Enviado por jessikacantora

Estilos de aprendizagem

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ESTILOS DE APRENDIZAGEM: Refinamento do olhar metodológico
Jéssika Camila da Silva Teixeira – Graduanda em Pedagogia
UniSALESIANO Lins – [email protected]
Elaine Cristina Moreira da Silva – Doutora em Educação e Docente Curso
Pedagogia
UniSALESIANO Lins – [email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade aprofundar os conhecimentos a respeito
da literatura existente sobre estilos de aprendizagem de modo a contribuir para um
olhar mais refinado por parte dos educadores em relação às características dos
diferentes estilos apresentados por vários autores. Ampliando o olhar para a
importância de um maior conhecimento sobre o tema garantindo uma educação de
qualidade e um bom desempenho escolar visto que o conhecimento dos estilos de
aprendizagem deve estar diretamente relacionado a metodologia adotada pelos
professores dos diferentes níveis e seguimentos educativos.
Palavras-chave: Estilos de Aprendizagem. Educação de Qualidade. Desempenho
Escolar.
INTRODUÇÃO
Pesquisas realizadas apresentam que os seres humanos têm diferentes estilos
de aprendizagem, características e preferências quanto à maneira de se apropriar dos
conhecimentos e informações que são apresentados a ele.
O processamento desse novo conhecimento e a transposição do mesmo em
novo saber perpassa na maioria das vezes pela habilidade de conseguir equilibrar
seus estilos de aprendizagem e consequente absorção, desenvolver o equilíbrio entre
estilos de aprendizagem e utilização de metodologias que amplifiquem no aluno essa
habilidade é fator importante na profissão de professor, visto que são essas
adequações nas metodologias utilizadas que estimularão a utilização e a adaptação
dos novos conhecimentos nas situações do dia a dia dos alunos envolvidos na
atividade.
O presente estudo objetiva aprofundar, sistematizar e constituir uma reflexão
sobre os estilos de aprendizagem apresentados por diferentes autores, de acordo com
as pesquisas realizadas e financiadas pelo PIBIC (Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Científica) – UniSALESIANO 2018\2019.
O professor que no processo de disseminação do conhecimento se torna um
delineador das ideias precisa identificar os meios mais eficazes de aprendizagem de
seus alunos, de modo que possa utilizar os métodos adequados que permitam atingir
o maior índice de aprendizado possível, em paralelo com o interesse e atração dos
alunos pelos conteúdos. Não bastaria, ao bom professor, conhecer sua área de
atuação. Seria necessário, também, que ele concebesse e implementasse novas
práticas docentes que viessem ao encontro dos anseios da sociedade.
Desta forma, pensando em proporcionar uma aula de maior qualidade onde o
a gestão do conhecimento seria a base para um ensino de qualidade, conhecer a
maneira com que os alunos possivelmente absorveriam o conteúdo proposto pela
ementa, seria um diferencial necessário nos dias atuais para que o repasse das
informações úteis e necessárias a suas futuras atividades no mercado de trabalho se
torna relevante.
O Brasil tem apresentado nas avaliações de competência em leitura, escrita e
na resolução de problemas matemáticos índices muito baixos de proficiência por parte
de seus estudantes. Em 2016, “o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em
leitura e na 66ª colocação em matemática”, de acordo com a jornalista Ana Carolina
Moreno do site g1.globo.com, o que nos faz refletir e questionar as estratégias de
ensino utilizadas para auxiliar nossos alunos a construir e utilizar seus conhecimentos.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) aponta como uma das finalidades da
educação superior a formação de diplomados ‘aptos para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira’. Se queremos formar professores que
possam efetivamente desenvolver e estimular a busca do conhecimento no País, é
necessário solucionar as dificuldades de aprendizagem desde a mais tenra idade.
Conhecer os estilos de aprendizagem dos alunos é fator importante na adequação do
ensino às necessidades dos estudantes.
As estratégicas metodológicas da investigação delineiam-se nos marcos da
pesquisa qualitativa. Tendo como referência princípios teórico-epistemológicos que se
baseiam na ideia de que os sujeitos sociais são seres reflexivos, que (res)significam
suas experiências, ações e posicionamentos nos vários contextos onde atuam,
ressaltando as motivações e intencionalidades, as formas de identificação e
apropriação em relação às mudanças pelos novos contextos sociais e educacionais,
o que apresenta implicações fundamentais para pesquisa.
2
Pesquisa qualitativa, nesta pesquisa compreendida como o tipo de pesquisa
que “busca a interpretação em lugar da mensuração, a descoberta em lugar da
constatação, assumindo que fatos e valores estão intimamente relacionados, onde a
tornando-se inaceitável a postura neutra do pesquisador” (LUDKE, ANDRÉ, 1986, p.
49). Dentro da pesquisa qualitativa optamos em trabalhar com a pesquisa
bibliográfica.
DESENVOLVIMENTO
As teorias sobre estilos de aprendizagem e de ensino apresentam a
necessidade da transformação da prática pedagógica e agregam elementos que
auxiliam na conquista de melhores resultados na construção do conhecimento, os
reflexos na condução do processo de ensino-aprendizagem tanto para alunos quanto
para professores pode possibilitar um maior entendimento dos estudantes sobre seus
próprios estilos de aprendizagem o que favorecerá o autoconhecimento e possibilitará
aos professos ampliar seus processos de tomada de decisão sobre a disciplina e/ou
conteúdo ministrado, reconhecendo estratégias e métodos específicos para
alcançarem seus objetivos educacionais. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Encontra-se na revisão bibliográfica vários autores em diferentes épocas
apresentando definições para o que chamamos de estilos de aprendizagem. As
definições do quadro abaixo foram extraídas dos trabalhos de Lopes (2002), Silva
(2006) e Oliveira (2012):
Quadro 1 – Definições de Estilos de Aprendizagem
Claxton e
Ralston (1978)
Dunn, Dunn &
Price (1979)
Gregorc (1979)
Hunt (1979)
(continua)
“Estilo de aprendizagem é uma forma consistente de responder e utilizar os
estímulos em um contexto de aprendizagem.” (Silva, 2006, p. 46).
“Estilo de aprendizagem é a maneira pela qual os indivíduos respondem a
estímulos ambientais, emocionais, sociológicos e físicos.” (Silva, 2006, p. 46).
“Estilo de aprendizagem consiste em comportamentos distintos que servem
como indicadores da maneira como uma pessoa aprende e se adapta ao seu
ambiente.” (Lopes, 2002, p.37).
“A definição de estilo de aprendizagem baseia-se nas condições educativas
com as quais o aluno está em melhor situação para aprender, ou que
estrutura necessita o aluno para aprender melhor.” (Silva, 2006, p. 46).
(conclusão)
3
Ford (1981)
Butler (1982)
“Estilo de aprendizagem como uma reação estratégica adaptativa para uma
situação de aprendizagem particular, cuja intensidade depende, igualmente,
de fatores como o nível de interesse de ansiedade ou mais com estilos
estáveis vinculados às características de personalidade e motivação.”
(Lopes, 2002, p.37).
“Concebe estilos de aprendizagem como o significado natural da forma como
uma pessoa, efetiva e eficientemente, compreende a si mesma, o mundo e a
relação entre ambos. Indica uma maneira distinta do aluno se aproximar de
um projeto ou episódio de aprendizagem, independentemente da inclusão de
uma decisão explícita ou implícita por parte deste”. (Silva, 2006, p. 46).
“Os estilos de aprendizagem são constituídos por traços cognitivos, afetivos
e fisiológicos, que funcionam como indicadores relativamente estáveis da
Keefe (1982)
forma como os alunos percebem, interagem e respondem ao ambiente de
aprendizagem.” (Oliveira, 2012, p.27).
Fonte: Lopes (2002), Silva (2006) e Oliveira (2012).
Percebesse desta forma que a preocupação com os estilos de aprendizagem
perpassa olhares e autores, reconhecendo que processamento de construção de um
novo conhecimento e a transposição do mesmo em novo saber avança na maioria
das vezes pela habilidade de conseguir equilibrar seus estilos de aprendizagem e
consequente absorção. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Possibilitar o desenvolvimento do equilíbrio entre estilos de aprendizagem e
utilização de metodologias que amplifiquem essa habilidade é fator importante na
profissão de professor, visto que são essas adequações nas metodologias utilizadas
que estimularão a utilização e a adaptação dos novos conhecimentos nas situações
do dia a dia dos envolvidos na atividade. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Há um grupo de autores que assegura que conhecer o estilo de aprendizagem
corresponde ao primeiro passo para se desenvolver estratégias de aprendizagem que
sejam condizentes com a preferência da maneira de se aprender (PORTILHO, 2011).
Percebem nas s teorias dos estilos de aprendizagem e de ensino corroboram para a
transformação da prática pedagógica e agregam elementos que auxiliam na conquista
de melhores resultados na construção do conhecimento. (SCHIMITTI; DOMINGUES,
2012)
De acordo com os estudos de Portilho (2009) sobre o Questionamento Honey
– Alonso de Estilos de Aprendizagem apresenta a categorização dos quatro estilos
uma composição para o processo clínico de aprendizagem.
Os quatro estilos de aprendizagem selecionados pelo Questionamento HoneyAlonso de Estilos de Aprendizagem, traduzido para o português em 2003 pela autora,
abordam algumas características.
4
Com base na investigação de Kolb, da mesma forma Alonso Gallego e Honey
(1995) evidenciam a importância dos estilos de aprendizagem que uma pessoa pode
ter de forma mais preponderante. Os estilos ativo, reflexivo, pragmático e teórico
foram estabelecidos pela teoria dos estilos de aprendizagem de Kolb.
No estilo ativo as pessoas demonstram criatividade, liderança, gostam de
aprender fazendo, gostam de inovação, ter novas experiências, resolvem problemas
e estão sempre variando a rotina diária. No estilo reflexivo as características
apontadas são de pessoas observadoras, gostam de escutar, analisar as coisas,
refletem sobre tomadas de decisão e não se preocupam com o tempo gasto em suas
ações. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
O
estilo
teórico-aprendizagem
apresenta
características
específicas:
objetividade, estruturação, buscam hipóteses, teorias, modelos, conceitos, gostam de
questionar e sentir-se pressionados intelectualmente. (SCHIMITTI; DOMINGUES,
2012)
Por último temos as pessoas que apresentam um predomínio do estilo pragmático e
que demonstram: Técnica, experimentação, tem praticidade, realismo, planejamento,
organização, capacidade para a solução de problemas. Quando potencializados os
quatro estilos de aprendizagem permitem ao sujeito aprender em qualquer
circunstância, mas antes disso é necessário saber quais são seus níveis em cada
estilo, ter autoconfiança e autoconhecimento tendo em vista a melhora pessoal.
(SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
A probabilidade de que o sujeito possa amplificar os 4 estilos é possível de
acordo com o desenvolvimento de aspectos e atividades e promover ações que
possam trazer experiências que potencialize no aluno esses quatro estilos de
aprendizagem. Sua didática deverá ser adequada a cada estilo, assim fortalece seus
próprios níveis de preferência em cada um dos estilos. Para contribuir nos estilos
dominantes de cada um, o professor pode aderir ao uso de diversidade de formas de
ensino. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
O quadro abaixo extraído de Portilho (2009) 100-101 traz os estilos e o que o
professor pode propor em suas aulas.
Quadro 2 – Estilos e Professor
ESTILO
Ativo
PROFESSOR
Deve propor trabalhos em equipe.
Gerar situações problema pata que o sujeito vá em busca de novos experimentos e
5
oportunidades.
Instigar a participar de dramatizações, dirigir e participar de debates.
Não permitir que fique mais de uma hora sentado.
Permitir que observe e reflita sobre as tarefas para resolvê-las.
Deve oferecer maior tempo para que a criança reúna informações assimile e
Reflexivo
prepare as atividades.
Oferecer tempo para que a criança entenda de maneira metódica as situações,
tarefas e ideias.
Teórico
Possibilitar que questione e participe de atividades complexas.
Relacionar a teoria à pratica, pontuando a relação do que é falado com a realidade.
Pragmático Propor atividades que propiciem aplicar na prática aquilo que aprendeu.
Fonte: Portilho (2009)
Claxton (2005, p. 27) evidencia que cabe ao professor “capitalizar e maximizar
a melhor aprendizagem, e ou criar uma mistura de atividades, para que todos tenham
uma oportunidade de usar seu estilo preferido”. Para isso, é necessário planejar
atividades que comtemplem as variadas metodologias de ensino, que possam auxiliar
no processo de aprendizagem de cada indivíduo e permite que aprendam e percebam
a própria forma de aprender. (SCHIMITTI; DOMINGUES 2012)
2
COMPARATIVO DOS AUTORES
2.1
Kolb – a teoria da aprendizagem experimental
Em 1984, Kolb distendeu uma forma de medir denominado inventário de Estilos
de aprendizagem (Learning Style Inventory – LSI) que tem como base a teoria do
modelo estrutural da aprendizagem, onde cada pessoa exige dois seguimentos
fundamentais para o processo de aprendizagem, onde cada qual consiste em
orientações elementares em oposição dialéticas (CERQUEIRA, 2000).
Kolb propõe um ciclo de aprendizagem de forma a conduzir o processo
educacional. O mesmo ciclo também contribui para descobrir o ritmo de estudo e a
forma como o indivíduo administra o tempo para que a aprendizagem ocorra de forma
organizada.
Dessa forma, propicia o desenvolvimento da autonomia do aprendizado. Esse
modelo trabalha com um inventário de estilos de aprendizagem para que se possa
identificar os mesmos.
Este inventário é composto de algumas sentenças com as quais estão associadas as
alternativas. Cada alternativa recebe um peso de acordo com o que o estudante
acredita que melhor descreva suas atitudes e sentimentos no momento em que ele
6
está aprendendo. A partir dos pesos que o estudante atribui para as alternativas são
calculados 4 índices: (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
a)
Experiência Concreta (EC): O aprendizado se fundamenta em ponderações
baseadas em sentimentos, ou seja, aprendem melhor por meio de exemplos
específicos nos quais se sintam envolvidos.
b)
Conceituação Abstrata (CA): É baseado em raciocino lógico. Estes indivíduos
tendem a ser mais orientados a símbolos do que a outras pessoas.
c)
Observação Reflexiva (OR): Os indivíduos aprendem se baseando fortemente em
cuidadosas observações e fazendo julgamentos das mesmas. Eles preferem
aprender assistindo aulas, o que lhes dá a possibilidade de exercer o seu papel
de observador e juiz imparcial, desta maneira tendem a ser introvertidos.
Experimentação Ativa (EA): Os indivíduos aprendem com facilidade quando
participam de projetos práticos, discussões em grupo e realizando tarefas em casa,
porém não gostam de situações de aprendizado passivo como assistir aulas e tendem
a ser extrovertidos. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
O modelo de Kolb foi representado como mostra a figura abaixo:
Figura 1 – Modelo de aprendizagem experiencial
Fonte: KOLB, 1984.
2.2
Gregorc – Definição dos estilos
Gregorc (1979) aborda como comportamentos diferentes, atuam como
indicadores do funcionamento das mentes das pessoas, suas competências e
capacidades pata com o relacionar.
De acordo com Claxton e Murel (1987) o modelo criado por Gregorc (1979) é
7
bastante semelhante ao de Kolb (1984) ambos explicam que Gregorc acredita que
as pessoas já nascem com uma pré-disposição para cada estilo de aprendizagem
e que durante a sua vida aprendem por meio de experiências concretas e de
abstração, em cada uma das formas o indivíduo aprende de forma aleatória ou
sequencial; elaborando quatro tipologias: Sequencial Concreto- SC, Aleatório
Concreto- AC, Aleatório Abstrato-AA, Sequencial Abstrato- AS, como mostra o
modelo da figura abaixo: (fonte: Estilos de aprendizagem: um estudo
comparativo, da Universidade Regional de Blumenau em Santa Catarina,
desenvolvido por duas pesquisadoras; Camila da Silva Schmitt e Maria José
Carvalho de Souza Domingues);
Figura 2 – Modelo de aprendizagem Gregorc
Fonte: GREGORC,1979.
Em 1982, Gregorc define o Style Delineator, criado para avaliar estes estilos. O
esquema mensura os tipos de capacidades mediadoras: percepção e ordem.
São 10 conjuntos com quatro adjetivos, cada conjunto deve ser organizado dando-lhes um
valor compreendido entre 40 e 10, cada um pertencente a um estilo de aprendizagem, como
mostra a figura 2. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
A palavra que melhor descreve o estilo do indivíduo é pontuada com ‘40’,
enquanto que a que menos lhe descreve corresponde ao ‘10’. Não é permitido deixar
de avaliar nenhum dos adjetivos, nem repetir pontuações. Os resultados obtidos nesta
prova indicam a posição do sujeito em canais bidimensionais de preferências de
aprendizagem para dar sentido ao mundo através da percepção e ordenar a entrada
de informação (JONASSEN; GRABOWSKI, 1993).
Segundo Gregorc (1979), o resultado dos estudos está na percepção do ser
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humano, onde há duas qualidades perceptivas que a mente possui; a percepção
concreta que registra informações por meio dos cinco sentidos humanos: visão, olfato,
tato, paladar, e audição.
A segunda percepção é a visualização, a concepção de idéias, entender ou
acreditar naquilo que não se pode ver. A primeira se conecta com o tangível, a
segunda a conexão acontece por meio da intuição, o intelecto e a imaginação.
(SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
De acordo com Gregorc (1979), se distingue dois tipos de capacidades
mediadoras nos indivíduos: percepção e ordem. As dimensões analisadas e avaliadas
são: abstrata e concreta e as duas dimensões de ordem são: sequencial e aleatório.
A combinação dessas quatro dimensões resulta em quatro estilos de
aprendizagem conforme parâmetros de Gregorc (1979).
Sequencial concreto – SC: são aqueles que se fundamentam na realidade e
processam a informação de uma maneira disciplinada, sequencial (linear). Para
estes a realidade consiste naquilo que se pode detectar através dos cinco
sentidos. Eles percebem e relembram com facilidade e se desenvolvem com
mais facilidade através da prática.
Aleatórios Concretos – AC: são experimentadores assim como os SC, eles
também se apoiam na realidade, fazem frequentemente saltos quânticos
intuitivos necessários para o verdadeiro pensamento criativo.
a)
b)
Usam bastante o pensamento divergente, acreditam que é bom ver as coisas
de vários ângulos, estabelecem suas próprias metas, preferem trabalhar em equipe
com pessoas que dão valor ao pensamento divergente.
c)
d)
2.3
Aleatórios Abstratos – AA: organizam a informação através da reflexão e
desenvolvem-se em ambientes não estruturados, voltados para as pessoas.
Absorvem as ideias, as informações e as impressões e as organizam através da
reflexão. O mundo real para aprendizes AA é aquele dos sentimentos e das
emoções. Outra característica é que os AA se sentem pressionados e pouco à
vontade quando são confinados num ambiente muito estruturado. Intensidade as
emoções influenciam a sua concentração, necessita construir o seu poder de
aprender através da associação, deve buscar inicialmente ter a visão de todo o
quadro e ter o cuidado de alocar tempo suficiente para acabar todo o serviço.
Sequencial Abstrato- SA: Amam o mundo da teoria e o pensamento abstrato,
pensam em conceitos, afirmações e analisam as informações. Para os SA é fácil
identificar aquilo que é importante, como por exemplo destacar os pontos chaves
e os detalhes significantes. Gostam de ler, são lógicos e racionais. Preferem
trabalhar sozinhos a ser componente em um grupo.
Vark
As técnicas que o professor dentro da sala de aula precisa utilizar vem da
análise de como o aluno aprende, através de breves entrevistas e de seus
9
comportamentos para conhece-los melhor.(SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Fleming (2001) nos orienta com um outro passo para analisar e avaliar o estilo
de aprendizagem de um aluno, uma entrevista pessoal. A utilização de um
questionário VARK.
O questionário VARK foi desenvolvido para que haja uma interação sobre a
aprendizagem entre professor e aluno, mas também pode ser um catalizador para o
desenvolvimento pessoal.
Embora a maioria dos alunos podem e usam todas as modalidades sensoriais
trabalhadas no VARK, quando ocorre a incorporação, muitos preferem utilizar-se de
modalidades específicas (FLEMING, 2001) (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Figura 3 – Modelo de aprendizagem sensorial VARK
Fonte: FLEMING, 2001.
Em 1992, Neil Fleming criou uma técnica de mapeamento de estilos de
aprendizagem chamado Vark (Visual, Aural-read, Write and Kinesthetic). Segundo ele
o ser humano possui quatro formas de aprender: Visual, auditivo, leitura e escrita e
sinestésico.
a)
b)
c)
Visual: as pessoas que aprendem melhor visualmente preferem as informações
providas por demonstrações visuais e descrições. Elas gostam de utilizar listas
para manter o raciocínio e organizar seus pensamentos. Costumam lembrar dos
rostos das pessoas conhecidas, mas frequentemente esquecem os nomes delas.
São distraídas pelos movimentos ou ações, porém se houver algum distúrbio
causado por sons, elas geralmente ignoram.
Auditivo: estes indivíduos aprendem pela audição, gostam de ser providos por
instruções faladas. Preferem discussões e diálogos e solucionar problemas por
meio de falas. Além disso, são facilmente distraídos por sons e preferem aprender
com boa utilização da comunicação oral.
Leitura/escrita: estes indivíduos são tomadores de notas. Durante atividades como
10
d)
2.4
palestras e leitura de materiais difíceis, as anotações são essenciais para eles.
Frequentemente desenham planos e esquemas para lembrar os conteúdos.
Sinestésico: pessoas com aprendizado sinestésico preferem aprender fazendo as
tarefas por si sós. Eles usualmente têm muita energia e gostam de utilizar o toque,
o movimento e a interação com seu ambiente. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Dunn e Dunn
De acordo com Dunn (1983, p. 496), o estilo de aprendizagem é baseado no
conceito de que “os indivíduos diferem significativamente na forma ou (estilos) que
eles se concentram em absorver e reter novas informações”, Indicando que os sujeitos
que respondem a estímulos ambientais, emocionais, sociais, físicos, psicológicos,
categoria sob as quais estão agrupadas diferentes condições que afetam a
aprendizagem. (SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
Figura 4 – Modelo de aprendizagem Dunn e Dunn
Fonte: DUNN; DUNN; PRICE, 1982.
Conforme o quadro acima Dunn e Dunn (1979) elencaram inicialmente 18
elementos, mas posteriormente foram acrescentados mais 6, num total de 24
11
elementos diferentes envolvidos no diagnóstico de um indivíduo quanto ao seu estilo
de aprendizagem. (DUNN 1983)
Em relação aos estímulos pode se reunir as características em (DUNN; DUNN;
PRICE,1982); (SCHIMITTI e DOMINGUES 2012).
a) Estímulos ambientais: enquanto aprendem, os sujeitos reagem de uma forma diferente
aos vários fatores ambientais. Alguns preferem ouvir música enquanto aprendem,
outros preferem silêncio; alguns precisam estudar em lugares bem iluminados para
não ficarem sonolentos, outros gostam de pouca luz; há aqueles que gostam de
lugares quentes e os que escolhem lugares mais frios; existem também aqueles que
se sentem à vontade para estudar em ambientes informais e ao contrário em
ambientes formais.
b) Estímulos emocionais: indivíduos motivados são capazes de obter um bom
desempenho, mesmo em situações em que seu estilo de aprendizagem não é
considerado. Ao contrário, os desmotivados necessitam de atividades bem definidas,
supervisão e estímulos frequentes.
c) Estímulos sociais: os sujeitos podem aprender melhor sozinhos, em grupo ou com a
presença de uma figura de autoridade. Em alguns casos, os indivíduos se adaptam
bem a qualquer uma das situações anteriores.
d) Estímulos físicos: alguns indivíduos preferem estudar através de textos, outros
preferem imagens e diagramas; alguns aprendem melhor de manhã bem cedo,
enquanto outros, só conseguem produzir melhor no final da manhã; há os que
precisam se movimentar enquanto estudam ou até mesmo comer algo para se
concentrar.
e) Estímulos psicológicos: os sujeitos analíticos aprendem melhor quando recebem as
informações passo-a-passo, em sequências lógicas, ao contrário deles, os sujeitos do
tipo global preferem entender o todo, para depois se concentrarem em detalhes.
(SCHIMITTI; DOMINGUES, 2012)
RESULTADOS
Como podemos perceber neste artigo, existem diversas definições para o conceito
de estilo e aprendizagem. Devido ao fato de se tratar de um conceito que é discutido
sobre perspectivas bem diferentes.
A maioria dos autores defende que o conceito de estilo e aprendizagem se refere
basicamente a modos pessoais indicando as características e as formas de se
aprender. Para KOLB com seu modelo “Inventário dos Estios de Aprendizagem”
acredita nas diferenças generalizadas de aprendizagem orientação com base no
grau em que as pessoas enfatizam os quatro modos do processo de aprendizagem
(KOLB, 1984).
Já VARK- (Visual, Aural, Read/ Write and Kinesthetic) está na categoria de instrução
preferencial, pois lida com modos de percepção, centrando-se nas diferentes formas
que se obtem e se repassa informações (FLEMING, 2001).
12
Dunn e Dunn- Productivity Environmental Preference Survey (PEPS) acredita na
forma em que os individuos começam a concentrar-se no processo de internalizar e
reter novas e dificeis informações (DUNN; DUNN, 1978).
Seria impossível definir qual seria o melhor conceito ou o mais adequado, tudo
depende da sua contextualização, a forma como cada autor com suas teorias nos
coloca claramente as definições sobre estilos de aprendizagem seria necessário
compreender profundamente em sua parte conceitual , metodológica e teórica em
especial para os estudantes nesse tema.
REFERÊNCIAS
PORTILHO, Evelise L. Como se aprende? estratégias, estilo e metacognição. RJ:
Wak, 2009.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
LOPES, W. M. G. ILS. Inventário de estilos de aprendizagem de Felder-Soloman:
investigação de sua validade em estudantes universitários de Belo Horizonte.
2002. 85f. Dissertação – Universidade Federal Santa Catarina, Florianópolis.
SOBRAL, D. T. Estilos de aprendizagem dos estudantes de medicina e suas
implicações. Rev. Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1,
jan./abr, 2005.
SCHIMITTI, C. S.; DOMINGUES, M. J. C. S. Estilos de aprendizagem: um estudo
comparativo. 2012. Universidade Regional de Blumenau Blumenau, 2.8.2012.
DUNN, R. S.; DUNN, K. J. Learning styles/teaching styles: should they…can
they…be matched?
(Estilos de aprendizagem, estilos de ensino: devem eles...podem eles... ser
combinados?)
Educational
Leadership,
1979
acesso
em:
http://www.ascd.org/ASCD/pdf/journals/ed_lead/el_197901_dunn.pdf
13
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