. PLANO DE ERRADICAÇÃO DA POLIOMIELITE: ESTRATÉGIA NO BRASIL Superintendência de Vigilância em Saúde Gerência de Imunizações e Rede de Frio Goiânia, março de 2016 Polio - Cenário Internacional - Em 1988 - Lançada a Iniciativa Global para a Erradicação da Poliomielite - GPEI (Global Polio Eradication Iniciative); - 2012 - 65ª Assembleia Mundial de Saúde declarou a erradicação da Poliomielite como uma “emergência programática para a saúde pública global”. Nesse mesmo ano houve a recomendação da interrupção do uso do componente 2 da VOPt o mais breve possível nos programas de imunização e introdução de pelo menos uma dose de VIP na rotina de vacinação VIP: Vacina inativada contra poliomielite sorotipos 1,2,3 VOPt: Vacina trivalente atenuada contra poliomielite sorotipos 1,2,3 Fonte: pni.datasus.gov.br . Polio - Cenário Internacional Após a criação do GPEI houve: - Redução da incidência mundial da Poliomielite em mais de 99% e o número de países onde a Polio é endêmica passou de 125 para 2 (Paquistão e Afeganistão); Erradicação PVS tipo 2 e controle do PVS tipo 3. O poliovírus selvagem (PVS) tipo 2 foi isolado pela ultima vez em outubro de 1999 na Índia. No Brasil, o PVS tipo 2 foi isolado pela última vez em 22/08/1986 em Campo Largo – Paraná. O PVS tipo 3 foi isolado pela última vez no Estado do Ceará em 23/05/1988. Polio - Cenário Internacional - O último plano estratégico da GPEI foi desenvolvido em 2013, o qual, estabeleceram quatro objetivos principais: 1- Detecção e interrupção da transmissão do Poliovírus (reduzir a transmissão de PVS e surtos de PVDV); 2- Fortalecimento dos programas de imunização e retirada da vacina oral trivalente (introdução de VIP, substituição de VOPt por VOPb até 2016 e retirada da VOP até 2020); 3- Certificação e contenção (Regiões livres de PVS e evitar a reintrodução); 4- Plano para entrega do legado de erradicação da Poliomielite. PVS: Poliovírus selvagem PVDV: Poliovírus derivado vacinal VIP: Vacina inativada contra poliomielite sorotipos 1,2,3 VOPt: Vacina trivalente atenuada contra poliomielite sorotipos 1,2,3 VOPb: Vacina bivalente atenuada contra poliomielite sorotipos 1,3 Polio - Cenário Internacional - 2015 - 68ª Assembleia Mundial da Saúde (Genebra): Reforça que a erradicação só poderá ser alcançada por meio do compromisso global, que foi endossado pelos países membros (192 países). - Sem o compromisso dos países membros e dos parceiros, mais de 10 milhões de pessoas teriam sido afetadas pela doença. Polio - Cenário Internacional Os países membros, incluindo o Brasil assumiram o compromisso internacional de contribuir para a erradicação global da doença e evitar a reintrodução do Poliovírus selvagem implementando ações de prevenção e controle, atentando também para os eventos adversos pós-vacinação associados ao uso da vacina oral trivalente, uma vez que todos esses países encontram-se na fase da erradicação global. - - Importante ressaltar que tanto a Poliomielite causada pelo vírus selvagem quanto a causada pelo poliovírus derivado vacinal devem ser erradicadas. Erradicação da Poliomielite A erradicação é confirmada mediante a certificação da eliminação da Poliomielite e baseia-se nos seguinte critérios: -Pelo menos 3 anos seguidos sem casos de poliomielite por vírus selvagem; -Excelente desempenho da vigilância epidemiológica, principalmente da Paralisia Flácida Aguda (PFA); -Demonstração de capacidade, em cada país, de detectar, notificar e responder aos casos importados Fonte: pni.datasus.gov.br . Pólio – Cenário no Brasil 1961 - as ações de combate à pólio iniciaram-se com a vacinação de forma não sistematizada. 1968 - o MS iniciou as primeiras atividades de vigilância epidemiológica da poliomielite. 1971 - foi instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite, face a ocorrência de repetidos surtos da doença em vários pontos do território nacional. 1975 - implantação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e criação de uma rede de laboratórios para fornecer o diagnóstico da infecção pelo poliovírus. Fonte: pni.datasus.gov.br . Pólio – Cenário no Brasil 1975 e 1979 - quase todos os Estados apresentaram surtos da doença (2.564). 1980 - 1ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. 1981 -somente 122 casos foram notificados. 1984 - surto na região nordeste e reformulação da vacina. 1985 - a região das Américas assumiu o compromisso de erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem até1990. Fonte: pni.datasus.gov.br . Pólio – Cenário no Brasil 1986 - epidemia de poliomielite (612 casos) e criação do Grupo de Trabalho para a Erradicação da Poliomielite (GT-Polio). 1986 a 1993 – foram realizadas várias operações-limpeza com vacinação em massa. 1989 – Último caso de pólio no Brasil (poliovírus selvagem do tipo 1) no município de Souza no Estado da Paraíba. 1991 - A Região das Américas registrou o último caso de poliomielite (Junim - Peru) . 1994 – A Região das Américas foi certificada como área livre de circulação do poliovírus selvagem. Plano de Erradicação da Poliomielite: Estratégia no Brasil - Nesse cenário, considerando os objetivos do Plano Estratégico para a Erradicação da Poliomielite 2013-2018, lançado em 2013, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde formou um grupo específico para elaborar, propor e divulgar o “Plano de Erradicação da Poliomielite: Estratégia no Brasil”. - O plano contará com ações de vigilância epidemiológica, imunizações, contenção laboratorial, vigilância ambiental, comunicação social, entre outros. - Vem consolidar as definições da Resolução WHA68.3, apoiará os gestores na tomada de decisão e orientará os profissionais que atuam na área para o planejamento, operacionalização e avaliação do processo para erradicação global da poliomielite. Fonte: pni.datasus.gov.br . Comitê Nacional de Certificação da Erradicação da Poliomielite do Brasil - Constituído por especialistas independentes com expertise em disciplinas relevantes (saúde pública, epidemiologia, virologia, entre outras). - A sua criação é primordial para verificar se o Brasil tem cumprido todos os requisitos globais de erradicação para a certificação, em sintonia com os objetivos da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio. - Desenvolverá as diretrizes de trabalho para o Brasil em matéria de detecção e interrupção da transmissão do poliovírus, a retirada de vacinas orais atenuadas poliomielite, monitoramento do poliovírus no ambiente, manuseio, medidas de contenção, certificação da erradicação do poliovírus no país, bem como análise de toda documentação envolvida no processo. OBJETIVOS Geral - Atingir a meta global de erradicação da poliomielite Específicos - Participar das ações propostas pelo Comitê Nacional de Certificação de Erradicação da Poliomielite; - Fortalecer a Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas; - Substituir a vacina oral atenuada trivalente pela vacina oral atenuada bivalente; - Realizar a contenção laboratorial do poliovírus; - Implantar gradualmente a Vigilância Ambiental do Poliovírus; - Mobilizar profissionais de saúde e demais segmentos da sociedade civil de forma eficaz para a divulgação da nova estratégia. Fonte: pni.datasus.gov.br . JUSTIFICATIVA Para atingir a erradicação do poliovírus selvagem e do poliovírus derivado vacinal, faz-se necessário empreender ações como: Acompanhamento do comportamento epidemiológico da doença; Medidas de controle oportunas e eficazes para a substituição da VOPt pela VOPb; Contenção de amostras contaminadas ou potencialmente contaminadas com o poliovírus selvagem armazenada nos laboratórios; Monitoramento da circulação do poliovírus no ambiente; Mobilização eficaz na divulgação da estratégia. Fonte: pni.datasus.gov.br . JUSTIFICATIVA Substituição da vacina oral trivalente pela oral bivalente. - De acordo com a OMS, mais de 90% dos casos de poliomielite causados pelo poliovírus derivado vacinal (PVDV) são pelo sorotipo 2 que se mantêm circulando, e cerca de 40% dos casos de paralisia associada a vacina (PAVV) são provenientes também do sorotipo 2. - Esses dados mostram que, atualmente, os casos de poliomielite causados pelos vírus vacinais tendem a ser em número maior que os provocados pelos vírus selvagens. Fonte: pni.datasus.gov.br . JUSTIFICATIVA - Todos os países que ainda não utilizam a VIP deverão incluir pelo menos uma dose desta vacina nos seus esquemas nacionais até o final de 2015. - Esta estratégia visa manter a imunidade contra o poliovírus tipo 2 e reduzir a eliminação e transmissão do PVDV. - A descontinuação da vacina oral atenuada poliomielite deverá ser feita globalmente e gradualmente, para minimizar o risco de novos casos da doença. Fonte: pni.datasus.gov.br . JUSTIFICATIVA Substituição simultânea de VOPt pela VOPb em todos os países que ainda utilizam a vacina oral, prevista para ocorrer no mês de abril de 2016. - - No Brasil a retirada da VOPt ocorrerá em abril e a introdução da VOPb será durante a Campanha de Vacinação contra Poliomielite em agosto de 2016. - A VOPb protege contra a transmissão de poliovírus selvagem tipo 1 e 3. - A vacina poliomielite oral bivalente, segundo estudos comparativos evidencia uma melhor imunogenicidade quando comparada à vacina da poliomielite oral trivalente. Fonte: pni.datasus.gov.br . COBERTURAS VACINAIS Na fase final da erradicação global, é importante que, sejam asseguradas altas coberturas vacinais (CV) com o uso da VIP, para reduzir os riscos associados à retirada do poliovírus tipo 2 da vacina oral atenuada trivalente. Assim, uma região que utiliza VIP no seu esquema de vacinação, e mantém alto índice de cobertura, praticamente não corre o risco de reemergência do poliovírus derivado da vacina tipo 2. Devem ser fortalecidas a vigilância epidemiológica, laboratorial e ambiental para identificar e agir oportunamente em situações emergenciais. COMITÊ DE ERRADICAÇÃO DA POLIO: GOIÁS - Criado Comitê de erradicação da Pólio em Goiás, com representantes: - Imunização - Vigilância Ambiental - Vigilância Epidemiológica - Vigilância Sanitária - Lacen - Comunicação - GERNACE Ações de Imunização - Distribuição das vacinas VOPt as Regionais de Saúde e Municípios (Dezembro/2015); - Realizar capacitação com os municípios referente ao calendário vacinal de 2016 * Substituição esquema vacinal e Introdução da 3ª Dose VIP; - Monitoramento das CV de Polio mensalmente; - Inventário da vacina VOPt em toda as Centrais de RF e salas de vacinas – Anexo A; - Atualização dos profissionais de saúde sobre a interrupção da vacina VOPt e introdução da VOPb; - Retirada da VOPt (abril/2016). Ações de Imunização - Monitoramento e supervisão da implementação da substituição VOPt/VOPb (visitas as Regionais e Municípios – no período de 01 a 29 de abril de 2016); - Monitoramento do Tratamento e Disposição Final do Resíduo da Vacina VOPt – Anexo B. Essas atividades deverão ser realizadas juntamente com a equipe das Vigilâncias Sanitária e Ambiental; - Monitoramento do Switch da VOPt para VOPb – FormSUS; - Monitoramento de doses de VOPt registradas no SIPNI; - Supervisão da retirada da VOPt; - Campanha de Polio com introdução da VOPb – Agosto 2016; - Fortalecimento da Vigilância de Eventos Adversos pós-vacinação da VOPb. Ações da Vigilância Epidemiológica - Fortalecimento da Vigilância das paralisias flácidas agudas (PFA); - Acompanhamento de rumores de possível ocorrência de casos de poliomielite, e monitoramento da situação epidemiológica, especialmente durante e após os eventos de massa. Intensificação e apoio a vigilância das paralisias flácidas frente a investigação de casos suspeitos de poliomielite; - Avaliação da qualidade da vigilância epidemiológica das PFA. Ações da Vigilância Laboratorial - Levantamento de todos os laboratórios goianos que possuem amostras contaminadas com o poliovírus selvagem ou vacinal (clínica, pesquisa, indústrias, testes ambientais); -Monitorar amostras de casos de poliomielite após a retirada da vacina VOPt; -Para viabilizar a execução do Plano Nacional de Contenção do Poliovírus Selvagem e Poliovírus Vacinal em Laboratórios Brasileiros. Ações da Vigilância Ambiental - Detecção precoce do poliovírus selvagem e vacinal no ambiente através de ações como: - Identificar pontos para coleta das amostras que sejam representativos para a pesquisa de poliovírus; - Coleta de amostras de esgoto em locais com grande circulação de pessoas provenientes de outros países (eventos de massa); - Monitoramento junto às Gerências de Imunização e Vigilância Sanitária acerca das vacinas VOPt descartadas. Fonte: pni.datasus.gov.br . Ações da Comunicação Setorial - Mobilização social e campanha publicitária: instrumento de fundamental importância de multiplicação do conteúdo e propiciador de conhecimento e portanto maior adesão. - Ações direcionadas aos: comunicadores da mídia, gestores de saúde, profissionais de saúde, parceiros, setor privado, educação e população em geral.