Centro Universitário São José de Itaperuna Curso de Pós-Graduação em Educação Física Escolar ALINE DO NASCIMENTO BARBOSA MARCELLA MACHADO DE ALCANTARA BARBOSA TATYANA SALES LUQUETTI RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: uma comparação entre escola pública e privada Itaperuna/RJ 2011 ALINE DO NASCIMENTO BARBOSA MARCELLA MACHADO DE ALCANTARA BARBOSA TATYANA SALES LUQUETTI RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: uma comparação entre escola pública e privada Artigo apresentado como requisito final para a obtenção do título de Especialista ao Programa de PósGraduação em Educação Física Escolar do Centro Universitário São José de Itaperuna. Orientador: Prof. Msndo Douglas Aparecido Dopp Co-orientador: Profª Drª Dulce Helena Pontes Ribeiro Itaperuna/RJ 2011 RELAÇÃO ENTRE IMC E PERCENTUAL DE GORDURA COM ESTILO DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: uma comparação entre escola pública e privada Aline do Nascimento Barbosa1 Marcella Machado de Alcantara Barbosa2 Tatyana Sales Luquetti3 RESUMO: A obesidade é uma doença crônica e multicausal e é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. A redução da atividade física de rotina e o aumento de atividades sedentárias têm papel importante na etimologia da obesidade na infância. O objetivo deste estudo foi comparar o percentual de gordura, o IMC, o estilo de vida e o nível de atividade física dos alunos da rede pública e particular de ensino. A amostra foi composta por alunos do 6º ano: 26 de um colégio da rede pública estadual e 22 da rede particular de ensino, ambas localizadas em Itaperuna-RJ. Desses escolares, foram mensuradas a estatura, a massa corporal e as dobras cutâneas (tríceps e panturrilha), para a realização dos cálculos do IMC e do Percentual de Gordura e para a correlação dos dados com os hábitos adotados pelos avaliados foi aplicado um questionário. Constatou-se que em ambas as escolas os índices de massa corporal foram classificados como normal, no entanto, notou-se divergência quando se analisou o percentual de gordura. Na rede pública, meninos e meninas apresentaram amplitude ótima, enquanto que na rede particular, os meninos foram classificados com percentual de gordura alto, e as meninas, moderadamente alto. Com base no questionário supracitado verificou-se que os alunos da rede particular adotam um estilo de vida menos ativo. Conclui-se que devido à adoção de padrões comportamentais hipocinéticos, a clientela da rede particular apresenta maiores índices de massa corporal e percentual de gordura. Palavras Chaves: Obesidade. Doença. Crianças. 1Introdução Cada vez mais a obesidade tem sido alvo de estudos e pesquisas devido ao aumento de sua incidência nas sociedades contemporâneas, preocupando Cursando pós-graduação em Educação Física Escolar na FSJ. Graduada em Educação Física na FUNITA. Professora da rede pública municipal de Natividade. E-mail: [email protected] 2 Cursando pós-graduação em Educação Física Escolar na FSJ. Graduada em Educação Física na FUNITA. Professora da rede pública estadual. E-mail: [email protected] 3 Cursando pós-graduação em Educação Física Escolar na FSJ. Graduada em Educação Física na FUNITA. Instrutora de musculação em academia. E-mail: [email protected] 1 os órgãos de saúde pública, assim como toda a sociedade. Em face desse quadro, surge este problema: até que ponto o estilo de vida e o nível de atividade física interferem no IMC e no percentual de gordura de crianças? Dessa indagação emergiu os seguintes objetivos: a) Geral: comparar o percentual de gordura, o IMC, o estilo de vida e o nível de atividade física dos alunos do 6º ano da rede pública e particular de ensino, ambas da cidade de Itaperuna-RJ. b) Específicos: Aplicar o termo de consentimento livre e esclarecido; selecionar os indivíduos; coletar a estatura e a massa corporal dos avaliados; realizar o cálculo do IMC; mensurar as dobras cutâneas de tríceps e panturrilha; somar as dobras encontradas e converter os resultados na categoria correspondente; aplicar o questionário sobre o nível de atividade física e analisar os dados encontrados. A escolha desse tema justifica-se pelo desenvolvimento cada vez mais precoce dos casos de obesidade, aumentando sua incidência em crianças, pela relação dessa patologia com diversas doenças, pela tendência de crianças obesas se tornarem adultos obesos, pela discriminação que esses jovens podem sofrer na sociedade e, além disso, adultos que eram obesos quando crianças têm seus riscos de mortalidade aumentados. Como hipótese, acredita-se que há diferença significativa entre os alunos da rede pública e particular de ensino, sendo que esta apresentaria o IMC e o percentual de gordura mais elevado, e que essa diferença estaria diretamente relacionada ao estilo de vida e ao nível de atividade física dos alunos. Neste intento, este estudo procurou embasamento em teóricos como Sotelo et al. (2004), Santo, Mercês (2005), Borba (2006), Teixeira et al. (2009), dentre os demais. 2 Revisão de literatura A obesidade é uma doença crônica e multicausal, caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo em todo o corpo ou em determinadas partes do mesmo (SOTELO et al., 2004). No Brasil, um estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2009 revelou que metade dos adultos brasileiros apresenta excesso de peso e que 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres já são obesos, verificou também que um terço das crianças de 5 a 9 anos está com peso acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que 21,7% dos adolescentes de 10 a 19 anos estão com sobrepeso. (REVISTA E. F., 2012, 4-5 p.). Esta patologia vem assumindo grande importância devido à sua relação direta ou indireta com outras doenças como a diabetes melitos tipo II (DM), a osteoartrite, a aterosclerose, a apneia obstrutiva do sono, as dislipidemias, as doenças cardíacas, a hipertensão arterial, ao acidente vascular cerebral, a doença da vesícula biliar, aos distúrbios alimentares ou de humor e ao câncer de próstata, mama, endométrio e ovário (SANTO; MERCÊS, 2005; BORBA, 2006; TEIXEIRA et al., 2009). Em crianças, a obesidade pode causar distúrbios psicológicos, dificuldade de relacionamento social, baixa na autoestima, afetar seu desenvolvimento motor, acelerar a puberdade, elevar o colesterol e propiciar diversos problemas de saúde que poderão se prolongar pela vida adulta e em alguns casos levar a morte (BORBA, 2006). Diversos fatores podem desencadear a obesidade, esses podem ser endógenos ou exógenos, os fatores endógenos, ou seja, de origem interna são responsáveis por menos de 5% dos casos dessa doença, dentre eles destacam-se a genética, alterações hormonais, problemas neurológicos, ineficiência metabólica, entre outros. Os fatores exógenos, ou seja, de origem externa são os principais causadores da obesidade e estão relacionados a aspectos ambientais, culturais, sociais e emocionais (OLIVEIRA, 2002; BORBA, 2006). O aumento da violência e a diminuição dos espaços para a prática de atividades físicas provocados pelo crescimento das cidades, aliado ao avanço tecnológico ocasionaram uma mudança na forma de ocupação do tempo das crianças, que trocaram o tipo de brincadeira, passando a realizar atividades cada vez mais sedentárias, gastando mais tempo em frente à televisão, no computador e em jogos eletrônicos (MELLO et al., 2004; SANTO; MERCÊS, 2005; CAMPAGNOLO et al. 2008). Os maus hábitos alimentares constituem outro fator determinante para o desenvolvimento da obesidade, esses se intensificaram nas últimas décadas com o aumento do consumo de açúcares simples, de produtos industrializados e de alimentos ricos em gorduras saturadas, ao mesmo tempo em que ocorreu o declínio da ingestão de leguminosas e hortaliças (MELLO et al., 2004; SANTO; MERCÊS, 2005). A distribuição da gordura corporal está diretamente ligada às chances que o indivíduo tem para adquirir determinadas doenças, essa distribuição anatômica irá definir os tipos de obesidade, que podem ser do tipo I que é caracterizada pelo excesso de massa corporal ou percentual de gordura distribuída por todo o corpo, a do tipo II que é caracterizada pelo acúmulo de gordura no tronco, particularmente no abdômen, constituindo o formato andróide, encontrada principalmente em homens e associada à hipertensão e Diabetes Melitos, por isso é considerada a mais invasiva, e a do tipo III que é o acúmulo excessivo de gordura na parte inferior do corpo, constituindo o formato ginecóide, ocorrendo principalmente em mulheres (BORBA, 2006). O tipo de obesidade mais encontrado em crianças é o tipo I, ou seja, a gordura não está centralizada em uma determinada parte do corpo, mas à medida que vão crescendo, o tipo de obesidade vai sendo definido (BORBA, 2006). É necessário identificar o mais cedo possível os casos de obesidade, principalmente a infantil, para que se possa eliminar seus fatores causadores, evitando que essa doença se agrave (SANTO; MERCÊS, 2005). Um efetivo combate a obesidade infantil implica em modificar os hábitos da criança e de toda a família, por isso este tratamento se torna tão complexo, pois necessita da participação ativa dos pais e da criança, que muitas vezes encontra dificuldade em entender os riscos que a obesidade pode causar. Reeducação alimentar, atividade física e mudanças comportamentais, dentro de um ambiente positivo, de acolhimento, compreensão e cumplicidade da família podem trazer excelentes resultados. Os pais devem adotar e estabelecer uma alimentação saudável com horários para as refeições e lanches, limitar o tempo de utilização do computador, televisão e jogos eletrônicos e estimular a prática de atividades físicas, pois crianças que são ativas desde cedo têm maior probabilidade de permanecerem ativas quando adultas. Devem também dar bons exemplos, pois como já comprovado em estudos, se a mãe pratica atividade física, o filho é 2 vezes mais ativo, se o pai pratica atividade física, o filho é 3,5 vezes mais ativo e se ambos praticarem o filho será 6 vezes mais ativo (BASTOS; PEREIRA, 2006). Um estilo de vida sedentário constitui uma das principais causas para o desenvolvimento da obesidade em todas as faixas etárias, por isso é de suma importância a prática regular de atividades físicas, pois esta traz benefícios para a saúde física e mental do praticante e contribui no processo de promoção da saúde, da qualidade de vida e prevenção de doenças (MASCARENHAS et al., 2005; BARUKI et al., 2006; DUMITH et al., 2008). Existem diversas formas de diagnosticar se um indivíduo se encontra em um quadro de obesidade, como a pesagem hidrostática, a bioimpedância elétrica, o Índice de Massa Corporal (IMC) e a utilização das medidas das dobras cutâneas, mas os dois últimos são os métodos mais utilizados em estudos por apresentarem maior praticidade de realização e menor custo financeiro (BORBA, 2006; MARTINS; FILHO, 2006). O IMC é muito utilizado em estudos clínicos por ser aceito pela comunidade científica, mas este método não é tão fidedigno em adultos, por não considerar as divergências da composição corporal, que são menos significativas nas crianças. Sua fórmula é igual a massa corporal dividida pela altura ao quadrado, sendo que a massa corporal é expressa utilizando a unidade de medida quilograma e a altura em metros. (TRITSCHLER, 2003; MELLO et al., 2004; SOTELO et al., 2004; SANTO; MERCÊS, 2005; BORBA, 2006). A avaliação da adiposidade através da mensuração da espessura das pregas cutâneas mostra como a gordura está distribuída no corpo, sabendo-se que não só a quantidade total de gordura, mas também a sua localização são importantes na determinação dos riscos à saúde. A coleta é realizada em determinadas partes do corpo, de acordo com o protocolo utilizado e a amostra a ser analisada. (OLIVOTO, 2004; BORBA, 2006; DUQUIA et al., 2008). 3 Metodologia Os passos metodológicos foram os seguintes: 3.1 Amostra A amostra foi composta por 26 alunos da turma 601 do Colégio Estadual 10 de Maio e 22 alunos da turma 600 da Escola de Aplicação da Fundação Educacional e Cultural São José, ambos da cidade de Itaperuna-RJ. Os dados da escola pública foram coletados no dia 10 de fevereiro de 2012, na parte da tarde, dentro da sala de aula e enquanto os da particular foram obtidos no dia 15 de fevereiro de 2012, no período da manhã, na quadra da escola. Em ambas as instituições escolares, as dobras cutâneas foram mensuradas pelo mesmo avaliador. Para a obtenção dos dados referentes à adiposidade foram utilizados o IMC e a mensuração das dobras cutâneas e para a análise do estilo de vida e nível de atividade física foi aplicado um questionário ao final das avaliações (ANEXO 3). O presente estudo respeitou a Resolução 196/96, para pesquisas em serem humanos, sendo aplicado um termo de consentimento livre e esclarecido pelo qual os responsáveis autorizavam os alunos a participarem da pesquisa (ANEXO 1). 3.2 Estatística O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de corte transversal, no qual seus valores serão expressos em média e desvio padrão. 3.3 Instrumentos Para a mensuração do IMC foram utilizados os seguintes instrumentos: Balança Clínica da marca Filizola® com capacidade máxima para 150kg e precisão de 100 gramas Trena da marca Sanny Medical de 2m Tábua para estatura Para a mensuração do percentual de gordura foram utilizados: Compasso de dobras cutâneas da marca Sanny. Lápis Dermatográfico Carci Trena da marca FisioStore de 1,5m 3.4 Métodos A. IMC O IMC foi obtido através do protocolo proposto por Quetelet,1800. Inicialmente foi pedido ao avaliado para subir na balança de costas para a escala de medida, ficando na posição ereta e sem se movimentar, o avaliador fazia a leitura dos valores e anotava na ficha de anamnese do avaliado. Para a mensuração da estatura, foi utilizada uma fita métrica fixada na parede, o avaliador se posicionava no lado direito do avaliado, pedindo para que o mesmo ficasse ereto e com os olhos fixos num eixo horizontal paralelo ao chão, de acordo com a linha de Frankfurt e era solicitado ao aluno para que realizasse uma inspiração forte e executasse uma apnéia até que fosse colocada uma tábua no vértex de sua cabeça, feito isso pedia-se ao avaliado para se retirar dessa posição para que o avaliador realizasse a leitura e transcrevesse a estatura do aluno para sua ficha de anamnese. Logo após a coleta dos dados, o avaliador os digitou numa tabela no computador para os devidos cálculos do IMC. Os valores de IMC encontrados foram classificados de acordo com a tabela da OMS, 2002 (ANEXO 4). B. Percentual de Gordura O percentual de gordura foi obtido através da mensuração das dobras cutâneas do tríceps e panturrilha baseado no protocolo de Lohman,1987 para crianças e adolescentes. As localizações desses pontos anatômicos estão descritas abaixo. - Tríceps Determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braço, em sua face posterior, sendo seu ponto exato no ponto médio acrômio-radial. (DIAS, 2004) Medida e localização da dobra cutânea do tríceps - Panturrilha medial Obtida com o indivíduo sentado, com o joelho em 90 graus de flexão, tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. Tomou-se a dobra no sentido paralelo ao eixo longitudinal do corpo, na altura de maior circunferência da perna. (DIAS, 2004) Localização e medida da dobra cutânea da panturrilha O compasso foi manuseado na mão direita e o gatilho deste com o dedo indicador, com a mão esquerda foi pinçado o tecido adiposo subcutâneo entre o polegar e o indicador, tendo cuidado para que o músculo não seja pinçado junto, em caso de dúvida foi solicitado uma breve contração e posterior relaxamento do músculo. A prega foi pinçada no ponto determinado e as extremidades do compasso foram ajustadas perpendicularmente a prega, um cm abaixo dos dedos, foram aguardados 2 segundos antes de efetuar a leitura. Em cada uma das dobras cutâneas, foram coletadas três medidas e registrada a medida mediana. Foram somadas as medidas do tríceps e da panturrilha e o resultado encontrado foi classificado segundo o nomograma proposto por Lohman, 1987. 4 Resultados e Discussão A TABELA I apresenta a média e o desvio padrão do IMC e do percentual de gordura dos avaliados segundo o sexo. Observa-se que em ambas as instituições os índices de massa corporal são classificados como normal, no entanto, nota-se divergência quando se analisa o percentual de gordura. Na rede pública, meninos e meninas apresentaram amplitude ótima, enquanto que na rede particular, os meninos foram classificados com percentual de gordura alto, e as meninas, moderadamente alto. TABELA I - Valores de IMC e Percentual de Gordura Escola Pública Escola Particular N=48 Meninos Meninas Meninos Meninas IMC 17,45 ± 1,95 16,88 ± 1,23 20,48 ± 3,06 18,33 ± 2,68 Percentual de Gordura 16,39 ± 9,09 18,81 ± 5,91 27,82 ± 11,27 28,12 ± 10,55 Os gráficos abaixo mostram a classificação dos índices de massa corporal dos avaliados de acordo com a OMS (2002). O GRÁFICO I mostra que 81% dos alunos da escola pública apresentam IMC na categoria normal, 19% estão com baixo peso e nenhum aluno apresentou IMC acima do recomendado. Enquanto que na escola particular, 27% encontram-se com sobrepeso, 9% já são considerados obesos e 64% dos alunos estão dentro do normal, como mostra o GRÁFICO II. Esses resultados também foram observados por Oliveira (2002) em um estudo realizado na Bahia, com crianças da rede pública e privada de ensino da zona urbana, onde constatou que nas escolas públicas 6,5 % dos alunos encontram-se com sobrepeso e 2,7% são obesos e, nas escolas privadas, 13,4% dos escolares foram diagnosticados com sobrepeso e 7% com obesidade, sendo que o presente estudo apresentou diferença superior ao comparar a rede pública e particular. Classificação do IMC Escola Pública 19% Baixo Peso Normal 81% Sobrepeso Obeso GRÁFICO I – Classificação do IMC da Escola Pública Classificação do IMC Escola Particular 9% Baixo Peso 27% 64% Normal Sobrepeso Obeso GRÁFICO II – Classificação do IMC da Escola Particular Os gráficos a seguir apresentam a classificação do percentual de gordura dos avaliados de acordo com o protocolo de Lohman (1987). O GRÁFICO III mostra que 77% dos alunos da escola pública apresentam percentual de gordura na categoria ideal, 15% moderadamente alto e 4% muito alto. Enquanto que na escola particular 87% dos alunos estão acima do ideal, sendo 32% moderadamente alto, 32% alto e 23% muito alto, e apenas 13% apresentaram percentual de gordura ideal, como mostra o GRÁFICO IV. Um estudo realizado por Campos et al (2010) em Porto Velho (RO) apresentou resultados semelhantes no que se refere aos dados da escola pública, onde 27,27% dos alunos foram encontrados abaixo dos níveis de gordura considerados normais e 72,72% estavam dentro dos padrões de normalidade. No entanto, apresentou divergências entre as escolas particulares, pois no estudo em Porto Velho, 57,14% foram classificados com percentual de gordura ideal, 28,57% moderadamente alto e 14% alto. Classificação do %G Escola Pública 4% 4% Muito Baixo 15% Baixo Ideal 77% Moderadamente Alto Alto GRÁFICO III – Classificação do percentual de gordura da Escola Pública Classificação do %G Escola Particular 23% 13% Muito Baixo 32% 32% Baixo Ideal Moderadamente Alto Alto GRÁFICO IV – Classificação do percentual de gordura da Escola Particular Com relação à situação socioeconômica, a obesidade mostrou-se mais prevalente nas crianças de maior poder aquisitivo (escola particular), o que vai de acordo com a literatura, pois segundo Silva, Balaban, Motta (2005) o crescimento da obesidade está mais associado ao status socioeconômico do que à aspectos étnicos e geográficos. O questionário aplicado referente ao estilo de vida adotado pelos alunos vem elucidar os resultados encontrados acima, como nos mostra os gráficos a seguir. Os GRÁFICOS V e VI mostram que os alunos da escola particular passam mais tempo assistindo televisão, jogando videogame ou no computador se comparados aos alunos da escola pública. Quantas horas por dia você costuma passar assistindo televisão, jogando videogame ou ficando no computador? Escola Pública 12% 15% 1 a 2 horas 35% 3 a 4 horas 5 a 6 horas Mais de 6 horas 38% GRÁFICO V – Questão número 1 do questionário da Escola Pública Quantas horas por dia você costuma passar assistindo televisão, jogando videogame ou ficando no computador? Escola Particular 14% 1 a 2 horas 32% 27% 3 a 4 horas 5 a 6 horas 27% Mais de 6 horas GRÁFICO VI – Questão número 1 do questionário da Escola Particular Os GRÁFICOS VII e VIII mostram que 82% dos alunos da escola particular utilizam meios de transporte automotivos para se locomoverem no trajeto escolar. Em contrapartida 65% dos alunos da escola pública utilizam meios de transporte ativo, ou seja, praticam alguma forma de atividade física durante esse percurso, proporcionando assim um maior gasto calórico. Como você vai de casa para escola? Escola Pública A pé 8% De bicicleta 27% 50% 15% De ônibus/ Van/ Kombi De carro/Moto Outro Meio de transporte GRÁFICO VII – Questão número 2 do questionário da Escola Pública Como você vai de casa para escola? Escola Particular A pé 18% De bicicleta 5% 77% De ônibus/ Van/ Kombi De carro/Moto Outro Meio de transporte GRÁFICO VIII – Questão número 2 do questionário da Escola Particular De acordo com os GRÁFICOS IX e X não houve diferença significativa entre os alunos das escolas pública e particular em relação ao tempo gasto se exercitando durante as aulas de educação física. Isso mostra que infelizmente as poucas horas de educação física na escola não são suficientes para atenuar seus hábitos sedentários fora da escola. Em uma aula de educação física, quanto tempo você passa realmente se exercitando ou praticando esportes? Escola pública Eu não faço educação física 4% 42% 27% Menos de 30 minutos 31 a 60 minutos 27% Mais de 60 minutos GRÁFICO IX – Questão número 3 do questionário da Escola Pública Em uma aula de educação física, quanto tempo você passa realmente se exercitando ou praticando esportes? Escola Particular 18% 46% 36% Eu não faço educação física Menos de 30 minutos 31 a 60 minutos Mais de 60 minutos GRÁFICO X – Questão número 3 do questionário da Escola Particular Os GRÁFICOS XI e XII mostram que 88% dos alunos da escola pública praticam atividades físicas fora do período escolar, enquanto que na escola particular somente 50% cultiva esse estilo de vida saudável. Você pratica alguma atividade física fora da escola? Escola Pública 12% Não Sim 88% GRÁFICO XI – Questão número 4 do questionário da Escola Pública Você pratica alguma atividade física fora da escola? Escola Particular Não 50% 50% Sim GRÁFICO XII – Questão número 4 do questionário da Escola Particular Os GRÁFICOS XIII e XIV mostram que além de um maior número de alunos de escola pública praticarem atividade física fora da escola, eles a fazem com mais freqüência. Quantas vezes por semana você pratica atividade física? Escola Pública 19% 12% 11% 31% 27% Não pratica 1 vez por semana 2 ou 3 vezes por semana 4 ou 5 vezes por semana Mais de 5 vezes por semana GRÁFICO XIII – Questão número 5 do questionário da Escola Pública Quantas vezes por semana você pratica atividade física? Escola Particular Não pratica 14% 9% 50% 23% 4% 1 vez por semana 2 ou 3 vezes por semana 4 ou 5 vezes por semana Mais de 5 vezes por semana GRÁFICO XIV– Questão número 5 do questionário da Escola Particular A última pergunta do questionário verificou que os alunos da rede pública de ensino não praticam atividade física fora da escola por falta de interesse ou falta de opção, repetindo este quadro na rede particular de ensino. A partir da análise do questionário observa-se que a falta de atividade física constitui uma das principais causas para o desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade. Constatou-se que os alunos da rede particular adotam um estilo de vida mais sedentário, tendo como conseqüência maiores níveis de gordura. No estudo realizado por Oliveira (2002) em Feira de Santana (BA) apontou uma relação inversa entre a prática sistemática de exercícios físicos e a prevalência do sobrepeso e obesidade na amostra avaliada. Para Pollock e Wilmore (1993), “a inatividade física tem papel potencializador no aumento da gordura corporal e a atividade física é um dos meios de controlar e manipular este aumento” (p.60). Com base nessas pesquisas, observa-se a necessidade da estimulação da prática de atividades físicas desde a infância, pois dessa forma a criança adotará um estilo de vida mais ativo e saudável e provavelmente o manterá durante a vida adulta, uma vez que esta prática pode contribuir no combate, controle e prevenção de diversas doenças, inclusive a obesidade (SANTO; MERCÊS, 2005). 5 Conclusão Os hábitos, o estilo de vida e os fatores que colaboram para a aquisição de determinadas condutas são decorrentes do ambiente social e físico em que a criança/jovem vive. Por isso devido às maiores facilidades os alunos da rede privada de ensino apresentam uma tendência cada vez maior à adoção de padrões comportamentais hipocinéticos, caracterizados por um predomínio de atividades de lazer passivo (assistir televisão, jogos eletrônicos) em detrimento das atividades físicas e de um estilo de vida mais ativo. Em conseqüência desses hábitos os índices de massa corporal e o percentual de gordura encontrado nos alunos da rede privada foram mais elevados. Referências BARUKI, S. B. S. et al. Associação entre estado nutricional e atividade física em escolares da Rede Municipal de Ensino em Corumbá- MS. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.12, n.2, Niterói, mar./abr. 2006. BASTOS, M. V.; PEREIRA, M. A. M. Obesidade Infantil. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/obesidade-infantil/10247>. Acesso em: 02 de março de 2012. BORBA, P. C. S. A importância da atividade física lúdica no tratamento da obesidade infantil. Janeiro de 2006. CAMPAGNOLO, P. D. B.; VITOLO, M. R.; GAMA, C. M. Fatores associados ao hábito de assistir TV em excesso entre adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.14, n.3, Niterói, maio/jun. 2008. CAMPOS et al. Prevalência de obesidade infantil em alunos do 5° ano do ensino fundamental. Anais da Semana Educa, v. 1, n. 1, 2010. DIAS, R. L. Associação entre composição corporal e indicadores de estilo de vida em crianças fisicamente. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Porto Alegre, 2004. DUMITH, S. C.; JÚNIOR, M. R. A.; ROMBALDI, A. J. Aptidão física relacionada à saúde de alunos do ensino fundamental do município de Rio Grande-RS, Brasil. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.14, n.5, Niterói, set./out. 2008. DUQUIA, R. P. et al. Epidemiologia das pregas cutâneas triciptal e subescapular elevadas em adolescentes. Caderno de Saúde Pública, v.24, n.1, Rio de Janeiro, jan. 2008. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Antropometria e análise do estado nutricional de crianças e adolescentes no Brasil. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 23 de nov. 2011. MARTINS, M. E. A.; FILHO, J. F. Validação de Equações antropométricas generalizadas para a estimativa da densidade corporal em mulheres militares. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 2006. MASCARENHAS, L. P. G. et al. Relação entre diferentes índices de atividade física e preditores de adiposidade em adolescentes de ambos os sexos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.11, n.4, Niterói, jul./ago. 2005. MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria, v. 80, n.3, 2004. OLIVEIRA, A. M. A. Sobrepeso e obesidade infantil: prevalência e influência de fatores biopsicossociais em Freira de Santana-Ba. 2001,196 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Departamento de Saúde, UEFS, 2002. OLIVOTO, R. R. Pregas cutâneas x impedância bioelétrica: mensuração da composição corporal. Revista Digital, ano 10, n.7, Buenos Aires, abril de 2004. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/>. Acesso em 26 de out. de 2011. POLLOCK, M. L.; WILMORE, J. H. Exercício na Saúde e na Doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2° ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1993. REVISTA E. F. O futuro da humanidade? Ano 10, n. 43, mar. 2012, 4-5 p. SANTO, E. E.; MERCÊS, G. Sobrepeso e Obesidade Infantil: Influencias dos Hábitos Alimentares e da Prática de Atividade Física. Diálogospossíveis, ano 4, n.2, ago/dez 2005. SILVA, G. A. P.; BALABAN, G.; MOTTA, M. E. F. A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil. Recife, jan./mar., 2005. SOTELO, Y. O. M.; COLUGNATI, F. A. B.; TADDEI, J. A. A. C. Prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares da rede pública segundo três critérios de diagnóstico antropométrico. Caderno de Saúde Pública, v.20, n.1, Rio de Janeiro, jan./fev. 2004. TEIXEIRA, V. S. S. et al. Avaliação do efeito da obesidade infantil e a do adolescente sobre as propriedades ventilométricas e força muscular do sistema respiratório. ConScientiae Saúde, 2009. TRITSCHLER, K. Medida e Avaliação em Educação Física e Esportes. Editora Manole, 5. ed., São Paulo, 2003, 258-263 p. ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Dados de identificação Título do Projeto: Relação entre IMC e percentual de gordura com estilo de vida e prática de atividades físicas: uma comparação entre escola pública e privada. Pesquisadores Responsáveis: Aline do Nascimento Barbosa, Marcella Machado de Alcântara Barbosa e Tatyana Sales Luqueti. Instituição a que pertence os Pesquisadores Responsáveis: Centro Universitário São José Telefones para contato: (22) 38244513 - (22) 98383407 O seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar da pesquisa que tem como finalidade comparar o percentual de gordura, o IMC, o estilo de vida e o nível de atividade física dos alunos da rede pública e da rede particular, ambos da cidade de Itaperuna – RJ. Esse estudo se justifica pelo aumento nos índices de obesidade infantil relatados nos últimos anos, tendo em vista que essa patologia é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças. Além disso, o diagnóstico precoce de casos de obesidade infantil torna-se importante para se eliminar seus fatores causadores, evitando que essa doença se agrave. A participação de seu(sua) filho(a) envolverá a avaliação das medidas da massa corporal, estatura e dobras cutâneas (tríceps e panturrilha), sendo calculado com os valores obtidos, o IMC e o Percentual de Gordura. Além da aplicação de um questionário para avaliação do nível de atividade física. A participação nesta pesquisa não traz complicações legais, nem apresenta riscos e desconfortos maiores. Os procedimentos adotados neste estudo obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à dignidade do avaliado. Você não terá qualquer forma de remuneração financeira nem despesas relacionadas ao estudo, visto que este não apresenta riscos à integridade física nem demanda que o avaliado realize alguma atividade que esteja fora de seu contexto cotidiano. DECLARAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELO PARTICIPANTE: Eu, _______________________________________ fui informado (a) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Estou ciente de que os resultados da pesquisa poderão ser publicados, mas que o nome de meu(minha) filho(a) ou qualquer outra identificação não poderá ser revelada. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e motivar minha decisão se assim o desejar. Itaperuna, ___/___/2011. ________________________________ Aline do Nascimento Barbosa _________________________________ Marcella Machado de Alcântara Barbosa __________________________________ Tatyana Sales Luqueti ________________________ Douglas Dopp ANEXO 2 - ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO Nome:_______________________________________________________ Turma: _____ Colégio: ( ) Fundação São José ( ) Colégio 10 de Maio Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Data de Nascimento ______/ ______/______ Idade: __________ Estatura: ___________ Massa Corporal: ____________ IMC:__________ Classificação do IMC: ( ) Baixo Peso ( ) Normal ( ( ) Sobrepeso ) Obeso Dobras cutâneas: Tríceps ________ Panturrilha ________ Σ das dobras ________ Percentual de gordura: __________ Classificação do percentual de gordura: ( ) Muito Baixo ( ) Moderadamente Alto ( ) Baixo ( ) Alto ( ) Ideal ( ) Muito Alto ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO Nome: ___________________________________ Data ___/___/___ Escola: ___________________________________ Série: _______ Idade: _______ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 1) Quantas horas por dia você costuma passar assistindo televisão, jogando videogame ou ficando no computador? ( ( ( ( ) 1 a 2 horas ) 3 a 4 horas ) 5 a 6 horas ) Mais de 6 horas 2) Como você vai de casa para escola? ( ( ( ( ( ) A pé ) De bicicleta ) De ônibus / Van / Kombi ) De carro/ Moto ) Outro meio de transporte 3) Em uma aula de educação física, quanto tempo você passa realmente se exercitando ou praticando esportes? ( ( ( ( ) Eu não faço educação física ) Menos de 30 minutos ) 31 a 60 minutos ) Mais de 60 minutos 4) Você pratica alguma atividade física fora da escola? ( ) Não (vá direto para a pergunta 6) ( ) Sim (responda o questionário até a pergunta 5) 5) Com que frequência você pratica atividades físicas? ( ( ( ( ) 1 vez por semana ) 2 ou 3 vezes por semana ) 4 ou 5 vezes por semana ) Mais de 5 vezes por semana 6) Qual o motivo de você não praticar exercícios físicos? ( ( ( ( ( ) Falta de tempo ) Falta de dinheiro ) Falta de interesse ) Falta de opção (minha cidade não oferece a atividade física que gosto) ) Por motivo de saúde ANEXO 4 – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DO IMC SEGUNDO A OMS (2002) Idade Sexo 6 anos MAS FEM 7 anos Baixo Peso Normal Sobrepeso Obeso Abaixo de 14,1 Abaixo de 13,7 14,1 - 17,2 13,7 - 17,0 17,2 - 18,8 17,0 - 17,5 Acima de 18,0 Acima de 17,5 MAS FEM Abaixo de 14,4 Abaixo de 14,1 14,4 - 17,5 14,1 - 17,5 17,5 - 18,2 17,5 - 18,3 Acima de 18,2 Acima de 18,3 8 anos MAS FEM Abaixo de 14,3 Abaixo de 14,1 14,3 - 18,0 14,1 - 18,7 18,0 - 19,1 18,7 - 19,8 Acima de 19,1 Acima de 19,8 9 anos MAS FEM Abaixo de 14,6 Abaixo de 14,6 14,6 - 19,0 14,6 - 19,8 19,0 - 19,9 19,8 - 21,2 Acima de 19,9 Acima de 21,2 10 anos MAS FEM Abaixo de 15,0 Abaixo de 14,5 15,0 - 18,8 14,5 - 20,7 18,8 – 19,8 20,7 - 22,0 Acima de 19,8 Acima de 22,0 11 anos MAS FEM Abaixo de 15,1 Abaixo de 15,3 15,1 - 21,5 15,3 - 21,8 21,5 - 22,5 21,8 - 23,4 Acima de 22,5 Acima de 23,4 12 anos MAS FEM Abaixo de 15,7 Abaixo de 15,6 15,7 - 21,7 15,6 - 23,1 21,7 - 23,7 23,1 - 24,6 Acima de 23,7 Acima de 24,6 13 anos MAS FEM Abaixo de 16,4 Abaixo de 16,3 16,4 - 22,2 16,3 - 23,8 22,2 - 24,0 23,8 - 25,2 Acima de 24,0 Acima de 25,2 14 anos MAS FEM Abaixo de 17,0 Abaixo de 17,1 17,0 - 23,1 17,1 - 24,7 23,1 - 24,2 27,7 - 26,2 Acima de 24,2 Acima de 26,2 15 anos MAS FEM Abaixo de 17,5 Abaixo de 17,5 17,5 - 23,4 17,5 - 24,1 23,4 - 24,1 24,1 - 25,6 Acima de 24,1 Acima de 25,6 16 anos MAS FEM Abaixo de 18,5 Abaixo de 18,3 18,5 - 24,8 18,3 - 25,7 24,8 - 25,9 25,7 - 26,8 Acima de 25,9 Acima de 26,8 17 anos MAS FEM Abaixo de 18,4 Abaixo de 17,9 18,4 - 24,9 17,9 - 25,7 24,9 - 26,1 25,7 - 26,2 Acima de 26,1 Acima de 26,2