EXAME NEUROLÓGICO RESUMO 1 – Os sinais clínicos observados são devido a alterações no sistema nervoso? 2 – Qual a localização da lesão no sistema nervoso? 3 Quais são os principais tipos de doenças capazes de gerar essas alterações? Animais jovens tendem a ter afecções congênitas e inflamatórias, raça teckel tende a ter discopatia. Sinais agudos geralmente são condições vasculares ou traumáticas Sinais crônicos geralmente são processos degenerativos ou neoplasias. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Estado mental e comportamento Postura Marcha Tremores involuntários Reações posturais Nervos cranianos Reflexos miotáticos Avaliação sensorial ESTADO MENTAL E COMPORTAMENTO Consciência é regulada pelo SARA (Sistema reticular ativador ascendente), a região do tronco encefálico. O comportamento é controlado pelo sistema límbico no lobo temporal – prosencéfalo. - Alerta - Depressão - Estupor (responde a estímulos nociceptivos - dor) - Coma Alterações: agressividade, andar compulsivo, vocalização, delírio e head-pressing. POSTURA Avalia posicionamento do tronco e cabeça. Sistema visual e vestibular são os principais envolvidos Head-tilt é alteração do eixo - Head-tilt: origem vestibular ou periférica. É ipsilateral mas pode ser contra-lateral em vestibulopatias paradoxais que afetam lobos floculomodulares e pedúnculos cerebrais. (Torcicolos podem levar a rotação sem vestibulopatias) - Head-turn: associado a pleurostótono (autoauscultação) e indica lesão prosencefálica ipsilateral. - Curvaturas espinhais: alterações congênitas ou adquiridas, permanente ou intermitente. Escoliose, lordose, cifose e torcicolo. - Rigidez descerebrada: rigidez e extensão dos 4 membros com opístotono (flexão dorsal) e em estupor/coma. - Rigidez descerebelada: extensão de MT, flexão de MP e opístotono. Animal alerta. Geralmente lesão cerebelar aguda, pode ser episódica. - Posição Schiff-Sherrington: extensão rígida e hipertonia de MT com propriocepção e função motora normal. Flacidez de MP e com diminuição da funçõa motora. Ocorre em lesões graves e agudas de medula toracolombar – dano de border cell. MARCHA Deve-se caminhar com animal, visão lateral, frontal, caudal. Paciente deve fazer curvas, andar reto, em círculos e subir escadas/rampas. Regiões afetadas são tronco encefálico, cerebelo, medula espinhal, nervos periféricos, junção neuromuscular e músculos. - Normal - Anormal: ataxia, paresia/paralisia, claudicação. Identificar membros acometidos por alterações, avaliar se animal tem dificuldade de iniciar o movimento ou sustentar seu próprio peso. Ataxia é um incoordenação difícil de avaliar na marcha, podendo ser: 1. Proprioceptiva por lesão medular 2. Vestibular 3. Cerebelar associada com hipermetria 4. Tremores de intenção Paresia: diminuição voluntária dos movimentos dos membros (em paresia com lesões em NMI se observa hipometria) Paralisia ou plegia: ausência da movimentação voluntária Paresia (no ramo da neurologia): perda da habilidade de sustentar o peso ou inabilidade para gerar movimento (em paresia com lesões em NMS geralmente se observa hipermetria) Tetraparesia (paralisia): quatros membros – lesão cranial a T3 ou desordem generalizada de NMI; Paraparesia (plegia): MP – lesão caudal a T2; Monoparesia (plegia): alteração na função de membro, lesão a NMI local ou lesão lateralizada caudal ao plexo braquial ou lombosacro; Hemiparesia: membros só de um lado – lesão lateralizada cranial a T2. Lesão entre porção caudal do tronco cefálico e seg T2 a alteração é ipsilateral. Paresia ambulatorial: quando animal ainda é capaz de deambular (o oposto é paresia não ambulatorial). Andar em círculos: alteração comportamental associada a lesões prosencefálicas ou vestibulares, geralmente é ipsilateral. MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS Tremores de ação, tremores de repouso, tremores de intenção. Miotonias: atraso no relaxamento dos músculos Desordens de movimento: discernia, distonia, coréia, balismo e atetose. Mioclonia: contração brusca e involuntária. Catalepsia: membros rígidos sem contração Crises epiléticas Head-bobbing. REAÇÕES POSTURAIS Não indicam sublocalização exata da lesão Propriocepção: se faz estação. Em MT se apoia o peito, em MP se apoia abdômen. (flexiona a região distal da pata e animal tem que voltar em <3 s) Saltitamento: peso do animal sustentado por um membro. Todos os membros precisam ser avaliados, animal é inclinado. É o principal realizado em gatos. Outros: hemicaminhada (bom para animais grandes, avalia hemiparesia e hemiplegia), carrinho de mão (avaliar C e T, ataxia e paresia de MT), extensor postural, posicionamento tátil e visual (gatos) NERVOS CRANIANOS I e II partem do prosencéfalo, III e V do mesencéfalo, V da ponte, VI a XII do bulbo I – Oftálmico II – Óptico III – Oculomotor IV – Troclear V – Trigêmeo: ramos oftálmico (sensorial da córnea, medial do olhos, mucosa nacal e pele do dorso do nariz), maxilar (canto lateral do olhos, pele e bochecha) e mandibular (face mandibular e cavidade oral) VI – Abducente VII – facial VIII – Vestibuloclocear IX – Glossofaríngeo X – Vago XI – Acessório: É raro ter lesões. Ex: hipotrofia de trapézio. XII – Hipoglosso 1. RESPOSTA A AMEAÇA (II e VII) Não é um reflexo, animal com < 10 semanas talvez não reaja. Precisa tampar um olho e não fazer corrente de ar. 2. REFLEXO PUPILAR (II e III) Fazer no escuro. Cobrir previamente olhos do animal. Avaliar contração pupilar (reflexo pupilar direto) e da outra (reflexo pupilar consensual – é mais 3. 4. 5. 6. 7. lento). Cegueira cortical não interfere no reflexo e deve ser feito em animais cegos. REFLEXO PALPEBRAL E SENSIBILIDADE FACIAL. (V e VII) Estímulo suave das regiões mediais e laterais da pálpebra – esperasse fechamento (Ramo oftálmico – VII) Na sensibilidade facial (ramos do V) espera-se contrações (VII) e fechamento de pálpebra. No estímulo de mucosa nasal (ramo maxilar e oftálmico V) e afastamento da cabeça e fechamento dos olhos. Reflexo corneano (V ramo oftal.) espera-se a retração ocular (VI) SIMETRIA FACIAL (V e VII) Avalia a simetria da face, músculos da mastigação e tônus mandibular (V), ptose de pálpebra, orelha ou lábio (eferente de VII) ESTRABISMO PATOLÓGICO (III, IV, VI E VIII) Deve-se procurar desvio, movimentos laterais, cima para baixo. Estrabismo pode ser lateral (III), medial (VI) e estrabismo por rotação de globo ocular (IV) e posicional ventral (VIII). NISTAGMO FISIOLÓGICO (III, VI e VIII) Reflexos oculovestibular. Olhos estáveis enquanto mexe a cabeça para os lados. NERVOS IX, X e XII. Reflexo de deglutição e ânsia. Realiza uma pressão leve externa nos ossos hioide e nas cartilagens da traqueia. Tônus de língua dá pra avaliar XII. REFLEXOS MIOTÁTICOS E TÔNUS MUSCULAR Avalia lesões espinais. Procura lesões em neurônios motores superiores (NMS) e neurônio motores inferiores (NMI), avaliar também reações posturais. Lesões em NMS levam a reflexos e tônus normais a aumentados, já lesões em NMI levam a diminuição ou ausência dos reflexos. MT: reflexo de retirada. Se pinça o interdígito até a flexão completa e retirada de membro. Avaliar segmentos C6-T2, nervos associados, plexo braquial (nn. axilar musculocutâneo, mediano, ulnar e radial). Outros: extensor radial do carpo, bíceps e tríceps. São mais difíceis e menos confiáveis. MP: reflexo de retirada: Avalia de L4-S3, raízes associadas, n. ciático e n. femoral. Em caso de extensor cruzado (flexiona o testado e estende o outro) indica lesão cranial ao segmento espinhal L4. Reflexo patelar: Membro tem que tá relaxado em posição flexão parcial. Avalia L4-L6 e n. femoral. É super confiável. Animais idosos podem ter resposta diminuída, reflexos aumentados podem ser vistos em casos de lesão cranial a L4, em casos restritos de lesões específicas entre L6-S1 ocorre pseudohiperrflexia (diminuição do tônus da musculatura de contrapões a extensão do joelho) [PESQUISAR] Reflexo perineal: Avaliar n. pudendo e n. perineal e S1-S3. Pinça-se região e espera contração anal e flexão de cauda. AVALIAÇÃO SENSORIAL Nocicepção: Avalia dor, ótimo medidor de lesão medular. Nervos periféricos, medula espinhal, tronco encefálico e córtex prosencefálico são responsáveis. Dor superficial: pinça interdígito MP e MT (se tiver diminuído faz o de dor profunda). Dor profunda: pinça falange distal com p. hemostática. É importante avaliar outras reações como latidos, choro, o animal precisa ter resposta consciente. Palpação da coluna: avalia áreas dolorosas (hiperestesia). Deve ser feito das vértebras lombares às torácicas e aumentar a intensidade levemente (o estímulo deve ser leve). Na avaliação cervical manipula-se a cabeça suavemente para os lados, para cima e para baixo. Reflexo cutâneo do tronco: pinçar a pele da região lombo-cervical. Avalia nervo torácico lateral C8-T1, espera-se contração bilateral da pele.