04/11/2012 O CUIDADO DOMICILIAR DO IDOSO A REABILITAÇÃO • É o conjunto de ações de diagnóstico, recuperação ou adaptação de funções Biopsicossociais que são influenciadas pelas caracterísiticas pessoais de cada paciente, a cultura e o ambiente onde esse está inserido. Reabilitação é um processo criativo e dinâmico que necessita de uma equipe de profissionais trabalhando em conjunto com o paciente e sua família. Os membros da equipe representam uma variedade de disciplinas, e cada profissional de saúde contribui de alguma forma. A família do paciente é incorporada à equipe. A família é reconhecida como um sistema dinâmico. Apenas pela incorporação da família no processo de reabilitação pode o sistema familiar adaptar-se à modificação de um dos seus membros. A família proporciona um apoio contínuo, participa na solução dos problemas, e aprende a fornecer cuidados contínuos necessários. Participantes da Equipe Ideal de Reabilitação • • • • • • • • • • • • • Paciente, seus familiares e cuidadores Assistente Social Dentista Educador Físico Enfermeiro Engenheiro de Reabilitação Fisioterapeuta Fonoaudiólogo Médico Psicólogo Protético Nutricionista Terapeuta Ocupacional O paciente é o elemento-chave da equipe de reabilitação • É o foco do esforço da equipe e aquele que determina os resultados finais do processo. • participa no estabelecimento das metas, no aprendizado de como funcionar utilizando capacidades residuais, e no ajuste de viver com incapacidades. • Ele é ajudado a atingir independência, auto-respeito, e uma qualidade aceitável de vida. 1 04/11/2012 Recomendações de Frei Cláudio para uma equipe de saúde: SER HUMANO BIOPSICOSOCIAL Reabilitação do Idoso “Ter capacidade para construir uma ponte entre a constatação da gravidade da doença e a esperança dos familiares, entre a brutalidade dos limites impostos pela doença e a misteriosa dignidade do enfermo, entre a objetividade da medicina e a subjetividade da fé, entre a força do destino e a habilidade humana de lidar com ele, entre uma reação simplesmente passional e um comportamento humanamente maduro e integrador.” A assistência vem sofrendo mudanças nas últimas décadas em especial no Brasil, devido as alterações demográficas e o aumento da demanda esta prática assistencial começou a ser realizada por profissionais que demonstram interesse ao atendimento domiciliário. Nessa abordagem compreende-se o idoso como uma pessoa única, inserida num contexto social e familiar que interage continuamente e que esta relacionada a esta modalidade assistencial. Cresce o numero de idosos, cresce a necessidade de incremento de serviços para assisti-los adequadamente. Estudos realizados nos EUA demonstram que 74% dos indivíduos atendidos pelas agências de home care preferem este tipo de atendimento e que a recuperação junto à família é mais eficaz. Inúmeras são as razões para comprovarmos esta teoria: •Diminuição de custos; •Liberação de leitos hospitalares •Apoio da família no processo de reabilitação •Promoção do bem estar do idoso • Dados SUS, 1996 mostrou que a população idosa em 1996 representou 7,3% das autorizações de internação. Consumindo 22,9% dos recursos gastos à saúde. • O índice de custo hospitalar(habitante/ano) foi de R$14,54 - 0 a 14 anos R$59,40 >= 60 anos • O tempo de permanência hospitalar: 5.3 dias –0 a 14 anos 7 dias >= 60 anos 2 04/11/2012 • população idosa gastos com saúde. • Porém grandes gastos não garantem um trabalho voltado para a melhoria da qualidade de vida do idoso. • A falta de uma avaliação geriátrica correta está diretamente ligada ao retorno, a internação hospitalar e maior uso de serviços de saúde. Países que já lidam com o envelhecimento populacional têm demonstrado que: Promoção da Saúde e Profilaxia Primária e Secundária de doenças são as alternativas que apresentam o melhor custo benefício para que alcance a compressão da morbidade. Assistência Domiciliar Aproximadamente 80% de todas as doenças do coração, dos AVCs e dos diabetes tipo 2 poderiam ser evitados e mais de 40% dos cânceres poderiam ser prevenidos. A assistência domiciliar vem demonstrando ser a nova fronteira aos serviços de saúde. Embora exista desde tempos muitos remotos, este tipo de atenção à saúde vem sendo muito enfocado, em especial nas ultimas duas décadas, no Brasil. (OMS, 2005) (CAMARANO, 2002) O cuidado domiciliar engloba e perpassa 3 modalidades de atenção: visita domiciliar, assistência domiciliar e internação domiciliar. Em cada uma dessas modalidades visualizam-se características fundamentais que devem ser garantidas: a integralidade, a intersubjetividade e o cuidado centrado no usuário e na família. Os fatores mais importantes para o crescimento da assistência domiciliar são: as mudanças demográficas e epidemiológicas, a diminuição dos custos, e o aumento da demanda. (DUARTE e DIOGO, 2005) 3 04/11/2012 A transição demográfica demonstra um envelhecimento populacional cada vez mais acentuado. A esta transição toma-se outra, que é a do perfil epidemiológico, quando passam a predominar as doenças crônico-degenerativas mais presentes entre os idosos. A assistência domiciliária vem atender a esta demanda. Isso pode ser verificado analisando-se o perfil etário da maioria dos programas voltados a este tipo de assistência, em que se observa que os idosos representam a vasta maioria dos pacientes atendidos. Com a melhoria das condições sócias econômicas e tecnológicas, ocorreu um aumento significativo da expectativa de vida do ser humano, com isso a mudança no perfil epidemiológico, no qual as doenças crônicodegenerativas passam a ser responsáveis pelo aumento na dependência das atividades básicas de vida diária. (MENDES, 2001). (BRITTO, 2004). Desenvolvimento Tecnológico OS CUSTOS... Os custos relacionados ao sistema de saúde são sempre questões preocupantes para os envolvidos com a área. Estudos internacionais têm demonstram que as intervenções na assistência domiciliária equivalem a um terço do custo das intervenções realizadas em ambiente hospitalar. Avanços tecnológicos têm permitido um aumento significativo do número de pacientes que sobrevivem a múltiplos traumas e complicações. Muitos destes pacientes só conseguem manterem-se vivos graças ao uso de aparatos tecnológicos avançado. O desenvolvimento tecnológico também permite a simplificação dos equipamentos, tornando-se cada vez mais portáveis e de fazer manipulação, o que aumenta a possibilidade de o paciente continuar seu tratamento ou ser mantido em seu domicílio. (BRITO, 2004) (RESTA e BUDO, 2004) Aumento da demanda Além do aumento de indicações para atendimento domiciliário, especificadas anteriormente, muitos são os clientes ou familiares que preferem este tipo de atendimento a outros que requeiram algum tipo de Institucionalização. • Cabe contextualizar o cuidado domiciliar como estratégia de reversão do modelo assistencial em saúde e as demandas e necessidades advindas dessa estratégia na formação dos profissionais de saúde. (RESTA e BUDO, 2004) 4 04/11/2012 • A consolidação do Sistema Único de Saúde apresenta-se no contexto da atenção à saúde no Brasil como uma realidade em construção. • Nesse movimento, buscam-se alternativas na configuração de práticas sanitárias que superem o modelo assistencial centrado na doença e nos cuidados prestados no ambiente hospitalar para avançar na configuração de saberes e fazeres que tenham como enfoque a identificação e a análise do problemas e necessidades de saúde contemporâneas e que sejam centrados no usuário e nas características fundamentais do cuidado em saúde. • Reverter o modelo assistencial implica buscar uma assistência integral, equânime e que garanta a qualidade de vida e autonomia dos sujeitos no processo. • Em conseqüência, observa-se a emergência e a ampliação de espaços de atenção nãotradicionais: Estratégia de Saúde da Família, Assistência Domiciliar nas diversas modalidades, casa de cuidados paliativos, dentre outros. Esses espaços representam esforços na reconstrução de um modelo de atenção o que exige, na sua gênese, repensar o processo de trabalho e a organização das tecnologias nesses novos espaços. • Por outro lado, o cuidado domiciliar pode ser apenas um reforço do modelo médico hegemônico, com predomínio de uma medicina tecnológica que estimule a produção de atos e procedimentos onde os sujeitos são meros consumidores. • Nessa concepção, o domicílio se torna apenas mais um espaço, sem nenhum impacto na mudança do modelo assistencial. REFLEXÃO Nesta perspectiva, os cuidados domiciliares trazem implicações para o ensino e para o serviço na reorganização das práticas de saúde e de ensino que permitam a reflexão e ação sobre essa estratégia. Mudança de paradigma na atenção à saúde uma modalidade de assistência que privilegia a promoção e prevenção da saúde e a humanização da atenção. Cuidado Domiciliar I Mostra de Produção de Saúde da Família de Minas Gerais 5 04/11/2012 VANTAGENS DA ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA (BRUNNER & SUDDARTH, 2002). • Evitar internações e suas conseqüências. • Diminuir o tempo de internação. • Manter o paciente em seu hábitat e no convívio com os seus. • Dividir a responsabilidade dos cuidados do paciente com a família. • Suprir a dificuldade de locomoção do paciente. • Acompanhar doenças crônicas, controlando suas descompensações. • Acompanhar a evolução natural das doenças. LEIS, RESOLUÇÕES E PORTARIAS QUE ABORDAM O TEMA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR • Controlar a evolução das doenças. • Controlar o paciente por intermédio de uma equipe interdisciplinar. • Otimizar leitos e recursos hospitalares. • Minimizar o estresse e o desgaste familiar. • A assistência domiciliária melhora a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, pois, durante uma internação hospitalar, há alterações da rotina de vida do paciente e de quem o cerca. • A redução do risco de infecção hospitalar é um assunto muito abordado. (BRUNNER & SUDDARTH, 2002). Art. 1º- A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, passa a vigorar acrescida do seguinte Capítulo VI e do art. 19-I: ( BRASIL, 2003) • Resolução 270/2002 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEM). Aprova a regulação de empresas que prestam serviços de enfermagem domiciliária _ Home Care. • Lei 9.656, de 03 de junho de 1998. Medida provisória 2.177-44, de 24 de agosto de 2001. Dispõem sobre os planos e seguros providos de assistência à saúde. • Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990 .Dispõem sobre as condições de promoção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. • Lei 10.424, de 15 de abril de 2002. Acrescenta capítulos e artigos à lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços correspondentes e dá outras providência, regulamentando a assistência domiciliaria no Sistema Único de Saúde. CAPÍTULO VI DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. AS DIFERENTES ETAPAS DO SERVIÇO NA ASSISTÊNCIA DOMICILIÁRIA § 2º- O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. § 3º- O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.“ • A assistência domiciliária é sempre um serviço individual e pode ser dividido em etapas: Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Avaliação, execução e desligamento e alta. (PAPALÉO NETTO, 2007) Brasília, 15 de abril de 2002 6 04/11/2012 Etapas de Avaliação Pacientes Elegíveis • Essa etapa tem a finalidade de identificar a elegibilidade do paciente para esse tipo de assistência e o plano de tratamento a ser realizado. Pacientes agudos: casos de duração previsível, com condições de permanência no domicílio: infecções, pósoperatórios, queimaduras em fase aguda, casos ortopédicos, fase aguda de doenças crônicas. • Como critério de elegibilidade pode-se citar: dependência técnica, estabilidade do quadro clínico, residência com condições adequadas à prestação do serviço, a presença de um profissional da saúde e ausência de risco. Pacientes Crônicos: portadores de diabetes mellitus, neoplasias, seqüelas neurológicas, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), seqüelas ortopédicas, hipertensão arterial sistêmica (HAS), cardiopatias, demência, pneumopatias etc. • Os critérios de elegibilidade devem ser ponderados conforme cada caso. Pacientes com necessidade de cuidados especiais: senilidade, pós-operatório e recuperação de trauma. (DIOGO e DUARTE, 2002) O doente, uma das formas integrantes, deve ser esclarecido e educado sobre sua situação. A família, além de informação, deve receber treinamento adequado ao tratamento da doença e orientação quanto à sua postura frente ao paciente. A doença deve ser controlada e tratada rigorosamente. Com esses fatores sob controle, é possível manter o equilíbrio efetivo, evitando internações repetidas. (DIOGO e DUARTE, 2002) Etapa da Execução • Essa fase, que é a continuidade da internação hospitalar, é a da execução do plano de atendimento proposto na etapa anterior, enfatizando-se a resolução do problema identificado na avaliação e outros que possam aparecer no decorrer do atendimento. • O profissional deve estar ciente que o paciente domiciliar é muito frágil, com grau variado de dependência e alto nível de intercorrências, estando sempre muito alerta para qualquer mudança no estado geral, e se necessário interceder. (BRITTO, 2004) • È importante fazer o paciente perceber que ele é o maior responsável pelo seu sucesso e que o profissional é o coadjuvante na sua recuperação e restabelecimento de suas atividades. (MENDES, 2001) 7 04/11/2012 Deixar bem claro, desde o inicio, que o atendimento domiciliar tem começo, meio e fim. Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 1. Coleta de dados: testes, observação, exames, etc. Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 2. Julgamento Clínico: processo dinâmico de discussão do caso com no mínimo o médico responsável pelo caso Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 4. Prognóstico: determinação do nível a ser alcançado em cada uma das disfunções que serão alvo de intervenção, e previsão do prazo para alcançar tal nível. Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 3. Construção do Diagnóstico: determinação das relações de causa e efeito entre as disfunções biopsicossociais encontradas, definição da hierarquia: elaboração do racional. Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 5. Intervenção: utilização de métodos e técnicas específicas via os diferentes profissionais que estarão responsáveis para o alcance das metas pré-definidas. Interação concreta entre os profissionais, paciente, cuidadores e familiares. 8 04/11/2012 PERFIL DA EQUIPE Elementos Norteadores do Processo de Reabilitação 6. Resultados: Demonstração quantitativa e qualitativa dos resultados. Reinserção social. Satisfação do cliente, prevenção primária e secundária. Fator Crucial para o Sucesso: Comunhão de objetivos e compromisso máximo para alcançá-lo no menor tempo possível. – – – – – – – – Resolutividade Experiência Prudência/calma Sensibilidade e Razoabilidade Capacidade de controle Capacidade clinica Conhecimento/experiência específica Capacidade de utilização de equipamentos CENTRO MAIS VIDA ATENÇÃO INTEGRAL Á SAUDE DO IDOSO Governo Estadual de Minas Gerais A VIDA PODE TER MAIS POSSIBILIDADES QUE LIMITES ... OBRIGADA! 9