GESTÃO LOGISTICA 2 UNIDADE 1 __________________________________________ EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LOGÍSTICA 1. O que é logística? ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ A palavra logística derivada do grego ("logos = razão") significa "a arte de calcular" ou "a manipulação dos detalhes de uma operação". Na área militar, a palavra logística representa a aquisição, manutenção, transporte de materiais e de pessoal. Na história antiga o primeiro relato que existe da construção dos primeiros armazéns datam de 1800 A.C., onde José ao interpretar um sonho que o rei teve, no qual haveria sete anos de abundância, seguidos por sete anos de fome em todo país; José começou a construir e estocar um quinto da colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito; e o país sobreviveu, nos anos de fome, através de bons planejamentos e distribuição. Em 1991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da logística. Como precedente da guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantias de materiais a grandes distâncias, em que se pensava um tempo extremamente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e suprimentos tiveram de ser transportadas por 12.000 quilômetros por via aérea, mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar, tudo isso feito em questão de meses. Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas através do poder da logística ou da falta dela. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na guerra da independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte, atribuída a falta de logística. O exército britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos de guerra, a administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e a moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e aquela altura já era muito tarde. 3 Na segundo guerra mundial, também a logística teve um papel preponderante. A invasão da Europa pelas forças aliadas foi um exercício de logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de Rommel no deserto. Entretanto, enquanto generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente e que as organizações empresariais reconheceram o aspecto vital que o gerenciamento logístico pode ter para a obtenção da vantagem competitiva i. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística integrada. FASES DA LOGÍSTICA Primeira fase: Atuação segmentada (década de 50) Cenário típico (nos EUA) após a Segunda Guerra Mundial: Demanda do mercado por produtos como automóveis, eletrodomésticos, bebidas, etc.; Aproveitamento da capacidade ociosa e do conceito de produção em série; Marketing concentrado na família-padrão da época – pai trabalhando fora, mãe cuidando da casa e dois filhos em idade escolar; Produtos padronizados – geladeiras de tipo único na cor branca, refrigerante típico era Coca-cola; Não havia sistemas de informação sofisticados; Nesta fase da logística, o estoque (no varejista, no distribuidor, no fabricante – produtos prontos, semi-processados e matérias-primas) era o elemento-chave do balanceamento da cadeia de suprimentos, atuando como um “pulmão” ao longo da cadeia; Se forem analisados todos os estoques ao longo da cadeia de suprimentos, percebe-se que a quantidade total de material parado é muito grande, o que gera um custo muito alto; Nesta fase, as empresas formavam lotes econômicos para produzir e transportar seus produtos, não se preocupando com estoques; Segunda fase: Integração rígida (décadas de 60 e 70) Aos poucos, os profissionais de marketing foram estimulando os consumidores ao desejo por produtos mais diferenciados: Geladeiras e carros passaram a ser produzidos em mais modelos, cores e especificações de acabamento; Novos produtos foram incorporados aos lares, como televisões, aparelhos de som, fornos de microondas, etc.; 4 Nos supermercados, novos produtos alimentícios, como cereais matinais, café solúvel e outros passaram a ser oferecidos; O oferecimento de novos produtos ocasionou um aumento acentuado nos estoques ao longo da cadeia de suprimentos; Outros fatos importantes nesta fase: Na década de 70, aconteceu a crise do petróleo, encarecendo subitamente os custos de transporte de mercadorias e reduzindo as margens de comercialização; A maior concentração de pessoas nas áreas urbanas gerou a expansão territorial das cidades; Com o crescimento da frota de veículos, passaram a ocorrer congestionamentos de tráfego; Estes fatores levaram à elevação dos custos de transporte e distribuição; Um outro ponto importante nesta fase é a introdução (inicial) da informática nas operações logísticas das empresas; Todos estes fatores levaram à necessidade de racionalização dos processos, visando menores custos e maior eficiência. Nesta fase, os elementos-chave passaram a ser a otimização de atividades e o planejamento; Nesta época, começou a haver contato com clientes e fornecedores, para obtenção, por exemplo, de informações de previsão de demanda; Entretanto, como o setor de manufatura tinha grande poder na indústria, o planejamento da produção era realizado e implementado por este setor, segundo seus próprios critérios e objetivos, sem maiores consultas às demais áreas; Apesar de este processo permitir maior racionalização das operações logísticas, era falho em um aspecto importante – nenhuma flexibilidade no planejamento: A programação da produção era feita pelo setor de manufatura, que a alterava sem comunicar às demais áreas; O setor de vendas fechava novos contratos com os clientes ou alterava os pedidos em carteira sem comunicar ao setor de manufatura; Portanto, esta segunda fase da logística é caracterizada pela busca da racionalização integrada da cadeia de suprimentos, mas ainda muito rígida não permitindo a correção dinâmica, em tempo real, do planejamento ao longo do tempo; Terceira fase: Integração flexível (décadas de 80 e 90) Esta fase é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre componentes da cadeia de suprimentos em dois níveis: Dentro da empresa; Nas inter-relações da empresa com seus fornecedores e clientes; Entretanto, a integração das empresas se dá duas a duas; 5 Somente na quarta fase, o conjunto de empresas que formam a cadeia de suprimentos passou a se integrar de forma abrangente, desde fornecedores, passando por manufatura e varejo, e chegando aos consumidores finais; Nesta fase, iniciou o intercâmbio entre dois elementos da cadeia por via eletrônica (EDI). Com isto, as informações passaram a estar disponíveis on line e as empresas passaram a trabalhar em cima de informações mais atuais; Ex. O uso de código de barras em supermercados possibilitou a integração das vendas com depósitos e centros de distribuição e passou a fornecer informações importantes para o controle de estoque e para o estudo da demanda; Ao contrário da segunda fase, na terceira fase o processo de programação se tornou muito mais flexível, permitindo ajustes em tempo real. Desta forma, o elemento-chave nesta fase é o planejamento flexível; Esta fase também se caracteriza por uma maior preocupação com a satisfação do cliente, sendo este não só o consumidor final, mas também os clientes internos ao longo da cadeia; Uma última característica importante desta fase é a forte busca pelo estoque zero, através da obtenção de reduções contínuas nos níveis de estoque; Quarta fase: Integração estratégica (a partir da década de 90) Nas três primeiras fases, a integração entre os elos da cadeia de suprimentos se dava basicamente em termos físicos: troca de informações, fluxo de produtos e dinheiro, etc.; Na quarta fase, as empresas passam a tratar a questão logística de forma estratégica, considerando-a de fundamental importância para a competitividade e para a indução de novos negócios; Os agentes da cadeia passaram a trabalhar mais próximos, uns dos outros, trocando informações mais relevantes e formando parcerias. O elemento-chave desta fase é a estratégia logística; Algumas novidades surgiram nesta fase da logística: Empresas ágeis (indústria sem fumaça) – empresas que recebem pedidos em meio eletrônico (Internet), que são rapidamente convertidos em encomendas de componentes. Estes últimos são produzidos e rapidamente enviados ao fabricante, que monta o produto e o envia ao comprador; Ex. No Texas, há um aeroporto que não atende passageiros, somente empresas que usam o transporte aéreo para agilizar seus negócios; Logística verde – empresas se preocupando com o impacto de suas operações no meio ambiente; Ex. Logística reversa – trata do processo de recuperação de materiais diversos (plástico, alumínio, papel) componentes dos produtos vendidos através de reciclagem. 6 Também está relacionada com a responsabilidade das empresas pelos produtos produzidos após o seu uso (baterias, pilhas); Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) – busca de melhorias, redução de custos, agregação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva; Postergação (postponement) – retardar a execução de algumas atividades visando à redução de prazos e de incertezas ao longo da cadeia; Ex.1 Distribuição de carros do Japão para os Estados Unidos e Europa – a montagem de acessórios como pára-brisas, frisos e rádios, que não exigem maquinário sofisticado, é realizada ao longo da travessia dentro do navio; Ex.2 A Benetton encomenda suas confecções do Extremo Oriente. Como a moda é bastante volátil, as cores preferidas pelos consumidores mudam freqüentemente. Com isto, a Benetton compra suas roupas em cinza neutro (cor de fundo) e faz o tingimento em locais próximos aos centros de consumo, pouco antes de distribuí-las às lojas; O uso de tecnologia de informação em larga escala; A concentração das atividades das empresas no seu core business (negócio principal, razão de existir), terceirizando atividades menos importantes; Em resumo, o que distingue esta fase das demais são aspectos como: Ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final; Formação de parcerias entre fornecedores e clientes ao longo da cadeia de suprimentos; Abertura mais ampla, entre parceiros, a informações operacionais e estratégicas; Busca sistemática pela agregação de valor para o consumidor final e pela eliminação de desperdícios, reduzindo custos e aumentando a eficiência; No seu emprego nas empresas, a logística tem ganhado diferentes definições, correspondendo a uma crescente amplitude de escopo, experimentada ao longo do tempo. O Quadro 1 mostra a evolução histórica do conceito de logística. É importante notar que, ao mesmo tempo em que a função logística é enriquecida em atividades, ela também deixa de ter uma característica meramente técnica e operacional, ganhando conteúdo estratégico. Isso pode ser percebido na segunda fase do Quadro 1, quando a função logística passa a englobar processos de negócios fundamentais para a competitividade empresarial. A estrutura integrada de logística passa, nesta fase, a orquestrar toda a cadeia de abastecimento, da entrada de matérias-primas até a entrega do produto final. Mas o conteúdo estratégico só fica patente na terceira e quarta fases, nas quais a participação da função logística nas mais importantes decisões empresariais é ressaltada. É o caso das alianças estratégicas, das parcerias e dos consórcios logísticos. A definição do Council of Logistics Management é uma boa declaração de intenções, pois menciona a integração de todas as funções, ressalta o foco no cliente e, indiretamente, transmite uma visão sistêmica. Além disso, a tendência histórica aponta para o enriquecimento da função logística. Infelizmente, na prática de muitas empresas, a teoria parece ser outra. 7 UNIDADE 2 _________________________________________ CONCEITUANDO LOGÍSTICA O conceito de logística é coordenar todas as atividades relacionadas à aquisição, movimentação e estocagem de materiais. Esta abordagem considera o fluxo inteiro de materiais e peças, desde os fornecedores até o estabelecimento de manufatura, com seus depósitos e linhas de produção, e também depois da manufatura, no fluxo de peças e produtos, através dos armazéns e centros de distribuição até os clientes, este fluxo é controlado e planejado como um sistema integrado; esta abordagem é diferente da tradicional que era a abordagem departamentalizada. Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística, alguns autores definem como: "A logística consiste em fazer chegar à quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo; a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem. Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação e o transporte de um modo geral, a estocagemii em trânsito e todo o transporte necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até o local de utilização do produto pelo cliente". (MOURA). A logística empresarial é o processo de planejamento, implementação e o controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. (BALLOU, 1998 p.42). A evolução da logística empresarial têm início à partir de 1980, com as demandas decorrentes da globalização, alteração estrutural da economia mundial e desenvolvimento tecnológico, tendo como conseqüência a segmentação da logística empresarial em três grandes áreas: 1. Administração de materiais: que é o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matéria-prima até a entrada na fábrica; em resumo é “disponibilizar para produção”; sendo que participam desta área os setores de : Suprimentos, Transportes, Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques. 2. Movimentação de Materiais: transporte eficiente de produtos acabados do final de linha de produção até o consumidor; sendo que fazem parte o PCP (Planejamento e Controle da Produção), Estocagem em processo e Embalagem. 8 3. Distribuição física: que é o conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos; em resumo é “tirar da produção e fazer chegar ao cliente”. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido. A missão do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade ao custo mais baixo possível. Portanto, a logística deve ser vista como o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa. O raio de ação da logística estende-se sobre toda a organização, do gerenciamento de matérias-primas até a entrega do produto final. LOGÍSTICA EMPRESARIAL Logística Empresarial - Trata-se de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. PRINCÍPIOS DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL Os princípios da logística estão intimamente ligados às ações de qualquer Operação Logística. Para que a logística cumpra seus objetivos, a coisa certa precisa estar no lugar certo, no tempo certo, tendo por base informações integradas que dão as diretrizes corretas.Toda atividade logística se importa em ter os bens ou serviços operados agregando valor de: a) lugar - estar no lugar certo, no lugar onde deverá ser adquirido ou consumido (ex. consumidor com sede no estádio de futebol, cerveja sendo vendida gelada neste e a cerveja em temperatura ambiente no supermercado). b) tempo - estar no tempo certo de ser consumido (ex.: cerveja chegando ao estádio para a partida de futebol). c) qualidade - estar adequado ao consumo, não estar com suas características ideais alteradas (ex: lata de cerveja furada, problemas de higiene, cerveja sem gás). d) informação - informar de forma adequada o abastecimento (ex. vendedor de cerveja informando a venda da cerveja gelada: “Vai uma geladinha aí, doutor?” . Este interessante exemplo da venda da cerveja gelada no estádio nos permite analisar, na prática, os efeitos da logística na agregação de valor ao produto: O indivíduo que vai a um estádio de futebol sabe que normalmente não é permitido ingressar no mesmo com artefatos perigosos (dentre eles garrafas e latas), pois podem causar danos a outros. 9 Em outras palavras: a) diante de um calor tropical, o torcedor não resiste a uma cerveja para se refrescar (e se hidratar) b) um copo grande de 300 mililitros custa R$ 3,00, que o torcedor paga com satisfação c) no supermercado, a cerveja (que não estará gelada), custa R$ 1,50 d) o consumidor pagou 100% a mais e ainda ficou satisfeito (mesmo que seu time tenha perdido) Se olharmos em termos de logística: A cerveja gelada (coisa certa, com as características adequadas), estava no lugar certo (uma tarde de futebol sob um escaldante clima tropical) e no tempo certo (na hora do jogo, ou um pouco antes). O dono da lanchonete tem informações que: 1. o torcedor não pode trazer bebida para o estádio; 2. a lanchonete pode ser equipada com bons refrigeradores; 3. os vendedores são adequadamente treinados para ser simpáticos e criar um ambiente onde uma "cervejinha" caia bem; 4. pela previsão da quantidade de torcedores, o dono da lanchonete verifica o estoque, a quantidade e o posicionamento dos vendedores. Como vemos, as informações se integram para oferecer o produto certo, na hora certa e no tempo certo. A Logística Empresarial pode ser segmentada em duas grandes áreas: 1. FLUXO DE MATERIAIS E INFORMAÇÕES - Administração de Materiais, que corresponde ao conjunto das operações relativas ao fluxo de materiais e informações associadas, desde a fonte das matérias-primas até a entrada da fábrica. 2. GARANTIA DE ABASTECIMENTO - distribuições Físicas, que corresponde ao conjunto das operações relativas ao fluxo de bens, desde o local de sua produção até o seu destino final e das informações associadas, garantindo que os bens cheguem em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos. UNIDADE 3 _________________________________________ 10 LOGÍSTICA: UMA ATIVIDADE ESTRATÉGIA Todas as organizações, tanto empresariais quanto governamentais, trabalham com recursos limitados. Assim, é necessária a otimização dos recursos para que se possam realizar as tarefas necessárias e atingir os objetivos. A Logística Empresarial trata da movimentação e armazenagem dos materiais de forma otimizada; ajudam com suas informações o planejamento prévio das demais atividades empresariais de uma organização. Podemos assim concluir que como aplicação inicial da logística em sua forma estratégica: 1. Deverá agregar valor aos bens e serviços de forma que o valor de local, valor de tempo, valor de qualidade e valor de informação se transformem em diferencial competitivo. 2. Gerar redução de custos com a otimização dos estoques e a conseqüente redução de custos na operação que resulta desta otimização 3. Gerar informações com veracidade e credibilidade sobre o status dos bens ou serviços que a organização comercializa, para que as demais partes da organização possam planejar adequadamente suas ações e alcançar de forma mais fácil seus objetivos. Estratégia corporativa - A estratégia corporativa da empresa define os objetivos que ela deseja atingir no longo prazo, em termos de lucro, retorno sobre investimento, participação de mercado, crescimento, etc.; A partir da estratégia corporativa, são definidas as estratégias funcionais (de marketing, produção, finanças, logística, etc.) necessárias para atingi-la; Estratégia logística - A estratégia logística deve auxiliar no atendimento da estratégia da empresa, tendo três objetivos principais: • Melhorias no serviço – busca a melhoria no nível de serviço como forma de maximizar a geração de receitas; • Redução de custo – busca a minimização de custos logísticos (armazenagem, movimentação, distribuição, etc.). Envolve questões como a localização de armazéns ou os modais de transportes a serem usados. Foca a maximização do lucro; • Redução do capital – busca a minimização do nível de investimento no sistema logístico. Envolve decisões de terceirização, envio de produtos direto para clientes, etc. Foca a maximização do retorno sobre o investimento; O ambiente logístico em mutação Quatro aspectos são fundamentais para entender a necessidade de obtenção de vantagens competitivas através da logística: A explosão do serviço ao cliente 11 Não há como fugir do fato de que os clientes hoje são muito exigentes e com muito mais poder de barganha, não só em relação à qualidade do produto, mas também em relação aos serviços e preços; Compressão do tempo Nos últimos anos, o tempo se tornou um ponto crítico para as empresas: • Os ciclos de vida dos produtos estão cada vez menores; • As empresas exigem pronta entrega; • Os clientes têm acesso a diferentes mercados e produtos substitutos; • Por este motivo, é fundamental um bom gerenciamento dos prazos logísticos; Globalização da indústria No negócio global, os materiais e componentes são adquiridos no mundo inteiro, fabricados no exterior e vendidos em muitos países diferentes; Com isto, é fundamental para as empresas globais desenvolver uma estratégia logística que apóie a sua estratégia de marketing; Integração organizacional Fica muito difícil obter um fluxo de materiais completamente integrado e voltado para o cliente, enquanto as tradicionais “fronteiras territoriais” forem guardadas com rivalidades por gerentes entrincheirados, com suas prioridades antiquadas; Desta forma, gerentes de produção, de compras, de marketing devem trabalhar buscando o melhor para a organização como um todo e não somente para o seu próprio setor; O Planejamento Logístico na Redução de Custos Organizacionais Após a formulação da estratégia logística, a tarefa é alcançá-la. Para isto, existe o planejamento logístico, que responde questões do tipo: O quê? Quando? Como? De acordo com o horizonte de planejamento, o planejamento logístico pode ser dividido em: Planejamento estratégico: Trabalha com horizonte de longo prazo (mais de 1 ano); Trabalha com dados imprecisos (incerteza alta); Planejamento macro (pouco detalhado); Trabalha com demanda agregada; Ex. Planejar o nível de estoque como um todo (em termos monetários); Planejamento tático: Trabalha com horizonte de médio prazo; Planejamento operacional: Trabalha com horizonte de curto prazo; 12 Trabalha com dados precisos; Planejamento detalhado; Trabalha com demanda desagregada; Ex. Planejar o nível de estoque de cada item individualmente; Aqui, será dada maior ênfase ao planejamento logístico em termos estratégicos; Principais áreas de planejamento O planejamento logístico trata do relacionamento entre quatro áreas: Localização das instalações; Decisões de estoque; Decisões de transporte; Níveis de serviço ao cliente, sendo este resultado do trabalho das outras três áreas; Localização de instalações Cria um esboço (croqui) do plano logístico; Determina o número, os locais e o tamanho das instalações; Inclui todos os trajetos de movimentação de produtos, desde os fornecedores, passando pelo fabricante e chegando aos mercados consumidores; Foca a distribuição com baixo custo; Decisões de estoque Definem como os estoques serão gerenciados. Por exemplo: Define se os estoques serão empurrados para as áreas de consumo ou puxados por elas; Define se será usada revisão contínua ou periódica de estoque; Estratégias de transporte Envolve a seleção do modal de transporte utilizado (aéreo, rodoviário, etc.), tamanho de carregamento, roteirização, etc.; As informações de localização de instalações são fundamentais para as decisões de transporte; Objetivos do serviço ao cliente Um alto nível de serviço exige muitos locais de estocagem, uso de transportes mais ágeis (e caros) e estoques maiores; Por este motivo, é fundamental a definição do nível de serviço desejado para a definição das outras três áreas; Quando planejar É fundamental realizar o planejamento logístico no caso de uma nova empresa ou do lançamento de novos produtos; 13 Entretanto, também é importante analisar a necessidade de modificar uma rede já existente. Para isto, alguns aspectos devem ser levados em consideração; Demanda os níveis de demanda e suas dispersões geográficas influenciam fortemente a configuração da rede logística; Embora apenas a expansão ou redução das instalações atuais possa ser suficiente, elevações substanciais nos níveis de demanda podem exigir a criação de novos armazéns ou fábricas em áreas de rápido crescimento, enquanto que instalações em áreas de baixo consumo precisam ser fechadas; Serviço ao cliente De modo geral, o serviço ao cliente inclui disponibilidade de estoques, rapidez na entrega, rapidez e acurácia no preenchimento de pedidos, etc.; Os custos associados a estes fatores aumentam à medida que aumenta o nível de serviço oferecido aos clientes; Desta forma, é necessária a reformulação da estratégia logística quando os níveis de serviço são alterados, por exemplo, em função da entrada de novos concorrentes; Custos logísticos Os custos de uma empresa para suprimento e distribuição física influenciam diretamente os custos logísticos (fazem parte deles); Desta forma, quando estes custos sofrem alteração, o sistema logístico deve ser revisto (ex. alteração de alíquotas de impostos); Além disto, como estes custos, normalmente, são bastante significativos, quando se descobre uma possibilidade de redução dos mesmos, a mudança do sistema logístico também é importante; Orientações gerais para a formulação de estratégias logísticas 14 É fundamental o planejamento logístico o entendimento de compensações através do conceito de custo total; Isto é feito através da conciliação de custos conflitantes que devem ser otimizados coletivamente; Ex.1 custo de vendas perdidas x custo de transportes, processamento de pedidos e estocagem (ver figura 1.1); Custo Custo total Custo de transporte, processamento de pedidos e estocagem Custo de vendas perdidas Melhor serviço ao cliente Figura 1.1 Ex.2 custo do transporte utilizado x custo de estoque (ver figura 1.2); Custo Custo total Custo de serviço de transporte Custo de estocagem (inclusive em trânsito) Serviço de transporte (velocidade e confiabilidade maiores) Distribuição diferenciada Nem todos os produtos devem ser oferecidos com o mesmo nível de serviço aos clientes. Algumas vezes, um mesmo produto pode ser oferecido em diferentes níveis de serviço; 15 Diferentes níveis de serviço ou diferentes volumes de venda sugerem diferentes estratégias de distribuição; Estocar todos os produtos em todas as localizações, independentemente do volume vendido eleva os custos logísticos; Clientes que compram em grandes quantidades podem ter entregas exclusivas, enquanto que pequenos clientes recebem entregas em conjunto; Itens de pequena movimentação devem ser estocados em armazéns centrais, enquanto que itens de maior movimentação devem ser colocados em armazéns próximos aos centros de consumo; Adiamento (postergação ou postponement) Significa, sempre que possível, retardar o embarque e o processamento do produto final, sem atraso para o cliente; Exemplos de adiamento: Etiquetagem – quando um mesmo produto é vendido sob diferentes marcas; Embalagem – quando um mesmo produto é vendido sob diferentes tamanhos de embalagem; Montagem – quando um mesmo produto é vendido em diferentes versões; Consolidação Tentar trabalhar com grandes embarques a partir de pequenos volumes, combinando pedidos de diferentes clientes; A potencial redução do serviço ao cliente (maior tempo de espera) deve ser equilibrada com a redução dos custos de transporte a partir da consolidação dos pedidos; Padronização Trabalhar com uma grande variedade de produtos tende a elevar os custos logísticos; Para minimizar este problema, pode-se trabalhar com a modularização de produtos, “montando-os” de acordo com a necessidade de cada cliente; Ex.1 Indústria de automóveis; Ex.2 Móveis modulados; Sistemas Integrados de Gestão • Código de Barras – é uma série de barras escuras e claras que formam uma combinação numérica que representam a identificação (ID) de algum produto. Essas barras são interpretadas por um leitor ótico e enviadas a um computador que retorna algumas informações sobre o produto referenciado. Esses sistemas, em geral dão apoio ao software de gestão – CRM (Coustomer Relartionship Management), ao financeiro, à logística, entre outros possibilitando a automação de diversos tipos de empresas; 16 • Radio Freqüência – a identificação por rádio freqüência denominada de RFID (Radio Frequency InDentification) é uma tecnologia que utiliza ondas eletromagnéticas (mais conhecida como radiofreqüência) para transmitir informações. Existem diversas formas de uso dessa tecnologia, sendo a mais usual a utilização da etiqueta, também denonimada de TAG e de um leitor. Existem 2 tipos de TAG: ativo e passivo. O ativo possui bateria e emite pequenos pulsos eletromagnéticos possibilitando a identificação apenas com a captura desses pulsos. Para localizae as etiquetas passivas é necessário induzi-las através de outro transmissor. Essa tecnologia tem diversas aplicações comerciais, como: controles de acesso, pedágios, identificação de pessoal, controle de furtos em lojas, entre outras. Pode ser usada também para depósitos no controle de estoques, localização de produtos e levantamento de investário. • Uma das aplicações possíveis na logística é a rastreabilidade, ou seja, um produto pode ser acompanhado desde a saída da manufatura até a entrada na loja. A precisão nas informações permite melhorar a assertividade de resposta aos clientes aumentando a credibilidade e consequentemente a retenção. • ERP (Enterprise Resource Plannig) – O planejamento de recursos empresariais são pacotes de gestão empresarial, que possibilita a automação e informatização integrada de uma organização, dando suporte ao gerenciamento dos negócios empresariais. Tem como um de seus principais conceitos, a implantação de uma base de dados única, integrando os diversos módulos ou subsistemas desde pacote de gestão. Ele pode integrar informações logísticas, financeiras, de produção, administração, RH, contabilidade, entre outros. • WMS (Warehouse Management System) – Uma das principais preocupações das empresas é informar se existe ou não um determinado produto em estoque, seu controle tem se tornado cada vez mais complexo devido à tendência de compra pelos clientes do varejo, de produtos cada vez mais diversos, aumentando muito o numero de itens de um CD (Centro de Distribuição). Para dar suporte ao sistema de informação é necessário organizar o CD com endereços das prateleiras dividindo o CD em ruas, andares, corredores, lado, pilha e nível. As coletas, são denominadas de picking, são realizadas muitas vezes com coletores de dados com obtenção das informações a partir de códigos de barras e transmissão on-line por RFID. Esse procedimento aumenta a velocidade no atendimento dos clientes e minimiza erros, melhorando a produtividade. Para que todos esses processos sejam cumpridos sem erros é necessário a gerencia de um sistema de informação denominado WMS – sistema de gerenciamento de CD. O WMS tem a capacidade de gerenciar: movimentações de mercadoria, recebimentos de produtos ou insumos, separações, expedições, roteirizarão de picking entre outras atividades logísticas. Os eventos são registrados em tempo real, identificando o operador ou equipamentos que realizou a tarefa, possibilitando o registro de todas as ações realizadas em um CD. 17 • ECR (Efficient Consumer Response) – é uma solução que tem como objetivo coordenar as trocas de informações entre indústria e varejo, implementado principalmente no setor alimentício, tendo como um de seus principais usuários os supermercados. Possibilita o estabelecimento de um fluxo de informações entre industria e cliente, informando as demandas em tempo real nos PDV’s ( Ponto de Vendas). • VMI (Vendor Management Inventory) – é um processo em que empresas passam a gerenciar os estoques de seus clientes promovendo demanda puxada. Para que se possa realizar tal tarefa é necessário que o fornecedor conheça a estimativa de demanda de seus clientes. Comércio Eletrônico Em todo o mundo as empresas buscam novas formas de otimizar a produção, comerciliazação e distribuição de seus bens e serviços, de forma a garantir ganhos de produtividade e a redução de custos para competir no mercado globalizado. Para Kotler (2002, p. 433), “O comércio eletrônico pode ser definido como trocas mediadas pela tecnologia entre parceiros (indivíduos, organizações ou ambos), bem como as atividades internas ou externas apoiadas na informática, que facilitam essas trocas”. Características do comércio eletrônico Os principais elementos que distinguem o comércio eletrônico do tradicional são os seguintes: Comunicação – os serviços de comunicação dão suporte às trocas de informação entre compradores e vendedores em nível mundial; • Dados – o gerenciamento de informações permite a criação e manutenção de bases de dados para fornecer informações aos clientes (Ex. novos produtos); • Segurança – como não há contato físico entre comprador e vendedor, têm sido desenvolvidos mecanismos de segurança para autenticar a fonte de informação e garantir a integridade e a privacidade na troca de informações; • Redução do número de intermediários; • Quando comparado ao comércio tradicional, o comércio eletrônico apresenta as seguintes vantagens: • Inserção instantânea no mercado – os produtos e serviços ficam imediatamente expostos em nível mundial; • Relações mais ágeis – as relações entre comprador e vendedor ocorrem de maneira mais ágil e cômoda para o comprador; • Redução da assimetria informacional – como a Internet disponibiliza ofertas de produtos e serviços de maneira rápida, os consumidores têm acesso mais rápido para realização de comparações de preço, qualidade do produto, etc.; 18 • Redução da burocracia – o uso e a guarda de papéis são reduzidos, gerando ganho de tempo e reduzindo a ocorrência de erros e de custos operacionais e administrativos; • Análise mercadológica facilitada – o registro de informações dos clientes e das transações em meio eletrônico permite, por exemplo, o seu uso na definição de novos produtos ou serviços ou em enfoques mercadológicos; • Apesar destas vantagens, o comércio eletrônico possui algumas desvantagens em relação ao comércio tradicional: • Fraude – informações contidas em cartões podem ser interceptadas por terceiros e utilizadas para saques ou compras; • Confiança – sendo intangível por sua própria natureza, o vendedor não oferece uma base física de referência, podendo, por exemplo, ser uma empresa fictícia; • Propriedade intelectual – dificuldade de controle devido à facilidade de obtenção de cópias ilegais; • Confidencialidade – a troca de informações entre fornecedores e compradores pode ser violada eletronicamente por terceiros; • Impostos – dificulta o controle dos impostos a serem pagos nas transações entre diferentes regiões ou países; • Tipos de informações nas transações comerciais • Informações técnicas – aspectos técnicos ligados ao produto ou serviço (tamanho, potência, cor, etc.); • Informações comerciais – após o produto ter sido conhecido e definido, o cliente deseja analisar as ofertas de diferentes fornecedores, envolvendo aspectos como preço, prazo de entrega, condições de pagamento, etc.; • Informações administrativas – após a definição da transação, é necessário o encaminhamento do pedido, de faturas e de outros documentos sobre o andamento do processo; B2B é o comércio eletrônico via Internet entre empresas (pessoas jurídicas); As empresas podem adquirir tanto matérias-primas para a operação produtiva, como materiais de apoio (materiais de escritório, materiais para manutenção, etc.); B2C é o comércio eletrônico via Internet em que o comprador é uma pessoa física; O B2B e o B2C são bastante desafiantes e competitivos, devido aos compradores possuírem um número razoável de ofertas. Com isto, esperam descontos consideráveis. Além disso, devido à agilidade nas transações, os compradores esperam também prazos reduzidos de entrega. Por estes motivos, se caracterizam por grandes volumes e margens estreitas de lucro; Os americanos já estão acostumados com a venda sem loja há bastante tempo, em função da cultura de compra através de catálogo; Através dos serviços de encomendas expressas, este 19 tipo de comércio cresceu ainda mais, devido aos benefícios proporcionados pela concentração do estoque de produtos em um único armazém central; Desafios logísticos do comércio eletrônico É importante destacar que, com o maior hábito de uso da Internet, divulgou-se que ocorreria a “morte da geografia”; Entretanto, o que se observa é que hoje a agregação de valor e lugar continua muito importante para as empresas que utilizam a Internet para realizar vendas; Diferenças entre o comércio tradicional e o B2C, em termos logísticos: No B2C, há muitos pedidos de itens individuais (lotes pequenos) quebrando a rotina de expedição em grandes lotes; No B2C, o tempo de espera tolerado pelos clientes é pequeno (quando relativamente comparado ao comércio tradicional), exigindo agilidade na distribuição; No B2C, há uma maior dispersão geográfica (muitos pontos de entrega); No B2C, há enorme necessidade de um sistema de informação acurado, uma vez que os pedidos são realizados on line, a qualquer hora do dia ou dia da semana; Ex. Há casos em que um produto é dado como disponível e, na realidade, está em falta devido à defasagem nos registros de entrada e saída do estoque; No B2C, a previsão de demanda é mais difícil de ser realizada em função da sua variação; Ex. Há casos em que uma empresa disponibiliza um produto na Internet e é surpreendida pelo excesso de pedidos sem que ela possa atendê-los. Isto leva a uma deficiência logística, atrasos nas entregas, reclamações de clientes e imagem arranhada; UNIDADE 4 _________________________________________ ATIVIDADES DE APOIO À LOGÍSTICA Dentro dessa evolução podemos dividir a logística empresarial em duas atividades básicas: Para a maioria das firmas, o transporte é a atividade logística mais importante simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma firma moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Algumas das alternativas de transporte são os modais rodoviário, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos. 20 Além do transporte, a atividade de manter estoques se destaca dentre as atividades da logística. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como amortecedores entre a oferta e a demanda. O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma atividade chave na logística. Enquanto o transporte adiciona valor de "lugar" ao produto, o estoque agrega valor de "tempo". Para agregar este valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura. O número normalmente grande destes pontos de estoque e os altos custos associados a manter estes produtos armazenados, em geral entre 25 e 30% do valor do produto por ano, requerem administração cuidadosa. A administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo que provê a disponibilidade desejada pelos clientes. Os custos de processamento de pedidos tendem a ser pequeno quando comparados aos custos de transportes ou de manutenção de estoques. É uma atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. Principais atividades primárias; • Transportes • Manutenção de estoques Processamento de pedidos São os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, há uma série de atividades adicionais que apóiam estas atividades primárias. Elas são: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de produtos e manutenção de informação. Seu relacionamento com as atividades primárias e o nível de serviço visado está mostrado na tabela abaixo: Relação entre as atividades primárias e de apoio e o nível de serviço almejado. 21 Fonte: Ballou, Logística Empresarial, pp.26, 1993. Esta tabela mostra as relações entre as atividades logísticas primárias e de apoio e o nível de serviço almejado. (1° ) O manuseio de materiais - está associado com a armazenagem e também apóia a manutenção dos estoques. É uma atividade que diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem - por exemplo, a transferência de mercadorias do ponto de recebimento no depósito até o local de armazenagem e deste até o ponto de despacho. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho. (2°) Embalagem de Proteção - Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danificálos além do economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir movimentação sem quebras. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes. (3°) Programação do Produto - Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada) de firmas de manufatura, a programação de produto lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas. Não diz respeito à programação detalhada de produção, executada diariamente pelos programadores de produção. (4°) Manutenção de Informação - Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho. Tais informações são essenciais para o correto planejamento e controle logístico. Manter uma base de dados com informações importantes - por exemplo, localização dos clientes, volumes de vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques - apóia a administração eficiente e efetiva das atividades primárias e de apoio. (5°) Obtenção - é uma atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É importante para a logística, pois decisões de compra tem dimensões geográficas e temporais que afetam os custos logísticos. A obtenção não deve ser confundida com a função de compras. Compras inclui muitos dos detalhes de procedimento (por exemplo, negociação de preço e avaliação de vendedores), que não são especificamente relacionados com a tarefa logística; daí o uso do termo obtenção como substituto (Ballou, 1993). (6°) Armazenagem - refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém. Com o passar dos anos, os problemas logísticos tendem a tornar-se mais complicados. Existem mais tipos de serviços de transporte para selecionar, a proliferação de variedade de produtos leva a um maior número de itens de estoque para serem administrados e a demanda 22 dos consumidores por melhores níveis de serviço muitas vezes resulta em uma maior quantidade de depósitos no sistema de distribuição. Esta complexidade podia ser tratada efetivamente por novas tecnologias que emergiram em meados da década de 50. O computador acabava de realizar sua estréia no mundo dos negócios. Ao mesmo tempo, incrementava-se o uso de modelagem matemática, pois modelos que podiam tratar os problemas logísticos de forma eficaz foram rapidamente desenvolvidos. Particularmente, programação linear, teoria de controle de estoques e simulação são valiosas ferramentas para os profissionais da área. Estes poderiam agora lidar mais efetivamente com problemas como localizar depósitos, alocar clientes a depósitos, controlar estoques em múltiplos locais e roteirizar e programar veículos. A filosofia econômica dominante passou de estímulo da demanda para melhor administração dos equipamentos. Controle de custos, produtividade e controle de qualidade passaram a ser áreas de interesse, à medida que as empresas tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas. As funções logísticas foram mais afetadas do que outras áreas das empresas. Os preços do petróleo afetaram diretamente os custos de transporte, ao mesmo tempo que a inflação e forças competitivas impulsionaram os custos de capital para cima e, portanto, os custos de manutenção de estoques. Com custos de combustíveis crescendo de 2 a 4% acima do custo de vida e juros preferenciais entre 10 e 20% , os assuntos logísticos tornaram-se relevantes para a alta administração. Hoje, a logística é entendida como a integração tanto da administração de materiais como da distribuição física. Entretanto, esta integração leva as ligações muito mais estreitas com a função de produção / operação em muitas firmas, de modo que se pode esperar no futuro que produção e logística se aproximarão muito mais em conceito e prática. A meta do serviço logístico é providenciar bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível. Isto é conseguido por meio de uma administração adequada das atividades chaves da logística – transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos e várias atividades de apoio adicionais. A administração de materiais e a distribuição física integram-se para formar o que se chama hoje de logística empresarial. Muitas empresas desenvolveram novos organogramas para melhor tratar das atividades de suprimento e distribuição, freqüentemente dando status de alta administração para a função, ao lado de marketing e produção. UNIDADE 5 _________________________________________ A LOGÍSTICA NO VAREJO 23 Sempre buscamos trabalhar de forma planejada, com os fluxos de trabalho condizendo com os nossos recursos, mas surgem as atividades especiais para as quais devemos nos dedicar para suprir a falta dos recursos ideais. No comércio é comum esta situação devido às demandas do mercado se alterarem constantemente, e ser a primeira condição de compra de um produto por um consumidor: o produto estar à disposição para aquisição (valor de lugar). Assim, fica claro que o profissional de logística de uma cadeia de varejo deve ter atributos que possam suprir a eterna necessidade das lojas de atender o cliente em suas expectativas: - identificar a necessidade das lojas, "prever" quais produtos serão procurados. - enviar em tempo os produtos que serão adquiridos pelos clientes - produtos devidamente embalados para garantir sua qualidade - transporte eficiente que faça chegar no local de entrega e no prazo correta - a loja ter a informação adequada do que estará chegando (para poder programar campanhas de vendas ou atender encomendas) Estas ações podem parecer muito lógicas e até mesmo básicas para os iniciantes na matéria, mas são, sem dúvida nenhuma, o "diferencial competitivo" de diversas Organizações mundialmente conhecidas, como Coca-Cola, Sears e Mcdonalds. MARKETING E LOGÍSTICA O marketing busca identificar as necessidades do mercado-alvo e satisfazê-las com os recursos disponíveis na empresa. O marketing apóia-se em duas premissas: O foco nas necessidades do consumidor é mais importante que o foco nos produtos ou serviços; O valor dos produtos e serviços é determinado pela perspectiva do consumidor. Para ter sucesso, os produtos e serviços devem conter um conjunto de características que compõem seu valor para o mercado-alvo. Entre estas características estão seus atributos tangíveis (qualidade, nível tecnológico, preço, confiabilidade, etc.), a forma como pode ser adquirido, a facilidade para encontrá-lo e o local onde pode ser comprado. Christopher observa que muita ênfase tem sido dada para três aspectos da administração de marketing – promoção, preço e produto. Ainda segundo este autor, a variável “local” tende a se tornar determinante para a vantagem competitiva. O papel da logística, de colocar o “produto certo, no momento certo, no local certo, ao custo correta”, ganha, portanto, relevância. Em um projeto de implantação de uma estrutura de logística integrada, ou de gestão da cadeia de suprimentos, deve haver total integração entre a função marketing e a função logística. 24 Semelhança entre as atividades de marketing e logística Basicamente, as atividades de Marketing e de Logística guardam semelhanças em seus objetivos e funções. 1. colocar as mercadorias o mais rápido possível à disposição de seus clientes 2. desenvolver a interação dos demais participantes da cadeia de abastecimento 3. aumentar o fluxo de caixa 4. garantir custos mínimos de comercialização dos produtos em todos os elementos participantes desta cadeia 5. maximizar o potencial de venda da mercadoria 6. garantir níveis de serviços adequados 7. garantir o fluxo de informações otimizadas O Papel da Logística para o Marketing da Empresa No mercado global atual, vender um produto é, às vezes, mais fácil que fazê-lo chegar aos consumidores. Desta forma, a logística tem grande impacto na satisfação do consumidor, uma vez que ao comprar um produto, o consumidor espera um certo nível de serviço que será de responsabilidade, em grande parte, da área logística da empresa; Um conceito amplo de logística é o estudo do fluxo de materiais desde o ponto de origem (fornecimento) até o ponto de consumo (consumidor final). Este conceito deixa claro que muitas vezes, a percepção (boa ou ruim) que um consumidor tem de determinado produto e, conseqüentemente de determinada empresa, está diretamente ligada à eficácia do sistema logístico da empresa; Ao fazer a ligação entre a logística e o consumidor final, a área da logística mais diretamente envolvida é a distribuição física; O desenvolvimento dos sistemas de informação têm gerado grandes oportunidades na área logística, através, por exemplo do uso cada vez maior de computadores e de códigos de barras; Os dois grandes objetivos da logística de uma empresa são a agregação de valor ao produto, que vai gerar maiores receitas para a empresa, e a redução dos custos logísticos. O atingimento destes dois objetivos levará a empresa a obter maiores lucros; Em termos operacionais, uma função para a logística, que é de responsabilidade do pessoal de marketing é a previsão de demanda. Além disto, também é função do marketing identificar que nível de agregação de valor o cliente deseja: Velocidade no processamento de pedidos; Entrega pontual e rápida; Informações sobre o andamento dos pedidos; 25 Serviços pós-venda (garantia, troca, devolução, etc.); Um ponto de fundamental importância é que o objetivo é maximizar os lucros e não as vendas. Portanto, sempre deve ser analisada a relação custo/benefício no fornecimento de determinado produto (conceito de custo total); UNIDADE 6 _________________________________________ DISTRIBUIÇÃO FÍSICA. A distribuição física preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-acabados, ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que não planeja executar processamento posteriores. Existem dois tipos de mercados para os quais se deve planejar. Um deles é o de usuário finais, que são aqueles que usam o produto tanto para satisfazer suas necessidades como aqueles que criam novos produtos, que é o caso dos consumidores industriais. Os consumidores finais também podem ser companhia que, por sua vez vendem os seus produtos aos seus clientes. O segundo mercado é composto por intermediários que não consomem o produto, mas que o oferecem para revenda, em geral para outros intermediários ou consumidores finais. São, por exemplo, distribuidores, varejistas e usuários finais.A diferença primordial entre estas categorias de compradores está no volume e no perfil de compra. Consumidores finais comumente adquirem pequenas quantidades e são em grande número. Suas compras são mais freqüentes do que aquelas feitas pelos intermediários. Muitas configurações estratégicas diferentes de distribuição podem ser empregadas. Há três formas básicas: 1) Entrega direta a partir de estoques de fabrica 2) Entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produção 3) Entrega feira utilizando um sistema de depósitos. Quando clientes adquirem bens em quantidade suficiente para lotar um veículo as entregas podem ser feitas diretamente a partir dos vendedores, dos estoques de fábrica ou da linha de produção. Administração em três níveis: A administração da distribuição física é tarefa desenvolvida em três níveis 1) Estratégico = Decidir de modo geral qual deve ser a configuração global do sistema de distribuição. Localização dos armazéns, seleção dos modos ou modais de transporte e 26 o projeto do sistema de processamento de pedidos. O planejamento estratégico molda o sistema de distribuição nos seus termos mais gerais. 2) Tático = É utilizar seus recursos. É sob muitos aspectos, planejamento de curto prazo. Quando uma firma investe em alguma parte do seu sistema de distribuição, como por exemplo: caminhões, armazéns, dispositivos para transmissão de pedidos ou equipamento de manuseio, surge o problema de utilizar seus equipamentos e facilidades de maneira eficiente. Este é um problema tático. 3) Operacional = Refere-se às tarefas diárias que o gerente de distribuição e seus subordinados devem desempenhar para garantir que os produtos fluam através do canal de distribuição até o último cliente. Isto inclui atividades como recolher produtos dos estoques armazenados, carregar caminhões para entrega, embalar produtos para carregamento, manter registros dos níveis de inventário, preparar pedidos para ressuprimento de estoques ect. O foco deste aspecto da administração da distribuição é principalmente supervisão e realização das tarefas. Perguntas. (este pode ser um modo de classificar as mercadorias) • Estratégico – como deve ser nosso sistema de distribuição? • Tático – como o sistema de distribuição pode ser utilizado da melhor maneira possível? • Operacional – Vamos fazer as mercadorias sair! Canais de distribuição e ciclo de atividades É uma rede (sistema) organizada de órgãos e instituições que executam todas as funções necessárias para ligar os produtores aos consumidores finais. FORNECEDOR → PRODUTOR → ATACADISTA → VAREJISTA → CONSUMIDOR Existem para facilitar o acesso dos produtos ou serviços aos seus consumidores. Os fabricantes não realizam o ciclo completo de comercialização - eles incluem intermediários (Distribuidores, Atacadistas, Representantes etc.) para complementar este ciclo, fazendo com que seja possível o produto sair do ambiente fabril e alcançar os consumidores da melhor forma possível. Por que os fabricantes preferem colocar intermediários no processo de comercialização e não fazem todo o ciclo sozinho? Os grandes varejistas poderiam, por exemplo, fabricar os produtos que comercializam. Porém, por se tratar de uma grande quantidade de produtos, seria necessário o aporte de grande quantidade de recursos financeiros, além de forçar a empresa a atuar fora do seu negócio principal; 27 A situação inversa, com a manufatura realizando todas as funções do canal, inclusive as vendas no varejo, também não é economicamente produtiva. Em muitos casos, a empresa seria forçada a vender produtos dos concorrentes para conseguir atrair uma quantidade de consumidores suficientes para gerar um volume de vendas e gerir o negócio. Além disso, neste caso, ela também estaria fugindo do seu negócio principal; Ex. Loja de eletrônicos que venda aparelhos de TV de uma única marca; Foco na atividade-fim - core-competence: identificação de outros canais de distribuição para realizar a comercialização eficiente e sem custos e operações de comercialização. Alguns fabricantes administram e operam toda a cadeia comercial de seus produtos e montam estruturas magníficas, apoiam suas estratégias de distribuição em uma estrutura própria de lojas (lançando mão dos sistemas de franquia), mas não desprezam outros Canais de Distribuição como a venda direta por representantes. Ex. Boticário e Benetton. Desta forma, a existência de intermediários se justifica pela maior eficiência na colocação dos produtos no mercado; Características, objetivos e funções dos canais de distribuição. Características principais: Contribuem para a satisfação e retenção de clientes; Reduzem o número de contatos e transações; Substituir o produtor junto aos clientes; Mantém os estoques próximos aos clientes. Os objetivos dos canais de cada empresa dependem da forma como esta empresa deseja atuar. De modo geral, devem ser atendidos os seguintes objetivos: Garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos de mercado identificados como prioritários; Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto (parcerias com o varejista permitindo uma melhor exposição do produto, demonstrações in loco, promoções, etc.); Garantir o nível de serviço pré-estabelecido pelos parceiros da cadeia de suprimento; Garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes; Buscar, de forma integrada e permanente, a redução de custos, analisando a cadeia de suprimento como um todo; 28 Dentro da visão da cadeia de suprimentos, os canais de distribuição desempenham as seguintes funções: Indução da demanda – gerar ou induzir a demanda de produtos; Satisfação da demanda – entrega dos produtos de acordo com o desejo do cliente; Serviços de pós-venda – prestação de serviços pós-venda, quando necessários; Troca de informações – receber e analisar o feedback dado pelos clientes; Fatores que determinam as estratégias de escolha do canal: Natureza do produto; Grau de controle desejado; Imagem esperada. UNIDADE 7 _________________________________________ Tipos de canais Canais verticais São aqueles em que um elo da cadeia de suprimento abastece o elo seguinte, transferindo também a responsabilidade pelo produto; É a forma tradicional de operar os canais; Serviços de pós-venda são realizados diretamente pelo varejista quando solicitados pelos clientes. Desta forma, somente o varejista possui informações do mercado (tem contato com o cliente); Canais híbridos Divide as atividades de comercialização entre vários agentes, até que o produto chegue ao consumidor final. Ex.: a indústria fabrica o produto, os representantes comerciais comercializam o produto, os atacadistas estocam e vendem aos varejos que comercializa junto ao consumidor final; Ex. Coca-Cola e Nestlé foram uma Joint Venture para comercializar café e chá prontos para o mundo. A Coca-Cola oferece sua experiência de MKT e distribuição e a Nestlé contribui com os dois nomes de marca estabelecidos – Nescafé e Nestea. Canais múltiplos Uma forma de melhorar o gerenciamento da cadeia de suprimentos é utilizar mais de um canal de distribuição; Por exemplo, quando o consumidor pode comprar o produto direto do fabricante ou em uma loja de varejo; Ex. Dell; 29 Pode apresentar o problema de concorrência entre os canais, sendo prejudicado aquele que vender mais caro, porém, oferecendo melhores serviços; Ex. Ir à loja fisicamente existente e ver, testar e obter todas as informações sobre o produto e voltar e comprar na Internet; Internet, Call center, lojas físicas Propriedades dos canais de distribuição - EXTENSÃO E AMPLITUDE EXTENSÃO Está ligada ao número de intermediários na cadeia de suprimentos, entre a manufatura e o consumidor final. Cada patamar de intermediação na cadeia fornece um nível do canal; Desta forma, canal de nível zero é aquele em que o fabricante vende o produto direto para o consumidor final; Os grandes varejistas, que compram seus produtos direto dos fabricantes e os vendem em suas lojas, formam um canal de nível um (um intermediário); Quando o varejista adquire o produto do atacadista, que o adquiriu do fabricante, tem-se um canal de nível dois. AMPLITUDE: A amplitude do canal é representada pelo número de empresas que nela atuam. Normalmente, é definida pelo tipo de produto comercializado. Três tipos de amplitude são, normalmente, observados na prática: Amplitude múltipla e aberta (DISTRIBUIÇÃO INTENSIVA): O fabricante coloca o produto no mercado através do maior número possível de revendedores, sem restrição de número; Praticada nos produtos de consumo freqüente, consumidos no dia-a-dia e que podem ser trocados por produtos de outra marca; Por este motivo, é fundamental a disponibilidade do produto para consumo; Ex. sabonete, biscoito, etc.; Amplitude múltipla e controlada (DISTRIBUIÇÃO SELETIVA): Quando existe um número definido de empresas (mais do que uma) que podem comercializar o produto; Praticada nos produtos de valor um pouco maior e que não consumidos rotineiramente; Para estes produtos, normalmente, o consumidor faz uma pesquisa de mercado; Ex. Aparelhos eletrodomésticos em geral, tênis, etc.; Amplitude unitária (DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA): 30 Quando existe uma única empresa autorizada a vender o produto aos consumidores em determinada região; Praticada nos produtos de alto valor e adquiridos esporadicamente, que atraem o consumidor pela marca, pelo status, pela qualidade, etc.; Ex. Relógios rolex, algumas marcas de calçados e roupas; Definição dos canais de distribuição: Ao se montar ou reestruturar uma cadeia de suprimento, uma das questões estratégicas é sobre o melhor canal de distribuição ou a melhor combinação de canais para colocar um produto no mercado da forma mais competitiva possível; Para isto, alguns passos devem ser seguidos: Identificar segmentos homogêneos de clientes: Agrupar clientes finais com necessidades e preferências semelhantes nos mesmos canais; Ex. Consumidores finais adquirindo gasolina em postos e distribuidores abastecendo indústrias e empresas transportadoras; Identificar e priorizar as funções (definir as funções associadas a cada canal): Informações sobre o produto aos consumidores finais (tecnologia, aspectos ecológicos, etc.); Customização do produto de acordo com cada região (restrições culturais/religiosas, restrições ambientais, etc.); Tamanho do lote, de acordo com os custos de aquisição, manuseio, estocagem, etc.; Variedade de produtos; Ex. Aparelhos eletrônicos de 110 e 220V; Disponibilidade, de acordo com o nível de exigência do mercado consumidor e do nível de concorrência; (diferentes cores, modelos, tamanhos, etc.); Serviços pós-venda tais como instalação, manutenção, etc.; Benchmarking preliminar Confrontar os aspectos do projeto do canal com os praticados pelos concorrentes, analisando o nível de satisfação dos consumidores; Revisão do projeto De acordo com os objetivos da empresa e os resultados do benchmarking preliminar (concorrentes e consumidores); Custos e benefícios 31 Analisar investimentos previstos e o retorno esperado; Integração com as atividades atuais da empresa Adequar o novo produto ou o novo canal à estrutura atual da empresa; Componentes do sistema de distribuição A distribuição física é realizada com a participação dos seguintes componentes: Instalações físicas (centros de distribuição, armazéns, etc.): São os espaços destinados a abrigar as mercadorias até que sejam transferidas para as lojas ou para o consumidor final; Estoques de produtos ao longo de toda a cadeia; Veículos para fazer o deslocamento espacial dos produtos: Podem ser utilizados veículos maiores para abastecer distribuidores ou para grandes entregas em varejistas ou veículos menores para pequenos varejistas; Informações como cadastro dos clientes, quantidades de produtos a serem entregues, roteiros a serem seguidos, etc.; Softwares de roteirização, de controle de pedidos, de monitoramento de frota, etc.; Estrutura de custos adequada e atualizada; Pessoal devidamente capacitado e treinado, independente do nível hierárquico: Ex. Motorista e ajudantes ao fazerem entregas têm que saber lidar com os clientes; Sistema de distribuição “um para um” Distribuição “um para um” é aquela em que o veículo é carregado no depósito do fabricante ou distribuidor com destino a um único ponto; Também pode ser chamado de transferência de produtos; Sistema de distribuição “um para muitos” ou compartilhada Distribuição “um para muitos” ou compartilhada é aquela em que o veículo é carregado com produtos a serem entregues em diversos pontos, executando um roteiro de entregas prédeterminado; A situação típica é aquela em que o veículo percorre uma distância “d” até a zona de entrega e dentro desta zona realiza “n” visitas aos diversos clientes (uso da roteirizarão). Terminado o serviço, volta ao depósito, percorrendo novamente a distância “d” - ZONA OU BOLSÃO DE ENTREGA; Fatores que levam a criar ou não canais de distribuição Assim, se um fabricante decide realizar a comercialização dos seus produtos (e somente de seus produtos), este terá que cumprir pelo menos três tarefas. 1) ter uma linha de produtos que atenda de forma plena o seu mercado consumidor 2) montar uma estrutura que seja suficiente para realizar a comercialização e pós-venda 32 dos mesmos. 3) seus próprios produtos terão que gerar um volume de venda que seja suficiente para gerir o negócio de comercialização Desenhando e administrando a logística do seu canal de distribuição A missão de desenhar um processo de distribuição é certamente uma das tarefas mais complexas e mais desafiantes para os profissionais de Logística e Marketing. Para elaborar este projeto precisamos ter claramente as características do ambiente em que normalmente estamos inseridos. Análise macro: - o aumento da competitividade constante (ação da concorrência nacional e internacional) - As oscilações constantes da economia - As constantes alterações das necessidades dos clientes Análise micro: - quanto mais eficiente e em maior quantidade os canais, maiores as chances de alcançar nosso cliente de forma mais satisfatória (efetivar a venda) - o abastecimento destes canais significa maiores investimentos na distribuição e transporte de produtos (gerando alta velocidade no giro do produto) em detrimento de termos estoques reduzidos (ou não tê-los), buscando a capitalização da organização e um constante ciclo de redução de custos - a constante necessidade de agregar valor (de lugar, tempo, qualidade, informação) aos produtos como diferencial de mercado (gerar vantagem competitiva) UNIDADE 8 _________________________________________ ENTRADA E PROCESSAMENTO DE PEDIDOS A velocidade com que informações precisas de vendas são comunicadas pelo sistema logístico freqüentemente determina a eficiência das operações do mesmo, sendo o fator chave no nível de serviço finalmente oferecido ao cliente. Natureza da entrada e processamento de pedidos – refere-se àquelas atividades envolvidas na coleta, verificação e transmissão de informações de vendas realizadas. Englobam todo trabalho burocrático associado à venda dos produtos ou serviços da firma. Estas atividades podem ser facilmente identificadas pelo exame de um ciclo típico de informações. A atividade específica de entrada e processamento do pedido do cliente ocorre no armazém. O preenchimento dos formulários de solicitação de vendas pelos vendedores ou pelos clientes e sua transmissão até o armazém constitui a fase de entrada dos pedidos. A preparação do 33 manifesto, a verificação do crédito e a transcrição das informações das ordens de venda em informações computadorizadas representam a fase do processamento do pedido. Naturalmente, a formação do pedido a partir dos estoques do depósito e sua entrega ao cliente completam seu ciclo. As outras atividades descritas estão associadas aos fluxos de informação de pedidos relacionados com o ressuprimento dos estoques do armazém. Um componente do tempo do ciclo de pedido – A entrada e o processamento de pedidos são fatores chaves no tempo total do ciclo de pedido. As atividades de processamento do pedido e fluxo de informação podem facilmente tomar amais de 50% do tempo do ciclo. Impacto de atrasos no tempo do ciclo _ O tempo de processamento do pedido representa um atraso no fluxo de mercadorias do sistema logístico e como acontece com outras atividades rotineiras ultimamente tem-se a rendido à automação. O processamento do pedido pode ser realizado quase instantaneamente com uso de transmissão eletrônica de dados e informatização das tarefas administrativas. Procedimentos operacionais Formação de lotes - formar lotes de pedidos é submeter mais de uma transação ao sistema de cada vez. Este procedimento é geralmente associado há um instante preciso par submissão do lote. Pedido mínimo – muitas companhias estabelecem uma política de tamanho mínimo de pedido para aceitam uma ordem. O motivo básico é tentar atingir algumas economias de escalarem transporte é atendimento. Atividades do sistema de entrada de pedidos. O processamento de pedidos ou mais genericamente, o fluxo de informações de ordens de vendas, é uma das principais atividade logísticas, juntamente com transportes e manutenção de estoques. Entrada de pedidos – A entrada de pedidos é formada pela atividade que estão na interface entre o cliente e a organização fornecedora. Envolve a maneira pela qual a informação de venda é fornecida, o que é transmitido e como é feita a comunicação. O objetivo é obter o máximo de velocidade e precisão ao mínimo custo. A entrada de pedidos era realizada por meio de contato telefônico, por correio ou diretamente com os vendedores, existindo um formulário padrão ou contrato de venda. A moderna mídia eletrônica revolucionou esta comunicação em muitas organizações. Tem ficado cada vez mais comum ligar os pontos de tomada de pedidos com as centrais de processamento de venda por intermédio de informações codificada em fita de papel. 34 Tratamento dos pedidos – Depois de realizada a entrada de dados, temos uma série de atividades que devem ser feitas antes do pedido ser montado e despachado. Os pedidos podem ser recebidos numa forma incompatível com o procedimentos de produção, armazenagem ou transporte. Pode ser necessário datilografá-los, caso o original tenha sido preenchido a mão. Além de verificar peço lançado, examinar a disponibilidade do item, consolidar os valores das vendas e estimar as datas de entrega muitas vezes são parte desta atividade. Estas tarefas rotineiras podem ser automatizadas se o volume de pedidos tratados for suficiente para justificar o custo do equipamento necessário. • Relatórios de andamento dos pedidos – algumas empresas acham bom negocio manter seus cliente informados sobre o andamento de seus pedidos. • Faturamento - às vezes, o pessoal que trata do processamento de pedidos também é responsável pelo faturamento das ordens, por pura conveniência administrativa. Insto, em geral, não afeta a duração do tempo de ciclo. UNIDADE 9 ______________________________________ NÍVEL DE SERVIÇO. Deve-se entender nível de serviço como sendo a qualidade com que um fluxo de bens e serviço é administrado para o atendimento de necessidades. É o desempenho e o resultado líquido do esforço de uma organização para oferecer um bom atendimento com relação a movimentação de bens e serviços. Entre as atividades logísticas de uma empresa que produza bens ou um órgão prestador de serviços, o nível de serviço tem valor fundamental para assegurar a fidelidade de seus clientes ou usuários (Ballou,1993). Elementos do Nível de Serviço: O nível de serviço, quando do oferecimento de um fluxo de bens ou serviços, apresenta elementos que fazem parte integrante deste processo de transação. Estes elementos são classificados de acordo com sua relação com a transação: elementos de pré-transação, elementos de transação e elementos de pós-transação. Elementos de pré-transação: São os elementos que proporcionam as condições adequadas de ambiente para o estabelecimento de um bom nível de serviço. Dar garantias de um suporte ou assistência quando do surgimento de circunstância emergenciais ou imprevisíveis. O caso de, uma administração portuária garantir o oferecimento de uma alternativa para um equipamento de embarque quando este, inesperadamente, ficar inoperante - caracteriza, de maneira bastante clara, este elemento do nível de serviço. 35 Elementos de transação: São os diretamente envolvidos no processo. São os elementos integrantes do fluxo de serviços que objetivam a qualidade destes. Facilidade e agilidade no desembarque dos produtos através de equipamentos eficientes e adequados nos terminais portuários, estacionamento para caminhões próximo aos locais de desembarque (ou embarque) são exemplos deste elementos. Elementos de pós-transação: Representam os serviços a serem oferecidos (prometidos) com objetivo de garantir a satisfação ou preservar os bens dos usuários. Manter armazéns bem conservados pelas administrações para preservar as cargas estocadas em seu interior garantindo sua qualidade, manter postos de distribuição de cargas próximos aos setores de desembarque para oferecer frete de retorno são alguns exemplos. A junção destes três elementos faz com que o nível de serviço influencie de maneira direta no poder de decisão, assegurando a fidelidade dos usuários ou clientes. A escolha do usuário ou cliente é influenciada pelos vários níveis de serviço logístico oferecidos ao longo da cadeia de um processo qualquer (exemplo: processo de exportação de contêineres). • Medição do Nível de Serviço A medição qualitativa e quantitativa do nível de serviço de qualquer atividade é uma tarefa bastante complexa sendo necessário, para isto, lançar mão de ferramentas adequadas. O presente trabalho buscou estas ferramentas e, pelos resultados obtidos, entende-se que os objetivos tenham sido atingidos, configurando-se assim uma contribuição do mesmo. O impacto do nível de serviço na satisfação do usuário pode ser compensado pelos custos logísticos de proporcionar e manter este serviço. É necessário, para estas avaliações, quantificar a satisfação (preferência) do usuário e isto apresenta complexidade. Devido ao grande número de fatores (atributos) que compõem o serviço logístico de um determinado processo, torna-se pouco transparente sua estimativa através de um único valor. Para uma melhor percepção do nível de serviço de uma cadeia de fatores (atributos) integrantes de um processo, deve-se proceder a análise destes fatores separadamente. Este procedimento deverá indicar, dentro desta cadeia, qual o fator ou atributo que mais influencia a satisfação do usuário podendo, o mesmo, concentrar as maiores atenções para o seu aperfeiçoamento. O PRODUTO Características do produto Toda logística gira em torno do produto. Suas características moldam a estratégia logística necessária para deixar o produto disponível para o cliente. 36 CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO: As identificações e classificações dos produtos auxiliam na distribuição; Separação entre CLIENTE INDUSTRIAL e CONSUMIDOR FINAL; Identificação do Mercado alvo. CONSUMIDOR FINAL: BENS DE CONSUMO Bens de conveniência (saponáceos, produtos alimentícios). Bens de comparação (eletrodomésticos, mobiliário) Bens de uso especial. CONSUMIDOR INDUSTRIAL: BENS INDUSTRIAIS Partes do produto acabado: Matérias-primas ou peças componentes. São usados no processo de manufatura (equipamentos) Não são usados diretamente no processo de manufatura (Material administrativo). CICLO DE VIDA DO PRODUTO: Cada estágio pode requerer estratégias diferentes para distribuição: INTRODUÇÃO: Distribuição cautelosa; Estoques restritos; Poucas localizações; Disponibilidade limitada. CRESCIMENTO: Planejamento difícil; Não há histórico de vendas; Dificuldade em calcular nível de estoque e quantidade de depósitos; Aumento da disponibilidade do produto. 37 M ATURIDADE: Crescimento das vendas vagoroso ou estabilizado; Volume de vendas não se altera rapidamente; Utilização de muitos depósitos; Controle da disponibilidade dos produtos. DECLÍNIO: Reduz volume de vendas; Pode ser por mudanças tecnológicas, competição ou perda de interesse do consumidor; Redução dos armazéns. O conhecimento do conceito de ciclo de vida permite antecipar as necessidades de distribuição e planejar com larga antecedência. A CURVA ABC: Expressa o fato de que a grande maioria das vendas de uma empresa é derivada de apenas relativamente poucos de seus produtos. 80% das Vendas provêm de 20% dos itens da linha de produtos É particularmente útil para o planejamento da distribuição quando os produtos são agrupados Princípio da Curva de Pareto (80-20) ou classificados conforme seu nível de vendas: A (distribuição extensiva – altos níveis de disponibilidade), B ( estratégia intermediária de distribuição) C ( níveis de estoques menores, distribuição de um único depósito). Características do Produto: Características mais importantes do produto que influenciam a estratégia de distribuição são os atributos do próprio produto: Peso Volume 38 Valor Perecibilidade Inflamabilidade Substitutibilidade Suas várias combinações indicam as necessidades para armazenagem, estoques, transporte, manuseio e processamento do pedido. Dentre as características mais importantes do produto que influenciam a estratégia de distribuição estão os atributos do próprio produto. Nas suas várias combinações os atributos indicam as necessidades para armazenagem, estoques, transporte, manuseio e processamento do pedido. Essas combinações são mais bem discutidas se divididas em quatro categorias: RELAÇÃO PESO-VOLUME – (DENSIDADE) Relacionamento direto com os custos de transportes e armazenagem. Produtos densos, ou seja, com relação peso volume elevado (aço laminado, material impresso, comida enlatada) apresentam boa utilização dos equipamentos de transporte e das facilidades de armazenagem e baixos custos nestas áreas. Produtos pouco densos: isopor, batata fritas e lâmpadas, a capacidade volumétrica do equipamento de transporte é preenchida antes de seu limite de carregamento em peso ser atingido. Algumas empresas preocupadas nesse enfoque entrega seus produtos desmontados (bicicletas, móveis). RELAÇÃO VALOR-PESO: Valor específico: é o valor com relação ao peso. Produtos de baixo valor específico (carvão, minério de ferro, bauxita, areia) têm custos de estoques baixos, mas custos de transporte elevados, se medidos como porcentagem de seus preços de venda. Produtos com alto valor específico (equipamentos eletrônicos, jóias, instrumentos musicais) têm custos de estoques altos, mas custos de transporte baixos. Algumas empresas tentam ajustar essa relação desfavorável pela revisão dos requisitos de embalamento para alterar o peso. SUBSTITUTIBILIDADE: Quando o consumidor nota pouca ou nenhuma diferença entre o produto e os de seus concorrentes: produto é altamente substituível (produtos alimentícios e farmacêuticos, saponáceos). Consumidor substitui o produto caso não tenha disponibilidade imediata. 39 Planejar a distribuição de produtos com variados graus de substitutibilidade. CARACTERÍSTICAS DE RISCO: Refere-se aos atributos de VALOR, PERECIBILIDADE, FLAMABILIDADE, TENDÊNCIA À EXPLOSÃO e FACILIDADE DE ROUBO. Quando o produto mostra alto risco em uma ou mais dessas características, ele impõem uma série de restrições ao sistema de distribuição. Tanto os custos de transporte como de estoque são maiores (exemplo: os seguros são específicos e normalmente mais altos). Produtos com alto risco de roubo, como cigarros, devem ter cuidado especial no manuseio e transporte. No depósito devem ter áreas especiais, cercadas e trancadas. Produtos altamente perecíveis, como as frutas frescas, necessitam de manuseio especial com veículos refrigerados. Produtos especiais, como pneus de automóveis, têm tendência a contaminar produtos alimentícios e não podem ser estocados na mesma área do depósito. EMBALAGEM DO PRODUTO. Embalagem tem como principal objetivo proteger o produto embalado da melhor maneira possível, de acordo com a modalidade de transporte utilizada na distribuição, com o menor custo possível; Além das condições de transporte, uma boa embalagem deve levar em conta o material usado para a sua produção e o tipo de produto que será embalado; • Classificação das embalagens de acordo com a sua função: • Embalagem de contenção – embalagem em contato direto com o produto, cujo material deve ser compatível com o material do produto; • Embalagem de apresentação – envolve a embalagem de contenção. É a comunicação com o usuário no ponto de venda; • Embalagem de comercialização – contém uma quantidade múltipla da embalagem de apresentação e constitui a unidade para emissão de pedidos; • Embalagem de movimentação – usada para o movimento racional do produto por equipamentos; Equipamentos de movimentação • Sistemas de transporte contínuo -São usados quando é necessária a movimentação constante de materiais, em grande quantidade, entre dois pontos pré-determinados, como, por exemplo, em mineração e terminais de carga e descarga; 40 As correias transportadoras e os roletes são os meios mais comuns de transporte contínuo • Sistemas de transporte para áreas restritas - Para transporte de materiais em áreas determinadas; Os meios mais comuns são a ponte rolante (usada para cargas pesadas) e o pórtico (usado em áreas descobertas); • Sistemas de transporte entre pontos sem limites fixos Para transporte de materiais que não possuem áreas pré-determinadas de transporte; Os meios mais comuns são os carrinhos manuais e a empilhadeira (carro motorizado de elevação por garfos que opera em média distância); SISTEMAS DE CODIFICAÇ CODIFICAÇÃO E CÓ CÓDIGO DE BARRAS EAN.UCCEAN.UCC-13 (2.3) CÓDIGOS DE BARRAS NUMERAÇÃO HUMANO-LEGÍVEL EAN.UCC-13 Padrão EAN.UCC-13 789 8888 0000 11 789 O País onde a empresa é filiada à EAN (789 – Brasil) 8888 Número código atribuído pela EAN à empresa 0000 Número seqüencial utilizado pela empresa para identificar seus produtos 11 Dígitos verificadores ARMAZENAGEM DE PRODUTOS. Armazenagem e manuseio de mercadorias são componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas. Os seus custos podem absorver de 12 a 40% das despesas logísticas da firma. Quatro razões básicas para espaço físico: Existem quatro razões básicas para uma organização utilizar espaço físico de armazenagem. Elas são: (1) reduzir custos de transporte e produção (2) coordenar suprimento e demanda (3) auxiliar o processo de produção e (4) auxiliar o processo de Marketing. Manuseio e Acondicionamento do produto. 41 Mercadorias geralmente não são produzidas no local onde são consumidas. Para vencer a distância entre produtores e consumidores, os produtos devem ser transportados e estocados em depósitos. Para manter a sua eficiência, este processo de movimentação e armazenagem depende de manusear o produto diversas vezes ao longo do fluxo físico. O manuseio também incrementa o risco de dão ou perda do produto. Manuseio de materiais Equipamento de movimentação - Existem grande variedade de equipamento mecânicos para o manuseio de amplo leque de tamanhos, formas volumes e peso de produtos. Os tipos mais comuns são (1) empilhadeiras e tratores (2) transportadores e esteiras e (3) guinchos. Tipos de pallets – rodoviário, quatro pontas, entrada simples, estrado simples, descartável duas entradas, caixa aberta paletizada. UNIDADE 10 ________________________________________ ARMAZENAGEM ESTRATÉGICA: ANALISANDO NOVOS CONCEITOS. Os consumidores quando vão às prateleiras das lojas esperam encontrar os produtos que necessitam, não importando se os produtores estão a 10 ou 2.500 Km de distância. Este é o trabalho da logística: prover disponibilidade de produtos, onde e quando estes forem necessários. Freqüentemente, isto significa coordenar o fluxo de produtos de vários fornecedores dispersos pelo país e, cada vez mais, dispersos pelo mundo, para que estes cheguem até os clientes finais, nas mais distantes regiões. Uma questão básica do gerenciamento logístico é como estruturar sistemas de distribuição capazes de atender de forma econômica os mercados geograficamente distantes das fontes de produção, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento. Neste contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenagem e como elas podem contribuir para atender de forma eficiente as metas estabelecidas de nível de serviço. A funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa. Podemos classificá-las em dois grandes grupos: • Estruturas escalonadas - uma rede de distribuição escalonada típica possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado. • Estruturas Diretas – são sistemas de distribuição onde os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes. 42 Como veremos adiante, os sistemas de distribuição diretos podem também utilizar instalações intermediárias, não para manter estoque, mas para permitir um rápido fluxo de produtos aliado a baixos custos de transporte. Estas são as instalações do tipo Transit Point, Cross-Docking, e Merge in Transit. Sua aplicação é relativamente recente, e contrasta com a visão tradicional da função das instalações de armazenagem. Centros de distribuição avançados Os centros de distribuição avançados são típicos de sistemas de distribuição escalonados, onde o estoque é posicionado em vários elos de uma cadeia de suprimentos. Seu objetivo é permitir rápido atendimento às necessidades dos clientes de uma determinada área geográfica distante dos centros produtores. Para prover utilidade no tempo, avançam-se os estoques para um ponto próximo aos clientes e os pedidos são então atendidos por este centro avançado, a partir do seu próprio estoque. Além de buscar um rápido atendimento, os centros de distribuição avançados possibilitam a obtenção de economias de transporte pois estes operam como centros consolidadores de carga. Ao invés de atender um grupo de clientes diretamente dos armazéns centrais, o que poderia implicar na movimentação de cargas fracionadas por grandes distâncias, a utilização dos centros de distribuição avançados permite o recebimento de grandes carregamentos consolidados e, portanto, com custos de transporte mais baixos. O transporte até o cliente pode ser feito em cargas fracionadas, mas este é realizado em movimentos de pequena distância. Figura 1 – Centro de Distribuição Avançado Quando utilizados por múltiplos fornecedores, os centros de distribuição avançados apresentam vantagens adicionais. Além de obter consolidação no transporte de transferência, pode-se também realizar a entrega final de forma consolidada, quando os pedidos dos clientes aos diversos fornecedores são combinados. Para os clientes as vantagens também são grandes, pois estes recebem em um único carregamento os pedidos que de outra forma seriam feitos por vários veículos. Este é o caso 43 típico de centros de distribuição controlados por cadeias varejistas ou operadores logísticos que atendem várias indústrias. Transit point As instalações do tipo Transit Point são bastante similares aos centros de distribuição avançados, mas não mantêm estoques. O Transit Point é localizado de forma a atender uma determinada área de mercado distante dos armazéns centrais e opera como uma instalação de passagem, recebendo carregamentos consolidados e separando-os para entregas locais a clientes individuais. Uma característica básica dos sistemas tipo Transit Point é que os produtos recebidos já têm os destinos definidos, ou seja já, estão pré-alocados aos clientes e podem ser imediatamente expedidos para entrega local. Não há espera pela colocação dos pedidos. Esta é uma diferença fundamental em relação às instalações de armazenagem tradicionais, onde os pedidos são atendidos a partir do seu estoque. As instalações do tipo Transit Point são estruturalmente simples, necessitando de baixo investimento na sua instalação. Seu gerenciamento é facilitado pois não são executadas atividades de estocagem e picking, que exigem grande nível de controle gerencial. Seu custo de manutenção, portanto, é relativamente baixo. Os Transit Points guardam as mesmas relações de custo de transporte que os centros de distribuição avançados, pois permite que as movimentações em grandes distâncias sejam feitas com cargas consolidadas, resultando em baixos custos de transporte. A operação do Transit Point, no entanto, é dependente da existência de volume suficiente para viabilizar o transporte de cargas consolidadas com uma freqüência regular. Quando não há escala para realizar entregas diárias, por exemplo, podem ser necessários procedimentos como a entrega programada, onde os pedidos de uma área geográfica são atendidos em determinados dias da semana. Cross-docking As instalações do tipo cross-docking operam sob o mesmo formato que os Transit Points, mas se caracterizam por envolver múltiplos fornecedores atendendo clientes comuns. Cadeias de varejo são candidatos naturais à utilização deste sistema e, de fato, existem inúmeros exemplos da utilização intensiva do cross-docking neste setor. 44 Figura 2 – Sistema de Cross-Docking A figura 2 ilustra a operação de cross-docking. Carretas completas chegam de múltiplos fornecedores e então se inicia um processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de recebimento para a área de expedição. Em sistemas de cross-docking automatizados são utilizados leitores de códigos de barras que identificam a origem e o destino de cada pallet. Desta forma, os pallets são automaticamente direcionados para as respectivas docas através de correias transportadoras e carregados nos veículos que farão a entrega local. Estes partem com uma carga completa, formada por produtos de vários fornecedores. Enquanto procedimento operacional, o cross-docking tem sido utilizado informalmente já há bastante tempo por várias empresas em seus armazéns tradicionais. A operação de crossdocking ocorre, por exemplo, quando a gerência de expedição procura atender uma solicitação de emergência ou procura preencher pedidos pendentes através de produtos que estão sendo recebidos, antes que estes sejam direcionados para a área de estocagem. A gerência então desvia estes produtos para as docas de expedição de forma que estes sejam embarcados o mais rápido possível. Este procedimento, apesar de oferecer vantagens por minimizar as movimentações internas aos armazéns, tira proveito apenas de parte dos benefícios resultantes do conceito de cross-docking. Embora seja operacionalmente simples, para que haja sucesso na operação de cross-docking é preciso um alto nível de coordenação entre os participantes (fornecedores, transportadores) viabilizada pela utilização intensiva de sistemas de informação, como transmissão eletrônica de dados e identificação de produtos por código barra. Além disto, é de fundamental importância a existência de softwares de gerenciamento de armazenagem (WMS) para coordenar o intenso e rápido fluxo de produtos entre as docas. A capacidade de planejamento antecipado e o seu cumprimento rigoroso permitem que a passagem do estoque pela instalação seja a mais breve possível. Quando há pouca coordenação, com falta de sincronismo entre os recebimentos das cargas, será necessário 45 maior espaço para manter o estoque e os veículos poderão ter que aguardar maior tempo para ter sua carga completada. As instalações de cross-docking que operam com alto nível de eficiência possuem apenas uma plataforma com as docas de recebimento de um lado e as docas de expedição no outro. Os produtos apenas atravessam a plataforma para serem embarcados. Não há, portanto, necessidade de grandes áreas para o estoque em trânsito e a utilização das docas e dos veículos é muito maior. Isto não quer dizer que esta seja a única forma de operação de cross-docking. É também possível trabalhar com o cross-docking "futuro", onde os produtos ao serem recebidos não são imediatamente movimentados para os veículos de entrega local, mas permanecem em uma área de espera para posterior carregamento. Quanto mais "futuro" for o cross-docking, maior será a necessidade de espaço para espera. Merge in transit O Merge in Transit é uma extensão do conceito de cross-docking combinado aos sistemas "Just in Time" (JIT). Ele tem sido aplicado à distribuição de produtos de alto valor agregado, formado por multi-componentes que tem suas partes produzidas em diferentes plantas especializadas. Um exemplo claro são as estações de trabalho, formados por CPUs, monitores e teclados. Tradicionalmente os componentes são consolidados em armazéns centrais e expedidos ao clientes a partir de seus estoques. Este esquema, além de levar a movimentações redundantes, apresenta um alto custo de estoque e um grande risco de obsolescência dado a grande perecibilidade dos produtos de alta tecnologia. A operação Merge in Transit procura coordenar o fluxo dos componentes, gerenciando os respectivos lead times de produção e transporte, para que estes sejam consolidados em instalações próximas aos mercados consumidores no momento de sua necessidade, sem implicar em estoques intermediários. As necessidades de coordenação são muito mais rigorosas que nos sistemas cross-docking tradicionais, e por isso utilizam o estado da arte em termos de sistemas de informação para rastreamento e controle dos fluxos. UNIDADE 11 ________________________________________ MODAIS DE TRANSPORTES Logística pressupõe movimento de bens e serviços dos pontos de origem aos pontos de uso ou consumo; atividade de transporte executa este movimento gerando os fluxos físicos dos 46 mesmos ao longo dos canais de distribuição que também são relacionados com a movimentação das unidades de transporte. A atividade de transporte executa os movimentos de produtos ao longo dos canais de distribuição mediante o uso de várias modalidades de transporte que fazem os "links" entre unidades de produção ou armazenagem e os pontos de compra ou consumo. As atividades de transporte são mensuradas mediante dois parâmetros: 1) - distâncias percorridas entre os pontos de produção e de consumo; 2) - tempo em que os fluxos ocorrem. Denomina-se este parâmetro como tempo em trânsito o qual é também uma variável muito importante em logística, pois influi nos volumes de estoque, nos custos de manutenção de estoques, nos períodos de cobrança e também no nível de serviços que uma empresa pode oferecer. Os fluxos físicos nos canais de distribuição ao geram portanto as utilidade de tempo e de lugar e podem ser efetuados por modalidades de transporte de vários tipos, dependendo das decisões estratégicas que são tomadas em função dos seguintes fatores e características das transações: 1. Tipo de produto - valor, peso, volume, perecibilidade, etc. 2. Tipo de mercado - tamanho, local, vias de acesso, sazonalidade, etc. 3. Método de compra - prazos, faturamento, frete adotado, etc. 4. Localização - da unidade produtiva, redes de armazenagem, local dos pontos de transação ou compra dos bens. 5. Variedade dos modos de transporte disponível. A escolha das modalidades de transporte a serem escolhidas para efetuar operações logísticas eficientes está ligada às formas de desempenho de cada tipo de transporte no que se relaciona com preço, capacidade, flexibilidade, tempo em transito, terminais, atributos intermodais, etc. Tipos de modais de transportes Transporte Rodoviário O transporte rodoviário é um dos mais simples dos tipos de transporte. Sua única exigência é existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um elevado consumo de combustível. Existem vários estudos que comprovam matematicamente que, em distância superiores à 500 km o transporte rodoviário torna-se antieconômico em virtude ao elevado custo de combustível. Este tipo de transporte é muito indicado para distribuição urbana, além das inevitáveis conexões com os demais modais. 47 No Brasil a maioria das distribuições físicas são feitas durante o dia, acarretando grandes congestionamentos, ao contrário das grandes metrópoles dos países mais desenvolvidos que são feitas durante a noite melhorando o desempenho das frotas de caminhões , reduzindo o custo com manutenção e desafogando o fluxo viário.Os veículos utilizados no transporte rodoviário são classificados por sua capacidade de carga, quantidade e distância entre eixos. Vantagens: Maior disponibilidade de vias de acesso Possibilita o serviço porta-a-porta Embarques e partidas mais rápidas Favorece os embarques de pequenos lotes Facilidade de substituir o veículo em caso de quebra ou acidente Maior rapidez de entrega Desvantagens : Maior custo operacional Menor capacidade de carga Nas épocas de safras provoca congestionamento nas estradas Desgasta prematuramente a infra-estrutura da malha rodoviária Transporte Ferroviário Sugundo, a Aduaneiras (2000), foi o gênio empreendedor Irineu Evangelista de Souza “Barão de Mauá “ que implantou em 1854 a primeira ferrovia do Brasil – a estrada de ferro Mauá, com 15 Km de extensão , ligando a Praia da estrela a Petrópolis. A partir desta , outras começaram a ser construídas no país. Por volta de 1870 e 1930 , as ferrovias brasileiras desempenharam um papel decisivo no escoamento de produtos agrícolas – sobretudo o café.Mas com o advento das rodovias, o início da produção de veículos rodoviários, se expande o sistema rodoviário. E pelo fato de coexistirem bitolas de 1,00m 1,435m 1,60m impossibilitou o estabelecimento de fluxos integrados para o escoamento de cargas via ferroviária , a partir de então a malha ferroviária brasileira teve diversos de seus trechos desmobilizados para dar origem ao leito rodovias.O transporte ferroviário apesar de ter um custo fixo de implantação e manutenção levado apresenta grande eficiência energética, oferecendo vantagens quando há grande quantidade de carga a ser transportada a longa distância . Outro ponto preponderante a ser considerado é que na maioria das vezes o tempo de viagem é irregular em decorrência das demora para a formação da composição, paradas no percurso, transferências de bitolas ect. A Rede Ferroviária Federal, S/A – RFFSA, totaliza uma malha de 22.000 km, que foram transferidos para o capital privado, compondo o seguinte cenário: 48 Vantagens Capacidade para transportar grandes lotes de mercadorias; Fretes baixos crescendo de acordo com o volume transportado; Baixo consumo; Provê estoques em trânsito. Desvantagens Tempo de viagem demorado e irregular; Custo elevado quando há necessidade de transbordos; Depende da disponibilidade de material rodante; Baixa flexibilidade de rotas; Vulnerável a furtos. Transporte Fluvial A Aduaneiras (2000) refere-se ao transporte fluvial como os realizado através dos rios, que poderá ser tanto nacional ou internacional. A característica deste transporte é disposta pela natureza que muitas vezes possuem quedas de nível bruscas e encachoeiradas, ou ainda, em razão de períodos cíclicos de cheias e estiagem, assim este tipo de transporte não oferece condições navegáveis durante todo o ano. Vantagens: Elevada capacidade de transporte, através de rebocadores; Fretes mais baratos que nos modais rodoviários e ferroviários; Custos variáveis bem baixos; Disponibilidade ilimitada. Desvantagens: Baixa velocidade; Capacidade de transporte variável em função do nível das águas; Rotas fixas. Transporte Marítimo De acordo com a Aduaneira, (2000) este tipo de transporte ocorre através dos oceanos. Normalmente os navios possuem dois tamanhos: médio e grande porte. Existem também duas formas de se utilizar o transporte marítimo: o nacional que denomina-se cabotagem, sendo este tipo de transporte definido pelo transporte marítimo ao longo da costa brasileira e o internacional definido de longo curso , entre diferentes países. 49 Vantagens: Excelente eficiência energética; Elevada economia de escala para grandes lotes a longa distância. Desvantagens: Serviço lento e com grande número de manuseios propiciando a ocorrência de avarias; Necessidade da existência de portos. Transporte Aéreo A aduaneiras (2000) refere-se a este tipo de transporte realizado através de aviões que teve seu início no país em 1927, com a fundação da Viação Aérea Riograndense – VARIG. É sem dúvida o mais rápido, mas seu custo tende a ser elevado, pois se utiliza de equipamentos muito caros e instalações sofisticadas. O modal aéreo apresenta uma tipicidade própria das cargas que a ele devem ser direcionadas, destinando mais as cargas que precisem de uma velocidade de entrega e maior segurança. O modal aéreo é uma opção crescente para uma clientela cada vez mais exigente, que necessita de entregas rápidas. No atual contexto de economia globalizada , o incremento do modal aéreo já vem acarretando congestionamentos de cargas nos grandes aeroportos do mundo, cuja tendência de aumento sinaliza a construção de novos terminais , exclusivamente destinados a cargas. Vantagens: Velocidade, eficiência e confiabilidade; Competitividade; Estoque menor; Atinge regiões inacessíveis para outros modais. Desvantagens: Menor capacidade em peso e volume das cargas; Não atende aos granéis ; Custos de capital e frete elevados; Fortes restrições às cargas perigosas. Transporte Dutoviário Para a aduaneiras (2000), este tipo de transporte é realizado por meio de dutos, que poderão transportar líquidos, sólidos ou gases. Se traduzir no transporte de granéis por gravidade ou pressão mecânica, através de dutos adequadamente projetados. Um dos problemas deste tipo de transporte é que ele deveria ser um transporte barato no Brasil como o é em outros lugares 50 do mundo, entretanto a realidade brasileira é diferente sendo ele aqui mais caro do que o ferroviário. Administração de trafego Seleção do transportador: próprio ou terceiros? Talvez o principal problema com que o gerente de transportes deve confrontar-se inicialmente é a seleção do operador que vai transportar as mercadorias da empresa. A escolha se dá-se geralmente entre uso do serviço de terceiros ou frota própria. O serviço de terceiros, especialmente aquele seus custos e seu desempenho. Administração do transporte de terceiros. A administração da função de transporte contratado de terceiros é diferente da movimentação realizada por frota própria. Para serviços contratados, a negociação de fretes, a documentação, a auditoria e consolidação de fretes são assuntos muitos relevantes. Para transporte próprio o despacho, o balanceamento de carga e a roteirização são outros assuntos que devem ser gerenciados. Negociação de fretes. Transporte de terceiros Negociar fretes favoráveis com os transportadores é atividade que costuma consumir boa parte do tempo do gerente de trafego. Existem pelo menos quatro ocasiões típicas onde fretes menores podem ser negociados com as transportadoras. • Competição – Quando existem diferenças significativas entre os fretes de modais ou serviços de transporte diferentes, o gerente de trafego pode usar a ameaça de mudança para outro transportador para obter fretes mais favoráveis. • Produtos semelhantes – Quando existe diferença nos fretes entre dois produtos essencialmente similares que se movem na mesma rota, podendo inclusive ser o caso do mesmo transportador, o gerente de transporte pode argumentar que seu produto merece ter o mesmo frete. Os produtos dever ser semelhantes em termos de peso, volume, fragilidade e risco. A comparação com produtos similares também pode ser útil quando não existe o frete específico do produto. • Maior volume de carga – O gerente de trafego pode argumentar que fretes menores podem resultar em maior volume de carga para o transportador, pois a empresa usuária fica mais competitiva. Redução no frete pode ser conseguida se o lucro total transportador for maior do que o conseguido com o frete original. • Grandes volumes – Um dos melhores argumentos para a redução de fretes é oferecer para o transportador volume substancial de carga em troca de menores preços. Escolha do modal x geografia do país 51 A preferência por um modal particular é, muitas vezes, dominada pela geografia do país que o utiliza; Desta forma, países em ilhas como Japão e Austrália, usam extensivamente os modais aeroviário e aquaviário. Já os EUA e os países da União Européia, continentais, usam extensivamente os modais rodoviário, ferroviário e dutoviário; Transporte internacional O sucesso no desenvolvimento de sistemas de transportes rápidos, confiáveis e eficientes contribuiu para a forte expansão do comércio internacional ocorrida nas últimas décadas; O transporte barato trouxe, entre outras, as seguintes possibilidades para as empresas: Acesso à mão-de-obra e a matérias-primas baratas e qualificadas; Possibilidade de colocar de maneira competitiva seus produtos em mercados distantes de suas fronteiras domésticas; Transporte próprio. Uma empresa adquire meios de transporte pela compra ou pelo aluguel ( leasing) de equipamentos. Nem todos os modais se prestam pra o controle próprio. Uma das principais razões para possuir ou alugar uma frota de veículos é obter menores custos e melhor desempenho na entrega do que seria possível através do uso de transportadoras convencionais. O gerente de trafego geralmente concentra-se nas decisões de utilização da frota melhor utilização traduz-se em menos caminhões e em menores custos operacionais. Roteirização e programação de veículos – Quando uma firma possui frota própria, ela freqüentemente encontra o problema de despachar um veiculo a partir de uma base central. Tal problema ocorre comumente em rotas aéreas de carga regionais, operações de entrega de mercadorias, roteiros de ônibus escolar de abastecimento de supermercados a partir de um depósito central. MULTIMODALIDADE. Operadores Logísticos: Papéis e Atuação A terceirização tem sido bastante utilizada nos últimos tempos pelas empresas para que possam se dedicar ao seu negócio principal, abandonando a estratégia de verticalização; Isto também tem ocorrido com os serviços logísticos. Por este motivo, a importância de se estudar os operadores logísticos, que nada mais são que prestadores de serviços logísticos (controle de estoques, armazenagem, transportes, etc.) de maneira integrada; Apesar de ser uma tendência geral, há situações em que a terceirização logística pode não ser indicada: 52 Operações que demandam manipulação de informações consideradas estratégicas ou confidenciais; Operações que precisam de competências muito específicas, não ofertadas pelos prestadores de serviços logísticos; Terceirização de serviços logísticos A partir da década de 80, alguns fatores foram marcantes para a terceirização dos serviços logísticos: • Alto desenvolvimento dos sistemas de informação, facilitando a comunicação entre empresas; • Maior preocupação com o nível de serviço ao consumidor; • Busca intensa pela redução de custos; • Busca da maior eficiência da cadeia de distribuição; • Globalização da economia abrindo mercados consumidores e fornecedores; Todos estes fatores levaram as organizações a terceirizar os serviços logísticos, buscando um maior foco no seu negócio principal, pois, com isto, pode-se reduzir custos e melhorar o nível de serviço aos clientes; Além disso, com a forte evolução dos sistemas de informação, a terceirização dos serviços logísticos se tornou uma boa saída para as organizações, uma vez que a organização tem acesso facilitado à tecnologia de ponta usada nestes serviços; Conceituação de operador logístico Algumas definições de operador logístico são mostradas a seguir: “É o fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar todas as atividades logísticas ou parte delas, nas várias fases da cadeia de suprimentos de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, conduzindo as atividades de maneira integrada e coordenada (este último item é a diferença entre um prestador de serviços e um operador logístico).” De forma geral, as atividades logísticas podem ser: • Transporte; • Armazenagem; • Manipulação – embalagem e identificação; • Operações comerciais – recebimento e pagamento de pedidos; • Serviços de cunho informacional – rastreamento de veículos; • Consultoria em administração logística; Classificação dos prestadores de serviços logísticos De acordo com o tipo de serviço oferecido, o prestador de serviço logístico pode ser: 53 Baseado em ativos (físicos) – são as empresas que possuem ou alugam a terceiros ativos tangíveis. Ex. Transportadoras e armazéns; Baseado em administração e no tratamento da informação – são as empresas que operam na administração de atividades, fornecendo a seus clientes recursos humanos e sistemas para administrar suas funções logísticas. Ex. Consultores em logística, fornecedores de sistemas de gerenciamento de estoques, etc.; Híbrido – corresponde às empresas que oferecem serviços logísticos físicos e administrativos ao mesmo tempo; Seleção de um prestador de serviços logísticos O primeiro passo é a identificação na empresa dos vários tipos de funções logísticas que podem ser terceirizadas, para avaliá-las e escolher aquelas que realmente devem ser terceirizadas; É com base na identificação das atividades a serem contratadas que o perfil do prestador de serviços começa a ser traçado; Definidos os serviços a contratar, a próxima etapa corresponde à seleção do prestador de serviços; É importante destacar que a contratação de serviços logísticos envolve alto grau de incerteza em relação à qualidade do que é oferecido; Além disso, com a tendência de contratação de serviços logísticos integrados, a contratação do prestador se torna complexa e arriscada; Esta etapa do processo de seleção consiste na identificação das características e competências que devem ser satisfeitas pelos candidatos. Por exemplo: Compatibilidade entre o sistema de informação disponível no prestador e o da empresa contratante; Capacidade do prestador em atender a demanda do contratante, no que se refere a volume e variedade de serviços; Flexibilidade, permitindo soluções mais adequadas às necessidades da empresa contratante; Referências de outros clientes; Reputação, estabilidade, saúde financeira e experiência no setor da empresa a ser contratada; Localização e escopo geográfico; Preço dos serviços oferecidos; A análise destes fatores permite uma comparação entre os potenciais prestadores de serviços logísticos; Após esta análise, devem ser considerados dois ou três prestadores para análise posterior mais detalhada; 54 A definição do prestador é então feita a partir da proposta formal de prestação dos serviços, quando ocorre a decisão sobre qual fornecedor será escolhido; O contrato logístico Confiança mútua e o comportamento cooperativo são fundamentais para o sucesso de uma parceria logística, porém não são suficientes; Desta forma, o contrato logístico consiste na principal ferramenta para uma boa gestão da parceria logística; Nele devem ser definidos aspectos como: Como o processo de implementação da parceria será conduzido; Que ferramentas de controle serão utilizadas; Que medidas de desempenho serão utilizadas para avaliação dos resultados; Estudos recentes mostram uma maior tendência de inclusão de cláusulas com penalidades para os prestadores que não atingirem os objetivos propostos; Em contrapartida, nas parceiras bem sucedidas há uma tendência de delegação de uma maior flexibilidade aos prestadores de serviços; É importante destacar que a contratação de um prestador de serviços não representa simplesmente a transferência de responsabilidades a terceiros. Ao contrário, é um trabalho complexo que depende de intensa troca de informações e monitoramento contínuo dos resultados à medida que os serviços vão sendo executados; Além disso, há alguns aspectos que são considerados de suma importância para o sucesso de uma parceira logística: Troca constante de informações; Contínua adaptação dos mecanismos de controle e de avaliação utilizados como forma de reduzir os riscos de falhas e de conflitos entre as partes; Desafios aos operadores logísticos Operadores logísticos x comércio eletrônico O comércio eletrônico permite às empresas aumentar sua participação no mercado, mas também exige que os sistemas logísticos sejam configurados para atender novas características de demanda. Distribuição física nos centros urbanos Além do aumento das novas formas de comércio, outros dois fenômenos agravam os problemas de distribuição nas grandes cidades: Aumento da população e da concentração urbana; Aumento do número de veículos em trânsito; 55 Intermodalidade e Multimodalidade • Intermodalidade e multimodalidade são conceitos relacionados ao transporte feito por mais de um modal para levar uma carga até seu destino; • Quando o transporte ocorre utilizando diferentes modais, sendo a responsabilidade por cada modal de transportadores diferentes, o transporte é chamado de intermodal; • Quando o transporte ocorre utilizando diferentes modais, sendo todos eles sob a responsabilidade do mesmo transportador, o transporte é chamado de multimodal; • O uso de contêineres deu grande impulso aos transportes intermodal e multimodal, dada a facilidade de transferi-lo de um modal a outro; • Além disso, estes conceitos são especialmente importantes quando há a necessidade de transporte porta a porta pelos modais aquaviário, ferroviário e aeroviário, que na maioria das vezes, necessitam de transbordo para o transporte rodoviário; Decisões de Transporte (Seleção de Serviço e Roteirização) Seleção de serviço O usuário de serviços de transporte possui uma larga faixa de serviços a sua disposição, todos girando em torno dos cinco modais básicos (rodoviário, ferroviário, aquaviário, aeroviário e dutoviário); Entre as diversas opções, o usuário escolhe aquela que lhe fornece o melhor equilíbrio entre a qualidade oferecida e o custo do serviço; Outros aspectos importantes são a velocidade e a confiabilidade; Para auxiliar na escolha do serviço, algumas características podem ser analisadas: Preço Os custos de transporte incluem itens como instalações, equipamentos, combustível, mão-de-obra, manutenção, depreciação de equipamentos, custos administrativos, etc. e variam muito de acordo com o modal escolhido; De modo geral, o modal aeroviário é o mais caro ($/T.km), seguido do rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário, respectivamente; Entretanto, a comparação de preços com o objetivo de seleção do serviço, deve ser feita levando em conta fatos reais de cada situação, como a distância, manuseios necessários, necessidade do usuário, etc.; Na formação dos preços, há duas categorias de custos: Características de carga – localização, volume, quantidade a transportar, valor unitário da mercadoria, condições de manuseio, etc.; Características dos serviços de transporte – disponibilidade e condições de infra-estrutura (estradas, terminais, etc.), tecnologia empregada, velocidade e tempo de viagem, etc.; Tempo de trânsito e variabilidade 56 Muitas empresas valorizam este item mais que o preço no momento de selecionar um serviço de transporte, uma vez que quanto maior o tempo de trânsito e/ou a variabilidade, maior deverá ser o estoque mantido pelas empresas; • Tempo em trânsito é o tempo entre o ponto de origem e o ponto de destino, fazendo a consideração porta a porta; • Com isto, em geral, não se pode medir o tempo em trânsito, por exemplo, no modal aeroviário de um aeroporto a outro, nem no modal aquaviário de um porto a outro, uma vez que, muito provavelmente, é necessário o uso de caminhões para complementar este tipo de transporte. Daí a necessidade de considerar o período de tempo porta a porta; • Quanto menor o tempo em trânsito de determinado produto, mais cedo ele estará disponível para o consumidor e, conseqüentemente, mais cedo ele gerará receita para a empresa; • Em termos de rapidez, de modo geral, o modal aeroviário é o mais rápido, seguido do rodoviário, do ferroviário, do dutoviário e do aquaviário, respectivamente; • A variabilidade é a medida da incerteza do transportador e refere-se às diferenças de tempo em trânsito em determinado modal por fatores inesperados, tais como efeitos meteorológicos, tráfego, número de paradas, etc.; Compensações de custos Serviços de transporte mais lentos e menos confiáveis são mais baratos. Entretanto, exigem dos seus usuários maiores níveis de estoque (durante o ressuprimento, de segurança e em trânsito); Portanto, o usuário deve fazer a escolha de acordo com a sua necessidade, buscando o equilíbrio entre os custos citados no item anterior; Perdas e danos A perda mais séria que um sistema de transporte deficiente pode gerar é a insatisfação do cliente; Além disso, é importante considerar eventuais danos aos materiais transportados, que devem ser minimizados por condições adequadas de manuseio nas operações de carga e descarga, embalagens, etc.; De modo geral, o modal dutoviário é o gera menos perdas, seguido do aquaviário, aeroviário, rodoviário e do ferroviário, respectivamente; Roteirização Como os custos de transporte são bastante altos, é de grande interesse para as empresas melhorá-los; 57 • Quanto mais um veículo fica em trânsito com uma mesma carga num determinado percurso, menos embarques serão feitos com este mesmo veículo; • A roteirização tem o objetivo de auxiliar na decisão do sistema de transporte utilizado com o fim de reduzir o custo dos transportes e melhorar o nível de serviço aos clientes, encontrando os melhores trajetos que um veículo deve fazer; • Além dos aspectos custos e nível de serviço, um outro aspecto muito importante são as restrições que devem ser atendidas como, por exemplo, rotas e recursos disponíveis, jornada de trabalho de operadores, restrições de trânsito (velocidade máxima, horário de carga e descarga, tamanho máximo de veículos, etc.); A roteirização é usada em atividades como: Entrega em domicílio de produtos comprados em Internet, ou mesmo em lojas de varejo; Distribuição de produtos dos centros de distribuição para as lojas de varejo; Coleta de lixo urbano; Distribuição de jornais, bebidas, cigarros em pontos de venda; Entrega de correspondências pelos correios; Conceito da Multimodalidade Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal - OTM. O Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas é aquele que evidencia o contrato de transporte multimodal e rege toda a operação de transporte, desde o recebimento da carga até sua entrega no destino, podendo ser negociável ou não, a critério do expedidor. Operador de Transporte Multimodal – OTM: O Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros. As atribuições do OTM - O OTM assume a responsabilidade pela execução desses contratos, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avaria às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo acordado. Além dos transportes Inclui os serviços de coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário. Para exercer a atividade de OTM é necessário registro que deverá inscrever-se na Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Sua abrangência se dá a nível nacional e internacional: para âmbito de atuação no Brasil e exterior (exceto Mercosul); Mercosul: para 58 âmbito de atuação nos paises do Mercosul. O candidato a OTM deve fazer suas opções no ato da solicitação do Registro. UNIDADE 12 ________________________________________ CADEIA DE SUPRIMENTO Produção em Massa – século XX As idéias da Administração científica de TAYLOR e as implementações práticas promovidas pela Ford, marcam o início do século XX e consolidam as Cadeias de Produção em Massa. Objetivo da Ford: Obter menor custo de produção, de modo a praticar preços que pudessem atingir um mercado cada vez maior. A produção em Massa tem seus pilares construídos na era Ford. Para tal, ele e seus colaboradores atuaram em várias frentes, como: Engenharia do Processo (roteiros de produção, padronização de procedimentos, intercambialidade de componentes, desenvolvimento de ferramental). Busca e desenvolvimento de fornecedores (na época havia uma escassez dos mesmos). A Ford com a cultura de Produção em Massa torna-se totalmente VERTICALIZADA. Dentro deste contexto: A Ford buscava por exemplo Ter sua própria plantação de seringais para poder extrair seu próprio látex (ex.: A Fordlândia da Amazônia). A GM desbancou a Ford ao oferecer um produto similar com cores alternativas e outras opções. 1) GM liderada por Alferd Sloan (tão lendário quanto a Ford) percebeu que o mercado ansiava por produtos diversificados, com opções diversas que agregasse valor ao cliente. Assim, Slogan criou 5 divisões: a Chevrolet, a Pontiac, a Oldsmobile, a Buick e a Cadillac, que pela ordem cobriam um mercado com produtos mais simples e baratos até sofisticados e caros. Típicas opções oferecidas pelas divisões ao mercado eram: Cores Número de portas Material dos bancos Carroceria normal ou conversível 59 A GM atuava em setores como autopeças e miscelâneas (de Refrigeradores a Tratores). As 5 divisões montadoras compravam peças de fornecedores do mesmo grupo (como Deico, Rochester, por exemplo) pagando preço de mercado. Sloan também inovou na relação com o cliente, implementando um fluxo de informações regulares com seus distribuidores que incluía: volume de vendas, níveis de estoque que era feito numa base de 10 em 10 dias para facilitar as previsões. Sloan também desenvolveu um sistema de crédito que foi imitado pela concorrência.As preocupações gerenciais de Sloan na época de GM são bastante afinadas com as atuais preocupações da Gestão de Cadeias de Suprimentos, a saber: - Ter foco e conhecer detalhadamente o mercado - Construir relações colaborativas na Cadeia de Suprimentos - Ter foco no “Core Bussines” - Ter relações de negócio com fornecedores baseadas em valores reais, independentemente de parentesco. - Obter sinergia nas relações da Cadeia de Suprimentos. Do início do século até as décadas de 50 e 60 a Produção em Massa envolvendo poucos produtos (em grande QDE), mais pouca flexibilidade operacional, continuou sendo a principal estratégia para redução de custos. As empresas adotavam a estratégia da VERTICALIZAÇÃO, que considera que a empresa é capaz de produzir tudo o que precisa internamente. (obs.: mesmo a GM que era mais flexível no início do século XX, mantinha controle acionário de seus fornecedores). As empresas ditas VERTICAIS tinham como vantagem a independência de terceiros, maior autonomia e domínio sobre a tecnologia própria. Em outras palavras, a verticalização permite um maior controle das atividades críticas da empresa. As dificuldades deste modelo, que persistem ainda hoje com as commodities, são: - Lento desenvolvimento de novos produtos - Alto investimento em recursos patrimoniais (prédios, transporte, máquinas, etc) - Geração de Estoques para compensar gargalos - Função de Compras: era a de nunca deixar faltar estoque em processo. A estratégia de Operação das Empresas verticais consistia basicamente em: Maximizar seu lucro, oferecendo produtos pouco diferenciáveis em larga escala 60 As implicações desta condição de mercado eram que: Custo fixo Elevado (necessidade de Ter fábricas completas em várias regiões geográficas) Pouca flexibilidade de produção e localização Custo elevado com transporte Baixo nível de serviço ao cliente (alto lead-time de entrega, baixa diversificação) Conclusão: No modelo de Gestão Vertical que prevalece até os anos 60, o cliente não era o foco. Pois tudo que a empresa produzia o Mercado absorvia. Dos Anos 70 para hoje: Grandes Transformações Anos 70: MRP é introduzido nas empresas e a gerência passa a ter consciência de que altos níveis de estoque em processo geram custos altíssimos para as empresas (preço final ao cliente. Além disso passou-se a considerar aspectos de qualidade, desenvolvimento de novos produtos e Lead-Time de entrega. As empresas passam a adotar práticas gerenciais como JIT, Kanban, Lean Production visando melhorar a eficiência de produção e tempo de ciclo. Anos 80: Ênfase na Automação da Produção. As empresas passam a operar em ambiente GLOBALIZADO onde o cliente (outras empresas da cadeia) almeja o preço, qualidade, rapidez de entrega e diversificação. Surgem sistemas de alta capacidade de produção e diversificação como FMS, Células de Fabricação e CIM (Computer Integrated Manufacturing) cujo objetivo era automatizar a planta de produção como um todo. Anos 90 para atualmente: Ênfase na Reengenharia dos Processos de Negócio. Neste as empresas passam a enxugar suas atividades promovendo “Terceirização” e assim focalizando nas suas competências essenciais. As empresas informatizam completamente suas atividades funcionais através de sistemas ERP (Enterprise Resourse Planning). A gestão das empresas passa a ser horizontal. Neste caso, as atividades de suprimento e de distribuição passam a ser fundamentais para o sucesso do negócio. Surgem as parcerias estratégicas no relacionamento com clientes/fornecedores. As empresas começam a perceber que não faz mais sentido ser eficiente internamente (dentro de quatro paredes), mas que o sucesso competitivo depende também dos parceiros. A gestão integrada da Cadeia de Suprimentos passa a ser a parte principal da agenda dos Gerentes destas empresas. Implicações da Gestão Horizontalizada Pode-se destacar: a) Terceirização de Produtos e Serviços; 61 b) Olho na Concorrência, e c) Relacionamento no Canal de Suprimento e Distribuição (a) Terceirização: outras empresas passam a prestar serviços e fornecer produtos antes realizados internamente pela empresa. Com isso a empresa pode: Cuidar de suas atividades essenciais Reduzir custos com pessoal e material Reduzir tempo de ciclo Histórico: um dos primeiros serviços a serem terceirizados pelas empresas foram CPDs (Centros de Processamento de Dados). Daí surgiram algumas softhouses do mercado. Exemplo: a LOGOCENTER. Exemplos de Terceirização A Nike e a Benneton são empresas orientadas ao Marketing. Elas são empresas virtuais, toda a produção é terceirizada. Carrefour e Pão de Açúcar tem suas próprias mercadorias nas gôndolas, embora não sejam eles quem produzem. No setor logístico: frotas e armazéns são terceirizados. Surge a firma do Operador logístico. A Terceirização se não for bem feita pode trazer sérias dores de cabeça às empresas usuárias deste processo. Por exemplo, se o processo for baseado só em custo, sem levar em conta as dificuldades do mercado terceirizado, isto pode ocasionar desabastecimento. Pode levar também aos problemas de confiança entre o terceirizado e os fornecedores da empresa que realizou o processo, elevando os custos do processo terceirizado. (b) Olho na Concorrência “O aumento da oferta pode ser explicado pelo crescimento da concorrência”. A razão disto é que os processos de fabricação não são mais exclusividade de empresas que tem projeto de produto. Assim, surgem empresas especializadas em fabricar, montar. Exemplo: as “manufaturas contratadas” como por exemplo a SOLECTRON. Alguns pontos que merecem destaque neste novo mercado: - Preço e qualidade são fatores indissociáveis - Fidelidade à marca não tem mais a mesma força da era industrial. Exemplo 62 Marcas como Coca-Cola, Palha de Aço Bombril e Lâmina Gillete não sobrevivem mais apenas com tradição e fidelidade. Elas precisam INOVAR constantemente. Vejam o exemplo da Gillete que tem mantido seus concorrentes bem distantes a partir da contínua inovação de seus produtos. No lado de fornecimento, a relação de compra e venda deixa de ser tensa e surgem as Alianças: Reduz-se o número de fornecedores principais. Exemplo: - Embraer = 2 fornecedores - VW Resende = 8 fornecedores Surgem relacionamentos de longo prazo com volumes maiores, e maior flexibilidade de produção (diversificação de produtos). Nestas alianças, os fornecedores participaram do projeto de desenvolvimento do produto. Exemplo: As empresas que fornecem para a Embraer. No lado da distribuição as empresas transportam e armazenam materiais ou produtos, passam também a ter um importante papel na logística reversa dos materiais ou produtos. Como sistema de atendimento ao cliente (devoluções), reciclagem do produto e recolhimento do produto sem mais utilidade, neste último caso levando a um lixo industrial que não agrida o ecossistema. Exemplo 1: Reciclagem da latinha de alumínio (no máximo 3 vezes) Exemplo 2: Transportadora VANI contrato com fabricantes de pneus. No contrato, a empresa deve dar fim aos pneus usados, levando-os as empresas de trituração (para uso na camada asfáltica, construção de casas e solas de sapato). Estratégia Horizontal As organizações focadas na sua COMPETÊNCIA ESSENCIAL (“core competence”) precisam colaborar entre si para poderem COMPETIR. Em outras palavras: Elas fazem parte de uma REDE DE ORGANIZAÇÕES que competem com outras redes pelo “domínio” ou “sobrevivência” no mercado. O objetivo principal de uma rede é a SATISFAÇÃO DO CLIENTE. Para dominar, ou pelo menos sobreviver, num mercado cada vez mais competitivo, é necessário portanto buscar continuamente SATISFAZER O CLIENTE. Para realizar isto, é fundamental que a rede (e não uma ou outra organização que faça parte dela) tenha uma ESTRATÉGIA que a coloque em VANTAGEM COMPETITIVA frente a CONCORRÊNCIA. 63 Vamos discutir este assunto sobre a ótica de dois estrategistas: 1º) MICHAEL PORTER (anos 80) definiu as BASES ESTRATÉGICAS para uma organização (e sua cadeia de valor*) alavancar com VANTAGEM COMPETITIVA frente a CONCORRÊNCIA. Elas são três: 1. LIDERANÇA EM CUSTO 2. DIFERENCIAÇÃO 3. FOCO *cadeia de valor é o conjunto de atividades criadoras de valor, desde as fontes de matériaprima básica, passando pelos fornecedores de componentes intermediários, até o produto final entregue nas mãos do consumidor. LIDERANÇA EM CUSTO: a rede deve oferecer o menor custo em produção e distribuição e assim vender seus produtos a um PREÇO INFERIOR à concorrência. Economia de escala de produção. Abordagens para obter Liderança em custo Rígido controle de custo. Minimizar custos com P&D, Serviços, Publicidade. Exemplos de empresas que adotam a estratégia de BAIXO CUSTO são: Produtos Eletrônicos Texas Instruments Automóveis Hyundai Canetas BIC Relógios de Pulso Timex DIFERENCIAÇÃO: a rede oferece uma característica particular ao produto ou serviço oferecido ao cliente, com mais valor do que o oferecido pela concorrência. Exemplos (diferenciação) Mercedes-Bens (automóveis) Cross (canetas) Rolex (relógios de pulso) Foco em Nicho de Mercado – Custo ou Diferenciação: É uma necessidade especializada em necessidades específicas de clientes. Exemplo: FOCO EM DIFERENCIAÇÃO: Ferrari Automóveis 64 (seleto grupo de milionários) ACADEMIAS DE GINÁSTICA: no Brasil (quarto país no ranking do fitness) algumas cadeias de cosméticos tem investido no foco FITNESS. Exemplos são a Natura e a SUNDOWN. Em alguns casos, como o da NUT (no mercado desde 2003), 100% do faturamento vem deste nicho de mercado (é exemplo de FOCO EM CUSTO). 2º) MARTIN CHRISTOPHER (1992), à luz das bases estratégicas propostas por PORTER, considera que a VANTAGEM COMPETITIVA de uma rede de organizações se resume a duas classes: - Vantagem em Produtividade - Vantagem em Valor Na prática isto significa que a rede que tem maior sucesso é aquela que apresenta MAIOR PRODUTIVIDADE ou aquela que MAIS INOVA EM SEUS PRODUTOS (maior valor agregado) ou ainda que é, tanto ALTAMENTE PRODUTIVA quanto INOVADORA. De fato, para que a rede possa ter maior lucro que a concorrência é necessário que ela tenha: o menor custo de produção e/ou apresente algo diferente em seus produtos ou serviços. Exemplo: Indústria Automobilística NISSAN (vantagem em produtividade) BRIW (vantagem em valor) Vantagem em Produtividade Corresponde a perfeita SINCRONIZAÇÃO entre os diferentes PROCESSOS e OPERAÇÕES intra e entre empresas da rede. Ações para obter tal vantagem: - Quebra dos Silos Departamentais: Os departamentos são, agora, processos integrados que trocam informação entre si, visando com isto melhorar o uso dos recursos da empresa, e com isto satisfazer o cliente da melhor forma possível. Esta eficiência interna reduz custos e torna mais ágil o tempo de ciclo.Os sistemas ERPs integram estes processos através do Banco de Dados Corporativos. A idéia é que num futuro próximo eles possam integrar os processos das diferentes empresas da REDE. (Veja a seguir a queda dos Muros Organizacionais). 65 - Queda dos Muros Organizacionais: Para atingir a eficiência produtiva, as empresas da rede precisam colaborar entre si. Esta colaboração em forma de PARCERIA (em muitos casos estratégica para rede) permite reduzir custos com estoques e agilizar o fluxo de materiais entre as organizações, o proporciona menor TEMPO DE CICLO e a SATISFAÇÃO DO CLIENTE. OBSERVAÇÃO: Para atingir tal ação as empresas tem de trocar informações ao longo da rede. Uma das dificuldades surge aí então, pois empresas que detém informações sobre a demanda de seus produtos e sobre novos projetos não se sentem confortáveis em ceder estas informações por “falta de confiança” (isto é um obstáculo a ser superado). - Uso das Melhores Práticas Industrias: Aplicação de filosofias, procedimentos e métodos científicos de gerenciamento visando melhorar a operação e eficiência da rede como um todo. Exemplo: Produção enxuta, JIT, Kanbam, MRP-II. - Desenvolvimento de Competência: Aprendizado continuado, com objetivo de INOVAR os processos internos e externos da rede. Esta ação faz com que a rede se atualize continuamente, evitando estacionar no uso de práticas gerenciais, por exemplo, e assim perca Produtividade. Vantagem em Valor - Premissa do Processo de Marketing “Cliente não compra produto, mas sim, a satisfação que este proporciona.” Em outras palavras, o cliente quer e compra a PROMESSA que o produto pode vir a proporcionar. Esta promessa, via de regra, está associada a duas classes de VALORES (benefícios esperados), a saber: TANGÍVEIS qualidade características físicas tecnologia durabilidade Valores INTANGÍVEIS Imagem Reputação Serviço freqüência do serviço apoio pós-venda facilidade de negociar Confiabilidade Exemplo de Valores Produtos da marca Sony tem vantagem em valor por prometerem sofisticação e tecnologia (tangível) TV Mitsubshi apresenta vantagem em valor por prometer durabilidade (tangível) Tênis da marca Nike e roupas da marca Benneton classificam-se como vantagem em valor por prometerem imagem (intangível). 66 Ainda, seguindo as idéias de Christopher, é possível construir um matriz para análise das opções disponíveis com respeito as estratégias de Porter: Redes com Baixa Vantagem em Valor e em produtividade estão em situação altamente desconfortável. Seus produtos são tão pouco diferenciáveis dos demais e apresentam pouca opção de redução de custo de produção para se tornarem Liderança em Custo. Estas redes, via de regra, operam em Mercados de Commodities. Exemplo: Redes de fabricação de CHAPAS DE AÇO. O aço é uma Commodity e assim está limitada aos preços que o mercado pode oferecer pelo produto. Objetivo: Definir o que é Cadeias de Suprimento e discutir alguns conceitos associados Introdução: As Redes de Empresas 3.1. Nas últimas décadas, mudanças nas relações industriais (tanto quanto comerciais) tem se intensificado, devido a transformações técnicas, organizacionais e econômicas. Por exemplo: (transformações) 1. Intenso ritmo de mudanças tecnológicas que acelera a OBSOLÊNCIA técnica de equipamentos, processos e produtos. 2. Crescentes flutuações de Mercado (Globalização) 3. Diluição de fronteiras e o aumento de incerteza e de risco na tomada de decisão. 4. Empresas em muitos países com crescente tensões nas áreas políticas, trabalhistas e de legislação. Ex.: Gás na Bolívia. USA e Árabes Estas mudanças provocam alterações na forma de produzir, administrar, distribuir e, por conseguinte nas relações entre Neste ambiente surgem as redes de empresas. Mas o que é As empresas Empresas e Trabalhadores Empresas e Instituições uma Rede de Empresas? Redes de Empresas É uma forma organizacional que surge a partir do agrupamento formal ou informal de empresas autônomas, que tem como objetivo realizar atividades comuns, permitindo que elas se concentrem apenas em suas atividades principais (CORE BUSINESS) – ref. SEBRAE 67 Qual o objetivo fundamental das Redes? Reduzir riscos e incertezas Este objetivo significa que atuando de forma coordenada e em cooperação na execução de suas atividades produtivas (econômicas) é possível reduzir riscos e incertezas do mercado. Principais razões que levam as empresas a se organizarem em Redes: - Melhoria da Produtividade - Redução de Custos - Poupança de Recursos - Acesso a novos mercados, novas tecnologias, mão-de-obra e fornecedores. - Aumento do Poder de Barganha em Compra e Comercialização - Troca de Experiências - Maior Acesso a Informação - Melhoria da Imagem do Setor na Região - Acesso a Instituições e Programas Governamentais... Típicas Redes: Redes Flexíveis de Pequenas e Médias empresas Exemplo: Arranjos Produtivos Locais (clusters), como veremos a frente. Redes de Cooperação (redes industriais, comerciais e de serviço). Há duas categorias: - Redes Virtuais – Envolve uma coordenação flexível que usa os modernos meios de Informática e Telemática (infovias) para agilizar os negócios e as transações interempresariais. Exemplo: Software Livre. Várias empresas e pessoas atuam cooperativamente para desenvolverem softwares com fonte aberta (ex.: IBM) - Cadeias de Suprimento – Envolve uma coordenação centralizada ou federativa, onde todos cooperam no sentido de PROJETAR, FABRICAR, DISTRIBUIS, ATENDER, RECICLAR (ou dar fim) ao produto. Cadeias de Suprimento (SC – Supply Chain) Antes de definirmos uma SC vamos trabalhar alguns conceitos importantes e relacionados ao objeto em estudo. 68 O que é um processo ? Podemos definir processo como o conjunto de tarefas ou atividades isoladas empregadas para alcançar certos resultados (Michael Hammer, veja Petrônio – Adm. de Rec. Materiais) Uma definição mais completa considera Processo como: “Uma seqüências estruturadas de atividades que por meio de ações físicas, comportamentais e ou de informações, permitem a agregação de valor a uma ou mais entradas, transformando-as em uma ou mais saídas que representam um estado diferenciado do original” Os recursos de transformação são consumidores, instalações, bens de capital, pessoal, etc. e os recursos transformados são materiais e informações (veja Slack pág. 37 e 38) Em Petrônio – materiais, pág. 19.: os processos organizacionais são classificados em Processos Administrativos, Processos Produtivos e Processos Comerciais. Exemplo: Processo Administrativo pode-se citar as funções de Marketing, de Compra, de Finanças, etc. Vejam a função de Marketing é um processo pois envolve entradas e saídas. Algumas outras denominações são apresentadas a partir da ilustração abaixo Fornecedor 2ª camada Fornecedor 1ª camada Empresas a montante Empresa (foco ou focal) Distribuidor Cliente Distribuidor Cliente 1ª camada 1ª camada Empresas a jusante Fig. 3. Representação linear de uma cadeia de suprimento É importante observar da figura acima que em relação a empresa foco (que é responsável por produzir um produto ou um serviço ao mercado) existe um canal a montante por onde se concentram todas as empresas fornecedoras e um canal a jusante por se concentram todas as empresas que iram levar o produto até o último dos clientes (consumidor final). É importante observar que cada empresa da cadeia tem uma relação cliente – fornecedor, ou seja, sempre a sua montante encontramos fornecedores e a sua jusante clientes, o que nos leva a pensar que a cadeia é composta de elos formados por relacionamentos cliente-fornecedor (mais à frente discutiremos melhor este aspecto). Cliente final 69 Com base no que foi discutido acima podemos agora apresentar algumas definições de Cadeias de Suprimento (SC). Segundo a APICS (American Production Inventory and Control Society), duas possíveis definições para SC são: a) São processos que envolvem fornecedores e clientes e ligam empresas desde a fonte inicial de matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado. b) São os processos internos e externos as empresas que garantem que a cadeia de valor possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes. Para o Supply Chain Council, “Uma SC abrange todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um PRODUTO FINAL, desde o (primeiro) fornecedor – localizado mais a montante da cadeia - até o (último) cliente do cliente – localizado mais a jusante da cadeia.” Quatro processos básicos definem esses esforços; que são, na seqüência: o Planejar (Plan), o Abastecer (source), o Fazer (make) e o Entregar (deliver)”. Planejar Abastecer Fazer Entregar Fig. 4: Processos de uma SC Cadeias de Suprimento versus Cadeias Produtivas Muitas vezes estes termos são usados indistintamente. Isto é errado. O termo CADEIA PRODUTIVA é usada geralmente para referir-se ao conjunto de atividades que representam genericamente um determinado setor industrial. Ex.: Cadeia Automobilística, Cadeia Têxtil, Cadeia de Couro, etc. Ver slides destas cadeias no final da parte 3. Tomemos só para ilustrar o exemplo da Cadeia Petrolífera. Ela é representada pelo conjunto de etapas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os derivados de petróleo, em ciclos de produção, distribuição e comercialização. Uma Cadeia de Suprimento é formada por várias Cadeias Produtivas Projetando uma Cadeia de Suprimentos 70 O Slack trabalha o conceito de cadeia de suprimento como sendo uma rede de operações produtivas. Para discutirmos um pouco do cap. 6 deste autor é preciso antes atentar para o significado de operações produtivas. Assim vejamos: O que é uma Operação: é o processo de transformação dos recursos de entrada em recursos de saída (Slack, pág. 59). Veja que este conceito está associado com o que vimos sobre processos na seção 3.2. Vide figura 1 e 2. Com base neste conceito, podemos dizer que operação produtiva são processos que produzem bens ou produtos e serviços. Sob a ótica do Slack, podemos ver uma operação produtiva como sendo uma organização industrial, comercial, de serviço ou governamental. “A Cadeia de Suprimento é composta de um conjunto de operações produtivas, onde cada operação produtiva (que representa um elo da Cadeia) interage com outras operações, representadas por seus fornecedores e seus clientes, formando uma Rede de Relações cliente-fornecedor” Na Cadeia Total podemos destacar um lado denominado de FORNECIMENTO e outro de DEMANDA. Cadeia Total de Suprimento # = operação #3 Cliente Final #1 #5 #8 #1 Operação Foco #6 #4 #9 #4 #5 #2 #2 #7 #3 #1 0 (Canal de Suprimento) (Canal de Distribuição) FORNECIMENTO DEMANDA Representando uma Cadeia de Suprimento Geral No lado de fornecimento uma operação tem seus fornecedores de matéria-prima, partes, produtos, serviços, informações. Cada fornecedor tem também seus próprios fornecedores organizados a montante. No lado de demanda, uma operação tem seus clientes, que não são necessariamente os clientes finais, ou seja, podem ter seus próprios conjuntos de clientes. 71 Exemplo 1: Tomemos a operação (#4), um dos elos do canal de Suprimento. #1 #6 #4 #2 #7 Fornecedores da (#4): (#6) e (#7) Clientes da (#4): (#1) e (#2) Exemplo 2: Tomemos a operação (#4),um dos elos da Cadeia no canal de demanda, pode verificar que: #1 #5 #4 #2 Fornecedores de (#1): (#1) e (#2) Clientes de (#4): (#5) e cliente final Podemos ver a operação (#4) como uma empresa atacadista que vende tanto para pessoa física quanto jurídica. Ex.: Atacadão, Macro, outros. Cada operação então é formada por relações clientes-fornecedores. É importante destacar algumas características importantes da relação. Veja por exemplo, o elo da Cadeia Total de #8 Mãe Terra ... #1 #6 #4 Foco ... #9 #7 #2 Outros Cliente #1 0 s Fornecedores ... Cliente Final 1ª Camada Fornecedores Clientes 1ª Clientes Camada 2ª Camada 2ª Camada Outras Camadas MONTANTE JUSANTE Clientes 3ª Camada 72 Suprimento (fig. 7) formado pela operação (#4): Fig. 8: Rede de fornecedores – clientes da operação 4 Podemos verificar que a montante de (#4) nós temos fornecedores 1ª, 2ª, 3ª, ..., Nª camada (observação: a última camada de fornecedor pode ser a mãe terra, ou seja, extração de minério, produtos agrícolas, etc); por outro lado a jusante de (#4) temos os clientes de 1ª, 2ª, 3ª ..., Mª camada (observação: a última camada de cliente é o cliente final, objeto e foco da cadeia, cujo objetivo é satisfazê-lo). Da figura 8 acima devemos destacar que os fornecedores e clientes de 19 camadas da operação (#4) são seus fornecedores e clientes PRINCIPAIS (mais importantes) e freqüentemente denominados “Rede Imediata de Fornecimento”. Outro destaque, é que alguns fornecedores de 2ª camada (ou de camada mais a montante) pode suprir diretamente a operação (#4); de forma análoga a operação (#4) pode fornecer diretamente para o cliente de camadas mais a jusante. Veja linha tracejada na figura 8. Quando juntamos todos os elos da rede, ou, em outras palavras, todas as redes imediatas de suprimento, chegamos ao que se chama de Cadeia Total de Suprimento. Exemplo de Cadeias Totais: 1) Cadeia Total de Suprimento de Artigos Domésticos de Plástico Empresa Química Atacadista Varejista Distribuidor de plástico Fabricante de artigo de plástico Fornecedor de papel e papelão Varejista Fornecedor de embalagem Fornecedor de tinta 2ª Camada Fornecedor 1ª Camada Fornecedor Operação Foco 1ª Camada Cliente 2ª Camada Cliente Fig. 9 Fabricante de Utensílios domésticos À empresa (operação foco) produz tigelas, potes de alimento, etc. Esta empresa fornece seus produtos básicos aos clientes de 1ª camada (ou seja, Atacadistas) que por seu turno 73 abastecem o mercado de varejo (2ª camada). Note que o fabricante pode “produzir sob encomenda” diretamente para clientes de 2ª camada. Vejam que há dois fluxos presentes na cadeia. O fluxo de pedidos e informações (linha tracejada) e o fluxo de bens (linha cheia). 2) Cadeia de Suprimento de Serviço Neste exemplo vemos que as operações de serviço são formadas também por uma rede de fornecedores e clientes. A operação foco é uma administradora de Shopping Center. A linha tracejada indica fluxo de informações entre os elos e a linha cheia o fluxo de bens e serviços. Agência de recrutamento Fornecedor de matéria-prima Fornecedor de equipamento Fornecedor 2ª camada Serviço de Segurança Shopping Center (administrador) Serviço de Limpeza Varejista Cliente de varejo Serviço de Manutenção Fornecedor 2ª camada Foco Cliente 2ª camada Fig. 9: Cadeia de Serviço Por que devemos olhar para a Cadeia como um todo? Slack cita 3 razões para investigar a Cadeia Total: 1. Ajuda a compreender a competir eficazmente (mais eficientemente). 2. Ajuda a identificar as ligações entre elos significativos na rede. 3. Ajude a empresa a ter uma perspectiva de longo prazo. Cliente 1ª camada 74 Neste caso devemos olhar com atenção a Cadeia como um todo, em particular a empresa foco (que governa a Cadeia) e o cliente final. 1. Compreendendo a Competitividade Uma Empresa foco não pode confiar simplesmente nas informações de sua Cadeia Imediata para entender as necessidades competitivas da Cadeia na qual está inserida. É preciso que ela olhe além tanto a montante quanto a jusante e procure entender e confiar em como os fornecedores e clientes intermediários transmitem suas necessidade competitivas.Ex.: Uma Cadeia que compete com base no tempo, requer que todas as empresas da rede procurem transmitir suas reais dificuldades para responder às necessidades da Cadeia e buscar melhorias juntos. 2. Identificar ligações significativas na Cadeia Como toda estratégia é voltada a satisfação do Cliente Final, especial atenção deve ser dada ao canal de distribuição do produto ou serviço ao cliente final, ou seja, o lado jusante da Cadeia.Ao analisar o lado a jusante deve-se identificar quem mais contribui com o serviço ao Cliente final. Ex.: Para o cliente (final) que adquire um sistema de ar-condicionado, o que mais importa é a empresa que vai instalar o equipamento. Estas empresas competem em preço, qualidade, variedade, e disponibilidade em estoque.Nesta Cadeia é importante ter estoque. Isto significa que deve haver fornecimento imediato pelos distribuidores. 3. Foco em perspectiva de longo prazo Envolve um questionamento profundo sobre parcerias de longo-prazo. Ex.: Se uma operação em um dado Elo parar por razões como quebra de máquina ou greves: “Como deve se comportar os fornecedores e clientes associados a este Elo?” Explorar competitivamente esta fraqueza ou esperar pela superação do problema. Gestão da Cadeia de Suprimento (Gestão da SC). Obs. Podemos substituir o termo Gestão da SC por Administração da SC ou por Gerenciamento da SC Objetivo: Tratar do fluxo de bens e serviços em curso através dos canais ou ramos individuais da rede. 1. Introdução 75 Em grandes organizações há centenas de ramos de unidades produtivas ligadas, passando pela operação, 1 a camada clientes a 2a camada 1 camada fornecedor fornecedor 2a camada clientes 1 1 Fornecedor inicial Cliente final 2 2 1 n 1 3 n 1 2 1 Firma focada 2 n n n 1 1 n n n Gestão de compras e suprimento Gestão da distribuição Logística Gestão de Materiais Gestão da Cadeia de Suprimentos Fig 1. Esquema de uma Cadeia de Suprimento A partir da figura 1, nós observamos alguns termos de Gestão já conhecidos e estudados por nós em diferentes disciplinas da Administração, como: a Gestão de Materiais, a Gestão Logística, a Gestão de compras e a Gestão de Distribuição. Estes termos formam a base para definirmos o que é a Gestão da Cadeia de Suprimento. 2. Definindo Gestão da Cadeia de Suprimento Uma definição de Gestão da SC é a que segue (Slack): A Gestão da SC pode ser entendida como a administração da interconexão de empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos que produzem valor na forma de produtos ou serviços para o consumidor final. Esta definição é totalmente holística, ou seja, ela olha a cadeia de suprimentos no seu todo (o que constitui uma visão sistêmica). Naturalmente existem grandes benefícios em se administrar a Cadeia como um todo e não partes específicas da mesma. Só assim efetivamente se poderá atingir o principal objetivo da Administração da SC que é a satisfação do cliente (ou consumidor) final. 76 Questão 1: Qual a diferença entre satisfação do cliente final e nível de serviço ao consumidor final? Quais são as expectativas do cliente final que devem ser satisfeitas pela Administração da SC? Os benefícios mencionados acima centram-se nos seguintes objetivos-chaves da Gestão da SC, são eles: Foco na satisfação efetiva dos consumidores finais Foco na Gestão Eficiente da Cadeia Vamos agora entender um pouco de cada um deles: a) Satisfação do Consumidor Final O consumidor final é quem dispara as ações da Cadeia. Ele faz a Cadeia se mover (pois inicia o fluxo de capital (ou fluxo do dinheiro) na Cadeia, a partir do momento que compra um produto ou um serviço). Cada elo da Cadeia tem um consumidor imediato a ser satisfeito. A idéia é que todos operando juntos de forma satisfatória venham a satisfazer o cliente final nas suas expectativas. Vamos analisar a seguir alguns casos de cadeias que reduziram seu canal de demanda para cortar custos com intermediários e ficar mais próximo possível do cliente final (veja o quadro a seguir). Com o objetivo de satisfazer o cliente final em tempo e preço, muitas empresas tem eliminado o canal de demanda (vide figura 1) e chegado direto ao cliente, usando recursos de teleinformática para se comunicar com o cliente final e os correios como meio de entrega (delivery). Dois exemplos de sucesso são: Amazon.com que vende direto ao cliente livros, CD, etc. Com isto ela sabe das preferências de seus clientes e pode estar fornecendo informações sobre novos produtos e promoções. Destaca-se aqui também que o cliente ao fechar um pedido pode acompanhar todo o processo de entrega. Dell Computers é uma empresa que se especializou em comercializar direto com seus clientes usando recursos como Internet, Fax, telefone. Ela mantém contato direto com o cliente e assim ela consegue manter um histórico de suas preferências, de suas reclamações e deste modo ela pode estar constantemente se aperfeiçoando para satisfazê-lo. (para detalhes ver Slack, cap. 13, página 417-418). Tanto a Amazon.com quanto a Dell Computers são empresas que governam as cadeias em que atuam. Provavelmente, para atingirem o nível de satisfação ao cliente que elas ostentam, a Administração destas empresas teve que responder a seguinte pergunta básica: “Qual é o nível de qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade que preciso desenvolver em minha parte da Cadeia para satisfazer o consumidor final?”. b) Gestão Eficiente da Cadeia 77 A gestão eficiente da Cadeia de Suprimento exige uma Visão Holística, onde se deve administrar o todo e não suas partes em particular. A visão holística abre oportunidades para que seja realizado um melhoramento continuo da SC. Exemplo 1: Numa Cadeia que compete num mercado por Liderança em Preço, os custo com compra de materiais e estoques reduzem a margem de lucro que já é muito pequena. Assim se a Cadeia deseja ter lucro, ela deve ser administrada no sentido de reduzir seus custos em cada um de seus elos. Exemplo 2: Se a cadeia tem como Diferencial competitivo à rapidez de entrega ao cliente final, ela deve ser analisada como um todo e os gargalos devem ser encontrados e administrado eficientemente para encurtar o tempo de ciclo. A Gestão eficiente da SC tem como objetivo a coordenação eficiente destes dois canais. Para que possamos melhor entender esta gestão holística vamos analisar as atividades relacionadas com duas de suas mais importantes componentes, a saber: A Gestão de Compra e Suprimento nos elos do canal de suprimento. A Gestão de Distribuição Física nos elos do canal de demanda. A Dinâmica da CS – Efeito Forrester (ou Efeito Chicote) Efeito Forrester (década 60): as empresas tem uma dinâmica que depende da dinâmica das empresas adjacentes.No contexto das SC, o efeito Forrester explica características como erros, imprecisões e volatilidade encontrados nas cadeias em geral. Estas características indesejáveis crescem na medida que nos aproximamos das empresas que estão mais a montante da cadeia. O que explica o efeito Forrester é o fato de cada empresa da cadeia gerenciar independentemente seus níveis de estoque e produção. Exemplo 1: Seja uma CS de quatro estágios, ou seja: uma montadora (OEM) e mais três camadas de fornecedores à montante. No caso em questão, o que rege o balanço entre estas empresas é a seguinte equação econômica: Ik+1 = Ik + Pk – Dk onde, Ik+1 é o nível de estoque no período k+1 Ik é o nível de estoque no período k Pk é o nível de produção no período k Dk é a demanda esperada para o período k Agora vamos usar esta notação para analisar a tabela abaixo. Antes porém devemos definir qual a hipótese que estamos adotando: cada unidade de produção mantém estoques para um período. Período Fornecedor 3a camada Fornecedo 2a camada Fornecedor 1a camada Montadora OEM Demanda 78 Prod Estoq Prod Estoq Prod Estoq Prod Estoq 1 100 100 90 95 95 95 100 100 100 95 95 95 95 95 95 95 100 80 100 95 95 100 100 100 90 90 95 95 95 95 95 100 20 180 60 100 6 95 100 100 100 80 80 100 100 95 95 95 95 95 100 2 3 4 5 100 100 100 60 60 120 120 90 90 95 95 95 95 95 95 95 95 95 95 60 120 90 95 95 95 95 95 95 1o) Aplicando a equação de balanço à Montadora: (note que a demanda Dk representa a expectativa de mercado mais os pedidos para cada período k) Período 1: I1=100, I2=100 e D1=100 => P1=100 Período 2: I2=100, I3= 95 e D2= 95 => P2= 90 Período 3: I3= 95, I4= 95 e D3= 95 => P3= 95 (estabilizou) Conclusão: a variação de demanda de 5itens produziu uma variação na produção de 10 itens. 2o) 1a Camada de Fornecedor (note que a demanda Dk, neste caso, é dado pelo nível de produção da montadora Dk=Pk para cada período k) Período 1: I1=100, I2=100 e D1=100 => P1=100 Período 2: I2=100, I3= 90 e D2= 90 => P2= 80 Período 3: I3= 90, I4= 95 e D3= 95 => P3= 100 Período 3: I3= 95, I4= 95 e D3= 95 => P3= 95 (estabilizou) Conclusão: A variação de demanda de 10 itens produziu uma variação da produção de 20 itens. O efeito Forrester pode melhor ser observado através da figura 10, apresentada na página seguinte. É importante observar que uma pequena variaçào nos nívies de demanda em um dado período pode provacar grandes variaçòes nos nívies de estoque e produção da cadeia como um todo. Conclusão Geral: Quanto mais a montante da cadeia estiver a empresa, mais devastador será o efeito Forrester. Note que no exemplo não foi considerado defasagens de informação entre as empresas, o que incorreria em erros maiores do que os observados. O efeito Forrester é conhecido também como Efeito Chicote, devido a característica de aumento das oscilações em relação a origem. A variação de demanda do cliente final de 100 pedidos para 95 observado no segundo período: 79 101 100 99 98 97 96 95 94 93 92 Demanda 1 2 3 4 5 6 ocasiona o seguinte efeito cascata: Exemplo 2: A forma como os membros da CS escolhem seus lotes pode levar ao efeito Forrester com implicações para toda cadeia. Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Fabricante 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Distribuidor regional 20 0 0 0 20 0 0 0 20 0 0 0 Distribuidor local 10 0 10 0 10 0 10 0 10 0 10 0 Cliente final 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Explicação: O exemplo 2 mostra que existe uma demanda a uma taxa semanal estável de 5 itens a partir do cliente final. Esta taxa semanal é colocada à um distribuidor local que tem como prática solicitar reposição de estoque de seu distribuir regional de duas em duas semanas. Assim, o distribuidor regional entrega bi-semanalmente a uma taxa de 10 unidades, mas para compor seus estoques este coloca ordens mensais à fábrica fornecedora. Isto envolve pedidos mensais a uma taxa de 20 unidades. A fábrica por seu turno só produz a um lote econômico de 100 unidades, e só produz, assim, ocasionalmente. Melhoria da Cadeia de Suprimento Para reduzir o efeito chicote é importante que o planejamento e controle da cadeia de suprimento seja feito de uma forma eficiente. Para melhorar o desempenho da SC temos que além de entender a natureza do efeito chicote, também agir rapidamente no sentido de melhorar a coordenação das operações desta SC. Há três categorias de esforços que conduzem a melhor coordenação das SC, a saber: 1. Informações Compartilhadas 2. Alinhamento do Canal 3. Eficiência Operacional Informações Compartilhadas 80 Uma das razões para a ocorrência do efeito chicote e que cada operação da cadeia reagiu aos pedidos colocados por seus consumidores imediatos, vide tabela 2 acima. A falta de uma visão geral do que está acontecendo na cadeia por parte de cada operação é a resposta para as flutuações observadas. Assim é uma boa prática distribuir ao longo da cadeia informações que possam ser compartilhadas sobre a demanda de modo que distorções, como grande flutuações de estoque, sejam evitadas. Os Sistemas de Ponto de Vendas (SPV) usados por grandes varejistas é um exemplo de compartilhamento de informações de elos à jusante para os elos mais a montante da cadeia. Assim sendo, a empresa varejista consolida os dados de vendas de produtos em seus diversos caixas e transmite para os armazéns, empresas de transportes e para as operações de manufatura de seus fornecedores que repassam para seus fornecedores formando a cadeia integrada. Alinhamento do Canal Alinhamento de canal significa ajuste na programação e movimentação de materiais, nos níveis de estoque e de preços e outras estratégias de vendas visando alinhar todas as operações da cadeia.Um exemplo de alinhamento que tem se tornado usual é o VMI (“Vendor Managed Inventory”) que significa estoque gerenciado pelo fornecedor. Neste caso é permitido que um fornecedor à montante gerencie os estoques do consumidor à jusante. Exemplo: Gessy-lever e grupo Pão de Açúcar. A Gessy controla os estoques de seus produtos no Pão de Açúcar. Note que as informações são compartilhadas através do uso de um recursos eletrônico de troca de dados (EDI). Eficiência Operacional A Eficiência Operacional significa os esforços que devem ser feitos por cada operação da Cadeia no sentido de reduzir sua complexidade, reduzindo os custos de fazer negócio com outras operações da cadeia e tornando o fluxo de materiais mais ágil ao longo da cadeia. Uma SC com desempenho pobre tem os seguintes sintomas: - defeitos freqüentes de qualidade; - lead time longo para pedir produtos e serviços; - entrega não confiável; - e muitos outros. Uma SC com tais sintomas teria que trabalhar dobrado para compensar o excesso de erros que se acumulariam. Por exemplo, a péssima qualidade resultaria em retrabalho, pedidos extras não planejados e entrega não confiável. Lead time longo implicaria em estoques de segurança muito altos que levam a custos com capital parado. Imagine também o tempo e 81 esforço gastos pelos administradores e gerentes de operação no sentido de lidar com tais ineficiências. Em contraste, um SC com alta performance de desempenho em suas operações teria maior previsibilidade nas suas ações e teria um fluxo de materiais muito ágil. Estas ações certamente minimizariam as flutuações da SC (reduzindo assim o efeito Chicote). Uma maneira de melhorar o desempenho de uma SC é usar a abordagem conhecida com Compressão de Tempo. A compressa de tempo significa apressar o fluxo de materiais para baixo da cadeia e o fluxo de informação para cima da cadeia, como ilustra a figura a seguir. Esta figura representa o exemplo da seção 5, onde analisamos o efeito dinâmico da cadeia de suprimentos. Podemos concluir que o efeito chicote observado é fruto da lentidão de levar a informação para as camadas mais à montante da SC. UNIDADE 13 ________________________________________ ATIVIDADES DO MODULO ATIVIDADE (1) Resposta eficiente ao consumidor - O caso do Pão de Açúcar Trata-se de uma derivação do conceito de JIT, cujo princípio é reposição do produto na prateleira à medida do consumo (venda). Na seção Ligação Direta, Cynthia Rosemburg (1999) apresenta o conceito de ECR (Efficient Consumer Response = Resposta Eficiente ao Consumidor) com base na experiência do Grupo Pão de Açúcar, do fabricante Gessy Lever e o sistema de transporte de mercadorias entre esses parceiros. O cliente compra uma caixa de sabão OMO pela manhã de determinado dia. Ao passar no caixa do supermercado, através de código de barras e do sistema informatizado que suporta o processo, ocorre baixa do estoque. Ao atingir o nível de estoque de reposição, um pedido padrão é enviado automaticamente para a fábrica (Gessy Lever). O pedido entra no planejamento e controle da produção da indústria, além de disparar solicitações de matéria-prima para a produção do novo lote de sabão em pó. Os fornecedores de matéria-prima, por sua vez, entregam-na durante o dia. Em paralelo, a indústria transmite um aviso para a transportadora, informando o horário que a carga estará disponível para transporte, avisando também o Centro de Distribuição (CD) do Grupo, onde ocorre uma 82 reserva preferencial para descarga no horário já previsto pelo sistema. Durante a madrugada, quando o movimento em São Paulo é muito menor e sem congestionamentos, o caminhão da transportadora carrega conjuntos padronizados (palletes) e se dirige ao CD. Após se identificar, tem preferência para ocupar uma plataforma de desembarque pois o pedido já foi identificado. Em função da uniformidade da carga segundo padrões da Logística, o desembarque é rápido, liberando o caminhão para outras entregas.Para completar o ciclo, o pallete de sabão em pó é transportado do CD para a loja do supermercado, sendo depositado diretamente no ponto de venda, na manhã do dia seguinte. A reposição eficiente com base no que é vendido permite ao supermercado usar o espaço físico para acomodar mais produtos, assegurando a disponibilidade e variedade para o cliente.Em todo o processo ocorre a redução de estoques, passando a produção a ser comandada pela venda ao consumidor final. Além disso, o caso apresentado destaca com propriedade aspectos de gestão. Nele, são aplicados conceitos da área da administração como: redução significativa de estoques, pelo menor tempo de reposição; melhor atendimento ao cliente, pela maior variedade e disponibilidade de produtos; produzir após vender, no caso da indústria; cargas e veículos padronizados, dentro das recomendações da Logística; redução de custos pela entrega de pedidos totalmente corretos. 1) Qual a importância que a logística tem dentro de um sistema JIT e ECR 2) Quais os custos que o grupo pão de açúcar conseguiu diminuir ao utilizar esta tecnologia 3) Pontue todos os sistemas logísticos utilizados neste artigo e através de sua visão determine o que esta correto e o que poderia melhorar. ATIVIDADE (2) Compreender quais atividades logísticas deve ser monitorada de perto e quais as atividades que prestam suporte a estas atividades primária onde as mesmas devem servir de suporte logístico. Logo abaixo está embaralhado as atividades primárias e secundárias logística você tem a tarefa de identificar quais são elas: • Desenvolvimento tecnológico: atividades realizadas com o objetivo de melhorar o produto e os processos utilizados em sua fabricação. Assume várias formas, como equipamentos de processo, pesquisa básica, design do produto e procedimentos de serviços. ____________________________________________________________________________ • Logística Interna: atividades relacionadas com o manuseio de materiais, armazenagem e controle de estoques utilizadas para receber e disseminar os insumos de um produto______________________________________________________________________ 83 • Gestão de Recursos Humanos: atividades relacionadas com recrutamento e seleção, admissão, treinamento, desenvolvimento e remuneração do pessoal ____________________________________________________________________________ • Operações: atividades necessárias para converter os insumos fornecidos pela logística interna na forma de produto final.________________________________________________________________________ • Logística Externa: atividades relacionadas com a coleta, armazenagem e distribuição física do produto final para o cliente. ______________________________________________________ • Marketing e Vendas: atividades concluídas para fornecer os meios que permitam que os clientes adquiram os produtos e induzam a adquiri-los. ____________________________________________________________________________ • Serviços: atividades destinadas a realçar ou manter o valor de um produto ____________________________________________________________________________ • Suprimento de serviços e materiais: atividades realizadas visando a compra dos insumos necessários à fabricação dos produtos, bem como ativos fixos – máquinas, equipamentos de laboratórios, equipamentos e materiais de escritórios e edificações. ____________________________________________________________________________ Infra-estrutura da organização: inclui atividades necessárias ao apoio total de toda a cadeia de valor como direção geral da organização, planejamento, finanças, contabilidade, apoio legal e relações governamentais. A partir da infra-estrutura, a organização tenta identificar de forma eficaz e consistente as oportunidades e ameaças externas, os recursos e capacidades e fornecer apoio às competências essenciais__________________________________________ É importante ressaltar que, o sucesso da organização, depende não apenas da excelência do trabalho de cada departamento isoladamente, mas principalmente da coordenação e integração destes. ATIVIDADE (3) DECISÕES LOGÍSTICA VISÃO ESTRATÉGICA Abrir ao questionamento de se terceirizar ou não uma atividade dentro da empresa. Esta analise descrita abaixo leva em consideração os fatores econômicos da empresa mas vale a pena salientar que atualmente muitas empresas estão abrindo mão dos fatores econômicos para que não percam o foco em sua atividade fim Comprar X Fabricar - A resposta a esta questão só pode ser obtida por meio de um estudo dos aspectos ligados à estratégia global da empresa, além, é claro, dos custos. Vejamos dois exemplos que poderão nos auxiliar nessa decisão. O primeiro trata da escolha entre comprar ou fabricar, e o segundo, da terceirização de serviços. NOTA: O Custo total (CT) é dado em função do custo fixo (CF) e do custo variável (CV) multiplicado pela quantidade (q) , ou seja , CT= CF + CV x q . Assim ; 84 1) Veloz é uma empresa de médio porte localizada no Rio de Janeiro que fabrica bombas para indústria de petróleo. Ela acabou de desenvolver um modelo de bomba de alta pressão, com melhor desempenho. O gerente de projetos quer decidir se a Veloz deverá comprar ou fabricar o sistema de controle da nova bomba. Estão disponíveis os seguintes dados: Fabricar comprar Processo A Processo B Volume (unidade/ano) 10.000 10.000 Custo fixo ( $ ano) 100.000 300.000 Custo variável ( $ ano) 75 70 10.000 80 a) A veloz deve utilizar o processo A , o processo B ou comprar b) A que volume de produção anual deve a veloz deixar de comprar e passar a fabricar utilizando o processo A c) A que volume de produção anual deve a veloz mudar do processo A para o processo B 3) O chefe do setor de limpeza de uma cidade deseja saber se estende a coleta de lixo em Período 01 02 03 04 05 TOTAL Previsão 110 120 130 120 120 600 um novo bairro com 330 casas ou subcontrata o serviço com terceiros a um preço anual por cada de $ 150. Se decidir realizar o serviço, incorrerá em custos fixos anuais de $ 10.000. Os custos variáveis da coleta são estimados em $ 80/ casa.ano. Qual a melhor solução para o chefe da limpeza? 4) A empresa ABC fabrica um grupo de produtos e quer desenvolver um plano de produção, onde o estoque inicial é de 100 caixas e eles desejam reduzir para 80 caixas no final do período de planejamento. Não há encomendas tardias. a. Quanto deve ser fabricado? b. Qual o estoque final em cada período? c. Se o custo de estoque de produtos em processo é de $5,00 por caixa por período, qual o custo total do estoque de produtos em processo? d. Qual é custo do plano, com base no estoque final? 5) A empresa ABC fabrica um grupo de produtos perecíveis e quer desenvolver um plano de produção, onde os custos de estoques devem ser mínimos, e não poderá haver falta de estoque. Entretanto haverá mudança de produção. 85 Modificar o nível de produção para uma caixa custa $ 20,00, logo a mudança de 50 para 60 caixas custaria: Com Estoque inicial de 100 a empresa quer diminuir para 80, a produção requerida no primeiro período será de : Custo da produção, seria = Custo de estoque de produtos em processo = Custo total do plano = 6) Podemos também analisar o nível de serviço ou de atendimento buscando entender quão eficaz foi o estoque para atender às solicitações dos usuários. Assim , quanto mais requisições forem atendidas , nas quantidades e especificações solicitadas tanto maior será o nível de serviço. Nível de serviço = número de requisições atendidas número de requisições efetuadas. 6.1) No almoxarifado da empresa Vendetudo, durante um período de 6 meses, foram apresentadas 3.100 requisições de materiais, com um número médio de 1,45 item por requisição. Foram entregues 4.400 dos itens solicitados. Qual o nível de atendimento do almoxarifado? ANALISE DA PREVISÃO DE VENDA: Tendência: consiste num movimento gradual de longo prazo, direcionando os dados. Sazonalidade: refere-se à variações cíclicas de curto prazo, relacionadas ao fator tempo, como a influência de alterações climáticas ou férias escolares. Variações irregulares: são alterações na demanda passada resultantes de fatores excepcionais, como greves ou catástrofes climáticas, que não podem ser previstos e, portanto, incluídos no modelo. Variações randômicas: variações aleatórias que serão tratadas pela média. O coeficiente de ponderação ( ) é fixado pelo analista dentro de uma faixa que varia de 0 a 1. Quanto maior o seu valor, mais rapidamente o modelo de previsão reagirá a uma variação real da demanda. Se o valor de ( ) for muito grande, as previsões ficarão sujeitas as variações aleatórias da demanda. Se, ao contrário, o valor de ( ) for muito pequeno, as previsões poderão ficar defasadas da demanda real. Média ponderada móvel A previsão no período futuro ( t ) é calculada como sendo a média de (n) períodos anteriores. Devem-se escolher quantos períodos a média será calculada. 86 7) As vendas dos últimos 10 meses de bicicletas ergométricas da Alfitness têm os valores da tabela abaixo. Determinara previsão de vendas para o mês 11 utilizando o modelo da média móvel dos 10 últimos meses. Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 285 288 310 290 305 299 315 320 303 300 Bicicletas 7.1 Vamos imaginar que mensalmente tenhamos os dados das vendas reais do exercício. Utilizando o mesmo modelo da média móvel dos 10 últimos meses, determinar as previsões de venda para os meses 12 a 16. Média móvel ponderada No método da média móvel simples atribui-se o mesmo peso a todos os meses. Nesse método atribui-se um peso a cada um dos dados, sendo que a soma dos pesos deve ser igual a 1. Ex = Considerando os dados da tabela acima. Prever o mês de janeiro do ano 2 utilizando uma média móvel trimestral com fator de ajustamento 0,7 para dezembro, 0,2 para novembro e 0,1 para outubro. A previsão para janeiro do ano 2 = 0,7 X 103 + 0,2 X104 +0,1X103 =103,2 Caso fosse ser previsto o mês de fevereiro do ano 2, sabendo que o consumo real de janeiro foi de 104, utilizaríamos os dados de janeiro do ano 2 , dezembro do ano 1 e novembro do ano 1 com os coeficientes de 0,7 X 104 + 0,2 X103 +0,1 x104 = 103,8 7.2 )Utilizando os dados da tabela abaixo , calcular a previsão de vendas para os meses 11 a 16 utilizando o modelo da média móvel dos últimos 3 meses , ponderando o último mês com o coeficiente 0,6 , o penúltimo mês com o coeficiente 0,3 e o antepenúltimo mês com o coeficiente 0,1 Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 285 288 310 290 305 299 315 320 303 300 11 12 13 14 15 16 302 304 303 305 300 308 Bicicletas Mês Bicicletas 87 ATIVIDADE (4) Este trabalho tem como objetivo demonstrar a você que as melhores soluções alicerçada nas funções simples e corriqueiras da empresa onde como gestor devemos aprender a ampliar nossos olhares para a soluções simples e objetiva. OTIMIZANDO ESPAÇOS E REDUZINDO CUSTOS A constante observação dos fluxos de entrada e saída de produtos nos armazéns pode trazer novas idéias e detectar necessidades que antes não haviam sido observadas. Um armazém bem estruturado e com o layout definido de forma coerente, pode trazer reduções significativas nos custos operacionais e agilidade nos processos. Veja então, como a otimização de um espaço fez a diferença em uma empresa de transportes que, voltada para as tendências do mercado, começou a investir seus recursos em armazenagem. A referida empresa, tinha disponível um galpão de 450 m 2, os produtos que seriam armazenados, seriam acondicionados em racks, o empilhamento máximo era de quatro peças, e sua movimentação seria feita através de empilhadeiras à gás e movimentação manual. Com base nessas informações um layout “emergencial” foi estabelecido e colocado em prática, já que não havia tempo hábil para maiores definições; o armazém precisava entrar em operação com extrema urgência, assim, os produtos foram armazenados e o armazém começou a operar. Observe abaixo o layout e os custos que envolviam essa operação: Figura 1 - Antigo layout Legenda : - traços verticais: - área escura: - retângulo c/ pontos irregulares: - retângulo com listas: área de circulação racks divididos em 13 colunas área de picking área de carregamento 88 Em conjunto com o início das operações, as “ruas” foram definidas, bem como, a localização dos produtos que foram armazenados de forma aleatória, dessa forma, as empilhadeiras seguiam até o local determinado, apanhavam os produtos, levavam até a área de picking, onde o material era conferido, voltavam após a conferência, retomavam os materiais e os levavam para a área de carregamento. Os processos eram lentos e os custos altos, assim, as necessidades de melhoria dos processos não demoraram a aparecer e uma mudança rápida e eficaz se fez necessária. A primeira atitude foi traçar uma curva ABC dos produtos, e para alocá-los de forma eficaz, a mudança do layout do armazém era indispensável. O novo layout definiu que devido a grande quantidade de corredores, as empilhadeiras faziam longos percursos para apanhar os produtos, entrando e saindo dos mesmos, isso elevava o custo com combustíveis e, sem necessidade, desgastava os equipamentos; da mesma maneira, os colaboradores que trabalhavam dentro do armazém também se desgastavam fisicamente e isso tornava os processos ainda mais lentos. O armazém operava das 07:00 às 24:00 hs. de segunda à sextafeira e aos sábados das 7:00 às 16:00 hs., e custos como energia elétrica, horas extras, adicionais noturnos, etc, estavam num patamar inaceitável para a empresa. Veja a seguir o novo layout e quais os benefícios que essa mudança trouxe para a empresa: Figura 2 - Novo layout Utilize a legenda da figura 1 Com a mudança, a alocação dos materiais começou a ser feita da seguinte forma: produtos classe A (com grande rotatividade.), foram alocados nos racks inferiores, produtos classe B (com rotatividade média.), foram alocados nos racks intermediários, enquanto que, os produtos classe C (com baixa rotatividade.), foram alocados nos racks superiores. Dessa maneira, a separação dos materiais passou a ser feita, com mais freqüência, manualmente, já que os produtos classe A foram alocados em locais de fácil manuseio.Com a diminuição da quantidade de corredores, a movimentação das empilhadeiras ficou mais rápida e fácil, e a área de carregamento foi transferida para dentro do armazém, o que fez com que os processos ficassem ainda mais rápidos. Hoje, como o novo layout, o armazém opera das 7:00 às 20:00 89 hs. de segunda a sexta-feira e não opera mais aos sábados, houve uma redução de fluxo de operações de 29 horas por semana, e conseqüentemente, os custos com horas extras, energia elétrica, adicionais noturnos, diminuíram em mais de 50%, a economia com combustíveis para empilhadeiras (gás), foi de aproximadamente 60% e os colaboradores estão trabalhando mais satisfeitos com o novo ambiente. Não podemos deixar de perceber que, nenhum investimento monetário foi feito para que essas mudanças acontecessem, os custos foram reduzidos e os espaços foram otimizados com custo ZERO, o maior investimento feito, foi o planejamento e a observação. Assim, temos o cenário de uma empresa que se propôs a observar, controlar e mudar seus processos, com objetivo de crescimento constante e resultados satisfatórios. Responda: 1) O que um armazém bem estruturado traz de beneficio para uma empresa? 2) Relate o caso da empresa de transporte e como ela buscou otimizar seu espaço 3) Como a curva ABC pode ajudar na otimização de um armazém 4) Quais foram as mudanças sugeridas pelo consultor a empresa. ? O que mudou? 5) O que o novo layout trouxe de benefícios em termos percentuais Fonte: guialogisitica.com.br / fevereiro/2003 Como construir a curva ABC 2) Construir a curva ABC do estoque sabendo-se que, durante um determinado ano-base , a empresa condor apresentou a seguinte movimentação de seu estoque de 15 itens. ITEM CONSUMO CUSTO 1010 450 2,35 1020 23.590 0,45 1030 12.025 2,05 1045 670 3,60 1060 25 150,00 2015 6.540 0,80 2035 2.460 12,00 2050 3.480 2,60 3010 1.250 0,08 3025 4.020 0,50 3055 1.890 2,75 5050 680 3,90 5070 345 6,80 6070 9.870 0,75 7080 5.680 0,35 90 Referências: BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. cap. 2, p.38-52. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. 1. ed. São Paulo: Pioneira, 1997. cap. 1, p.1-25. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 1992. Pp 491 a 515 Cap. 17 KOTLER, Philip. Princípios de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998, p.284-290. NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. cap. 2, p.31-50; cap. 3, p.75-106; cap. 10, p.321-342. ROBESON. James, F; COPACINO, Willian, C. The Logístics Handbook. New York: Free Press, 1994. ROCHA, Ângela da e CRISTANSEN, Carl. 1999. Marketing: teoria e prática no Brasil. São Paulo: Atlas. 2ª ed , pp. 129 a 148 STERN, Louis W.; COUGHLAN, Anne T.; ANDERSON, Erin. Canais de Marketing e Distribuição. Porto Alegre: Bookman, 2002. WWW.guiadelogistica.com.br www.guialog.com.br www.danzaslogistica.com.br/Danzas_files/solution.htm 91 ANALISE DA CURVA ABC ITEM CONSUMO 1010 1020 1030 1045 1060 2015 2035 2050 3010 3025 3055 5050 5070 6070 7080 CONCLUSÃO: CUSTO ITEM VALOR CONSUMIDO % % ACUMULADO CLASSIFICAÇÃO Na analise feita acima podemos afirma que os itens ___________________podem ser classificados como (A) representados ____________________ Dos gastos totais com materiais de estoques no período os seguintes são classificados como______________________________________________________ Representando_________________________________________________________os gastos com materiais são então tipicamente _______________________________Os itens restantes são classificados ________________________________________Representando apenas _________________________________________dos gastos. 92