea, quebradiças.
Ferro
Tecido subcutâneo
Edema, pouca gordura.
Proteínas e calorias
Sistema músculoAtrofia muscular, alargamento epifisário,
Vit. D, B1 e cálcio
esquelético
perna em X, flacidez de panturrilhas,
fraturas.
Sistema cardiovascular
Cardiomegalia
B1
Sistema nervoso
Alterações psicomotoras e sensitivas,
B1, B6 e B12
fraqueza motora, formigamento (mãos e
pés).
Fonte: adaptado de Duarte (2007)
Local
Os parâmetros usuais indicados para avaliação antropométrica são apresentados a seguir:
Indicadores de peso:
1. Peso Atual (PA);
2. Peso Habitual ou Usual (PH) (PU)
3. Peso Ideal ou Teórico (PI) (PT)
𝑃𝑇 = 𝐼𝑀𝐶 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑋 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎2
Valores médios do índice de massa corporal (IMC) segundo o sexo:
IMC (Kg/m2)
SEXO
MASCULINO
FEMININO
MÍNIMO
20,1
18,7
MÉDIO
22,0
20,8
MÁXIMO
25,0
23,8
OBESO
30,0
28,6
CÁLCULO DE ADEQUAÇÃO DE PESO: Através deste se obtém a porcentagem de adequação do
peso atual em relação ao peso ideal é calculada pela fórmula:
Adequação de peso (%) = Peso Atual x 100
Peso Ideal
CLASSIFICAÇAO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM A ADEQUAÇÃO DE
PESO:
Estado Nutricional
Adequação de peso (%)
≤ 70
70,1 a 80,0
80,1 a 90,0
90,1 a 110
110,1 a 120
> 121
Fonte: Cuppari, L (2009).
Desnutrição grave
Desnutrição moderada
Desnutrição leve
Eutrofia
Sobrepeso
Obesidade
PESO AJUSTADO
É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética, quando a adequação de peso
for INFERIOR a 95 % ou SUPERIOR a 115 % de acordo com a seguinte fórmula. No caso de obesidade
pode-se usar o peso ajustado, adaptado de Cuppari 2005.
Peso ajustado = (Peso ideal – Peso atual) X 0,25 + Peso atual
MUDANÇA DE PESO: A perda de peso involuntária constitui uma importante informação para
avaliara a gravidade do problema de saúde, haja visto sua elevada correlação com a mortalidade. A
determinação da variação de peso é realizada por meio da fórmula abaixo.
CÁLCULO DA PERDA DE PESO (PP):
Perda de peso (%) = (Peso habitual - Peso atual) x 100
Peso habitual
A porcentagem obtida proporciona a significância da redução de peso em relação ao tempo: este valor
deve ser relacionado com o período da sua ocorrência para predição de gravidade, sendo classificado
em:
Classificação da perda de peso habitual
Período
Perda moderada de peso (%) Perda grave (%)
Uma semana
< 2,0%
> 2,0%
Um mês
< 5,0%
> 5,0%
Três meses
< 7,5%
> 7,5%
Seis meses ou mais <10,0%
> 10,0%
Fonte: adaptado de Blackburn et al. (1977), Brasil (2016)
ESTIMATIVA DA ESTATURA
ALTURA DO JOELHO
HOMEM
64,19 – (0,04 X I) + (2,02 X AJ)
Fonte: Chumlea et al. 1985.
MULHER
84,88 – (0,24 X I) + (1,83 X AJ)
CÁLCULO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC):
Serve para avaliar o peso do indivíduo em relação à sua altura, e assim indicar se está dentro
do peso ideal, acima ou abaixo do peso desejado quando comparado ao padrão de referência.
IMC = Peso (Kg)
Altura 2 (m)
CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM KG/M2 PARA ADULTOS
Pontos de
Classificação do estado nutricional
corte
(Kg/m2)
<16
Magreza grau III
≥16 e >17
Magreza grau II
≥17 e <18
Magreza grau I
18,5 a 24,9
Eutrofia ou Peso Normal
25 a 29,9
Sobrepeso
30 a 34,9
Obesidade grau I
35 a 39,9
Obesidade grau II
≥40
Obesidade grau III
Fonte: adaptado de OMS (1995)
Classificação do índice de massa corporal (IMC) em Kg/m2 para IDOSOS acima de 65 anos
Pontos de
Classificação do estado nutricional
corte
(Kg/m2)
<23
Abaixo do peso
23 a 28
Eutrofia ou Peso Normal
28 a 30
Sobrepeso
>30
Obesidade
Fonte: adaptado de OPAS (2002)
VALORES PROVISÓRIOS DE REFERÊNCIA PARA PESO CORPORAL EM IDOSOS (kg)
FAIXA ETÁRIA
P5
P50
P95
(ANOS)
HOMENS
65
62,6
79,5
102,0
70
59,7
76,5
99,1
75
56,8
73,6
96,3
80
53,9
70,7
93,4
85
51,0
67,8
90,5
90
48,1
64,9
87,6
MULHERES
65
51,0
66,8
87,1
70
49,0
64,6
84,9
75
46,0
62,4
82,8
80
44,7
60,2
80,6
85
42,5
58,0
78,4
90
40,5
55,9
76,2
Fonte: Chunlea(1984)
DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS
Circunferência do braço (CB)
Representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseos, muscular e gorduroso do braço.
É balizada pelo valor do P50, e os valores obtidos devem ser classificados de acordo com os percentuais.
Adequação da CB (%) =
CB obtida (cm) x 100
CB do P50
Classificação percentual do estado nutricional segundo adequação da CB
Desnutrição
Eutrofia
Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada
Leve
<70% 70 a 80% 80 a 90% 90 a 100% 100 a 120%
>120%
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Carvalho et al. (2014)
Circunferência muscular do braço (CMB)
Este parâmetro avalia a reserva de tecido muscular no braço, sem correção da área óssea.
CMB (cm) = CB (cm) – [0,314 x PCT (mm)]
A adequação da CMB é realizada por meio da fórmula:
Adequação da CMB (%) =
CMB obtida (cm) x 100
CMB P50
Classificação percentual do estado nutricional segundo adequação da CMB
Desnutrição
Eutrofia
Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada
Leve
<70% 70 a 80% 80 a 90% 90 a 100% 100 a 120%
>120%
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Carvalho et al. (2014)
ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA (AMBc)
Sexo Masculino: (AMBc) (cm2) = [CB (cm) – [3,14 x PCT (mm)/10] 2
4 x 3,14
- 10
Sexo Feminino: (AMBc) (cm2) = [CB (cm) – [3,14 x PCT (mm)/10] 2
4 x 3,14
- 6,5
Prega cutânea Triciptal (PCT)
Avalia a reserva de gordura corporal, rotineiramente é a mais utilizada, comparar ao padrão de
Frisancho (1990). É balizada pelo valor do P50, e os valores obtidos devem ser classificados de acordo
com os percentuais.
Adequação da PCT (%) =
PCT obtida (cm) x 100
PCT P50
Classificação percentual do estado nutricional segundo adequação da PCT
Desnutrição
Eutrofia
Sobrepeso
Obesidade
Grave Moderada Leve
<70% 70 a 80% 80 a 90% 90 a 100% 100 a 120% >120%
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Carvalho et al. (2014)
GUIA PARA INTERPRETAÇÃO DOS PERCETINS
Percentil
Tecido adiposo
Tecido muscular
<5
Magro/baixa reserva
Magro/baixa reserva
5 a 15
Abaixo da média/risco para déficit
Abaixo da média/risco para déficit
16 a 85
Média
Média
86 a 95
Acima da média
Acima da média
≥ 95
Excesso de gordura
Boa nutrição
Circunferência da cintura:
Avalia o risco de complicações metabólicas associadas à obesidade
Classificação Risco elevado Muito elevado
Mulheres
≥80 cm
≥88 cm
Homens
≥94 cm
≥102 cm
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Carvalho et al. (2014)
RAZÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ)
RCQ = Circunferência da Cintura (cm)
Circunferencia do Quadril (cm)
Classificação Risco aumentado para doenças relacionadas a obesidade
Mulheres
≥0,85 (obesidade tipo ginóide)
Homens
≥ 1,0 (obesidade tipo androide)
Gordura corporal total
Cálculo para estimativa de densidade corporal
Cuppari, 2005.
Tabela. Estimativa do percentual de gordura corpórea, a partir da soma de quatro dobras
cutâneas (DCB, DCT, DCSE, DCSI) e de acordo com as faixas etárias.
Cuppari, 2005.
PARA CALCULAR A MASSA GORDA:
MG (Kg) = peso corporal (kg) X (4,95/D) - 4,5
Para calcular a MASSA CORPORAL MAGRA:
MCM (kg) = peso corporal (kg) – massa de gordura (kg)
Para obter o resultado em porcentagem fazer regra de três, utilizando o peso corporal como 100%.
Valores de referências para percentuais de gordura corporal:
Para sedentários e ou praticantes de atividade física leve. Utilizar o somatório de 4 pregas para adultos
eutróficos (triciptal, biciptal, escapular e supra ilíaca).
Classificação
Gordura corporal (%)
Homens Mulheres
Risco de doenças e desordens associadas à desnutrição
<5
<8
Abaixo da média
6 a 14
9 a 22
Média
15
23
Acima da média
16 a 24
24 a 31
Risco de doença associada à obesidade
≥25
≥32
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Carvalho et al. (2014)
TAXA METABÓLICA BASAL (TMB)
CÁLCULO DO TMB
Idade (anos)
Masculino
Feminino
0 – 3 anos
60,9*P-54
61,0*P-51
3 – 10 anos
22,7*P+495
22,5*P+499
10 – 18 anos
17,5*P+651
12,2*P+746
18 – 30 anos
15,3*P+679
14,7*P+496
30 – 60 anos
11,6*P+879
8,7*P+829
> 60 anos
13,5*P+487
10,5*P+596
Fonte: Adaptado de FAO/OMS/ONU (1985) in SARTORELLI; FLORINDO.
FATOR DE ATIVIDADE (F.A)
Atividade
Leve
Moderada
Intensa
Masculino
1,56*TMB
1,78*TMB
2,10*TMB
Feminino
1,55*TMB
1,64*TMB
1,82*TMB
CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS
(AMBIENTE HOSPITALAR)
Adaptado de HARRIS & BENEDICT (1919) e LONG et al. (1979), definição da Taxa de
metabolismo basal (TMB) e a seguir cálculo do gasto energético total (GET).
GET = TMB X FA X FI X FT
Taxa de metabolismo basal (TMB)
Onde: TMB = TAXA DE METABOLISMO BASAL
P= peso em kg (atual se IMC menor que 40) ou (ideal/desejável se IMC for maior que 40)
I = idade em anos
Obs. Reduzir 10% a cada década a partir de 65 anos. Para obesos, com percentual de adequação maior
que 130 % (não em tratamento de obesidade), utiliza-se peso ajustado.
GET (Kcal/dia) = TMB X fator atividade x fator injúria (lesão/estresse) X fator térmico.
ACAMADO = 1,2
FATOR ATIVIDADE
ACAMADO + MÓVEL =
1,25
DEAMBULANDO = 1,3
Fator Lesão
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Costa e Silva (2014)
Fator Térmico
Fonte: adaptado de Cuppari (2005) e Costa e Silva (2014)
No caso de obesidade pode-se usar o peso ajustado, adaptado de Cuppari 2005:
Peso ajustado = (Peso ideal – Peso atual) X 0,25 + Peso atual
Fórmula de bolso e aporte protéico
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Recomendações nutricionais no trauma
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Recomendações nutricionais na insuficiência hepática
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Recomendações nutricionais na pancreatite aguda
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Recomendações nutricionais na insuficiência renal aguda
Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2014)
Cálculo das Necessidades Nutricionais
(Ambulatório)
Taxas energéticas preconizadas pela FAO/OMS (1985), devem ser utilizada para indivíduos sadios ou
em acompanhamento ambulatorial com doenças leves.
GET = TMB x FA
Se o paciente for sedentário, multiplicar a TMB por 1,2 para o cálculo do GET.
Cálculo das Necessidades Nutricionais
(Suporte nutricional segundo Coppini et al., 2011)
Avaliar no paciente:
✓ A capacidade de se alimentar
✓ O estado nutricional
✓ O funcionamento do TGI
✓ O nível de stress e gravidade da doença
Verificar:
✓ Instabilidade hemodinâmica ou terapia vasoativa
✓ Risco de isquemia intestinal
▪ motilidade gástrica → distensão, náusea, vômito, volume residual de dieta
▪ motilidade do cólon → passagem do bolo fecal e flatus
▪ motilidade do intestino delgado → auscuta de ruídos
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
(TNE)
Vias de acesso enteral
✓ Nasogástrica/Orogástrica
✓ Nasoduodenal/Oroduodenal
✓ Nasojejunal/Orojejunal
✓ Gastrostomia
✓ Jejunostomia
Tipos de dieta
✓ Polimérica: sua proteínas são intactas e necessitam que as funções digestivas e absortivas
estejam íntegras.
✓ Semi-elementares: suas proteínas estão extensamente hidrolisadas, são “pré digeridas” e desta
forma facilmente absorvidas.
✓ Elementares: suas proteínas são a base de aminoácidos sintéticos, requer mínima função
intestinal para digestão e absorção. Não formam muito resíduo.
✓ Dietas modulares: estão disponíveis como fórmulas com nutrientes individuais e que podem ser
adicionados em dietas preexistentes
Iniciar e progredir o aporte calórico conforme esquema abaixo, observando sempre a tolerância do
paciente (ocorrência de vômitos, distensão, diarreia, resíduo gástrico alto) até que as necessidades
calóricas programadas sejam atingidas, como exemplo:
- Primeiro dia: 500 cal
- Segundo dia: 1.000 cal
- Terceiro dia: 1.500 cal
- Quarto dia: 2.000 cal
A oferta calórica é calculada em relação ao valor estimado para o metabolismo basal.
✓ Equação de Harris Benedict
✓ Regra de Bolso: 25 a 35 calorias/kg/dia
✓ Equação de Mifflin-St:
Homens: GEB = 10 x peso (kg) + 6,25 x altura (cm) - 5 x idade (anos) + 5
Mulheres: GEB = 10 x peso (kg) + 6,25 x altura (cm) -5 x idade (anos) – 161
Equação de Ireton-Jones: pacientes graves
Paciente em respiração espontânea:
GET = 629 –11(I) + 25 (peso atual) – 609 (O)
Paciente dependente de ventilação:
GET = 1784 – 11(I) + 5 (peso atual) + 244 (S) + 239 (T) + 804 (Q)
I = idade (anos),
O = obesidade (ausente = 0; presente = 1),
S = sexo (masc = 1; fem = 0),
Q = queimadura (ausente = 0; presente = 1).
T = fator trauma (ver: adaptações de Cuppari (2005) e Costa e Silva (2014))
Considerações:
✓ Sem estresse metabólico ou falência de órgãos, a recomendação de proteínas é de 10-15% do
VET da dieta, ou 0,8-1,0 g/kg/dia;
✓ Com estresse metabólico,a recomendação de proteína é de 1,0-2,0 g/kg/dia
✓ A recomendação normal de lipídeos é de 20-35% do VET da dieta, não devendo ultrapassar 2,5
g/kg/dia, para minimizar o risco de complicações metabólicas;
✓ A ingestão adequada de ácidos graxos linoleico é de 10-17 g/dia (2-4% do VET) e de alfalinolênico é de 0,9-1,6 g/dia (0,25-0,5% do VET);
✓ Em pacientes graves, a recomendação máxima de lipídeos via venosa é de 1 g/kg/dia;
✓ Para a prevenção de doenças cardiovasculares, a recomendação diária de lipídeos totais na dieta
é <30% do VET, ≤10% de gorduras saturadas, 10-15% de MUFA, <10% de PUFA e < 300
mg/dia de colesterol
✓ Fibras alimentares é de 15 a 30 g/dia, sendo 75% das fibras insolúveis e 25% solúveis
✓ Necessidade hídrica para adultos é de 30 a 40 mL/kg/dia ou 1,0 a 1,5 mL/kcal
✓ Gotejamento: 20gotas p/ 1mL
✓ Tempo: mínimo de 60 minutos, de acordo com intervalo de oferta
Fonte: adaptado de Coppini et al. (2011)
Fonte: adaptado de Coppini et al. (2011)
TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP)
VIA PERIFÉRICA
✓ A utilização das veias superficiais exigem soluções de osmolaridades baixas, no máximo de 800
mOsm/l.
✓ Soluções menores que as necessidades protéico-calóricas, salvo pacientes com menos 45 quilos.
✓ Suporte único: são insuficientes e devem ser mantidos por não mais que 7 dias (risco de
desnutrição)
✓ Veias antecubitais e a veia cefálica
VIA CENTRAL
✓ Torna possível a administração de soluções de alta osmolaridade sem risco de tromboses pelo
alto fluxo sanguíneo garantido nesta posição.
✓ O cateterismo venoso central traz consigo riscos inerentes ao procedimento e ao local
puncionado (pneumotórax, hemotórax, hidrotórax, laceração da veia puncionada embolia
gasosa, arritmia cardíaca, lesão do ducto torácico,) e à manutenção do cateter (sepse relacionada
a cateter, trombose venosa profunda).
✓ A dissecção venosa periférica também pode ser utilizada em casos especiais (distúrbio de
coagulação, plaquetopenia, insucesso na punção venosa), lembrando sempre que a posição da
extremidade deve ser central.
Cuidados gerais, segundo citado por Carvalho et al (2014):
✓ Gastroperesia: a saciedade precoce provocada pelo alto regime hipercalórico muitas vezes
relacionados com alto conteúdo de TCL e glicose, recomenda-se procinéticos ou redução das
calorias.
✓ Distúrbios hepatobiliares: falta de estímulo na luz intestinal de gordura e proteínas, a
colecistoquinina encontra-se com sua liberação diminuída, ocorre retardo no esvaziamento da
vesícula biliar e lama e de hipercrescimento bacteriano intestinal. Causa a formação de uma
hepatoxina a partir do ácido litocolato, quebra da barreira intestinal e favorecem a formação de
colestase e fibrose
✓ NP prolongada, há o risco de doença óssea e formação de cálculos renais. Em relação à fórmula,
pode haver contaminação com alumínio, o que pode levar à osteomalácia.
Exemplo de cateter venoso de inserção periférica (PICC)
Fonte: adaptado de Costa e Silva (2014)
Podem ser:
• Único lumen
• Multilumen (menor risco de infecção)
Cateter central:
•
•
•
•
Curta permanência
Longa permanência
b1.semi-implantados: túnel construído cirúrgico
b2.totalmente implantados: punção de um reservatório implantado cirurgicamente
Recomendações de líquidos na Terapia Nutricional Parenteral:
• as necessidades de água variam entre 30 a 40 mL/Kg/dia
Fonte: adaptado de Waitzberg (2009) e Costa e Silva (2014)
Método Prático de estimativa calórica na terapia nutricional
Fonte: adaptado de Riella e Martins (2001); Waitzberg (2009) e Costa e Silva (2014)
Considerando-se o trauma metabólico, propõe-se um acréscimo percentual sobre a oferta energética:
Fonte: adaptado de Marchini et al. (1998)
O aporte calórico advém de nutrientes energéticos, ou seja, glicose e lipídios, as calorias
oferecidas pelas proteínas devem observar segundo Costa e Silva (2014):
1. Quando considerada no total das necessidades calóricas do paciente, há possibilidade de utilização da
proteína como fonte calórica, comprometendo sua função principal de reparação tecidual.
2. Quando não computadas as calorias da proteína no total das necessidades calóricas, poderia levar a
um “excesso calórico”, com consequências metabólicas, hepáticas e respiratória.
Observar também que a glicose é o nutriente mais comumente utilizado como substrato energético na
concentração de 50% ou 70%, e a forma monoidrogenada fornece 3,4 Kcal/g.
Os lipídios são encontrados comercialmente em concentrações de 10 ou 20% e são compostos de
triglicerídios de cadeia longa (TCL) ou uma mistura de TCL e triglicerídios de cadeia média (TCM). O
valor calórico oferecido nessas emulsões é de 1,1 Kcal/mL e 2 Kcal/mL, respectivamente.
Recomendações de macronutrientes para nutrição parenteral em adultos
Fonte: adaptado de Waitzberg (2009)
Estimativas Gerais
CARBOIDRATO
Principal fonte de energia da parenteral (50-60%)
Glicose 50% (via central)
1g = 4 kcal – glicose anidra
1g = 3,4 kcal – glicose monohidratada
LIPÍDEOS
Responsáveis 15-30% energia parenteral
São isotônicos (glicerol)
VITAMINAS
Trezevit A: 5 mL
Trezevit B: 5 mL
MINERAIS e OLIGOELEMENTOS
Oligotrat: 2 mL (01 ampola)
Composição: Zn, Cu, Mn, Cr
Cloreto de Potássio 19,1%
Cloreto de Sódio 20%
Fosfato de Potássio
Sulfato de Mg 10%
Gluconato de cálcio 10%
Exemplos de cálculo em sistema 2 em 1 e 3 em 1 utilizando soluções padronizadas são apresentados no
anexo desse material informativo, também pelo site electronic parenteral and enteral nutrition
(http://epen.kumc.edu/).
Detalhes de cálculos e discussão de prescrição para macronutrientes e micronutrientes para a
Terapia Nutricional (TN) estão disponíveis em:
COSTA MJC. Nutrição parenteral: uma abordagem metabólica para nutricionistas [recurso eletrônico].
João Pessoa: Editora da UFPB, 2014.
SHILS ME, OLSON JÁ, SHIKE M, ROSS, AC. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença.
9° edição. v.2, Manole, 2003.
WAITZBERG DL. Nutrição Oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4° Ed. São Paulo: Atheneu,
2009.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Fidelix, Márcia Sâmia Pinheiro,
organizadores. Manual Orientativo: Sistematização do cuidado de nutrição. São Paulo: Asbran;
2014.66p.
2. BLACKBURN, G. L., BISTRIAN, B. R., MAINI, B. S., SCHLAMM, H. T., & SMITH, M. F.
(1977). Nutritional and metabolic assessment of the hospitalized patient. J Parenteral and
enteral nutrition, 1(1), 11-21.
3. BOTTONI A, OLIVEIRA CO, FERRINI MT, WAITZBERG DL. Avaliação nutricional:
exames laboratoriais. In: Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3ed. São Paulo:
Atheneu, 2000, p. 279-94.
4. BRASIL. Manual de terapia nutricional na atenção especializada hospitalar no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_terapia_nutricional_atencao_especializada.
pdf.
5. BRASIL. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde:
Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Brasília:
Ministério
da
Saúde,
2011.
Disponível
em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos
.pdf.
6. BRITISH ASSOCIATION FOR PARENTERAL AND ENTERAL NUTRITION. Advisory
Group on Malnutrition. Malnutrition Advisory Group A Standing Committee of BAPEN. 2011.
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28. RDC N.º 45, DE 12 DE MARÇO DE 2003. Regulamento Técnico de Boas Práticas de
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29. REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição Clínica - Bases para Prescrição.Rio de Janeiro:
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Sciences, 56(6), M366-M372.
32. SHILS, M. E.; OLSON, J. A.; SHIKE, M.; ROSS, A. C. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde
e na Doença. 9° edição. v. 2, Manole, 2003.
33. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4° Ed. São Paulo:
Atheneu, 2009.
ANEXO 1
Screening para Risco Nutricional ou Nutritional Risk Screening (NRS 2002)
Parte 1
Classificação do Risco Nutricional
Classificação
Sim Não
2
IMC < 20,5 kg/m
Perda de peso nos últimos 3 meses?
Resolução de ingesta alimentar na última
semana?
Saúde gravemente comprometida?
Fonte: Adaptado de Kondrup et al. (2003)
No caso do aparecimento da alternativa SIM em um dos tópicos, deve-se continuar a avaliação
e aplicar a parte 2. Se todas alternativas forem NÃO, o paciente deverá ser reavaliado apenas
semanalmente. No entanto, havendo indicação de cirurgia de grande porte, a parte 2 deverá ser
obrigatoriamente preenchida.
Screening para Risco Nutricional ou Nutritional Risk Screening (NRS 2002)
Parte 2
Prejuízo do estado nutricional
Gravidade da doença
(aumento das necessidades nutricionais)
Ausente
Estado nutricional normal
Ausente
Necessidades
nutricionais
(pontua 0)
(pontua 0)
normais
Leve
Perda de peso > 5% em 3 meses ou Leve
Fratura de quadril, pacientes
(pontua 1)
ingestão alimentar menor que 50 a (pontua 1)
crônicos, pacientes com
70% da necessidade normal na última
complicação aguda, cirrose,
semana.
DPOC, hemodiálise crônica,
diabetes e câncer.
Moderado
Perda de peso > 5% em 2 meses ou Moderado
Cirurgia
abdominal
de
2
(pontua 2)
IMC entre 18,5 a 20,5 Kg/m + (pontua 2)
grande
porte,
fraturas,
condição geral comprometida ou
pneumonia severa, leucemia
ingestão alimentar menor que 25 a
e linfoma.
60% da necessidade normal na última
semana.
Grave (pontua Perda de peso > 5% em 1 meses (ou Grave
Trauma
craniano,
3)
>15% em 3 meses) ou IMC < 18,5 (pontua 3)
transplantes de medula óssea,
2
Kg/m
+
condição
geral
pacientes
em
cuidados
comprometida ou ingestão alimentar
intensivos (APACHE* >10).
de 0 a 25% da necessidade normal na
última semana.
Pontuação
+
total
Se a idade for > ou = a 70 anos deve ser adicionado 1 ponto no resultado total
Pontual ≥3: paciente está risco nutricional e o cuidado nutricional é iniciado.
Pontuação >3: reavaliar o paciente semanalmente.
Caso haja indicação de cirurgia de grande porte, inicia plano de terapia nutricional para evitar riscos
associados.
Fonte: Adaptado de Kondrup et al. (2003)
*APACHE: Sistema de pontuação de mortalidade estimada (Acute Physiology and Chronic Health
disease
Classification
System),
disponível
para
consulta
em
http://www.medicinaintensiva.com.br/ApacheScore.htm, incluí:Temperatura °C, Pressão arterial média
(mmHg), Frequência cardíaca, Frequência respiratória, PO2(PO2>50%) ou PaO2(PO2<50%), Arterial pH
ou HCO3, Na+ sérico (meq/l), K+ sérico (meq/l), Creatinina sérica com ou sem IRA, Hematócrito,
Leucócitos.
Instrumento de Triagem Universal de Desnutrição ou
Malnutrition Universal Screening Tool (MUST)
Aplicado para adultos idade maior ou igual a 20 anos e menor que 60 anos de idade.
Instrumento de Triagem Universal de Desnutrição
Pontuação do Pontuação de perda de peso
Pontuação para presença de complicação ou
IMC
doença grave
IMC (Kg/m2)
% perda de peso involuntária
Na presença de doença grave acrescentar mais 2
Pontuação:
nos últimos 3 a 6 meses
pontos ou se a ingestão alimentar for maior que 5
>20 e <30 = 0 %
dias
Pontuação
18,5 a 20 = 1 <5
=0
≤ 18,5 = 2
5 a 10
=1
>10
=2
Somar todas as pontuações para calcular o risco nutricional*
Pontuação 0 = baixo risco
Pontuação 1 = médio risco
Pontuação 2 ou mais alto = alto risco
Fonte: Adaptado de British Association for parenteral and enteral nutrition (2015)
* A partir da classificação de baixo, médio ou alto risco nutricional, um plano deve ser estabelecido para
avaliação nutricional completa, implementação e acompanhamento nutricional, suporte disponível em
http://www.bapen.org.uk/musttoolkit.html.
Algumas considerações no uso do MUST:
✓ Utilizado para detectar a desnutrição em pacientes hospitalizados, em domicílio ou em casas
de repouso;
✓ Grupos de atenção de destaque são os idosos, pacientes cirúrgicos, ortopédicos, que
necessitam de cuidados intensivos, adaptada para gestantes e lactantes;
✓ Utilizar sempre as três variáveis: IMC, % PP, padrão alimentar (não ingestão alimentar >5
dias)
Mini Nutritional Assessment (MNA) ou
Miniavaliação Nutricional (Mini Nutritional Assessment (MNA®)
É uma triagem de forma reduzida, porém tem sensibilidade, especificidade e acurácia na
identificação de risco nutricional em idoso com idade igual ou maior a 60 anos.
Questão
A - Nós últimos 3 meses houve diminuição da ingestão alimentar
devido à perda de apetite, problemas digestivos ou dificuldade
para mastigar ou deglutir?
Pontuação
0 = diminuição grave do apetite
1 = diminuição moderada do
apetite
2 = sem diminuição do apetite
[ ]
B –Perda de peso nos últimos meses
0 = superior a 3 kg
1 = não sei dizer
2 = entre 1 a 3 kg
3 = sem perda de peso
[ ]
C – Mobilidade
0 = restrito ao leito ou cadeira
de rodas
1 = capaz de sair da
cama/cadeira, mas não é capaz
de sair de casa
2 = capaz de sair de casa
[ ]
D – Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda nos 0 = sim
últimos 3 meses?
2 = não
[ ]
E – Apresenta problema
0 = demência ou depressão
grave
1 = demência leve
2 = sem problemas psicológicos
[ ]
2
F1. Índice de massa corporal (IMC=kg/m )
0 = <19
1 = entre 19 e 21
2 = entre 21 e 23
3 = ≥23
Se o cálculo do IMC não for possível, substituir a questão FI por F2.
Não realizar F2 se conseguir preencher F1
Questão
Pontuação
F2. Circunferência da Panturilha (CP) em cm
0 = <31
3 = >31
[ ]
Escore da Triagem (subtotal, máximo de 14 pontos
12 a 14: eutrófico
8 a 11: sob risco de desnutrição
0 a 7: desnutrido
[ ]
Fonte: Adaptado de Rubenstein et al. (2001)
ANEXO 2
NHANES III: mulheres de 60 anos ou mais
Fonte: Adaptado de Kuczmarski et al. (2000).
HANES III: homens de 60 anos ou mais
Fonte: Adaptado de Kuczmarski et al. (2000).
ANEXO 3
Exemplo de Cálculo para Nutrição Parenteral
Adaptado de Costa e Silva (2014) utilizando referenciais padronizados de literatura considerando
indivíduo com peso de 50 Kg
1. Exemplo de cálculo para nutrição parenteral para o sistema glicídico 2 em 1
a) Volume estimado: 30-40 mL/Kg/dia
Onde: 30 x 50 Kg = 1500 mL a 40 x 50 = 2000 mL
b) Necessidade energética estimada: 32 Kcal/ Kg/dia
32 x 50 = 1600 Kcal
c) Necessidade proteica estimada: 1,2 g/Kg/dia
1,2 x 50 = 60 g
O volume a ser administrado deverá ser dividido em dois frascos/dia, e cada frasco contendo
aproximadamente 1000 mL ou 1 litro.
Na solução 2 em 1, somam-se o volume de aminoácidos, glicose e demais componentes da formulação.
d) Cálculos para diluição das soluções
Cálculo da oferta de AA na solução (AA a 10%)
100 mL → 10 g de AA
x
→ 60 g de AA, onde x = 600 mL de solução a 10%
As calorias proteicas não são incluídas na necessidade calórica total
Cálculo da oferta de energia (glicose a 50%)
Sendo a solução 2 em 1, a oferta de energia é composta basicamente por glicose, devendo-se respeitar a
velocidade de infusão de glicose (VIG).
Assim, considerando a oferta de glicose correspondendo a 80% da necessidade calórica:
1600 Kcal x 80% = 1280 Kcal
1g → 3,4 Kcal
x → 1280 Kcal,
onde x = 376,5 g = 380 g de glicose
100 mL → 50 g de glicose
x → 380 g de glicose,
então x = 760 mL de glicose a 50%
Considerando o tempo de administração total em 24 horas, calcula-se a VIG:
380g de glicose = 380.000 mg de glicose
VIG = 380.000 /50 Kg /1440 min (24 horas) VIG = 5,3 mg/Kg/ min
É importante 2 vezes/semana, garantir as necessidades de ácidos graxos essenciais. Neste caso deve-se
oferta a infusão de ácidos graxos intercalada com a solução 2 em 1, num período de administração de 2
a 4 horas, dependendo do volume (100, 200 ou 500 mL) e concentração da emulsão lipídica (10 ou
20%).
No dia que não houver oferta lipídica, a concentração de glicose poderá chegar até 7 mg/Kg/ min nos
dias em que não houver administração de emulsão lipídica.
Cálculo da proporção Kcal não proteica/ g de Nitrogênio (Kcal não proteica/ g N)
1 g de AA contém 0,165 g de N
0,165 x 60 g de AA = 9,9 g N
380 g de glicose = 1292 Kcal/ 9,9 = 130:1
2. Exemplo de cálculo para nutrição parenteral para o sistema glicídico 3 em 1
a) Volume estimado: 30-40 mL/Kg/dia
30 x 50 Kg = 1500 mL a 40 x 50 = 2000 mL
b) Necessidade energética estimada: 32 Kcal/ Kg/dia
32 x 50 = 1600 Kcal
c) Necessidade proteica estimada: 1,2 g/Kg/dia
1,2 x 50 = 60 g
O volume a ser administrado deverá ser dividido em dois frascos/dia, e cada frasco contendo
aproximadamente 1000 mL ou 1 litro.
Na solução 3 em 1, soma-se o volume de aminoácidos, glicose, lipídios e demais componentes da
solução.
d) Cálculos para diluição das soluções
Cálculo da oferta de AA na solução (AA a 10%)
Cálculo da oferta de AA na solução (AA a 10%)
100 mL → 10 g de AA
x
→ 60 g de AA, onde x = 600 mL de solução a 10%
As calorias proteicas não são incluídas na necessidade calórica total
Cálculo da oferta de energia (glicose a 50% e lipídios a 20%)
Sendo a solução 3 em 1, distribui-se a oferta de energia entre glicose e lipídios respeitando-se a
velocidade de infusão de glicose (VIG).
Assim, considerando a oferta de glicose correspondendo 70% da necessidade calórica:
1600 Kcal x 70% = 1120 Kcal
6. 1 g → 3,4 Kcal
x
→ 1120 Kcal,
onde x = 329,4 g = 330 g de glicose
100 mL → 50 g de glicose
x→ 330 g de glicose,
então x= 660 mL de glicose a 50%
Considerando o tempo de administração total em 24 horas, calcula-se a VIG:
330g de glicose = 330.000 mg de glicose
VIG = 380.000/50 Kg /1440 min (24 horas) VIG = 4,6 mg/Kg/ min
Oferta de lipídios: 1600 Kcal – 1120 Kcal = 480 Kcal
Na solução a 20%:
2 Kcal → 1 mL
x
→ 240 mL de lipídios a 20%, logo x=480 Kcal
Densidade calória lipídica:
100 mL → 20 g de lipídios
240 mL → x, então x = 48 g
Assim: 48g de lipidios/50 Kg do indivíduo = 0,96 g/Kg/dia
Cálculo da proporção Kcal não proteica/ g de Nitrogênio (Kcal não proteica/ g N)
1 g de AA contém 0,165 g de N
0,165 x 60 g de AA = 9,9 g N
1600 Kcal/ 9,9 = 162:1
Observaras da autora cujo conteúdo foi adaptado:
“Esses cálculos não incluíram as calorias proteicas no computo geral das necessidades calóricas, no
entanto, desde que a relação calorias não proteicas por grama de nitrogênio esteja adequada, seria
mais prudente que as calorias proteicas entrassem no computo total das calorias, considerando-se,
assim, a preocupação mencionada nas últimas diretrizes de nutrição parenteral, com destaque para
pacientes críticos, em que o excesso de calorias seria mais um agravante na recuperação desses
pacientes. Com base nesse argumento as diretrizes recomendam não utilizar a fórmula de HarrisBenedict, pois sobre estimariam as necessidades como também recomendam iniciar o suporte com 80%
dessas necessidades” (Costa e Silva 2014, p.181).
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